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História Fighting - Capítulo 5


Escrita por: Monikemoraes

Capítulo 5 - Capítulo 5


Me arrumei na cadeira e quis morrer quando ele voltou a falar comigo.

- Min He não me disse que outra escola iria se apresentar com ela. Quem você veio ver? - ele só estava sendo simpático e eu tinha educação, engoli todos os palavrões que brotavam na minha mente e respirei fundo.

- Meu dongsaeng. Ele não é da Seul. - ok isso não foi tão mal, a psicóloga sempre me dizia "converse com as pessoas" e bla bla bla.

- Entendi, seu pais também moram com você? Ou só você e seu irmão? - meu olhos foram de encontro com os seus. Ele parecia ingênuo e curioso, igual quando Min He tinha ido falar comigo.

- Não -  minhas mãos pareciam mais interessantes que o normal. - É complicado, ele não é irmão de sangue, só moramos na mesma casa.

Eu tinha saudades dos meus pais e do resto de toda minha família, mas tem oportunidades que são únicas na nossa vida. Passei o dedo em uma lágrima teimosa que insistia em cair, sorri fraco e o olhei de novo, odiava mostrar fraqueza na frente das pessoas, mas quando se tratava da minha família eu ficava muito mal.

- Como eu sou idiota, não devia ficar perguntando essas coisas, me desculpe. - ele sussurrou pois as luzes estavam apagando e a peça iria começar. - A propósito meu nome é Jun seo.

- Sou a Luiza.

As luzes da nossa fileira se apagaram e assim foi suscetivamente até que eu não pude ver nem minhas mãos. Meu coração acelerou, agarrei os braços da cadeira, não percebi que na verdade um braço era de Jun Seo, eu precisava de ar, precisava sair dali, precisava de luz. Minhas unhas cravaram sua pele e o ouvi gemer de dor, meus olhos se encheram de lágrimas e então a falta de ar começou. Eu estava surtando, em um teatro cheio de gente, fazendo o garoto do meu lado sangrar e eu não conseguia ver absolutamente nada.

- Luiza.. meu braço - Jun se segurava pra não falar alto ou ser rude - O que está acontecendo?

Sua mão direita tocou meus dedos e eu comecei a chorar, senti quando entrelaçou seus dedos nos meus, eu não queria machuca-lo mas ele estava tão perto. Seu polegar fazia movimentos circulares na minha mão tentando me acalmar.

- Presta atenção na minha voz Luiza. - como ele conseguia ficar calmo em uma situação dessas? - Eu também tinha medo de escuro, está tudo bem ok? Daqui a pouco as luzes do palco vão se ascender e vai ficar tudo bem.

- E-u..... não consigo... respirar. - Eu tinha asma, o que era uma desculpa pra toda aquela situação. - Minha bombinha...

Seus dedos abandoram os meus e percebi que ele procurava em baixo dos assentos, que normalmente tinha lugar para por as bolsas etc.
O palco se iluminou, seu rosto estava a centímetros do meu, sua respiração estava entrecortada. Ele pegou minha bolsa e nem pediu pra abrir, foi logo procurando.
Quando vi que tinha achado meus dedos arrancaram o objeto da sua mão arrancando a tampa de proteção, o remédio acalmou meu coração, senti o ar novamente em meus pulmões, minhas costas se chocaram com a cadeira e fechei meus olhos.

- Obrigada... de verdade. - Não tinha como agradecer, eu não iria conseguir achar a bolsa se ele não estivesse do meu lado.

Eu não gostar muito das pessoas, não significa que algumas não sejam boas. Apesar de repudiar muito contato e ficar nervosa com isso, ele não tinha culpa. Seu braço estava com marcas de unhas profundas, senti que ia chorar de novo olhando pro que eu tinha feito pra alguém que só estava tentando me ajudar.

- Ei - ele tentou me tocar no braço e eu me esquivei - tudo bem, você estava passando mal. Não tem problema, isso não é nada - disse apontando pros machucados. - você está melhor?

- Sim - foi quase inaudível.

- Ja vai começar.. -Não nos olhamos mais

A peça se chamava " O tigre das montanhas Kumgang" e Shin fazia o papel do filho e por mais irônico que seja Min He era a princesa que estava presa com ele dentro do tigre.
Era tão bonitinho como todos eles faziam as cenas, Shin não esqueceu nenhuma fala, o que me deixou muito orgulhosa do meu pequenino.
Quando terminou as palmas invadiram todos dos cantos do teatro, meus olhos estavam marejados de emoção. Sook não pode ir pois estava em um conferência com meu tio, mas tenho certeza que ela ficaria mais orgulhosa ainda de seu filho.
Todas as luzes se ascenderam novamente e algumas pessoas já se retiravam do local. Eu não queria ter uma dívida com ninguém então chamei Jun seo antes que ele fosse embora.

