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História Filha dos Dragões - Desculpas


Escrita por: RicardoCalmon

Capítulo 39 - Desculpas


AINDA chovia forte e sob ela estavam Ariel que permanecia abraçado com Silky com a cabeça apoiada em seu peito, Noite que agora estava sentado observando sua menina emocionada no reencontro e por fim Kalel logo ao lado assistia aos dois juntos com uma leve dor no peito de inveja ou ciúmes, não sabia dizer, mas estava satisfeito com ele mesmo ter tomado aquela decisão.

Ajudar Ariel para trazer de volta alegria a sua princesa ao qual jurou sua lealdade. Daria esse voto de confiança a ele, mas teria que ser digno dele. Depois de um certo tempo, queria acreditar mesmo em Ariel. Quem sabe ouvindo o que ele diria não mudasse de ideia?

— Ahh... — Ariel resmungou baixinho de dor quando Silky apertou o abraço sobre o local do ferimento.

— Está ferido? — Silky perguntou surpresa.

— Vou ficar bem. — Ariel respondeu. — Já estive pior.

Silky levou as mãos no rosto de Ariel, que mesmo com a água fria escorrendo pelo seu rosto pôde sentir o calor de uma febre. Preocupada, logo disse.

— Está com febre. — Ela dizia com olhos grandes e surpresos. — Vamos até Kamire.

— Um pouco. Mas já encontrei algumas ervas e em breve deve passar.

A vontade de se ver em ambos era grande, tanto que os problemas inicialmente passaram em branco, mas logo Ariel se lembrou do porque aquilo tinha acontecido.

— Silky.... Desculpa não falar com você antes sobre meu passado. Eu tinha medo de você não entender sob meu ponto de vista.

Kalel vendo que a conversa demoraria, saiu dali em direção aos rebeldes que ainda lutavam sem ser notado por eles, apenas Noite percebeu sua saída silenciosa e acenou com um leve movimento de cabeça para ele. Simples, mas era um agradecimento dele por ajudar Silky com aquilo. Kalel sorriu e continuou.

— Seu ponto vista? — Silky perguntou surpresa.

— Eu não agi contra vocês porque quis. Fui obrigado. Era isso ou talvez estivesse morto agora. — Silky afastou levemente, mas permaneceu segurando os braços de Ariel ouvindo cada palavra. — Serrote me usou, fui chantageado....

Ariel contou para Silky tudo sobre seu passado, desde os tempos em que o pai dela governava o reino até o presente momento que a conheceu. Falou de como foi aprendeu a caçar para não morrer de fome e mais tarde se viu num beco sem saída quando foi ameaçado. Era um caminho sem volta, então ele continuou no seu papel, mas tudo sendo uma grande farsa para que conseguisse respeito dos outros.

Silky ficou chocada ao ouvir a verdade pelo ponto de vista de Ariel, não era mentira o que Kalel tinha falado a ela, mas existiam detalhes que ela não sabia e que talvez mais ninguém sabia que transformavam e muito a história dele. Ariel não era inocente, havia tirado vidas a força, mas também não era o maior culpado pois seus atos depois de um tempo eram apenas lendas contadas para enaltecer sua imagem.

Silky se viu com uma dor no peito, não por ouvir o que ele tinha feito, mas sim de sua história completa. Por trás daquele rosto bonito, ele tinha uma história pesada.

— Desculpa eu não ouvir você antes.... — Silky falava segurando a emoção. — Eu fui injusta e me precipitei.... não deixando você se defender...

— Não se desculpe.... — Ariel a interrompeu. — Você não podia saber.

— Mas Ariel....

— Sem mas.... — Ariel interrompeu Silky de novo, mas dessa vez com um beijo.

Um beijo surpresa como o da última vez, mas que logo foi correspondido se tornando mais intenso que fazia com que os dois se esquecem do mundo ao seu redor. O próprio Noite se viu de lado ali, e um pequeno rugido retirou os dois do beijo ficando ambos sem graça da situação. Ariel e Silky riram juntos.

— Como eu dizia, você não sabia. Desde o seu nascimento você foi vítima dessa mesma sociedade podre.

— O que quer dizer?

Ariel riu para Silky. Ela estava séria, parecia preocupada e confusa com aquilo.

— Conheci Ylle. Seu tio. Ele me contou tudo sobre você. — Ariel falava devagar enquanto passeava as pontas dos dedos pelo rosto de Silky que agora felicidade era pouco para expressá-la.

Um sorriso foi se abrindo em seu rosto lentamente, seus olhos ficaram enormes e brilhavam de alegria.

— Cadê ele? — Silky perguntou já olhando para os lados procurando ele.

— Nos perdemos, mas ele não está longe. Deve estar por perto. Mas, me diga uma coisa.... Por quê estão aqui? Você está...

— Atacando o castelo e tomando o que é meu. — Silky respondeu séria.

