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História Fighting - Capítulo 3


Escrita por: Monikemoraes

Notas do Autor


Ooi xuxus, como hoje é aniversário do nosso maknae decidi postar antes.
Espero que gostem💕
E sobre os espaços... eu não sei o que fazer da minha vida.

Capítulo 3 - Capítulo 3


"Eu estava me afogando muito rápido, meus pulmões queimavam, meu olhos arregalados pelo medo. Aquelas mãos frias e nojentas em meu pescoço apertando parcialmente minha jugular, ele não queria me matar, não ainda.
Aquele homem era sádico, masoquista, um psicopata e matava a sangue frio.
Senti meu corpo ir ficando dormente e finalmente a água começou a invadir meus pulmões, aquilo não doía o que eu mais queria estava prestes a acontecer. Não pude fazer nada quando vendo meu estado aquele ser desprezível tirou minha cabeça da água me jogando no chão com raiva e um sorriso diabólico.

- Não não não não não meu amor - sua voz beirava a insanidade- ainda não acabei com você...

Minha vida estava se esvaindo finalmente, sentia que não existia mais maneiras de ficar viva e pensamentos de gratidão, para algum ser divino (Deus? )começaram a brotar livremente em minha mente. Eu estava jogada em um canto e um menino, muito mais novo que eu estava acorrentado do outro lado da sala, nesse momento senti meu coração apertar, eu não podia deixa-lo com aquele ser horrível, nem animal seria o termo certo para o que aquele homem significava pra mim e para todos que ele já tinha machucado e matado.

- Ele vai ficar bem princesa é só você ficar viva.

"É só você ficar viva"

"Ficar viva"

Aquelas palavras ecoaram no meu cérebro, eu não podia deixar ele fazer aquelas coisas com uma criança..."

Acordei suando frio, tinha esquecido de deixar o abajur acesso o que foi um erro. Meu medo de escuro tinha voltado pior do que antes, sentei na cama abraçando minhas pernas.

-Foi só um pesadelo.. foi só um pesadelo. Não é real! Se controla.

Meus dedos apertaram minha cabeça eu não podia surtar eu não podia lembrar. Não podia dar espaço pra isso! Tentei pensar em coisas felizes e que me aclamavam. Procurei meu celular pela cama e liguei a lanterna. Eram 5:30 ainda tinha meia hora pra ficar na deitada e depois me arrumar pra ir pra escola, mas decidi que ia tomar um banho quente e me arrumar mais cedo.

Me arrastei até o banheiro, os movimentos foram automáticos, tirei minha roupa e nem me olhei no espelho, liguei o chuveiro e entrei molhando meu cabelo também, não ligo se esta frio la fora. A bucha deixava marcas vermelhas pelo meu corpo devido a força que eu colocava sobre ela, não liguei quando começou a arder em baixo da água que esta praticamente fervendo.
Peguei o shampoo só que não coloquei a mesma força no couro cabeludo, mudei a estação da água pra morna quase fria para poder lavar o cabelo.

Já devidamente seca e com o cabelo enrolado em outra toalha fui colocar meu uniforme. Eu ainda não estava acostumada a usar saia pra ir pra escola, sempre usei calça jeans e moletom. A saia era azul marinho com alguns detalhes em branco e dourado tinha pregas por toda sua volta. A blusa branca 3/4 de botões e um blazer da mesma cor que a saia. As meias tinham que  obrigatoriamente ser até o joelho, o que eu adorava porque não ficava tão vulgar por conta da saia não ser lá tão grande. Me troquei e passei algumas camadas de rímel, a psicóloga sempre me dizia que eu tinha que me sentir bonita de novo e isso me ajudaria.

Estava no pé da escada e já sentia aquele cheiro maravilhoso de pão fresquinho, panquecas e suco de maracujá. Eu não gostava de comer de manhã, mas hoje Sook se superou. Dei bom dia para todos e me sentei, as crianças já estavam quase terminando e eu nem tinha começado a comer.

