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História Filosofia e Animes - PRÉVIA A Crise Existencial de Ken Kaneki - Tokyo Ghoul


Escrita por: HansHardt

Notas do Autor


Eu preciso avisar que estou na semana de provas, então não dá tempo nem de escrever, nem de assistir alguma coisa no momento. Desculpa mesmo pra quem estava animado, mas não se preocupe que dentro de uma semana vou continuar postando! No momento, quero deixar vocês com um gostinho do que pode vir. Aliás, me digam se vocês têm algum anime que eu devo assistir! EVANGELION, me dizem, é bem complexo. Death Note dança valsa bastante com o conceito de justiça. Me diga se tem algum que você quer que eu faça algo!

Aliás; eu ainda preciso acabar esse. Vi só alguns episódios.

Uma hora vou fazer um post a parte atualizando esse texto.

Fiz a mesma coisa com o texto do Pain/Nagato pela mesma razão.

Neste texto, coloquei apenas alguns trechos interessantes.

Capítulo 3 - PRÉVIA A Crise Existencial de Ken Kaneki - Tokyo Ghoul


Fanfic / Fanfiction Filosofia e Animes - PRÉVIA A Crise Existencial de Ken Kaneki - Tokyo Ghoul

Tokyo Ghoul é um anime com um teor bem mais de "Gore"; de violência, sangue e ranger de dentes, visto que é quase uma história de super-humanos, mas super-humanos que se sustentam pelo canibalismo. Se bem que canibalismo pode não ser o termo mais correto, porque eles não são humanos, por assim dizer. 
Passando em Tokyo, a história toma como protagonista Ken Kaneki, que é atacado por um Ghoul, que seria uma humano com uma espécie de poder específico a ele (um kinke), força sobre-humana e um desejo insaciável por carne humana. Quando Kaneki é atacado, um acidente salva sua vida, mas a custo de ferimentos graves. Quando encontrado, Kaneki passou por cirurgia com uma das "pessoas" no acidente, que por coincidência, era a mulher Ghoul. (Agora, como eles conseguiram colocar partes do corpo de outras pessoas no Kaneki sem a autorização dele e não tomar um processo está além de mim)

Kaneki agora é meio humano, meio Ghoul. Um ciborgue da natureza, tendo as duas naturezas numa pessoa só. Nem humano, nem Ghoul. Uma síntese. 
Primeiro, quero entrar com uma filosofia mais leve, pra depois irmos pra hardcore de dualismo substancial e hermético. Aí a gente mexe um pouco com Tomas de Aquino até. UHUL. 

 (Me lembro de um personagem muito parecido com Kaneki, que morreu, e reviveu como um ciborgue literal. Ele não tem paz com seu corpo, e todo seu personagem é voltado por essa busca por harmonia. No fim, ele consegue atingir uma humanidade maior do que tinha antes.)

O anime, daí, faz Kaneki entrar por uma crise existencial tentando fazer as pazes com suas novas partes, nova personalidade que tem que se adaptar a uma nova vida, e a um novo mundo a partir de uma comunidade em que vive. O mundo dos Ghouls também é o mundo dele agora. 

Vamos pensar um pouco sobre identidade, mas num nível ontológico. Ontologia é a filosofia de entender o que são as coisas, e o que faz dela, elas, resumidamente. 
Pergunto, o que faz de você, você? Onde você desenha a linha de o que são adições a você, e o que deixa de ser você? Pense desse jeito: Perseu tem um barco. Perseu repara que seu barco deve ter suas partes trocadas de vez em quando, e eventualmente ele a troca. Um dia, ele repara que todas as partes foram trocadas. O barco de Perseu ainda é o barco de Perseu, ou o que está lá é um barco novo? E se eu pegar todas as peças velhas e montar o barco velho e quebradiço de novo, qual dos dois é o barco de Perseu, agora? 

