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História Filho da Lua - Aquele que busca respostas


Escrita por: WHYVVMIN

Notas do Autor


tudo bem, peixinhos? não demorei tanto como da última vez. O capítulo ficou menos do que eu esperava, mas consegui colocar nele tudo o que queria. Expliquei um pouquinho da estória do Jimin, e provavelmente o próximo só terá foco nele.
O primeiro arca da fanfic está sendo concluído com esse capítulo, e a partir do próximo que as coisas começam a acontecer rs
Quem leu 1st position e viu que eu ia att de 20hrs, dsclp, eu dormi KKKKKKKKKKKKKKKK
Vocês provavelmente vão encontrar errinhos, então me perdoem.
Uma ótima leitura!

Capítulo 4 - Aquele que busca respostas


Taehyung tinha os olhos arregalados e as bochechas tão vermelhas quanto os fios de cabelo do tritão. Seu coração batia descompassado dentro da caixa torácica e o jovem se perguntava se após tantos acontecimentos sobrenaturais em sua vida, passara a ter problemas de audição. Se antes sentia frio, agora, pelo extremo nervosismo que percorria seu corpo, mal sentia os dedos.

 

Jimin ainda o encarava com um sorriso terno nos lábios, as bochechas adoravelmente cheinhas possuíam uma coloração rosada  – e talvez o filho de pescador estivesse um pouco abalado pela beleza do ser a seu lado. O rapaz submerso balançava a longa cauda, agitando as águas que pareciam tão calmas antes. Kim ainda o encarava como se esperasse uma continuação no assunto, e o ruivo sabia que o rapaz ficaria em estado de choque por algum tempo – conhecia um pouco da personalidade do loiro e poderia chegar a conclusão sozinho.

 

“Como você assim você me ama?” – A voz naturalmente rouca soou entre falhas, fazendo com que o Park risse pelo nervosismo estampado na cara do outro. Não o culparia, afinal, sabia que receber uma declaração de alguém que nunca havia visto na vida poderia ser um choque – esta pessoa sendo na verdade um tritão – por isso daria certo desconto ao adolescente cético.

 

“Eu te amo” – Repetiu mais uma vez, e o mais novo se encolheu dentro do moletom, escondendo as bochechas vermelhas com os braços compridos. Era estranho ouvir aquilo de alguém que não fosse seu pai – ou Hoseok, quando o mais velho estava carente – e por algum motivo que ainda desconhecia, seu coração batia descontrolado no peito, aquecendo-se com as palavras tão doces do outro. A voz mansa de Jimin misturado ao olhar cheio de afeto o deixava um pouco balançado, além da figura estonteando do tritão lhe prender ali. Tinha muitas perguntas para fazer ao rapaz, e tinha a ciência de que não descobriria tudo de uma única vez – na pior das hipóteses estava alucinando de febre e na manhã seguinte descobriria que tudo não passou de um sonho muito realista.

 

Seus olhos se encontraram com os orbes claros do ruivo, que ainda sorria de forma meiga em sua direção. Taehyung queria voltar a sentir as pernas, mas estava tão mole que não se dava conta de estar tremendo tanto. Queria desvendar todo o mistério por trás daquela face bonita, e até tocar o rapaz – que não teve a oportunidade de o fazê-lo antes graças ao desmaio – mas estava focado em ser amigo do ser marinho, ou pelo menos tentaria ganhar a confiança do outro.

 

“Você sabe que isso não faz sentido” – Tossiu algumas vezes – tentando limpar a garganta do grande nó que se formava – e cruzou os braços, tentando passar a imagem de jovem confiante que sempre usava em auto defesa. Park soltou-se da grande passarela, caindo novamente no oceano escuro – as mechas vermelhas destacando-se mesmo em baixo d’água. Kim o acompanhou com os olhos curiosos, tentando encontrar os olhos do rapaz novamente.