- Lu você vai na minha apresentação né? - Shin era o menino mais doce que eu conhecia, os olhinhos dele brilhavam de ansiedade por causa de um musical que ele iria participar.

- Que apresentação? - quase que ele morre de susto achando que eu tinha esquecido.

- Você disse que ia.. não acredito que esqueceu - aquilo partiu meu coração levantei e peguei ele no colo dando um beijinho de esquimó.

- É claro que eu vou, estava brincando seu bobo. Acha que eu ia esquecer a apresentação do meu dongsaeng? Jamais.- Ele me abraçou forte e voltou ao seu lugar. Do seu lado tinha a pequena Yun- seo, ela era filha de Sook e uma gracinha.

Terminei de comer, escovei os dentes e fomos para escola. A do Shin ficava algumas quadras do meu colégio o que facilitava o trajeto. Ele se despediu e disse novamente para eu não esquecer sua peça.

A escola era enorme, uma das melhores de Seul e muito cara também. Mas o senhor que me acolherá tão bem em sua casa fazia questão que eu estudasse no mesmo lugar que ele um dia havia frequentado. Tinha dois prédios, o bloco 1 que ficava o ensino fundamental 1 e o bloco 2 aonde era o ensino médio.

Eu não tinha muitas amigas aqui, na verdade nenhuma, todas me olhavam torto e eu nem sabia porquê. Nunca tinha falado ou feito alguma pra qualquer uma delas, mas como eu disse o preconceito é uma coisa que eu realmente não entendo.
Fui pegar meu material, hoje as primeiras aulas eram de português e matemática, pra não ter que voltar no armário de novo já peguei tudo de uma vez e andei calmamente pelo corredor em direção a sala. Me sentei no mesmo lugar de sempre, que ficava na frente da mesa do professor, todos dos alunos se sentaram esperando o sr° Kim chegar.

- Quero os trabalhos em cima da minha mesa agora. Quem não fez coloque uma folha em branco com o nome escrito. Não quero saber de justificativas, não fez não fez. - Disse entrando e se sentando em sua cadeira.

Abri minha bolsa e peguei o trabalho que tinha demorado 2 semanas inteiras para fazer, acho que nunca pesquisei tanto para um trabalho que nem fiz para esse. Me estiquei e coloquei aonde ele tinha indicado com a mão. Vi algumas pessoas se levantarem para seguir as orientações, alguns só constavam o nome completo.
O resto das aulas de manhã estava sendo um saco, não vejo a hora de bater o sinal para o intervalo. Quando finalmente aquele som maravilhoso de liberdade soou eu não pude ficar mais feliz.
O pátio era enorme, como tudo naquela escola, me sentei em um lugar afastado e peguei o lanche que Sook tinha preparado para mim. Parei para observar os alunos e percebi que todos eram todos iguais, os mesmos assuntos, não se importavam com nada a não ser gastar os bilhões que seus pais possuíam em suas contas bancárias, alguns eu ate poderia dizer que eram um pouco menos esnobes porém são tudo farinha do mesmo saco. Estava tão perdida que não notei a sombra ao meu lado, só quando  tocou em meu braço percebi sua presença instintivamente puxei meu braço e me afastei, achei que meu coração ia sair pela boca, dei dois passou trás e olhei para criança parada na minha frente. Os olhos dela estavam curiosos, as mãozinhas para trás, fez uma leve referência de respeito por eu ser mais velha e começou o texto que provavelmente tinha decorado.

- Oi, meu nome é Min he. Seu nome é Luiza né? - Olhou para trás, mas não pude ver aonde ela olhava porquê lá tinha muitas árvores, quando seus olhos voltaram a me fitar e eu fiz que sim com a cabeça confirmando sua pergunta, a pequenina continuou suas falas- Você é do Brasil, tem a mesma que idade do meu irmão, estão na mesma sala e não se falam - ela tentava lembrar o resto o que a deixou mais fofa - a é.. Ele nunca falou com você mais te acha muito inteligente e não gosta do jeito que você é tratada aqui. Ele queria saber se você não quer ser amiguinha dele. - ela fez sinal e eu fiquei na sua altura - não conta pra ele que eu te disse isso, mas ele te acha muito bonita. Promete não contar? - Aqueles olhos estavam perfurando minha alma. Acenei com a cabeça e seus dentinhos ficaram a mostra.