- Vou ser breve - alguns fios loiros caiam no seu olho o que me distraiu por alguns segundos. - Você me agradeceu por ter levado sua irmã pra escola mais cedo, pense no que aconteceu como um pagamento estamos quites, ok?

- Eu realmente não sei o que ouviu sobre mim e não quero saber. - seu tom era calmo - Mas peço de verdade que esqueça, o que aconteceu foi que você teve uma crise de asma, só isso. Não precisa se culpar tanto assim, não vou comentar com ninguém, até porque não tem nada o que falar.

- Tudo bem, vamos temos que ver os pequenos - estava tudo bem.. por enquanto.

Quando Shin me achou no meio da multidão, veio correndo e abraçou minhas pernas, o peguei no colo colocando um selar em sua bochecha que estava vermelha de vergonha e lhe dando um beijinho de esquimó, suas mãozinhas estavam em cada lado do meu rosto como ele tinha costume de fazer.

- Você gostou nonna?

- Se eu gostei? Deixa eu ver - olhei pra cima fazendo cara de quem estava pensativa.

- Nonna não faz isso - ele revirou os olhos e cruzou os braços - Estou falando sério.

- Nossa que homenzinho você esta ficando Shin - ele não era pesado, mas meus braços estavam doendo então o voltei pro chão - Eu amei! Você me surpreendeu e muito. Valeu a pena esperar pra ver você atuando tão bem.

Seu olhinhos brilharam de alegria então percebi que Jun estava nos observando, Min falava com algumas amiguinhas ao seu lado.

- Ela é tão bonita, não é nonna? - Shin tinha 6 anos e Min He 5. - Vou te apresentar.

Ele praticamente me arrastou pra falar com a menina que estava em um vestido rosa claro muito bonito que combinava com sua pele e seus cabelos pretos que estava preso em duas trancinhas. Sorri pro garoto mais alto parado na nosso frente e ele retribuiu, talvez pudéssemos ser colegas afinal.

- Min He - a miniatura de mulher olhou pro meu pequeno homenzinho e veio toda saltitante nos cumprimentar.

- Luiza eu não sabia que você estava aqui. Não acha que Shin foi ótimo?

Era coisa da minha cabeça ou aqueles dois estavam apaixonadinhos? Jun só observava com uma cara de poucos amigos, será que estava com ciúmes da irmã caçula?

- Sim ele foi e você também, fiquei orgulhosa dos dois. Shin por que não vai arrumar suas coisas para irmos embora? No final de semana vamos fazer um passeio lembra? E você não arrumou suas coisas ainda.

- Min He também já estamos indo, pegue suas coisas.

Os dois saíram de mãos dadas em direção ao camarim e sumiram porta a dentro.

- Não seja tão rude com ela Jun seo, são apenas crianças inocentes. - o repreendi por estar enciumado.

- Ela é minha irmã, tenho que cuidar e proteger - cruzou os braços e me encarou.

- Eu sei, só que você não precisa se preocupar com isso, daqui a pouco passa.

- Vocês são bem próximos né?

- Sim, Shin é praticamente a única coisa que me faz sorrir quando estou chateada. Ele sente quando alguém não está bem sabe? - ele balançou a cabeça concordando.

- Min é assim também, não sei como essas crianças podem sentir e cuidar tão bem de nós que somos mais velho - rio soprado.

Shin em poucos minutos estava parado junto com sua nova namoradinha ao meu lado, segurando sua mochila e a dela e vi Jun revirando os olhos.

- Vamos indo, de tchau a sua amiga e entregue suas coisas.

Ele obedeceu e fez um reverência pra Jun em respeito. Me despedi de ambos e saímos do teatro de mãos dadas, Sehun esperava na porta e quando nos viu chegar desceu e abriu as portas.

- Boa tarde Luiza. Senhor Shin - acenou com a cabeça para o pequeno no banco de trás.

- Sehun preciso falar com você. - ele entendeu e fechou o vidro que dava acesso ao bancos da frente do carro.

- Pode falar.. - voltou seus olhos para a rua.

