História Fifty shades of Starr - You never can tell

  Maureen on

(...) Saí do carro de Ringo com as pernas bambas, ele nunca me pareceu tão sério, logo ele, sempre tão brincalhão. Caminhei um grande pedaço de volta ao Cavern, sem me importar com os olhares de pena por estar parecendo destruída e as cantadas dos caras mais pervertidos. Eu simplesmente não consigo entender como aquela loira tomou meu homem de mim do nada. Fiquei pensando no quanto estava encrencada, Ringo havia visto Pete, e tornara tudo mais difícil.

Nosso plano vai ficar muito mais complicado agora. Adentrei o meu quarto, se é que aquele cubículo pode ser chamado de tal, e não consegui nem por um minuto tirar a ideia de que eu preciso conversar com o doente do Pete. Ele precisa saber de tudo. Ele é o cérebro disso tudo.

Ringo on

Quando minhas mãos não estão nas baquetas para descontar todo o meu nervosismo e sensação ruim, elas estão batendo com as pontas dos dedos em uma velocidade descontrolada no meu próprio maxilar. Papai tinha o mesmo costume, acho que adquiri olhando.

Estaciono o carro em frente de casa e aquele mesmo sentimento de covardia me invade. Sinto-me culpado por Maureen ter se tornado o que é no momento, me sinto mal por Beatrice. Sinto-me como uma criança em perigo, sem saber o que fazer pra esse inferno acabar.  

E, para piorar, Pete agora está com Mau, e ele sim é totalmente filho da puta. Ele sempre foi frio e calculista, e até hoje não aceita ter saído da banda, na cabeça dele, é culpa minha. Ele sempre quis o que era meu. Não importa quem entre no caminho de Pete, ele derruba da forma mais cruel que ele possa executar.

Mas não, eu não posso me intimidar, tenho que me mostrar forte como Bea. Essa semana vai ser agitada, vou gravar os últimos takes do filme Help, no qual eu acho que não estou me dedicando totalmente por uma carga de coisas mal resolvidas.

As duas únicas coisas que tem me animado ultimamente são o casamento e as reações cada vez mais vivas e presentes do nosso bebê. A mim e a Beatrice. Quando toco bateria pro moleque, ou pra princesa, dá pra sentir facilmente os chutes e agitação. Quando a Beatrice tenta tocar, o moleque protesta ficando quieto. Ela acha que leva jeito, eu e nosso filho discordamos, relevo por ela mandar bem na guitarra, maravilhosamente bem, aliás.

Já é na semana que vem e eu estou tão feliz que nem sei. Toda vez que me recordo que já tenho uma família formada, me lembro de quando a conheci. Fiquei determinado a roubar essa mulher pra mim quando constatei dois fatores. Primeiro, que Path não estava apaixonada.

Segundo,quando vi seu sorriso e o quanto era doce, decidida e quente. Beatrice é realmente do tipo que não importa quantas o queiram, você sem querer e ás vezes, sem ao menos perceber, sempre vai acabar desejando-a. Ela te faz de bumerangue, não importa a volta que você queria dar, sempre acaba voltando para as suas mãos. Eu sou extremamente sortudo e por isso me sinto agraciado pelos deuses.

...Uma semana depois.

Beatrice on
— Jully, você pagou quanto por esse vestido, metade do preço? Porque o estilista esqueceu-se de costurar o resto do pano nele. —Falo, e ela solta uma risada escandalosa.
— Você está com inveja, isso sim, eu estou muito gostosa, e você, uma bola de basquete. Mas mesmo assim continua gostosa também, amém você.
— Claro, estou morrendo de inveja, como adivinhou? Como eu estou? — Pergunto, enquanto mamãe faz alguns ajustes finais no meu vestido.
— Está maravilhosa, como sempre. Eu sou a madrinha do casal mais lindo desse mundo todo. Para combinar comigo, que sou linda.
—Jully, você está muito convencida hoje. — Mamãe comenta, fazendo Jully revirar os olhos.

Eu não deixava transparecer, mas meu coração estava batendo tão forte que podia saltar pela boca a qualquer momento. Estendo a mão para um abraço coletivo, que as duas imediatamente correspondem.