Quando ela estava saindo apressada peguei seu braço claro que não apertei só queria que ela olhasse pra mim de novo.

- Você não me disse quem é seu irmão Min He. Não posso ser amiga dele sem saber quem é. - sorri

- Aah verdade...- Tapou os olhos com as pequenas mãos - Ele não queria que eu falasse com você sobre isso, mas eu não aguento mais ficar ele falando sobre isso e eu quero muito ajudar ele. Não posso falar quem é porque se não ele vai ficar muito muito muito bravo comigo!

Ela disse tudo tão rápido que  fiquei um pouco perdida. Tirei suas mãos que tapavam os olhos e ela estava quase chorando e nesse momento meu coração foi dilacerado. Coloquei minhas mãos em concha por cima das dela e olhei seria em seus olhos.

- Admiro muito você por isso! Seu oppa tem sorte de ter você como irmã. Sei que só quer ajudar então vamos fazer assim, você conta pra ele que conversou comigo e pergunta se pode ou não me dizer quem ele é. - Os suas órbitas negras brilhavam de expectativa - Se ele deixar você me contar talvez possamos conversar, se ele disser que não você me conta que ele não quer e esquecemos isso. Pode ser?

- Pode, agora eu tenho ir minhas aulas começam mais cedo e eu já perdi dois minutos do sinal.

- Vamos eu te levo e falo com seu professor.

O sorriso de Min He foi se abrindo cada vez mais enquanto andávamos nos corredores do seu bloco, as crianças olhavam pra ela com um certo respeito. Acho que não era sempre que alguém trazia um mais velho pra cá. Passamos pela direção e vi que tinha um garoto, que evidentemente não fazia parte daquele local, sentado no sofá mexendo no celular sem prestar muita atenção ao ser redor. A moça que ficava na recepção o chamou e ele olhou para mim e pra pequena segurando minha mão. Ela não andava mais estava parada encarando o garoto, que por sinal era muito (com ênfase no muito) bonito. Tinha os cabelos loiros beirando o branco, seu rosto era fino e o queixo levemente pontudo igaul ao nariz. Seus olhos se encontram com os meus e uma batalha se travava entre o preto e o castanho parcialmente verde, eu não mexi um músculo sequer me dando conta que ele era o irmão dela! Ele estava realmente na minha turma e eu não sabia nem seu nome e não fazia questão, o que sabia era sobre sua fama de bom jogador de basquete, eu acho que era isso.
Não devíamos o olhar nem por um segundo, ele se levantou e caminhou firme até parar na nossa frente, o corredor estava sem nenhum pequenino por conta do sinal que já tinha batido minutos antes, quando finalmente baixou o olhar para a pequenina que estava claramente se fazendo de desentendida percebi que o quanto estava bravo, levemente a empurrei para ficar atrás da minha perna, o instinto de protegê-la fez que minha mente se lembrasse de alguns anos atrás..

- Você - o garoto bravo apontou o dedo pra mim- e você - abaixou o dedo pra Min He- podem me explicar o que está acontecendo aqui? Por que saiu do seu pátio?  Não sei como vou conseguir confiar em você, nunca faz o que seu oppa diz! - passou a mão no rosto nervoso.

- Eu queria ir ver você - ela estava literalmente enrolada nas minhas pernas morrendo de vergonha da bronca que estava levando na minha frente. - eu não te achei e me perdi- que menina cara de pau tentei fazer minha cara de seria de novo para não dar suspeitas de sua mentira - Aí quando eu fiquei desesperada encontrei a Luiza, que é uma pessoa muito boa. - em cada palavra ela fazia um sim com a cabeça o que me fez sorrir.

