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História Fighting - Capítulo 8


Escrita por: Monikemoraes

Capítulo 8 - Capítulo 8


Minha cabeça doía, mais precisamente na nuca. Queria abrir os olhos, mas a luz forte me impediu, senti que estava coberta com uma coberta fina, um calor passava entre meu braço e voltava a minha mão. A sensação era reconfortante, eu sabia quem estava ali, nem precisei olhar pro lado pra ver seu rosto.

- O que você está fazendo aqui? - ele segurou minha mão por cima do lençol apertou levemente ao ouvir a minha pergunta.

- Como você está se sentindo? - seu tom era brincalhão e divertido - Você demorou pra acordar, estava ficando preocupado..

- Droga.. - agora minha mente processou tudo o que tinha acontecido, desmaiar no meio da sala.. o que tinha acontecido comigo?

- Eu te levei pra enfermaria, mas você não acordou - sua voz de desespero fez meu coração doer, ele realmente se importava.. - Eu não sabia o que fazer, a enfermeira ligou pro hospital e bom não iria te deixar sozinha..

Finalmente olhei em seus olhos, estavam vermelhos e inchados. Ele havia chorado a pouco tempo, mas porquê?

- O que foi? - tentei me sentar na cama que não era nada confortável e suas mãos tocaram meu ombro me forçando a deitar novamente.

Eu já estava me acostumando com seu toque e me espantei o quão rápido ele tirou suas mãos do contato com a minha pele.

- Desculpa.. - o que caralhos estava acontecendo com ele?

- O que foi? Por que seus olhos estão vermelhos? E por que pediu desculpas por ter encostado em mim?

Deixei passar que ele não tocava diretamente na minha pele, só por cima do lençol. Mas eu tinha notado agora e desconfiava o porquê dele fazer isso.

- Onde está meu tio? - fechei meus olhos já esperando a resposta, quando os abri Jun estava de cabeça baixa e sua voz quase inaudível.

- Ele me deixou ficar aqui dentro com você.. está no corredor.

Claro que estava... Sun hee não sabia sobre todos os meus problemas, mas conhecia a maioria, o de toque era um deles.

- O que ele te disse? -olhei a parede fixamente.

- Luiza, deixa isso pra lá..

- Jun seo por favor - ele não estava mais com as mãos em cima das minhas, seus dedos afundaram em seu jeans e ali permaneceram.

- Eu disse o que tinha acontecido e ele só me disse que você não lida muito bem com toques e - se moveu pra parede ficando de costas pra mim - eu não sei se posso tocar em você.. sabe eu não sabia e você nunca disse nada. E teve aquele dia no teatro...

- Eu não ligo muito, estou me acostumando com isso.. quer dizer com você e tudo mais.

Eu queria que Jun olhasse nos meus olhos, queria que ele falasse alguma coisa, que ele se virasse e me lançasse um sorriso como fez outras vezes.. Mas ele simplesmente não aguentaria conviver com uma pessoa assim, com problemas, que tinha surtos e entrava em pânico a qualquer momento. Porém com todos esses motivos eu só queria que ele ficasse.. pelo menos uma vez eu desejei que alguém ficasse.

- Eu sinto muito..

Fitei suas costas enquanto andava em direção a porta, olhei seus dedos e por uma fração de segundo pensei que o garoto loiro de sorriso doce iria se virar e me atormentar novamente, dizendo que foi tudo um mal entendido, que ainda queria ser meu amigo.. contudo ele segurou fortemente a maçaneta, pensei que fosse chorar afinal a única pessoa que deixei entrar estava simplesmente abrindo a porta e indo embora, pra nunca mais voltar.

- A gente se vê.. - Ele havia se virado, a derrota de batalhas travadas outrora com os mesmos olhos castanhos esverdeados, estava estampada nas suas pupilas.

- A gente se vê....- uma afirmação com a cabeça foi tudo que eu consigui fazer enquanto via aquela porta branca sendo fechada.

