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História Filhos das Sombras: O Jinn- Interativa - "Cazzadore"


Escrita por: little-known

Notas do Autor


Olá, rapaziada! Estou sumido! Voltei depois de muitos meses! Perdoem-me pela demora, porém agora trabalharei com datas e terei mais acesso ao SocialSpirit! Um capítulo um tanto ameno que deu início a esta curiosa trama. O próximo capítulo sairá no dia 29 de Janeiro.

Atenciosamente...
GAAL

Capítulo 2 - "Cazzadore"


Imperava na sala um calor sufocante, talvez resultado do fato de haver uma única janela no pequeno cômodo, além de a mesma estar emperrada desde que alugara o lugar. A sala era extremamente pequena, portadora de uma única mesa com duas cadeiras em cada extremidade, próxima a diminuta janela suja como as criaturas que caçava.

  Sentado na cadeira mais próxima da janela encontrava-se um homem alto, de cabelos brancos, barba rala em toda face, com um único olho azul como o mar, sim, um olho apenas, pois o outro encontrava-se oculto por um tampão de couro. O mesmo assinalava uma série de papéis em absoluto frenesi.

  Apenas tornava-se audível o som repetitivo da caneta riscando o papel, pois estava, como sempre, fazendo um pequeno relatório sobre o último caso, pois gostava de guardar recordações e experiências escritas para futuro uso, principalmente sobre o caso passado.

  Ficara um mês na floresta amazônica a mando de um rico mago, comerciante poderoso de ervas no interior de São Paulo, pois um curupira qualquer havia impedido a retirada de ervas na mata. O seu antigo patrão, segundo escrevia no papel, possuía um pequeno acordo com as criaturas, o qual prevenia saída e entrada seguro nos domínios da fauna, porém uma estranha revolta entre as criaturas da floresta quebrou a trégua violentamente.

  Ele seguramente concordava com a revolta dos monstros de pé virado, porém o dinheiro depositado em sua conta não permitia opiniões ou juízos de valor, sendo assim, resolveu o caso rapidamente, com muita dificuldade, pois, diferente das criaturas urbanas, curiosamente as criaturas da floresta eram extremamente unidas em nome da proteção de seu lar e de seus viventes. O modesto caçador conseguiu um novo tratado, mantendo um Tigre Azul como “refém”.

  Aprendera inúmeras coisas sobre incontáveis criaturas, que já habitavam esta terra, chamada Brasil, muito antes que qualquer outro que já houvesse entrado em contato em São Paulo.

  Caçador, sim, Marcos Seixas da Silva, um conhecido mercenário no mundo sobrenatural, que com a quantia certa de dinheiro poderia acatar qualquer caso, de qualquer um e em qualquer situação, afinal, não deixava de ser um mercenário. Um simples humano, com fama superior ao do próprio Raul e, talvez, temido por muitos igualmente.

  O trabalho acima apenas era uma pequena amostra das coisas pelas quais passava e enfrentava sucintamente. Sendo assim, ganhava dinheiro suficiente para alugar uma sala maior, porém preferia a velha saleta com a janela emperrada a um caro alojamento na Paulista.

  Guardou os papéis em uma das gavetas da simples mesa de madeira, com cansaço evidente em seus movimentos, pois sua cabeça latejava, suas costelas atingidas na última missão doíam e os cortes e hematomas espalhados por seu corpo ardiam fortemente. Mantinha-se sentado, porque os movimentos encontravam-se dificultosos, devido às dores, mas a inquietação mental não encontrava recesso... Precisava seguramente dormir.

  Em um longo suspiro sacou um cigarro de seu bolço, acendendo-o rapidamente. Em tragos quase mecânicos levantou-se de forma lerda, mancando, enquanto fumava, por toda a sala. O cigarro realmente o acalmava, cada trago trazia-lhe um curto segundo de descanso perante o cansaço no qual agora se encontrava.

   Concentrava-se apenas no ato de fumar e no repetitivo som do agitado transito de São Paulo, lembrando por instantes do bordel que tanto apreciava, talvez fosse aquele um bom local de descanso, deitar-se no colo de uma majestosa mulher, no sentido ambíguo do termo, claro, relaxar a cabeça e curar as dores que o afligiam.