Eu não tenho experiência com irmãos mais novos porém sei bem como é querer cuidar e proteger alguém de tudo e todos. O garoto em minha frente pareceu se acalmar e abaixou para ficar da altura da pequena e ela me soltou pulando no colo do irmão pedindo desculpas pelo que tinha feito. Já estava me sentindo intrometida naquela cena e fui me afastando como quem não quer nada,  aproveitando que os dois estavam entretido em uma conversa.

- Luíza espera...

A porta estava a alguns passos, eu simplesmente podia fingir que não tinha escutado e ir embora então lembrei que ele está na minha sala. Parei, dei meia volta com os pés quase me chocando com ele que vinha correndo, me esquivei e bati na parede.

- Que droga! 

Fazia tanto tempo que eu não falava português que fiquei mais surpresa que o garoto parado na frente, ele não estava suando mas puxava o ar com força.

- É e-u....- fez um minuto com o dedo indicador- Obrigada por ter trazido Min He até aqui.

Seria muita falta de educação não responder, as palavras de Sehun me dizendo que era feio não responder as pessoas invadiram minha mente e me dei por vencida. Minha cabeça estava latejando, muito contato corporal me estressa e Min He tinha ficado grudada na minha perna.

- Não foi nada.

Era tudo. O que o deixou um pouco frustrado, acho que ele queria algo mais tipo " ah não foi nada meu amorzinho eu faço qualquer coisa por você" o que ele provavelmente sabia é que eu não sou as projetos de ninfeta que ele pega.
Minha cabeça estava explodindo e ele ainda me olhava com aquela cara de  incrédulo aí sua feição mudou tanto que podia até parecer desapontado com alguma coisa, chutou o chão abaixando a cabeça fitando os pés.
Eu ainda o olhava e nossos olhos se encontraram novamente, não podia negar que ele era bonito o problema é que eu não estou com saco pra isso e não quero nenhum toque físico dele ou de qualquer outro homem ou pessoa, Min He era diferente, ela é uma criança inocente como todas as outras que estavam naquele bloco.

- Eu não penso isso de você sabe...- nota mental " sempre que alguém parar no meio de uma frase, não jogue a cabeça dela na parede" - eu sei o que você está pensando ago..

- Você lê mentes agora? Que maravilha!

- Posso terminar? - não tinha um pingo de raiva no seu tom pelo contrário era gentil - Ninguém lá faria isso por ela.. sabe ajudar, trazer até aqui e tudo mais.. ela gostou de você - sorriu fraco - se está me tratando assim porque já ouviu falar alguma coisa, esqueça por favor.

- Ok. Vamos temos aula de química e já estamos suficientemente atrasados.

Meus pés eram maravilhosos pra esse tipo de fuga rápida, nem vi se ele vinha trás de mim e sinceramente não me importava. Posso parecer sem educação, mas eu só não quero ser vazia igual todo esse povo cheio de dinheiro e vidas miseráveis de amor. Eles não sabiam o que era sofrer, duvido muito que tinham ido a um bairro um pouco mais inferior para ver como é não ter dinheiro o suficiente para comprar comida e pagar as contas.
Eu estava irritada e o barulho do tênis dele pioravam ainda mais minha dor de cabeça. Suas pernas eram muito mais longas que a minha o que facilitava seu andar rápido fazendo com que andássemos lado a lado.

Como esperado não nos deixaram entrar na sala, como eu era muito rebelde decidi que iria embora mais cedo. Passei na enfermaria e contei o tinha acontecido no bloco 1 e que eu estava muito mal, meu tio tinha me autorizado a sair sozinha pois não é toda hora que ele viria me buscar por conta de sua agenda corrida.

As ruas eram largas o que era bom para as demandas enormes de carros, tinha várias lojas de todos os tipos de coisas, o quê me chamou atenção foi uma cafeteria, a fachada não enorme como dos outros comércios, tinha uma placa mediana em vermelho escrito em branco
"Cafeteria da nonna", as paredes não eram pintadas, no lugar da tinta havia pequenos tijolinhos à vista. Pregado na porta havia um papel sulfite que se destacava em meio a escuridão dos vidros.

