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História Filhos da Anarquia. - Capítulo 5.


Escrita por: ElleLedger

Notas do Autor


Música - Sia, Bird Set Free

Capítulo 5 - Capítulo 5.


Fanfic / Fanfiction Filhos da Anarquia. - Capítulo 5.

Corredor, duas da manhã.

— Karalho, abaixa a porra dessa arma. Sou eu.
— Desculpa, Kyra.
— Você pediu que eu viesse, estou aqui.
— Vem, vamos dar uma volta - Henrique apontou com a cabeça em direção às escadas, era minha primeira noite ali no abrigo e eu queria dormir, mas o segui.

Fomos parando do lado de fora, ele me encostou na parede e socou a mesma, não entendi muito bem o que estava acontecendo, mas ele olhou nos meus olhos e eu congelei.

— Sua pulsação está acelerada, está com medo de mim, Kyra? - a voz dele era baixa e fria, enviando ondas de energia pela minha pele.
— Não.

Ele sorriu, não tenho certeza, mas acho que gaguejei.

— Não vou te machucar.
— Então por que socou a porra da parede? - Estava começando a me irritar, odiava ser indefesa.
— Porque você me causa uma vontade tremenda de socar algo. Você é tão parecida com ela...
— Amélia?
— Sim, ela tinha o cabelo maior, olhos castanhos... Enquanto você tem olhos violetas com pequenos... Raios cinzas?

Suspirei, então para Henrique, eu só era mais uma que o lembrava algo de que não gosta.

— Vocês são tão parecidas e tão diferentes...
— Deveria ir atrás dela.
— Acha que eu não tentei? - a voz dele havia mudado para um tom magoado.
— O que houve?

Henrique levantou a cabeça e olhou nos meus olhos, eu podia ver a confusão nos olhos intensos, podia ver cada veia nos olhos dele, seus lábios perto demais e então, tudo se foi. Ele se afastou e seguiu para dentro, fiquei mais alguns segundos parada ali, meu caos mental aumentando gradativamente por culpa dele e então fui direto para meu quarto ou pretendia até ser puxada por Luna.

— Amélia foi o segundo amor de Henrique, o único que conseguiu curar seu coração depois de Lucy, ele amava Amélia mais do que amava qualquer um e a protegia com a vida se fosse necessário. Mas não foi. Apesar de se amarem muito, moravam longe um do outro e meu irmão sempre prometia um dia encontrá-la.
— O que aconteceu?
— Ela tinha um problema que a enlouqueceu, Henrique nunca me disse qual é, mas... Ela surtava com aquela coisa e ele era o único que a acalmava, um dia... Ele simplesmente chegou tarde demais.
— Ela se matou? - Meu estado era de choque.
— Pouco tempo depois dele sair daqui como um desesperado.
— Como foi?
— Ele nunca reagiu, ele chegou, ela estava coberta de sangue. Ele me ligou, eu corri pra lá, mas a voz dele era tão fria e controlada... Ele foi no enterro, mas não derrubou uma lágrima e também não surtou.
— Ele simplesmente se acostumou com a morte.
— Isso, mas eu só te contei essas coisas, porque até eu acho você parecida com a Amélia.
— E o que eu devo fazer? Mudar?
— Amá-lo.

Revirei os olhos, aquilo era loucura, eu não podia amá-lo. Eu nunca ia amá-lo, eu era terrível, uma vadia fria sem sentimentos e quando eu os tinha por alguém, essas pessoas sempre acabavam magoadas. Eu sempre estragava tudo e aquela dor nos olhos dele... Eu não queria ser culpada de causar aquilo nele. Eu não queria ser mais uma sombra na memória dele.
Quando Luna e eu terminamos de conversar, abrimos a porta em choque ao ver Henrique ali, encostado no batente. Os olhos tão frios e duros, as mãos em punhos e o queixo travado, provavelmente dentes cerrados.

— Boa noite, Luna.

Eu ia saindo, ele me segurou pelo braço com uma força que provavelmente ia ficar roxo e me puxou, mas em vez de falar comigo, ele se dirigiu à ela.

— Por que raios você contou pra ela?
— Não quero ela te odiando.
— Eu quero, é mais fácil.
— Então... Eu te odeio karalho! - respondi irritada e me soltei, correndo até meu quarto.

Nos dias seguintes, Henrique mal me olhava, também não tratei de falar com ele, o povo ainda estava de luto pelas garotas que morreram, Luna me disse que Henrique gostava delas, Cassie e Eylin. Também me disse que a morte das duas foi bem estranha.
Eu e Luna fomos nos tornando melhores amigas e ela me explicava tudo, além de contar algumas histórias, logo éramos melhores amigas e já odiavamos a Anya. Nesse tempo, eu e Logan ficamos bem próximos por causa de uma brincadeira e então ele se distraia lutando comigo, ele era um excelente professor e sempre acabávamos no chão, exaustos, rindo de algo que ele tinha dito.
Eu não costumava jantar, mas naquela dia não tinha almoçado, então desci para o mesmo, apesar de estar bem arrumada, usava roupas normais, enquanto as outras garotas na mesa usavam vestidos e joias.

— Luna.

Me sentei ao lado dela e ela me olhou com um sorriso, mas não disse nada, finalmente a janta foi servida e comecei a comer de vagar, um pouco de pure, um pedaço de carne e um pouco de milho com algum tipo de molho. Maldita hora em que fui esticar a mão para pegar mais milho e, maldito milho também, porque os dedos de Henrique se fecharam sobre os meus e nossos olhares se encontraram. Claro que eu puxei os meus rapidamente e logo Anya grudou no pescoço dele, vontade de vomitar? Confirmada. Eu e Luna trocamos um olhar do tipo "eca" mas continuamos comendo em silêncio e logo após a janta... Sobremesa. O homem na outra ponta da mesa que só conversava com Troye e Logan, seguiu os olhos pela mesa duas vezes antes de se levantar e andar até o meu lado, claramente me escolhendo para algo.
Luna sorriu triunfante para Anya e vi Henrique enrijecer, mas não liguei para aquilo no momento, então ele me olhou, seus olhos brilhando e seu rosto demonstrando... Preocupação? Ignorei de novo ao ver Logan me estender a mão.

— Pode ir comigo até lá fora?
— Claro.

Depois que o senhor foi embora, junto de seu filho, suspirei cansada e Logan estava me acompanhando com as mãos em minhas costas.

— Posso falar com você? - era Henrique encostado no corrimão do primeiro andar.
— Bom, boa noite pequena Kyra - Logan sorriu para mim, me deu um beijo na testa e subiu as escadas correndo.
— Olha, eu estou bem cansada agora e já passou da hora, então você devia estar dormindo como todo mundo - respondi sem olhá-lo, subindo as escadas com ele em meu encalço.

No momento em que entrei no quarto, fechei a porta, a trancando e me encostando na mesma, deslizando por ela até o chão. Uma, duas, três, quatro, cinco pancadas.

— Por favor, podemos conversar? - Ele parecia vulnerável.

Eu abria ou não abria?



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