Não sei quanto tempo demorou pro meu tio entrar, não sei quanto tempo ele  demorou parado ao lado da minha cama sem dizer nada, uma enfermeira magrela e feia veio trocar meu soro, percebi que o mais velho perguntou alguma coisa pra ela, mas não me importei muito. Eu estava vagando em meus pensamentos, tinha desligado todo e qualquer tipo de interação que poderia ter com alguém e por mais que soubesse que era errado eu não podia controlar. Não chorei, por causa dele, não chorei por estar com dor física e sim emocional, com poucos dias ele entrou, com poucos dias ele me tocou, com poucos dias, eu me fodi.

- Ainda vamos pro Japão? - minha voz estava sem emoção o que deixou ele meio apreensivo de falar comigo.

- Se você não estiver se sentindo bem pode ficar, mas eu tenho uma reunião..

-Eu vou, mas eu quero saber qual é a surpresa! - seus olhos se iluminaram com a minha pequena curiosidade e por fim decidiu me contar.

- Você vai conhecer aqueles garotos que você tanto gosta. Eles faram um show e eu já comprei os melhores lugares e bom... eu tenho alguns contatos - que modesto, ele só era o maior importador de material reciclável da Ásia - Eles vão estar livre por um tempo depois de se apresentar com isso, você irá falar com eles.

- Óó... Eu realmente não esperava por isso.. - dei um leve sorriso pra não deixa-lo chateado.

- Temos que esperar o médico... - ele me olhava com dó- espera aí...

Digitou alguma coisa no celular e o levou ao ouvido, saiu da sala e demorou poucos minutos. Voltou com o médico ao seu lado, conversando como se fossem velhos amigos.

- Como está se sentindo Luiza? - o médico usava um jaleco branco (ava), era alto, tinha os cabelos grisalhos e me pareceu ser muito gentil.

- Bem - menti- eu só quero ir pra casa - isso era verdade.

- Tudo bem, você pode ir com uma condição. - deu uma pausa que era pra ser dramática, mas na verdade só me passou tédio - Amanhã irá se comportar.

Que? Como ele sabia que eu iria viajar?
Com certeza meu tio tinha pedido um alvará pra minha pequena viagem do final de semana.

- Claro - sorri pra ser gentil.

Os dois homens saíram me deixando sozinha no quarto branco e gelado, sentei na cama e senti uma tontura fraca por estar deitada totalmente reta.
Me acostumei com a nova posição e decidi que não iria me abalar, não por pouco coisa. Do mesmo jeito que ele foi embora sem se importar, eu também iria.

A volta pra casa estava tranquila, já anoitecia e faltava poucas horas pra pegarmos o vôo. Ninguém me perguntou absolutamente nada dentro de casa, nem as crianças.
Eu não iria jantar então pedi licença pros mais velhos que estava na sala e subi pro meu quarto, precisava descansar porque amanhã seria um dia cansativo.

- Luiza? Acorda vamos sair daqui a pouco.

Shin não se atreveu a entra no meu quarto pulando em cima da cama, só ficou na porta esperando eu lhe dar alguma resposta.

- Ok, ja vou. - joguei as cobertas no chão e vi a porta sendo fechada.

Minhas malas já estavam prontas e eu não iria precisar de muita coisa, só escolhi uma roupa um pouco mais "arrumadinha" pra ir pro show.

A ida ao aeroporto foi tranquila e ninguém falou nada, o que me deixou muito sossegada.
O jatinho esperava por nós, senti um frio na barriga e um certo desconforto, fazia muito tempo que eu não andava em nada que não fosse carro.

Quando entrei levei um choque, nem que eu vendesse minha alma iria dar o valor daquilo.
O interior era de couro branco, os assentos largos, uma mesa na frente tipo as da cafeteria, só que muito mais caro e tinha até um sofá com várias almofadas fofinhas e bem passadas. Pude ver que mais pro fundo tinha um quarto com a porta aberta e uma cama de casal enorme. E na outra extremidade uma pequena cozinha se encontrava intacta.

Eu não estava tendo um bom dia, então sem nem perguntar fui direto pro quarto, que era muito maior do que eu pensei, os lençóis de seda preta envolveram minha pele, fechei os olhos em aprovando a sensação. Meus olhos cada vez demoravam mais para se abrir, fui adormecendo aos poucos sem me importar com o que tinha acontecido antes.



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