"Precisamos de atendente!
Interassados entrar e falar com a omma"

Eu já tinha um trabalho com meu tio, mas foi ele que me deu, então o mérito não era meu. Queria conseguir um emprego sozinha e ali estava minha e até então única oportunidade de conseguir! Abri a porta e ouvi o sininho tocar em cima da minha cabeça, o lugar era mais aconchegante e fofo do que eu poderia esperar. Tinha sofás brancos envoltas das mesas redondas e pra quem queria mais privacidade tinha mais mesas no fundo que eram quadradas. A bancada de mármore era grande e muito limpa, uma moça um pouco mais velha que eu sorria atrás da máquina registradora.

- Olá, posso ajudar em alguma coisa?

- Eu vi o papel lá fora e vi que precisam de atendente..

- A que maravilha, eu já volto! Omma vem cá- saiu gritando e entrando em uma portinha no fundo.

Não tinha muitas coisas para observar aqui a não ser a quantidade insana de doces, tinha de tudo! A decoração dos bolos era digna de chefe o que me impressionou muito. As tortas pareciam macias e suculentas, se eu não conseguisse o emprego pelo menos tinha achado um lugar onde comprar doces. A torta de maçã e morango parecia realmente MUITO gostosa, procurei na mochila minha carteira e estava lá graças aos deuses, nunca saia com dinheiro o que claramente era um erro. Estava babando tanto na torta que não notei quando a mocinha voltou.

- Voltei a omma já esta vindo. Quer alguma coisa?- meus olhos provavelmente estavam brilhando depois daquelas palavra fiz que sim e ela foi indo em direção a torta e sorrindo.

- A de maçã e morango, por favor - voltei meus olhos pra ela que ainda sorria de orelha a orelha.

- Boa escolha, se quiser se sentar fique à vontade. - acenou pra um mesinha que estava perto. - quer café do que?

- Como assim? - não existia só um café?

- Aqui fazemos rodízio de cafés todas as quartas e sextas, existe uma variedade enorme que eu terei o prazer de te contar sobre todas.

O sorriso dela era tão contagiante que comecei a sorrir junto e quando vi a torta sendo servida no prato fiquei ainda mais feliz. Uma senhora gorducha e muito fofa que usava um vestido de flores amarelas, os cabelos brancos e bochecha rosada apareceu sorrindo.

- Bom dia criança - como eu tinha aprendido as tradições antigas me levantei e fiz uma leva reverência para a senhora mais velha - Então está interessada na vaga? - fiz que sim e me sentei novamente - Já trabalhou com alguma coisa antes?

- Sim, com meu tio na empresa dele. Eu cuidava dos papéis e tudo, era secretária.

- E por que saiu? Me desculpe a intromissão, mas sabe como é..- ela rio.

- Bom, quando eu vim pra cá ele que conseguiu o emprego pra mim - eu estava envergonhada de não ter conseguido sozinha, aquela senhora era tão dona de si e de um negócio que ela comandava e eu não conseguia arrumar um emprego sozinha - só que eu meio que quero arrumar alguma coisa por conta própria sabe? Com minha força de vontade e tudo...

O sorriso que já era grande se abriu mais ainda, ela olhou para a garota que tinha me atendido e fez um sim com a cabeça e um sinal para que se sentasse na mesa junto comigo.

- Explique pra nossa nova funcionária tudo que precise saber.

O quê? COMO ASSIM? Ela nem tinha perguntado meu nome é já tinha me dado o emprego? A garota estava mais perdida do que eu porém não questiono a mais velha. Só assentiu e me olhou com aqueles olhos pequenos e azuis.

- Quase me esqueci, como é seu nome querida? - os olhos bondosos e o sorriso ainda estavam ali.

- Luiza.

