História Filhos dos Semideuses - Cap.11: O nadador-salvador

   E foi quando saltei para o mar que me aprecebi daquilo que tinha feito. Quer dizer, posso ser neto de Poseidon mas... Digamos que não sou o maior fã do mar. Voltando ao assunto, quando mergulhei senti-me só e num território desconhecido. Ao início pensei em voltar para a superfície mas iria ser um grande covarde. Concentrei-me no objetivo: salvar a Zuri.
   Quando abri os olhos não vi nada mas, pouco depois a minha visão começou a melhorar e vi tudo claramente. Só via alguns bocados de madeira destruídos. Procurei algum tempo até que vi uma gruta com uma espécie de barreira protetora. Quando entrei, foi como se saísse da água. Estava seco e conseguia respirar normalmente. A gruta não era muito grande, mas era bem escura. Comecei a andar e ouvi uma rapariga a chorar. Aproximei-me a correr e vi que era a Zuri.
   -Zuri! - gritei eu.
   -Tom! - respondeu a Zuri, esfregando os olhos.
   Fui a correr abraçá-la. Quando me aproximei dela, não sei como, dei-lhe um beijo. Quando ia parar, ela agarrou-me e beijou-me. Foi um momento muito feliz, que não queria que acabasse.
   -Ãh... desculpa... - disse eu, muito envergonhado.
   -Porque é que pediste desculpa? - perguntou ela - Eu adorei!
   Então sorrimos um para o outro e demos um abraço.
   -Mas agora temos de sair daqui antes que... - disse Zuri, antes de ser interrompida por uma grande pancada, que nos fez desmaiar.

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   Quando acordámos, vimos que estávamos numa cela, rodeados por seres femininos marítimos. Elas tinham cabelos longos e verdes e cauda de peixe. Traziam consigo, cada uma, um tridente.
   -Nereidas! - disse eu.
   -Exato. E vocês são nossos prisioneiros. - disse uma delas.
   -Mas as nereidas não são amigáveis? - perguntou Zuri.
   -Estamos fartas de ser criadas de Poseidon. - começou a outra nereida - Então, Hipnos fez-nos um acordo. Se nós vos abrandarmos, Hipnos fará de nós deusas dos mares e oceanos.
   -Isso é um erro! - exclamou Zuri.
   -Logo veremos. - disse a primeira nereida, enquanto as duas saiam, deixando-me a mim e a Zuri sozinhos, naquela cela escura e sombria.