Mas não podemos comparar um objeto à um humano, não é? Afinal, objetos tem um sentido atribuído por NÓS, mentes conscientes. E se nós mexermos com seres VIVOS? Eu me lembro de ler num livro a seguinte coisa: tome uma mulher que não está satisfeita com seu gato. Acha ele pouco... Bonito, não-regal. Então ela vê algum comercial onde pode fazer seu gato sofrer cirurgia. Ela muda um olho, depois os dois, depois seu pelo, seu rabo, suas patas. Ela não sabe disso, mas...

... O gato novo é um farsante, comendo da comida e dormindo na cama do novo. A "gatidade" dele mudou. Eu diria que até sua consciência foi tingida. 

O anime deixa isso claro, quando mostra a identidade Ghoul como se representada pela mulher, e não como uma versão alternativa do próprio Kaneki.  

(Pense nisso. Em 7 anos, todas as suas células mudam eventualmente. Você ainda é você, apesar disso? Ou é uma pessoa completamente nova? Isso sequer é possível? Se sim, a partir de que momento você mudou?)

Não há dúvida de que Ken Kaneki não é mais o Ken Kaneki, mas ele é uma pessoa nova? Bem, é complicado. 

(...)

Pessoalmente, acredito que além do material, alguém tem essa definição ontológica pela sua consciência. Por mais que voce mude em pessoa, sua consciência e sentencia não mudaram, nem seus instintos que estão enraizados na natureza humana. Sabia que 80% à 40% da sua personalidade é genética? Acredito que esse componente genético te faz o que você é, mas de novo, e se mudássemos um pouco esse DNA? O que seria de nós daí? E a parte que é social, e não genética? Até que ponto somos nós, mas alterados, e até que ponto somos diferentes? (...) 

(...) Mas estamos falando, até agora, de um sentido ontológico. Isso não é tudo que identidade é. Pelo contrário, identidade não é só o que você é em objetividade, é o veículo que se usa para navegar pela vida a partir da sua subjetividade e subjetividade alheia. Psicólogos andam estudando isso por anos, e entendem agora que a identidade é uma síntese entre a sua subjetividade e a subjetividade alheia, que misturadas criam o que você é, e sua representação no mundo. Isso vai desde "papéis", até negociação entre nós mesmos, até (...)

Pense desse jeito. Existe uma pessoa absolutamente chata. Ela não se acha chata, mas os outros reconhecem ela como chata e imbecil. A subjetividade dela faz dela não chata? É uma coisa que se muda igual roupa? Se eu não quiser ser mais chato é só eu não me ver mais como chato? Aliás, isso também é um ótimo conselho. Escute as pessoas que te repreendem, você pode aprender algo útil. 
Por outro lado, o lado social também não é a única coisa que te define. As pessoas podem muito bem ter uma ideia errada de você, mesmo você não sendo aquilo. Tome como exemplo o homem injusto que tem os benefícios da justiça; e o justo que só tem os malefícios da injustiça, na República de Platão. Você pode muito bem ser uma pessoa muito boa, mas as pessoas te verem de forma errada. 

A sua identidade é o que você acha que você é, mais o que as pessoas acham que você é. Uma síntese da sua teoria e a teoria dos outros sobre voce mesmo. Suponha que eu diga ser um sobrevivente do holocausto, mas ao mesmo tempo, nasci em 2005. Eu sou um sobrevivente do holocausto? Não, porque a sociedade negociou que o Holocausto foi um evento que tomou conta nos anos 90, conduzido pelo Reich nazista. Eu não poderia possivelmente ser um participante do evento. Vou recomendar uma certa bibliografia sobre o assunto. 

 

Mais adiante, vamos conversar sobre como Kaneki navega por essas águas turbulentas. No momento, só estou dando os alicerces para entendermos o que se passa. 


Notas Finais


Vou terminar o texto aqui. Como eu disse, é só algo para te deixar com o gostinho na boca. Me avisem se estão interessados, para que eu possa investir tempo nas coisas certas!


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