História Fim da minha Amargura? - O bar

- EEEE UM BRINDE AO CAPITÃO! -riu Galand em sua armadura de sempre, balançando uma caneca de cerveja.

O bar estava animado cheio de gritos e clientes. Os dez mandamentos reunidos numa grande mesa oval, cheirando forte à cerveja. O loiro conhecido como "capitão" estava num canto um pouco afastado, bebericando sua bebida, com um sorriso feliz.

- NÃO SEJA TÍMIDO CAPITÃO! -o braço de Galand passou pelo pescoço do pequeno demônio- VAMOS FESTEJAR A BATALHA! VENHA E VAMOS BAGUNÇAR MAIS!

- Você está bêbado demais, Galand -foi o comentário de sorriso torto de Meliodas.

- Sempre que ele vê cerveja dos humanos fica assim -suspirou Melasculat, balançando a cabeça negativamente, tomando sua taça com delicadeza, e sorrindo feliz- Aaaah mas essas cervejas estão deliciosas mesmo!

- Odeio humanos, são fracos -murmurou Estarossa, mas sorriu ao tomar um gole de sua caneca- Mas essas bebidas que eles fazem, sempre me surpreendem.

- Devemos dizer que não é de se jogar fora -concordou Derieri que está sempre séria, sorriu um pouco.

- KYAAAA -uma voz feminina se fez, em um tom assustado no meio de tanta algazarra. Quando os olhos verdes de Meliodas encararam, viu apenas uma pequena fada caída no chão uns três metros longe dali.

- VAMOS! ENTRETENHA O CAPITÃO DOS DEZ MANDAMENTOS -urrou a voz de um demônio com forma humana, levantando ameaçadoramente um chicote.

- S... Sim -chorou a fada de cor prateada, levantando-se com certa dificuldade.

O loiro apenas carregou a caneca de cerveja até sua boca e tomou seu conteúdo, olhando para aquela cena sem muito o que pensar. A fada se aproximou e começou a dançar apenas para ele, com movimentos desengonçados. Ela usava roupas audaciosas, por mais que o capitão a olhasse, não era atraente.

Olhou em volta, os demônios eram os clientes, e as garçonetes eram todas fadas ou humanas escravizadas. Aquela cidade os demônios tinham conquistado graças à guerra que foi liderado pelos dez mandamentos. Em todos os outros locais que Meliodas e seus companheiros tomaram estavam em uma situação parecida, demônios gerenciando e as outras raças submissas em seu poder.

Meliodas olhou para seus companheiros que riam e ganhavam atenção especial como o próprio capitão pelos dirigentes do estabelecimento.

"Entediante", era apenas esse o pensamento do jovem, "Mas fico feliz que pelo menos eles estão se divertindo", o loiro fechou os punhos ao se lembrar de umas coisas do passado e pensou: "Rápido, preciso ser rápido e ser rei desse mundo errado. Pelos meus companheiros".

Enquanto estava perdido nos próprios pensamentos e objetivos, a fada que dançava para ele tombou mais uma vez, deixando bem a mostra as grossas correntes mágicas que impediam da fada fugir e a atrapalhavam de se movimentar.

- MAS COMO VOCÊ É INÚTIL -se irritou o gerente furioso, fazendo a fada chorar e tremer, encolhida e assustada.

Não que Meliodas se importasse que o entretivessem, ou se uma fada fosse tratada mal, era uma escrava afinal.

Mas foi então que uma humana de longos cabelos prateados se ergueu como uma sombra na frente da fada encolhida e desafiando com os olhos determinados contra o gerente.

- Meu amo, eu entreterei o cliente agora -os olhos azuis dela se tornaram submissos, num sorriso calmo. O gerente apenas a encarou e cruzou os braços. A fada lançou um olhar de gratidão e se retirou rapidamente.

Os outros mandamentos estavam de rostos corados de tanta bebida, mas encaravam a humana escrava do bar com atenção.

Com a franja prateada cobrindo seu olho direito, ela se aproximou, o loiro escutou claramente os passos tilintantes das correntes de ferro. Ela sorriu:

- Minha dança não é tão elegante quanto o de uma fada, mas espero que goste.

Realmente, com as correntes de ferro, a dança da humana poderia ser mais bela. Os olhos verdes de Meliodas poderiam ser facilmente descontraídos com algum pensamento longíquo, mas isso não aconteceu.

Os passos da humana eram nada elegantes, atrapalhados pelo ferro que a cativava, mas o olhar azul que ela lançava tinha um sentimento pessoal, um algo penetrante, o capitão não conseguia desviar o olhar dela.

Ódio? Raiva? Remorso?

"O que essa humana quer de mim? O que ela quer me mostrar nesses olhos?" foi a questão que o capitão se fez. Sendo aquele que estava destruindo as cidades humanas um por um, certamente essa humana tem algo contra ele, mas aqueles olhos mostravam algo mais.

- Pare -Meliodas ordenou, os outros mandamentos os observaram um tanto tontos- Qual o seu nome, humana?

Os passos dela cessaram, ela deu um leve sorriso, pousou a mão no próprio peito para se apresentar.

- ... Meu nome? Meu nome é...