 

“Sei que pode parecer absurdo pra você, mas, é a verdade” – Após emergir da água gelada, o tritão sorriu, levando os dedos curtos para os fios sedosos, os jogando para trás. O loiro ainda parecia envergonhado perante sua confissão, e o ruivo não tentaria o explicar tudo de uma única vez – mesmo sendo difícil admitir, sua paixão ainda era um humano cético e até um pouco ignorante – portanto, responderia às perguntas do rapaz num outro dia, dependendo caso o mesmo voltasse ali. – “Desde a primeira vez em que te vi. Os humanos chamam isso de amor à primeira vista, não é?”. – O tom animado do tritão deixava claro o fascínio pela cultura dos humanos; sua espécie não os odiava num todo, mas fora criado para manter distância de tal – e desrespeitando séculos de história, lá estava a divindade marítima a conversar e declarar seu amor.

 

Taehyung, por outro lado, sentia suas bochechas cada vez mais vermelhas – sua face esquentando à medida que encarava Jimin. Nunca havia recebido uma declaração amorosa antes, e tinha o total de zero experiências nesse quesito, era esse o pensamento do loiro enquanto ouvia as palavras do mais velho – que lhe encarava com os orbes transbordando doçura.

 

“Você mal me conhece” – Resmungou baixinho, encarando o lado contrário ao qual o ruivo estava. A claridade do dia já começava a apontar no céu, enquanto a luz do farol diminuía gradativamente – até o ponto em que apagaria por completo. As estrelas já não brilhavam como antes, e Taehyung sentia que logo teria Junsu desesperado do lado de fora de casa. – “Eu tenho muitas perguntas pra te fazer. Não fale bobagens”. – Cobriu a boca com as costas da mão direita, ainda inquieto com as palavras que ouvira. O tritão, por outro lado, se divertia com as reações do loiro. Havia sonhado tantas vezes com o momento em que finalmente olharia diretamente para os orbes castanhos e se confessaria, que mal pensara nas consequências ao jogar as palavras para o mais novo. Queria deixar claro seus sentimentos desde o início, pois estava os guardando há um longo tempo.

 

“Fio vermelho do destino, Taehyung” – A voz do tritão soou mais uma vez, e o Kim logo dera atenção a face bonita do outro – as escamas ao redor dos olhos cintilando com a mudança de cor da água. – “Pesquise sobre isso. E fica o lembrete: eu conheço muito bem os deuses” – Jimin sorriu contente, encarando a expressão confusa no rosto bonito de seu humano. Taehyung estava envolto na aura encantadora da divindade marítima, que o mundo a sua volta parecia um borrão. Era óbvio que o Park estava a brincar consigo – ou era no que queria acreditar por hora. Encarou o céu mais uma vez, agora sem qualquer corpo celeste na imensidão alaranjada. – “Filho de Afrodite, me encontre aqui hoje a noite”.

 

Os dentes branquinhos – e adoravelmente tortos – deram o ar da graça novamente, enquanto o ruivo voltava a mergulhar na imensidão do mar. Taehyung ainda esperou que o rapaz fosse voltar, atirando água gelada em seu rosto, mas a cauda cintilante ficava cada vez mais difícil de ser vista pela profundidade pela qual Jimin nadava, então o Kim dera-se por vencido, levantando do concreto desconfortável para ir embora. Espalmou as mãos na calça jeans, retirando de lá o excesso de poeira, e logo passou a caminhar de volta para casa – um sorriso nos lábios finos.

 

Se parasse para pensar um pouco, a situação passaria a ser ridícula – seus pensamentos de semanas atrás demorando um pouco para serem desfeitos – mas Jimin parecia real demais para ser apenas coisa de sua cabeça. A declaração do ruivo o deixara desconfortável e extremamente tímido, mas daria uma chance ao homem-peixe, tentaria conhecer melhor sobre o outro. Ainda não tinha expectativa alguma com aquele encontro já marcado para dali algumas horas, mas tinha tantas perguntas que era até complicado organizá-las, para então saciar suas dúvidas. Seu coração ainda batia forte contra o peito e Taehyung sentia as mãos levemente trêmulas, seu corpo ainda reagindo às palavras do mais velho.