- Eu arrumei um emprego - tapei meus olhos com as mãos.

- Não entendi... você não trabalha com senhor Sun?

- Sim e esse é o problema, eu não sei como dizer que não vou mais ser sua "secretária". Ele acha que eu sou boba, eu sei que ele não precisa de mim, só me deu o serviço pra poder me dar dinheiro sem eu reclamar...

- A senhorita precisa ser sincera com seu tio, provavelmente ele fique chateado por não ter você mais por perto, mas sei que ficará feliz com sua atitude. - ele sorria.

- Obrigado Sehun, vou tem não deixa-lo chateado.

- E eu posso saber a onde você vai trabalhar? - sua animação me animou.

- É em uma cafeteria perto da escola. Quando estava indo pra escola do Shin ver a peça passei na frente e estava com um papel falando que precisava de atendente, entrei e falei com a dona e ela me deu o emprego.

- Assim do nada? - ele riu- queria que no meu tempo fosse fácil assim.

Fomos o resto do caminho em silêncio, o pequeno no banco de trás ja estava dormindo. Os portões se abriram e vi que meu tio plantava mais algumas flores no começo do jardim exótico dele.

- Pode me deixar aqui por favor Sehun? - Ele parou o carro e eu desci, antes de ir embora me estiquei dentro do carro pra pegar minha bolsa que está no bando do trás. - Pode deixar ele dormindo, depois eu pego ele ok?

- Se você prefere assim..

Peguei minha bolsa e tirei alguns fios de cabelo que caia no olho de Shin. Dei tchau pro Sehun e fiz meu caminho ate o senhor que estava entretido falado com suas plantas.

- Tio?- ele não me escutou, me aproximei mais um pouco - Tio?

- Olá minha pequenina - se virou e me olhou sorrindo, mesmo que eu fosse centímetros menor ele sempre me chamava assim. - Como foi a escola?

- Foi legal.. - eu contava tudo pra ele- Um garoto da minha sala falou comigo, por causa da sua irmã caçula..

- Um garoto?-  tirou sua atenção da plantinha que cuidava e me olhou intrigado. - Qual sua família?

- A tio não é nada disso ok? - o empurrei de leve no braço - Te conto se prometer ficar quieto ate o final.

- Prometo, agora me conta logo menina.

Se você queria deixar ele se coçando de curiosidade era só dizer que tinha algo pra contar. Disse tudo, só não sei tanta ênfase na parte do ataque de asma para não deixa-lo preocupado.

- Ele se preocupa com você - disse pensativo- Talvez devesse deixa-lo se aproximar.. quem sabe, ser mais que amigo - e imitou uma garotinha apaixonada piscando os cílios.

- Tem outra coisa... - baixei o olhar para minhas mãos - eu meio que tenho um emprego agora.

- Como assim? - ele me olhava curioso

- A tio não quero ser ingrata nem nada disso, sabe que sou muito grata por tudo que você faz e me dá. Vir pra cá foi uma das melhores coisas que me aconteceu e eu te amo muito - peguei suas mãos, não ligava se estavam sujas de terra e o olhei nos olhos e contei em detalhes como tinha acontecido

Ele prestou atenção em cada palavra que eu dizia, algumas vezes concordava e sorria. Quando terminei de contar dizendo iria amanhã arrumar as coisas de contrato e uniforme e que começaria segunda seu semblante voltou a ser tranquilo e seus olhos compreensivos.

- Ainda bem que vai ser só segunda, tenho uma surpresa pra você na nossa viagem até o Japão. - um sorriso travesso brotou nos cantos de sua boca.

- A tio me conta por favor - implorei fazendo carinha de triste.

- Não!

Me deixou plantada lá falando sozinha e foi cuidar das sua flores. Fiquei indignada com tal ação, ele não ia me contar e eu odiava surpresas. Fiz meu caminho para a entrada da casa e me lembrei de pegar o Shin, o carro estava parado na frente do jafariz, abri a porta e sorri quando vi que ele dormia todo encolhido enrolado na minha blusa de frio.
O peguei com cuidado, não queria acorda-lo, seus olhinhos se abriram um pouco.

- Shhh pode dormir. - lentamente foi fechando novamente e não pude mais ver as pequenas orbitas castanhas.

Subi as escadas e fui para seu quarto coloca-lo na cama. Sook me viu subir e veio logo em seguida ver o filho que dormia tranquilamente em volta das cobertas, queria saber como tinha sido a apresentação e se desculpou comigo por não ter ido. Saímos do quarto para não fazer barulho, ela foi fazer seu trabalho e eu me enfiei no quarto.