—Eu amo vocês. —Falo baixinho.
—Você é a coisa mais importante da minha vida, meu rubi. Tenho orgulho da mulher que se tornou. —Mamãe respondeu em tom de choro, eu amo quando ela me chama assim. É sua pedra preciosa favorita, além de eu ter dado recentemente um colar com uma dessa no qual ela não tira para nada.
—Vocês vão me fazer chorar, e eu vou borrar toda a maquiagem. Eu amo vocês duas, são a minha família, a minha vida. —Jully responde logo depois.
—Acho melhor pararmos por aqui, vou chegar à igreja como uma noiva cadáver se borrar toda essa quantidade de lápis de olho.
—Tem razão, amiga. Ah, eu tratei de ser um evento privado, pode ter certeza que não vai ter repórteres nem fãs para atazanar. Eu consigo muita coisa quando eu quero. Enfim, é melhor irmos, estamos atrasadas e pelo o que eu conheço em Ringo, ele já deve estar achando que você foi sequestrada por extraterrestres que vão sugar sua alma e usar seu cérebro pra estudar a vida humana. O carro já está lá fora nos esperando. Cuidado com a cauda do vestido é muito longa, eu tenho esse jeito desastrado, mas é sempre você que faz merda em relação a isso.

(...)

Durante todo o trajeto, mamãe segurou minhas mãos, que suavam frio. Senti-me como quando era criança, e tinha pesadelos, e ela, pacientemente, segurava minhas mãos até eu pegar no sono novamente. Observei a fachada da igreja, e era tudo como Jully disse. Não havia fotógrafos, muito menos fãs alucinadas tentando me matar. Senti-me aliviada e saí do carro. Brian esperava na porta, para me conduzir até o altar.

Nunca acreditei muito nessas supesrtições e costumes de casamento, mas mamãe estava feliz pela tradicionalidade, e acabou me convencendo também. Senti meu bebê se revirar agitado dentro de mim e tive a certeza de que ele estava tão feliz quanto eu.

—Você está linda, Beatrice. Que barrigão maravilhoso. Cuida bem do meu garoto, e vou fazê-lo cuidar muito bem de você e do bebê também. Vocês formam um casal lindo.
—Obrigada, Eppy, por me apoiar tanto, sempre. É como um pai pra mim. —Agradeci, abraçando-o.

E ele realmente era. Muitas vezes, eu e Rich brigávamos, e Brian era o principal mediador da confusão, com toda sua paciência. Segui de braços dados com ele até a porta da igreja. Ao invés daquela valsa clássica e chata que toca em todos os casamentos, a única coisa que eu me recusei prontamente a ter, e Rich disse que era para "deixar com ele",começou a tocar "can't help falling in love".

Eu lembro-me. Eu lembro perfeitamente de quando eu e ele tomamos caminhos diferentes, e ele me ligou cantando essa música baixinho e embriagado. Agora, olhando para trás, vejo que talvez essa separação tenha sido necessária. Retornamos aos braços um dos outro com muito mais ardor. Com essa distância notamos que não podíamos mais deixar de nos ter.

No caminho pela igreja, fui reconhecendo os convidados. Tinham poucas pessoas lá, apenas os íntimos. Gente que eu estava com saudades e não via fazia um tempo. Path, cada dia mais linda, com Rory. O namorado de mamãe, no qual eu via todo dia. Meu empresário, algumas poucas amigas de confiança, a mãe e o padrasto de Rich, no qual eu e ele não tínhamos tanto contato e havia encontrado apenas duas vezes, mas amava muito de qualquer jeito, entre outras pessoas.

E, principalmente, os três meninos ao lado de Rich, os padrinhos. John estava acompanhado por Cyn,sua nova namorada,um amor de pessoa, uma mulher incrível,muita areia pra caminhãozinho do palhaço.