 

Fez todo o percurso de volta para casa, agradecendo aos céus por não ter nenhum conhecido por ali. Abraçou o próprio corpo, só então notando que estava menos febril que antes. Alcançou a janela do quarto, adentrando o mesmo com a mesma facilidade com a qual saiu – um pouco complicado pela falta de força – e logo estava dentro do cômodo quente. Jogou-se contra o colchão macio, suspirando alto pela caminhada cansativa, fechando os olhos ao se sentir totalmente confortável – a última imagem em sua cabeça sendo do ruivo bonito, com um sorriso estonteante no rosto.

 

 

Jimin adorava passear por todos os continentes que conseguisse; era um hobby adotado desde criança. Algumas sereias e tritões viviam em um lugar só a vida inteira, limitando-se a mudar-se apenas quando fosse extremamente necessário – o que o jovem achava um grande desperdício. A imensidão do mar deveria ser explorada e o rapaz de madeixas avermelhadas adorava viajar por aí – era um tanto cansativo também, mas gostava de conhecer coisas novas e principalmente de xeretar a vida dos seres humanos.

 

Nascido em Busan, o tritão era conhecido em seu território como o jovem mais curioso – se não fosse apenas da Coreia, ousaria dizer que, da espécie também. Amava emergir durante a noite e nadar por onde bem entendesse, não limitando-se às ordens de seus pais e burlando algumas regras estabelecidas desde os primórdios.As sereias eram seres mitológicos e encantadores – isso se podia ler em qualquer enciclopédia – a diferença era que não atraíam marinheiros com os cantidos sedutores, na verdade, passavam longe dos humanos. A espécie não corria o risco de extinção, mas eram melhores amigos do mar, meio-humanos dotados de habilidades especiais – verdadeiros filhos de Poseidon – e sabiam muito bem o que acontecia com seus colegas marítimos. Viviam o mais fundo no mar que podiam e se alimentavam das algas que cresciam nas rochas – extremamente veganos, como diriam os seres terrestres.

 

Jimin, por outro lado, não gostava de se esconder. Respeitava as ordens do deus do mar e cumpria a risca maior parte delas – a principal em não ser exibicionista – mas sempre acabava às contrariando. Aprender hábitos e línguas terrestres era um passatempo para o jovem tritão – as sereias tinham uma língua própria para comunicação, não precisavam usar a fala para verbalizá-las, eram ondas sonoras produzidas pelo cérebro que conseguiam alcançar as outras, muito parecido com os golfinhos e baleias.

 

Então aprender a conversar como um humano foi fruto de várias noites em que nadava perto da orla, ouvindo a conversa de pescadores e banhistas. Tinha muita curiosidade em saber como era o mundo fora do mar – o que era considerado um ultraje para seus amigos e familiares – mas não conseguia conter a euforia e o desejo por descoberta.

 

E ele até conseguiria viver apenas com a curiosidade se não fosse os fios descoloridos e o sorriso quadrado do humano que encontrara em Busan. Taehyung tinha uma beleza única que encatara os olhos curiosos do tritão desde a primeira vez que o vira – no dia, em questão, o jovem ajudava o pai com a pesca. Park escondera-se atrás de grandes rochas para poder observá-lo melhor; pelas linhas de expressão o humano se divertia ao lado do pai, concentrado na pesca ao mesmo tempo em que dava total atenção as palavras do progenitor. Foi a primeira vez que Jimin sentiu seu coração bater tão rápido dentro do peito, e suas bochechas vermelhas – no momento não entendera o porquê.