Refiz todas as lições que tinha feito na escola e fui tomar um banho quente para ir jantar e depois dormir.
A água ardia um pouco na minha pele, mas eu gostava dessa sensação, minha cabeça tombou pro lado querendo mais contato, meus cabelos estavam compridos e já cobriam mais da metade de minhas costas. Lavei o cabelo e sai do banheiro indo pegar alguma coisa confortável e quentinha para colocar.
Desci a escada já sentindo o cheiro de carne assada e arroz, fechei os olhos lembrei de quando morava com a minha mãe, meu coração apertou, algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Tratei de colocar um sorriso no rosto e ir pra cozinha, estava morrendo de fome e parecia estar delicioso.

- Senta do meu lado Luiza! - Eu adorava aquele menino, me sentei ao seu lado como havia me pedido.

Alguns comiam em suas casas, que ficava no mesmo terreno que a "casa grande" como era chamada a mansão. Eu só lembro das aulas de história quando estudava a parte de escravidão no Brasil.
Comemos em silêncio como de costume, eu estava com muito sono e a única coisa que eu queria era estar jogada dormindo na minha cama, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Sehun dizendo que eu não queria ir hoje para o rio, ele não me questionou só disse que amanhã nós falávamos e fim.

Todos já haviam se recolhido para seus quartos e suas casas, menos eu. A noite estava fria o que me fez querer um chocolate quente e lá sentada no balanço toda embrulhada em uma manta, caneca quente nas mãos olhando pro jafariz e o jardim enorme que trazia tanta paz e harmonia aquele lar.
Me deixei viajar em meus pensamentos, durante toda minha estadia em Seul não tinha feito amigos ou falado com alguém que não fosse daquela casa, hoje tinha sido no mínimo interessante e um grande avanço pra mim. Eu ainda tinha medo, mas eu percebi depois de anos de terapia que o medo é seu pior inimigo.

Acordei com o Sol nascendo e uma dor horrível nas costas, me lembrei que hoje era quinta e ainda tinha aula, corri pro quarto pra poder tomar banho e trocar de roupa. Fiz tudo tão rápido que nem pude acreditar, quando estava colocando as lentes de contato já sentia o cheiro de café sendo passado.
Eu não estava com fome por isso só peguei uma maçã pequena pra comer depois, como era quinta feira às crianças entravam mais tarde na escola. Peguei minha mochila e sai porta a fora, atrasada de novo.

Sehun sabia que de manhã eu não era muito de conversar então apenas fez um  sinal positivo com a cabeça e entrou no carro e fomos em silêncio até a entrada da escola, quando ele parou o carro me virei e o olhei.

- Não precisa vir me buscar ok? Vou passar na cafeteria e depois posso ir andando.

- Tudo bem Luiza, se precisar de alguma coisa é só ligar.

Peguei minhas coisas e sai do carro adentrando aqueles portões enormes, nos primeiros dias eu tinha medo de me perder naqueles corredores, mas agora já tinha me acostumado. Meu armário era em um dos primeiros perto da porta o que com certeza tinha facilitado minha localização.
Nem terminei de pegar minhas coisas e ouvi aquela voz fina e irritante, será que ela não se cansava?

- Bom dia aberração - continuei pegando meus cadernos de todas as aulas que teria no dia - Estou falando com você - seu salto fazia um barulho irritante em contato com o piso - Só um aviso se chegar perto do meu namorado de novo eu vou arrancar cada fio do seu cabelo com minhas próprias unhas.

Me virei olhando diretamente pra figura parada igual idiota na minha frente, seus braços estavam cruzados e seu salto ainda batia freneticamente no chão, lhe dei o melhor sorriso amarelo que consegui.

- Bom dia pra você também vadia - fechei meu armário e sai andando. Ouvi seus grunhidos de raiva e aquele barulho dos seus sapatos andarem rápido na direção oposta da qual eu estava indo.

O dia passou muito rápido, notei que  Jun seo não tinha ido a escola hoje porém nem me preocupei, afinal não era da minha conta. Depois do almoço ainda tinha duas aulas de química que a cada 5 minutos parecia que já tinha se passado uma hora.
Ainda faltava 30 minutos para o sinal tocar e eu precisava ir ao banheiro.
Me levantei e andei até a mesa da professora que tinha uns 38 anos, era bem alta e elegante, seus cabelos estavam presos em um coque sem nenhum fio solto, seus olhos eram bondosos, o rosto fino como praticamente de todos naquela escola. Sua roupa era chique, nem que eu vendesse todos meus vestidos poderia comprar a saia que usava, a camisa de seda branca tinha botões dourados que combinava com seus acessórios.

