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História Filha de Dois Mundos - O Começo


Escrita por: LeleJackson

Notas do Autor


Bem gente...é isto.
Agradeço a cada um(a) que dedicou algum tempo pra ler, pra comentar ou apenas acompanhar.

Capítulo 39 - O Começo


A menina ainda precisou ficar alguns dias a mais na enfermaria, pois T’mar nunca havia tido contado com crianças, ainda mais tão pequenas e, por mais boa vontade que tivesse, lhe faltava o instinto.

McCoy dizia que T’risa era seu pequeno presente e dedicava cada minuto livre a cuidar da menina. T’mar igualmente se mantinha cada dia mais empenhada em proporcionar bem estar á sua pequenina.

Ninguém poderia afirmar que a Enterprise era o lugar perfeito para se formar uma família, para se criar uma criança. T’mar havia crescido em um cargueiro e não via mal algum em ver sua filha dando os primeiros passos entre laboratórios e alojamentos.

Mas ela sabia que chegaria o momento que a Enterprise não seria mais  adequada. T’risa precisaria de mais. Melhor e mais efetiva educação.

A menina já se mostrava bastante eloqüente. Era esperta e tinha um dom de negociação que deixava até Jim Kirk constrangido.

Como o fato de não ceder ás ordens de sua mãe de que deveria cortar os cabelos, de que deveria ao menos deixá-los presos.

Mesmo com todos os excelentes mestres que ela poderia ter á bordo da nave, sua pequena família sabia que o dia que ela deveria partir chegaria logo.

Spock se fazia o presente na educação da menina tanto o quanto poderia, mas ainda assim não era suficiente. Ela precisava freqüentar uma escola, conviver com outras crianças, desenvolver adequadamente todos seus dons.

***

-Sr Spock, posso lhe falar?

A pequena se aproximava dele com semblante sério, quase pesaroso. No alto de seus 6 anos T’risa era a criança mais adulta que aquela tripulação já conheceu.  Tinha seus arroubos infantis e seus momentos de pura irritação.

Aparentemente apenas Spock conseguia fazê-la tranqüilizar-se, concentrar-se, controlar-se.

Ele parecia ocupado em decidir qual o próximo movimento no tabuleiro de xadrez.

-Estou ouvindo, Srta T’Risa.-falou sem desviar o olhar.

A menina deu um ruidoso suspiro , claramente demonstrando sua frustração.

-Veja o que posso fazer!-insistiu batendo o pé no chão.

No momento que Spock desviou seu olha para a menina, esta ergueu a sobrancelha direita tão alto quanto pôde, mantendo uma expressão estóica em seu rosto.

-Fascinante T’Risa. Vejo também que está desobedecendo sua mãe andando por aí com os cabelos soltos.

-Papai gosta deles assim.

Ela fez uma breve pausa adivinhando o aborrecimento se desenhando nas feições do vulcano.

Por vezes ela achava divertido ver a maneira acalorada como conversavam e como as expressões cheias de emoção de McCoy pareciam aborrecer Spock

-Sr Spock, minha mãe disse que vamos nos mudar para a Terra hoje... Ela sempre ouve o que você diz...diga para ela que não desejo partir.

-Eu posso te instruir nas lições da Filosofia de Surak e te ensinar métodos eficazes para o controle das emoções e meditação  T’Risa, mas não tenho autoridade pra ir contra as vontade de T’mar e McCoy...não tenho autoridade pra isto.

-Mas eu não desejo partir! –ela bateu o pé fechando as mãozinhas em punho- Não desejo! Não é justo! Tudo que eu conheço está aqui na Enterprise. Meus amigos, meu quarto...o Senhor...o que eu terei na Terra? –choramingou.

-Muitas outras coisas pi' t'sai(pequena dama). Vai aprender em uma escola com muitas crianças e excelentes professores.

A menina soluçou tentando não chorar.

-Nossos sentimentos e emoções são sempre muito intensas, T’Risa. Prometa-me que não descuide de sua rotina de meditação e continue as lições que vínhamos estudando. É importante.

- O Sr não poderá mesmo descer, Spock? Não ficará conosco? Ao menos alguns dias...-insistiu

-Não T’Risa.  Meu lugar é aqui na Enterprise.