Foquei no azul brilhante dos olhos de Richard que me faziam me apaixonar cada dia mais. Olhávamos-nos diretamente, quase sem piscar, cada um com um sorriso que eu tinha absoluta certeza que dava facilmente para ver de costas. Eu sou a mulher mais feliz desse mundo. Saí imediatamente do meu estado fofo quando notei que Richard estava alternando o olhar entre meus peitos, valorizados pelo decote discreto, e a meia 7/8 de renda em minhas pernas com cara a maior cara de safado que ele poderia fazer, com direito a lambida nos próprios lábios.

Acho que os convidados notaram também, o que me deu vontade de matá-lo e ficar viúva antes mesmo de casar, estávamos dentro de uma igreja, havia um padre do lado. Em vez disso, preferi rir de uma forma bem audível. Cheguei ao altar poucos segundos depois, onde Eppy me entregou a Rich e demos a mãos.

Dei uma apertada rápida e discreta na sua bunda, ele estava muito gostoso dentro daquela roupa, com a certeza de que irei para o inferno depois desse ato. Os convidados riram, mas o padre não entendeu nada. Todos se sentaram e o mesmo, já de idade, iniciou. Mas eu estava tão alheia e aérea quanto a isso que apenas me concentrei no mais importante,no que eu mais queria ouvir.
—Beatrice Cartner, você aceita Richard Starkey Jr. como seu legitimo esposo?
—Com toda a certeza desse mundo. —Respondo sorrindo e colocando a aliança no dedo de Rich.
—E você, Richard Starkey, aceita Beatrice Cartner como sua legítima esposa?
—Com toda a certeza. Até que a morte não nos separe.

It was a teenage wedding

And the old folks wished them well

You could see that Pierre

Did truly love the mademoiselle

And now the young monsieur and madame

Have rung the chapel bell

C'est la vie, say the old folks

It goes to show you never can tell

Path on

As voltas que a vida dá são inevitáveis e muitas vezes, surpreendentes. Quem diria estar radiante no casamento da sua ex com seu irmão. Tanta coisa mudou de lá pra cá que eu nem sei.

Ringo conseguiu muito mais do que esperava com esse dom de tocar bateria, coisa que ele sempre tentou me ensinar, mas nunca deu em nada, minha paixão é o baixo, definitivamente. A beatlemania é uma loucura por todo o mundo, e isso custa histórias um tanto quanto curiosas, como quando Richard me contou que certo dia uma garota descobriu em que hotel eles estavam hospedados, deu um jeito só Deus sabe como de entrar no quarto, e quando eles voltaram do show ela estava seminua na cama, somente com uma blusa e gravata de George. O mesmo não perdeu tempo e transou com ela a noite toda.

 Beatrice fica cada dia mais linda, não tem como negar. Sou muito feliz com Rory, mas vou confessar que ainda desejo Beatrice. Pode até ser errado, mas é totalmente e unicamente carnal.

Quem nunca desejou um mulherão daquele que atire a primeira pedra. Afasto esses pensamentos de mim quando a assisto caminhando sensualmente até mim.

 — Path. Eu estava com saudades, não nos vemos desde aquele dia que saímos juntas. — Ela diz me abraçando forte.

— Beatrice, como consegue ficar cada dia mais deusa?Também estava morrendo de saudades de ti, e do mala do Ringo. Que barriga maravilhosa. Quantos meses meu sobrinho está?Já estou louca para ver o rostinho dele, ou dela.

— Ah, o tempo passa tão rápido que nós nem percebemos. Estou com quase cinco meses de gravidez. Dá vontade de ficar grávida para sempre, é uma sensação deliciosa. Mas também to ansiosa para pegar meu bebê no colo. E Richard está ainda mais pilhado que eu.

— Sei que sim, conheço a peça. Aliás, depois daqui vamos para a casa de vocês, não é?

— Você só vai se me prometer uma coisa. Prepara um uísque com bastante gelo quando chegarmos lá, não aguento mais ficar sem beber pelo menos uma dose. Não faz mal ao bebê se for apenas um pouco, só estou pedindo porque me certifiquei disso.

— Uísque? Vejo que seu gosto não mudou desde os velhos tempos. Você é fudidamente maluca.

— Velhos tempos. Como nos velhos tempos. — Ela ri e se afasta

(...)