- Pois não sr° Motta? - sua voz era baixa e gentil - No que posso ajudar?

- É que eu preciso ir no banheiro professora - provavelmente estava vermelha, pois ela riu e só fez sinal para que eu saísse. Estava quase saindo e a ouvi dizer:

- Não demore Luiza - andei mais rápido e fechei a porta.

Praticamente corri pro banheiro que ficava no andar de cima, fazer xixi era libertador, ouvi quando algumas meninas do primeiro ano entraram dando pulinhos de alegria, falavam coisas que eu não entendi muito bem. Sai e fui lavas as mãos, elas não pararam o assunto porque eu estava lá. Eram cinco meninas, duas loiras, uma morena, a outra tinha os cabelos coloridos de verde e azul e a última era ruiva.

- Eu nem acredito que meu pai vai deixar eu ir. Eles são tão lindos - Uma das loiras disse.

- Ainda bem, ja pensou se todas fôssemos e você ficasse? Eu não iria me perdoar - a ruiva era tão falsa que até me deu enjôo.

- Tomara que o Jimin olhe pra mim - elas estavam falando daquele grupo de garotos que cantava, eu sabia pois também era "fã" digamos assim - Vou pintar meu cabelo da cor que o Suga pintar - a outra loira contava pras amigas que sorriam em aprovação.

A morena foi a única que me notou, me lançou um sorriso sincero e seus olhos sumiram, sorri de volta indo pra saída. Sem querer vê a capa de bloqueio do celular de uma das meninas, um garoto alto usando calças pretas, blusa de frio também pretas e uma máscara da mesma cor que as outras e pensei que já tinha visto uma pessoa muito parecida usando praticamente as mesmas peças, mas isso era quase impossível.

- Você é a Luiza não é? - a morena tinha me seguido até o corredor. - A que veio do Brasil...

- Sou sim, por que? - não fui grossa, mas ela deu alguns passos pra trás por isso sorri de novo e ela relaxou.

- Eu só queria saber se lá é tão bonito quanto todos dizem.. meu pai vai dar uma viagem de presente sabe? - era tão bonitinho como ela estava envergonhada e olhava pro chão.

- Hum.. não sei - dei risada, eu realmente não sabia o que era ganhar uma viagem pra outro país só porque estava fazendo aniversário - Mas é muito bonito sim, tem alguns lugares que você olha e não da pra acreditar que é real sabe? - Ela estava me olhando agora, seus olhos curiosos prestava atenção em cada palavra. - Eu tenho que voltar pra aula..

- Claro e meu nome Yang Mi, ate mais- ela voltou pro banheiro e eu fui pra sala.

O resto da aula continuou chata, o sinal bateu e fui direto pro meu armário. Hoje iria passar pra pegar meu cartão e a blusa de uniforme da cafeteria, ja tinha passado meus dados pra Sun Hee e ela me disse para pegar hoje o crachá de identificação do estabelecimento.
Uma brisa leve batia em meus cabelos soltos, coloquei o casaco que sempre deixava na bolsa pra ocasiões como essa. Era perto da escola então não tive que andar muito, entrei no aconchegante estabelecimento absorvendo o cheiro de café misturado com doces que emanava.
Sun me cumprimentou e entrou dizendo que iria buscar minhas coisas.

Hoje eu não estava com cabeça pra nada então simplesmente peguei e disse que tinha um compromisso de última hora e que precisava ir embora, percebi que ela tinha ficado chateada de não ficar conversando como fizemos ontem, mas eu não iria conseguir ser gentil e amigável por muito tempo.
Andei o mais de devagar que pude, tentando ao máximo não interferir no fluxo de pessoas que andava rápido pelas calçadas. Cheguei em casa e subi pro quarto, meus olhos já estavam começando a coçar por causa da lente, ainda bem que meus óculos vão chegar amanhã. As tirei e coloquei no potinho adequado, troquei meu uniforme por uma blusa larga e shorts de algodão. Não iria jantar então só me joguei na cama e esqueci de todas as lições que tinha fazer e me deixei levar pelo cansaço, mesmo temendo alguns pesadelos.


Notas Finais




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