 

Havia ouvido muito sobre os seres humanos – e algumas poucas palavras de sua mãe – sobre o amor. Sentia um afeto enorme por todos do seu grupo e principalmente pela sereia ruiva que lhe dera a vida, mas o que sentiu ao visualizar Taehyung era totalmente diferente. Encantara-se pelas sobrancelhas grossas e os lábios finos, além dos fios rebeldes e que pareciam tão macios ao toque – pela primeira vez desejou ser um humano, para que pudesse aproximar-se do jovem. O encontrara ali outras vezes, estava sempre tão ligado ao Kim que praticamente sentia sua presença quando o rapaz colocava os pés no mar – suas aventuras pelo continente haviam cessado desde que encontrara o loiro.

 

Conhecia bem Junsu, e até mesmo Hoseok – o qual descobriu como melhor amigo do outro – e admirava a relação que Taehyung mantinha com eles. Era um pouco calado, mas começava a se animar à medida que a conversa fluía com os companheiros, e tinha um sorriso lindo. O tritão descobrira-se apaixonado por um jovem sério e que – pelas conversas que ouviu – não acreditava em sua existência. Passou a acompanhar a vida do loiro – mesmo quando o dito cujo não acompanhava o pai nas pescas, podia ouvir claramente o homem conversar sobre o filho – e sentia-se cada vez mais encantado pelo outro.

 

Jimin mudara sua rotina para poder acompanhar o mais novo – descobrira tal fato ao ouvir uma das conversas do velho Kim – e sua vida era dedicar-se a saciar sua vontade de conhecer o humano. Via-se cada vez mais perdido nos encantos do loiro – e isso para si, era quase como assinar a própria sentença de morte. Ficava muito tempo perto da orla e dos barcos de pescaria – seus pais que não o vissem ali, pois levaria uma bronca enorme.

 

E então, quanto mais observava e buscava entender Taehyung, via-se ligado a ele. Acreditava em todas as formas de amor – sua mente inocente desconhecia preconceito – então não foi um espanto quando seu melhor amigo verbalizou as palavras enquanto conversavam, tudo ocorreu pouco tempo depois. Sentia quando o loiro estava triste, muito feliz e até mesmo cansado – podia ouvir os pedidos de socorro sempre que o Kim passava por alguma crise de pânico – e via-se inquieto, sem ter como ajudá-lo. O sentimento que desenvolvera pelo humano era extremamente forte, não tinha como voltar atrás.

 

Não conseguia mais ficar muito tempo afastado dos humanos, com a intenção de vê-lo ou apenas ouvir como o loiro estava. Conseguia sentir tudo o que se passava com o mais novo mas sabia que o rapaz não compartilhava de seus sentimentos – era algo totalmente unilateral. E o ruivo desejava respostas –  não sabia lidar com sentimentos como a paixão, e desenvolver tal tipo de afeto por um humano, visto que deveria manter distância, era assustador. Não entendia todas as obras dos deuses e recorrer a Poseidon era impossível – o deus do mar o expulsaria de seu templo, provavelmente fazendo piadas sobre os sentimentos do tritão. E então, em busca da única deusa que poderia lhe ajudar, Jimin procurou por Afrodite.

 

Ao contrário do que os humanos imaginavam, os deuses viviam entre eles, agindo como seres humanos e não como divindades –  alguns deles –  e encontrar a deusa do amor não era difícil. Afrodite amava o mundo dos humanos, mas sempre voltava para ver Poseidon – era uma mulher delicada e as sereias a veneravam por isso. Sentada entre as rochas, cercada por flores avermelhadas e o cheiro irresistível de lavanda impregnado no ar – a pele negra cintilava à luz da lua e os cabelos longos eram jogados para trás pela ventania da noite.

