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História Fighting - Camisa alheia


Escrita por: Heybbooks

Notas do Autor


Oi gente <3 me desculpe pela demora, tenho agora alguns poucos capítulos separados e vou postar aos poucos. Espero que gostem desse, não esqueçam de comentar o que achou.

Capítulo 3 - Camisa alheia


Decidi manter-me quieta hoje. Sentia o ar pesado que se estendeu durante as seguintes semanas. Todos os dias haviam brigas e discussões, e quase todas envolviam a minha pessoa.

 

Meu lado curioso aquietou-se, pois constatei que ao escutar todos os dias eles falarem, fico extremamente assustada e acabo não conseguindo dormir. E dormir é algo naturalmente difícil para mim.

 

Já antes me enchia de calmantes para conseguir cochilar durante a noite, e então, agora passo noites em claro ouvindo o barulho fino de absolutamente nada. Minha distração passou a ser basicamente contar os ossos que passaram a surgir em meu corpo.

 

Já podia passar o dedo facilmente por todas as minhas costelas, atrás e frente. O vão entre meu osso e minha pele ficara um pouco mais perceptível. Minhas pernas afinaram alguns poucos centímetros e meus pés se deformaram. Devo ter emagrecido entre dois e quatro quilos. O que acho pouco pela quantidade de refeições que tenho durante um dia inteiro.

 

Apenas duas conseguem sustentar meu corpo. Um café da manhã até bem farto para a situação desses homens, e um almoço simples, para depois o jejum recomeçar até a manhã do próximo dia. 

 

Então, durante estes intervalos, acabo tendo que mudar minha atenção de pensamentos de fuga para limpeza. Algo tão bobo, confesso, mas é isso ou passar as horas fitando o teto branco que me prende aqui também. Uma vassoura é suficiente.

 

Simplesmente passo camadas incessantes de vassoura pelo chão. Já me acostumara com o som da mesma ao se arrastar. Depois, aproveitando que algum dos dois removeu a madeira da frente das grades - talvez para conseguir me inspecionar melhor - acabo jogando a poeira para fora por um espaço mínimo que existe entre a grade e o chão. É relativamente fácil, já que existem poucos objetos dentro desse cubículo.

 

Além de um colchão e um vaso sanitário, acabaram por pôr uma pia e alguns utensílios simples para que eu possa escovar meu dentes, pelo menos, já que banho eu não tomo desde que cheguei. Tenho do meu lado, o frio, que permitiu que eu não cheirasse tão mal durante esses tempos, mas a partir de ontem o odor começou a incomodar.

 

Havia relutado durante a manhã em comentar sobre o assunto, já que não consigo sequer olhar na cara de Laurence. Meu ódio por ele é tão extremo que palavras não foram mais trocadas após a primeira semana. Apenas hoje, em uma excessão em que posso confessar: foi necessário.

 

— Vamos. — Disse o homem com uma voz firme, me arrastando pelos braços, enquanto os mesmos estão presos juntos atrás de minhas costas.

 

Balancei minhas pernas aos tropeços, sentindo uma leve vertigem por levantar tão repentinamente. Sendo ignorada, senti a grade ser fechada atrás de mim e então fui arrastada por um longo corredor.

 

Toda a vez que ousava virar minha cabeça para observar algo, podia sentir um forte tapa em meu braço, intensificado a cada repetição. No total, o caminho foi rápido e silencioso ao ponto de não conseguir saciar minhas curiosidades estúpidas.

 

Fora jogada dentro de um pequeno cômodo, sem antes ser ordenada a lavar minhas vestes no banho, pois elas deveriam se secar enquanto eu vestisse uma outra - que inclusive estava sobre a tampa do vaso sanitário.

 

Suspirei ao notar um basculante posicionado na parte alta da parede azulada. Ele estava fechado com camadas de madeira escuras pregadas sobre si, e então lembrei do verbo fechar. Devo fechar a porta.

 

Me virei, passando a chave na porta apenas uma única vez. Deixei minhas roupas em um canto qualquer do box branco e me enxaguei por completo, notando a água levemente escura que caía após se chocar comigo. Lavei absolutamente todas as minhas peças e as deixei por alguns segundos por cima do apoio do box, enquanto ousava em utilizar um pouco do shampoo que ali estava.

 

Apesar do medo e receio, pude constatar que a quantidade que me aproveitei fora tão pequena ao ponto de lavar sem deixar qualquer odor perfumado em meu couro cabeludo.

 

Sequei-me às pressas com uma pequena toalha que me fora dada, e então, após me certificar que meus cabelos passaram do estado encharcado para úmido, encarei as únicas duas peças por cima do vaso. Vesti-as sem relutância.

 

Olhei para o lado e abri as gavetas de um armário de pia estranho. Estavam praticamente todas vazias, exceto uma ou outra na qual havia um pente ou um creme dental. Aproveitei-me do pente para desembaraçar todos os meus nós.

 

E então, com a sensação de tudo estar pronto e com a cabeça vazia de pensamentos sujos como meu antigo estado corporal, já me viraria para ir embora quanto me dei conta de meu reflexo no espelho. Corei.

 

As madeixas longas podiam cobrir alguns ossos aparentes nas costelas traseiras, mas com a ajuda de uma camiseta maior que o normal, acabei não tendo que utilizar do meu cabelo. Me sentia estranha por baixo de uma pequena fralda de pano, que não aparecia graças à parte de cima, que podia cobrir-me até a metade de minhas coxas. Era vermelha e havia uma caveira peculiar estampada ali, juntamente à algumas escrituras que ignorei saber o que diziam.

 

Logo senti nojo ao pensar que posso estar vestindo uma camiseta que já passou pelo corpo nojento de Laurence. 

 

Balancei meu rosto, livrando-me dos pensamentos e então tomei em minhas mãos minhas peças encharcadas. Retornei a única volta de chave e então abri, chocando-me com um corpo, que provavelmente estava a caminho do lugar de onde saio agora.

 

Minha respiração falhou quando subi meu rosto, ainda sem olhar no rosto de quem bati. Já era de se pensar que meu corpo aderia mais marcas nas horas seguintes, mas uma coisa inesperada aconteceu...

 

— O que você tá fazendo com a minha camisa, garota?!

 

.


Notas Finais


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Beijos e até :)


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