***

 

-Capitão, estamos nos aproximando da Doca Espacial da Terra.

A voz da Oficial de Comunicações chamava pelo intercon da enfermaria.

-Quanto tempo, Uhura?

-Trinta minutos, senhor. A Base informa que os tripulantes transferidos já se encontram na Doca para ingressarem.

-Obrigado Tenente. Kirk desliga.

- É a hora de dizer adeus, Jim.

-Não parece certo que vai nos deixar, Magro.

-Também custei a acreditar que um dia isto aconteceria, Jim...mas cá estamos. Agora não sou somente um médico! Sou um pai de família.

O médico falava tentando aparentar bom humor com a decisão de deixar a Enterprise, afinal ele vivia reclamando de estar em espaço profundo, de ter que usar o teletransporte. Estar em terra firme, mais precisamente servindo no hospital da Frota Estelar na Terra parecia de fato uma boa opção. Mas no fundo ele estava pesaroso. A missão inicial de 5 anos já havia acabado, porém havia se instalado nele já um gosto pela exploração.

Ele terminou de recolher alguns itens pessoais que ainda estavam na enfermaria e retornou ao alojamento que agora dividia com “suas elfinhas” como ele gostava de as chamar.

“-McCoy, não somos serem da mitologia da Terra...”

T’mar protestava e ele se divertia. A pequenina achava graça e curiosa queria saber o que são “elfas”.

-Falta colocar mais algum item em sua bagagem, Leonard?

-Só falta minha pequena fadinha. Onde está a T’Risa?-perguntou pegando a ultima sacola que pretendia levar á sala de transporte.

-Veio me questionar sobre nossa partida, expressou toda sua frustração e saiu .

-Foi procurar por ele...-sentenciou o médico tristemente.

-Ela estará na sala de transporte no horário correto, Leonard... Vamos que nosso tempo aqui está acabando.

***

Após vários minutos de conversação intensa, T’Risa conseguira que Spock ao menos se comprometeria a visitá-la uma vez ao ano, no dia de seu aniversário, e reforçou dizendo.

-E senhor é um vulcano e não poderá voltar atrás com este compromisso, correto?

-Farei o possível. Preciso conduzi-la neste momento ao transporte, ou sua mãe virá até aqui.

-E ela estará muito zangada.  De acordo, vamos ao transporte

Spock e T’Risa andaram em silêncio até a sala onde todos a esperavam.

-Adeus Capitão Kirk –disse a pequena fazendo o símbolo do ta’al com a mão de dedinhos miúdos.

- Até logo T’risa. Nos veremos em breve... ou não quer mais ser ajudante o Capitão?

Os olhinhos da menina brilharam. Ela sentia um carinho muito grande por Kirk, ele era de fato muito inspirador. Fazia com que qualquer um quisesse entrar para a Frota Estelar. Ela procurou os olhos de Spock que a fitava com a mesma imparcialidade de sempre. Fechou o semblante e acenou afirmativamente com a cabeça.

Despediu-se de Scotty que vinha lhe mostrando cada vez mais detalhes sobre os motores de dobra da nave e se encantava com a facilidade que ela compreendia.

Deu adeus também a Sulu e Chekov através do sistema de comunicação da nave. Se despediu de Uhura com certo acanho, pois a tenente era a única que não lhe dirigia muita simpatia.

-Até breve Sr Spock!- falou com seriedade se dirigindo ao vulcano de pé á sua frente.

-Até breve pi' t'sai.-ele responde erguendo a mão e a saudando.

Andou sem muita convicção até o transporte e se junto á T’mar e McCoy.

Spock permaneceu com os olhos fixos na criança enquanto a imagem da família se esmaecia diante dos olhos de todos.

-Até logo...filha.

Spock murmurou quase inaudível. Ele sabia que não era um fim. Era o começo.


Notas Finais


Mais uma vez, agradeço muito a atenção.
Adianto que estou trabalhando em um conto novinho com a Agatha_Wright.
Vai ser uma continuação da Filha de Dois mundos e teremos elementos da fanfic (ótima por sinal, recomendo) Faces de Pedra, escrita pela Agatha_Wright.


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