 

Os deuses tinham mania de usarem a aparência de mortais que já haviam cruzado seus caminhos – Poseidon sempre se mostrava como um velho grisalho e baixinho, o que o Park achava engraçado. Afrodite tinha as suas favoritas, óbvio, mas estava sempre com um visual novo quando pisava os pés ali para uma visita. Jimin não estranhou a quantidade de sereias ao redor da rocha, todas admiravam o cabelo, a pele, o sorriso – atraídas pelo encanto da deusa. Tentou ser sutil com sua chegada – a bela mulher a poucos metros de si era perigosa – mas a deusa já havia notado sua presença muito antes de começar a nadar ao encontro dela. As sereias ao redor da bela mulher começavam a se afastar lentamente, permitindo que o tritão de cabelos vermelhos ficasse a sós com a divindade. Jimin encarou a face delicada com um sorriso nos lábios volumosos, e encarou os orbes castanhos que poderiam prender qualquer um ali. Sentia um estranho formigamento no estômago e suas mãos tremiam – apoiadas na rocha, podia ver claramente seus dedos rechonchudos tremelicarem sobre a pedra. O corpo escultural da ela mulher estava coberto por um vestido longo de seda, que realçava a beleza da mortal.

 

“Eu estava esperando a sua visita, Park Jimin”. – A voz harmoniosa chegou aos ouvidos do mais novo e seus olhos acompanhavam cada movimento da deusa a sua frente. Acabou a imitando quando recebera um sorriso, encantado pela aura da morena. – “Parece que o filho de Poseidon está apaixonado por um humano, huh?” – A mulher levantou-se das rochas, caminhando lentamente até onde o rapaz estava. Jimin já havia visto uma vez, de muito longe, e sentira-se imediatamente atraído pela mulher. Agora, frente a frente, podia dizer que estava ainda mais abismado pela beleza que esta possuía.

 

“Como sabe?” – Conseguiu verbalizar após um tempo em silêncio, encarando a mulher que sentava-se a seu lado. A água estava calma mais uma vez, a presença de Afrodite podia apaziguar qualquer conflito, até mesmo a ira do deus do mar – que o Park rezava para não descobrir sobre o encontro dos dois. Os dedos finos e quentes da mais velha tocaram suas bochechas molhadas, sentindo a textura da pele macia – um sorriso formou-se novamente nos lábios da morena, achando adorável a pergunta do tritão.

 

“Eu tenho uma queda por romances, aparentemente, impossíveis”. – As mãos delicadas logo abandonaram sua pele, e Jimin se via incapaz de perguntar algo. Todas as dúvidas que cultivava por longos meses na ponta de sua língua mas sem conseguir verbalizá-las. A divindade encostou-se a pedra desconfortável, tocando uma parte atrás de si, e mais algumas rosas brotavam no local, a fazendo sorrir. – “Já aconteceu antes, e eu não esperava que viesse a se repetir”. – Os dedos longos arrancaram a planta, encarando a rosa avermelhada com interesse. – “Me conte sobre ele, Jimin”.

 

As bochechas do tritão coraram pela forma direta que a outra se pronunciou. Levou a destra até o rosto vermelho, tentando cobrir sua timidez dos olhos analíticos. Afrodite riu, achando uma graça como o rapaz estava completamente apaixonado – o coração do ruivo batia forte contra o peito, e a aura carregada de afeto denunciava a paixão platônica. Quase podia ver nas íris do jovem a imagem de seu amado; por ser a deusa do amor, sua percepção pelos apaixonados era certeira. Sentia em Jimin todos os indícios de um primeiro amor, quase impossível, e a adrenalina corria por seu corpo. Adorava juntar casais extremamente apaixonados, e sentia no tritão a forte conexão que o rapaz desenvolvera pelo humano.

 

“Almas gêmeas, huh?” – Jimin ouviu a voz doce novamente, e encarou o rosto da mulher, que não desprendia o sorriso ao encarar a flor vermelha. – “Interessante”. – Afrodite podia visualizar naquela simples rosa toda a visão do ruivo. Ao tocar o rosto bonito, logo em seguida transformava as memórias do rapaz em um jardim – mesmo que a ocasião não permitisse um, de fato, conseguia algumas rosas de memória. Nas pétalas que brincava entre os dedos, sentia toda a conexão entre os dois – mesmo que o loiro, o qual vira na flor – ainda não soubesse a existência de sua alma gêmea. Park estava confuso e muito curioso a respeito de tudo que a bela donzela falava, mas não conseguia perguntar. – “Te ajudarei a conquistar Kim Taehyung”.