  O bordel na Augusta, possuía uma atração um tanto diferenciada e estranha para humanos comuns, súcubos, criaturas que alimentavam-se da essência humana, mas faziam um trabalho espetacular na cama. Esse tipo de “exploração” fora há muito proibido no estado pelo governador, que abominava os hábitos alimentícios das descendentes das centenas de imigrantes japonesas, talvez por sua formação absolutamente conservadora. O governo deste atual governador era falho e completamente desfavorável à comunidade paranormal paulista, ainda mais porque Raul controlava quase tudo na cidade.

   Tudo na cidade, incluindo os bordeis e ONGs que supostamente apoiariam a população sobrenatural da cidade. Raul já contratara seus serviços antes, pagava extremamente bem, por serviços de dificuldade máxima, que sempre eram cumpridos por Marcos.

   Batidas incessantes em sua porta acordavam-no de seus desordenados pensamentos... Serviço novo acreditava. Mancou até a porta, a qual abriu lentamente, chocando-se momentaneamente, encontrava-se a sua frente um homem alto, de cabelos negros lisos penteado para trás com brilhantina, com óculos escuros, pele morena extremamente pálida, alto e robusto, Raul estava perante seu único olho.

   Marcos deu passagem para o ser, que rapidamente sentou-se sem cerimonias, dizendo:
- Meu bom cazzadore, procurei-te tanto!- Disse com uma voz carregada com um poderoso sotaque italiano e estranha felicidade.
- Estava em um trabalho. – Respondeu Marcos com uma ponta de impaciência em sua voz.
- Tenho serviço, que creio estar dentro apenas de suas qualificações. – Acrescentou sutilmente em meio a uma fina risada.
- Não consegue ficar de longe de mim, não?- Debochou em resposta. – Que serviço?
- Você bem sabe que todo grande empresário está sempre sujeito a ameaças em sua empresa, muitas vezes empresas adversárias, funcionários de dentro, coisas que todos aprendemos a lidar com o tempo, não? – Disse Raul em um tom calmo e moderado, hesitando por uns momentos, até Marcos assentir com um gesto de cabeça. – Porém existem certas ameaças que são imbatíveis pelo mesmo motivo que muitos perdem guerras, falta de informação.
- Vá direto ao ponto. – Interrompeu a longa e elaborada analogia apagando seu cigarro.
- Certo, certo. – Respondeu o chefe do crime em uma longa gargalhada. – Nos últimos dois meses, meses que aliás esteve fora, minhas lojas de ervas, bordeis e bares vem sendo atacados, claramente em um ato de guerra, porém eis sua missão, guerra contra quem?
- Atacados como? – Questionou o caçador.
- Explosões, destruídos por dentro, barreiras mágicas e tudo que possa imaginar, meu funcionário lhe enviará os arquivos. Porém o que não entendo é um único padrão que sou capaz de enxergar: Todos os “ataques” foram causados pelos donos dos próprios estabelecimentos em questão, balconistas, gerentes, etc. – Disse com seriedade assustadora em sua voz. – Preciso urgentemente de informações, esta é sua missão, informações, quem devo punir ou retalhar para que isso pare? Esta pergunta que ordeno que resolva, claro, por uma quantia considerável de dinheiro.
- Considerável quanto? – Rebateu petulantemente.
- Oitenta mil dólares e um adiantamento de dez mil, ragazzo. – Respondeu entre gargalhadas.
- Mande-me os arquivos e deposite os dez mil em minha conta, pois assim iniciarei a investigação. – Acrescentou secamente. – Venho até aqui sem nenhum de seus homens?
- Estão no andar de baixo... Não creio que coubessem nesta salinha. – Riu profundamente com estas orações.

  Raul levantou-se da cadeira apertando a mão de Marcos, saindo calmamente da saleta. Agora encontrava-se pensativo, oitenta mil... Realmente o senhor de crime estava desesperado, pois nunca oferecera acima de cinquenta mil para o caçador.

  Deveria realmente procurar rapidamente as Súcubos, pois este, apesar de parecer um simples serviço, vindo de Raul sempre revelava-se como algo impressionante e dificultoso. Será que seu bordel favorito fora um dos atacados, esperava fortemente que a resposta se revelasse negativa.

  Sacou outro cigarro, acendendo-o vagarosamente. Querendo solucionar a cruel dúvida, levantando-se e tomando rumo para o conhecido bordel da Augusta.


Notas Finais


Muito obrigado por ler até aqui! Divulgue para os amigos! Deixe seu comentário sobre o capítulo. Críticas negativas e positivas são sempre bem vindas.

Atenciosamente...
GAAL


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