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História Fighting - Poema de fundo de bolso


Escrita por: Heybbooks

Notas do Autor


Eai <3
Cês tão gostando da historia? Eu espero a sim pq n to vendo mt animação de vocês rsrs.
Quero interagir com esse povo, então podem mandando solicitação e comentário pra gente se conhecer melhor 💕 Boa leitura

Capítulo 2 - Poema de fundo de bolso


Ainda não acredito em meus próprios olhos. Está nevando. 

 

Obviamente nevar não é uma novidade tão drástica, mas o visual de Paris com neve fica tão delicadamente belo.

 

Por um pequeno buraco de ventilação, feito na parte alta da parede, consegui escutar o alto som da ventania que há lá fora. Minha cabeça aperta e eu me encolho mais sobre o colchão desforrado.

 

Os últimos dois dias foram extremamente difíceis, os mais medrosos e receosos momentos que já vivi. Além de ter que brigar com meu subconsciente a todo o momento, tive começar a “aceitar” tudo isso. Meu lado racional diz para ser firme e realista, ao contrário do sentimental, que me diz para ser o mais louca e desesperada possível para sair daqui.

 

Esses pensamentos diversos foram ocasionados apenas pelo tempo vago. Um tempo em que procuro deixar de pensar nesses homens que me trouxeram, nos problemas em que passo, na minha família e em Lysandre.

 

Lysandre... como sinto a falta dele. A única e verdadeira pessoa que certamente se ofereceria para estar aqui no meu lugar. Ele me ajudaria porque ele me entende, não importa o que esteja passando. Ele é muito especial, e eu definitivamente queria muito ele por perto nesse momento.

 

Ou pelo menos, uma parte dele, que é justamente o que eu tenho agora. Mais especificamente, uma folha amassada dentro do bolso de minha calça, onde há um trecho de uma de suas composições. 

 

Meu mundo é um lugar vazio

Como se estivesse vagando por um deserto

Por mil dias

Não sei se é uma miragem, mas eu sempre vejo seu rosto, amor

 

Tudo bem, é claro que ele não escreveu isso para alguém, mas suas palavras me lembram algo tranquilo, ainda mais quando ditas por ele. Então, quando estou apreensiva ou extremamente triste, tiro esse papel de dentro de qualquer calça minha e leio por alguns instantes. Me ajuda a esquecer o mundo.

 

Mas, pela primeira vez, não funcionou. E infelizmente, existem motivos cabíveis para isso. Simplesmente meu coração pula e eu recoloco o papel ligeiramente no bolso quando escuto duas vozes distintas a conversarem.

 

Por curiosidade levada ao medo, me levanto e caminho até a porta. Lá finalmente conseguia ouvir o que essas vozes queriam dizer.

 

— Tá de zoação? — Era a voz do menino mais novo.

 

Me lembro desse garoto. Mas apenas da voz, pois o nome eu me esqueci completamente. 

 

— Eu não tenho nada com essa sua história, se vire sozinho. — Ele novamente diz.

 

— Ah, você tem certeza? — O homem mais velho retruca — Pois eu posso muito bem vendê-la e ficar com o dinheiro comigo, assim pago minhas dívidas, e você? Ah, você vai continuar na merda e cercado de ameaças por não fazer o que lhe pedi. Tu é que escolhe, Castiel.

 

E por um momento eu me recordo. Esse é o nome do garoto da juba vermelha.

 

— Você é um covarde! — Ouço um grito desse Castiel — Foi lá todos os outros dias sem problemas e hoje quer mudar de ideia! Tá com preguiça ou com medo dela te bater?! Ah, faça-me o favor, Laurence.

 

Laurence. Este é o nome do idiota que me bateu há alguns dias. Eu o odeio, demais, com todas as minhas forças! E o bateria quantas vezes fossem necessárias para acabar com a cara desse merda!

 

— Pelo visto, é você que tá com medo... — O Laurence ri debochadamente, arrancando uma bufada de Castiel.

 

— Medo daquela tábua estranha? A velhice tá te enlouquecendo... — O outro responde — No máximo ela tentaria me dar uma arranhada, do jeito que essas patricinhas do tipo dela são.

 

Argh, esse garoto é um otário! Quem é que ele pensa que é para falar assim de mim e das outras meninas "do meu tipo"? E outra, desde quando esse escrotinho me conhece para dizer que eu sou uma patricinha? 

 

— Então vá lá, dê esse prato à ela. — O mais velho diz — Quero isso de volta limpo.

 

Engulo a seco, me afastando da porta e sentando-me no colchão como uma bobinha que de nada sabe. O alto barulho de destranques foram escutados, e então meu olhar se dirigiu para o chão. 

 

Automaticamente meus olhos se arregalaram e meu corpo estremeceu-se. Além dos pés que vi se aproximarem, também havia a ponta de uma fivela de cinto. Me recordo de meu segundo dia, quando Laurence entrou aqui e me bateu com esta mesma fivela.

 

No entanto, toda e qualquer coragem presente eu meu corpo foi embora, deixando apenas o receio em meu semblante. Subi meu olhar gradativamente pela extensão corporal daquele garoto, finalmente tendo contato direto com seu par de olhos negros. 

 

Fios vermelhos de cabelo se enroscavam nos mesmos bagunçados, e então me dei conta do quão ridículo aquilo é. Suspirei lentamente, fazendo o menor barulho possível enquanto aquele menino colocava o prato sobre o chão.

 

— Coma. — Ele ordena. 

 

Sou teimosa, mas não de ferro. O prato repleto de arroz com estrogonofe me encarava, pedindo para ser comido. Seria demais ignorar minha fome por conta de um mandamento convencido.

 

Com receio puxei todo aquele alimento para meu colo, e logo depois mastiguei-os desconfortavelmente sob os olhos persistentes de Castiel. Com absoluta certeza posso afirmar que ele não quer se distrair de mim, pois sabe que se virar-se vou tentar alguma forma de sair daqui. E de sair de perto dele.

 

E de todos.

 

.


Notas Finais


Espero q tenha gostado 💕 Beijos e até o próximo capítulo


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