 

 

O quarto parecia muito mais abafado que antes, e mesmo após dois banhos consecutivos, Taehyung via-se impossibilitado de levantar-se para ir ao banheiro em busca de um terceiro. Busan fervia pelo sol quente, e a febre em seu corpo não ajudava – os antibióticos não surtindo o efeito desejado, e o loiro recorrendo a jarras de suco quente, pois não podia ingerir nada gelado pelo próprio bem.

 

Kim passara o dia dormindo – afinal, tinha pulado uma boa parte do sono escapando de madrugada – e a tarde parecia uma eternidade para o coração ansioso do rapaz. Sabia que não tinha sido coisa de sua cabeça, as roupas sujas, a janela aberta e seu corpo febril comprovavam isso. Toda a conversa com o jovem tritão repassava em sua mente como um filme – além de estar ainda mais encantado pela beleza do ruivo, mesmo que não fosse admitir aquilo em voz alta. De uma forma estranha, conseguia se sentir bem ao pensar no outro. Jimin possuía um sorriso estonteante e sua presença era acolhedora – logo Taehyung, que odiava ter de conversar com pessoas novas, estava encantado por um desconhecido. Ainda estava intrigado com a declaração que ouvira, mas tentava controlar os ânimos – Jimin podia estar tirando uma com a sua cara, e só teria a certeza absoluta quando encontrasse com o rapaz novamente. E o loiro nem precisava esconder de si mesmo que já estava nervoso para o eventual acontecimento.

 

Lembrou-se das palavras que ouvira do ruivo – algo com fios vermelhos – e mesmo a contragosto, levantou-se da cama confortável, e bagunçada, para procurar o celular no cômodo. Taehyung já imaginava que o pai o expulsaria dali apenas para arrumar toda aquela bagunça, já que estava deveras incapacitado de o fazer, e teria de esconder as roupas usadas na noite anterior. Encontrou o aparelho jogado em meio às pilhas de roupa, voltando para o conforto de sua cama e o ventilador ligado em frente ao rosto.

 

Trajava apenas uma bermuda folgada no corpo, incapaz de colocar quaisquer outros tecidos sobre sua pele quente. As caixas de remédio já estavam pela metade e seu estômago já não aguentava ingerir tanta sopa. Ajeitou-se melhor sobre o colchão, desbloqueando a tela do aparelho e passando a pesquisar o que o tritão havia lhe dito. Taehyung assustou-se ao ver tantas informações quando completou a busca – esperava ser uma charada do ruivo – e logo então clicou na primeira página que viu sobre o assunto.

 

Franziu o cenho quando passou a ler sobre a lenda – a mente bagunçada gravando lentamente cada palavra descrita no site – e mesmo um pouco alterado pelo que lia, suas bochechas coraram pelas palavras bonitas. Presumiu que os fios vermelhos não eram em relação ao cabelo do tritão, e sim a uma estória. Sorriu enquanto terminava de ler o artigo, sentindo um calor acolhedor no peito – não acreditava em seres mitológicos e encontrara um, mudando completamente de opinião. Talvez passasse a acreditar em lendas também.

 

Mudaria muitas coisas em sua vida com a chegada de Park Jimin.

 


Notas Finais


eu fiquei muito feliz pelos comentários no capítulo anterior AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA vocês não sabem o quão feliz fico com as palavrinhas de vocês, sério
Se apaixonem por minha Afrodite, ela sou eu nessa fic tá bjs rs
O próximo não tem data prevista, desde já peço perdão caso demore :<
Até o próximo, peixinhos!


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