Ariel apenas sorriu. Um sorriso de orgulho por ela ter ido em frente mesmo ele não estando com ela para ajudar no que fosse preciso. Ela tinha se decidido sozinha e ele estava feliz por isso.

— O que foi? — Silky perguntou estranhando o sorriso de Ariel.

— Nada. Só estou orgulhoso por você seguir em frente.

— Obrigada, Ariel, mas e Ylle? Como vamos achá-lo? Eu quero ver ele.... Ele está vivo.

— Vai ser fácil. — Ariel passou o braço por cima do ombro de Silky e olhou para Noite com um sorriso confiante.

Ariel explicou a Silky sobre Ylle e Saron seguirem um dragão que ela estaria por perto. Noite só precisava voar por ali para anunciar sua presença. Como ele era negro e o tempo estava escuro, Noite deveria fazer alguma bagunça com suas chamas no seu a fim de brilhar para que eles o vissem.

Assim foi feito. Ariel e Silky ficaram em baixo esperando enquanto Noite voava em círculos no céu escuro, lançando pequenos raios de calor que explodiam em chamas provocando um clarão de luz. Seria suficiente para Ylle e Saron verem, então eles apenas esperariam.

♘ ♕ ♞

Enquanto Ariel se reencontrava com Silky, Dia ajudava os rebeldes enfrentando os soldados no campo de batalha. A presença de Dia era intimidadora, vários soldados a evitavam fazendo com que aos poucos os rebeldes vencessem.

Dezenas de soldados abatidos caídos juntamente a rebeldes que também falharam. Os poucos soldados ali vendo a derrota se entregaram, ajoelhando-se e largando as espadas ou qualquer que fosse a arma por eles empunhada.

Depois de um bom tempo de combate, de baixas e muito desespero debaixo de chuva, finalmente venceram os soldados. Boa parte deles haviam desistido, não queriam lutar contra um dragão ou ao lado de que tinham certeza que perderia.

Kalel chegou e já tinha acabado, os sobreviventes se uniam colocando os soldados rendidos como capturados em outros canto presos. Silky diria o destino deles.

Mira chegou ferida carregada por Ayú e Caleb, que estavam cansados. Kalel tomou ela passando seu braço sobre seu pescoço mantendo ela firme enquanto os pales descansavam. Não estava tão ferida, mas precisaria de um socorro urgente.

— Dia.... — Kalel chamou. — Pode buscar Kamire? Vamos precisar dela aqui.

Dia assentiu o pedido, mas seu olhar queria saber algo mais e por diversas vezes ela olhava na direção que Noite havia ido com Silky. Kalel queria deixá-la tranquila, ele desconfiava que sua preocupação com Silky fosse maior que com os próprios rebeldes. E era.

— Não se preocupe com Silky. — Kalel sorriu. — Ela está bem, muito bem por sinal. — Kalel respirou fundo para terminar de falar, no fim das contas estava orgulhoso dele mesmo. — Ela está com Noite e Ariel. Todos estão bem.

Os olhos de Dia brilharam e toda o ar de preocupação que ela estava se foi em segundos. A alegria de saber que Silky estava bem, ainda na presença de Ariel era satisfatória. Se Noite estava junto, logo chegariam e todos estariam juntos de novo.

— Obrigado, Kalel. — Dia Agradeceu e se virou rapidamente levantando voo indo na direção onde Kamire estava.

— Senta aqui. — Kalel abaixou fazendo com que Mira se sentasse no chão perto deles e logo a deitou. — O que aconteceu com ela?

— Foi segurada pelas costas e quando olhei para ela um soldado já estava em cima dela. Por sorte ela conseguiu empurrar o soldado e cair sobre ele de costas, mas, ainda assim, foi cortada. — Caleb explicou.

Kalel removeu a parte de cima da armadura de Mira, revelando um corte que começava no braço direito, mas não profundo, passando pela barriga onde o corte era extenso, mas superficial e logo chega no braço direito onde estava mais fundo.

— Dói.... — Mira resmungava de dor olhando para o corte do lado esquerdo.

— Vai ficar bem, tá legal? — Kalel respondeu para tranquilizá-la.

Ayú se abaixou ao lado dela, com panos limpos e um pouco de água limpando os ferimentos e os cobrindo. Kalel permanecia abaixado apoiando Mira enquanto os demais olhavam ela ser tratada.

— Caleb. — Kalel chamou. — Peça para armarem um acampamento rápido para atender os feridos. Coloque vigias nos soldados que se renderam e mande vigilantes ficarem de olhos no castelo. Qualquer movimento suspeito nos avise.

Caleb assentiu. Mira deu um sorriso ao ouvir a tranquilidade que Kalel lidava com a situação, respirando fundo e segurando a dor ela se deixou descansar nos braços de Kalel.

— Assim que Silky voltar, nos reuniremos para saber o que fazer. Por hora, só façam o que falei. — Kalel pediu e todos a sua volta assentiram.



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