- Bem vinda Luiza! Tire suas dúvidas com Yun seo e combine só horários por causa da escola. Eu tenho que terminar a torta que esta no forno, se me da licença - ela já tinha ido embora antes mesmo de eu dizer tchau.

Yun ainda me olhava então começamos a falar sobre os cafés enquanto eu comia, descobri que era muito mais fácil fazer os que vinha da máquina, mas alguns tínhamos que fazer do modo antigo. Esses são mais caros e dependendo de quantos a pessoa quiser, ganha um pedaço de torta do seu agrado.
O horário que combinamos foi depois que eu saísse da escola, 12:30, iria entrar 13:30 de segunda, quarta e sexta e ia sair às 19:00. Terça e quinta como saía 14:00, entraria as 14:30 iria até as 21:00. Sábado era das 08:00 às 17:00.
Eu não me aguentava de felicidade, Yun era uma menina doce e gentil, me explicou e me mostrou tudo. Ficamos conversando sobre várias coisas e descobri que tínhamos muita coisa em comum. Ela também não era daqui o que me deixou "aliviada", me contou como conheceu a omma e que até hoje não sabia seu nome de verdade.

- Ela é assim mesmo, doidinha de tudo. Quando me contratou foi espontânea igual fez com você. Ela vê dentro das pessoas, muitas meninas passaram por aqui Luiza e não conseguiram o emprego... - os olhos dela perfuraram os meus.

Eu nem tinha visto o tempo passar, já estava quase na hora da apresentação do meu pequeno Shin e eu não tinha notado.

- Yun agradeço muito de verdade, mas eu tenho que ir na apresentação do meu dongsaeng e se eu não for ele me mata. - disse rindo

- Até amanhã. - disse e sai porta a fora.

O que não me saia da cabeça era: como eu iria contar pro meu tio que simplesmente estava deixando de trabalhar com ele para trabalhar outro lugar?

Já era 12:00 quando cheguei na escola de Shin, estava lotado de pais e familiares, fui para o lugar aonde tínhamos combinado de nos encontrar antes de ele entrar.
O pequeno estava de costas para a porta e quando se virou e me viu saiu correndo para me abraçar, me curvei segundos antes para ele pular em meu colo.

- Você veio! - me deu dois selares nas bochechas, pois suas mãozinhas em cada canto do meu rosto e virou meus olhos para olhar nos dele - você está diferente, o que aconteceu?

- Nada Shin, eu só estou feliz. - o coloquei no chão de volta indo com ele para a porta dos fundos da onde saiu - vou estar lá, vendo você. Boa sorte - dei um selar na sua testa e ele entrou correndo pra falar com a professora.

Fiz meu caminho para achar o lugar marcado no ingresso, ficava perto do palco e dava pra ver bem, o que me fez agradecer mentalmente Sook por ter pegado aquela cadeira, eu uso óculos e não vejo muito bem sem eles, fiz a proeza de quebrar enquanto brincava com Shin e minha nova armação iria chegar sexta feira, o que me fazia ficar 3 dias tentando usar lentes de contato. Eu não gostava, mas sempre ia pra escola com elas, já era bom o suficiente ser morena, baixa e rechonchuda. Eu não era gorda, mas perto daquelas meninas eu parecia um porco de natal.
As lentes estavam me incomodando, normalmente essa hora eu já tirei e coloquei os óculos, mas tudo bem, vamos fazer o que né?

Percebi que eram duas escolas, a do Shin e a do fundamental Seul, que por acaso era a mesma escola que eu estudava. Os murmúrios estava abaixando, as pessoas já estavam em seus devidos lugares, a poltrona do meu lado estava vazia, mas não por muito tempo.
Não conseguia parar de olhar para a cortina, com certeza Shin estava mais calmo que eu naquela hora, ele ensaiou tanto e não me deixava ver nem um pedacinho do ia fazer. Senti quando um joelho roçou os meus e cruzei a perna para evitar tal contato novamente.

- Desculpa foi sem querer. - a sua voz saiu baixa e calma

Mas que diabos aquele garoto estava fazendo ali?



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