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História Fim da minha Amargura? - Lua


Escrita por: Serin_Chevraski

Notas do Autor


Demorei demaaais pra postar minhas fics, eu sei kk Mas acontece que minha vida anda meio atarefada Ç_Ç Estou tentando o meu melhor!
Sendo que é ano novo, pensei em trazer mais um cap para vocês <33
BOA LEITURA XD

Capítulo 6 - Lua


Elizabeth estava em um dos aposentos de um grandioso palácio. Um local que eles haviam providenciado por enquanto, o tomando de um rei caído. O quarto que recebeu era um tanto luxuoso demais para o que ela pretendia ser, uma "escrava".

Sentada na cama, olhava para o chão. O que deveria fazer agora? Estava se aproximando dos inimigos da humanidade, o lado "escuro" da guerra. Certamente apenas dela ficar próxima de um dos mandamentos se sentia intimidada pela aura de poder que cada um emitia e ainda tentavam esconder.

Mesmo sendo uma híbrida, seu lado alado das Deusas era tão fraco que tinha quase certeza que ou os mandamentos não o tinham percebido, ou o acharam tão insignificante que ignoraram.

A porta se abriu e um loiro baixinho entrou. Elizabeth ergueu o olho azul para encará-lo, num sorriso falso, perguntou:

- Meu senhor, não precisa das correntes para prender meus pés? -e tocou nos próprios tornozelos avermelhados. Meliodas a havia liberto das algemas assim que ele a permitiu ficar junto deles.

- Você realmente acha que eu preciso de algemas para te prender? -ele respondeu sem preocupações.

Era verdade. Para que algemas se o próprio capitão tinha poder o suficiente para brandir o braço e imobilizá-la facilmente com o seu poder?

- O que eu posso fazer pelo senhor, que veio me dar a vossa presença?

- Hum? -ele olhava com atenção à um vaso que decorava o quarto- Ei, Elizabeth, me diga.

- Claro, o que deseja saber?

- O que você está escondendo? -ele então a encarou.

Um suor frio escorreu de sua testa e a sua espinha tremulou.

- D... Do que o senhor está falando? -tentou disfarçar.

- Tem uma razão para ter vindo conosco, não é? -ele se aproximou da moça- O que é? Eu sou o capitão dos Dez Mandamentos. Sou o demônio que está tomando o mundo e matando humanos. Você quer me parar? Você quer me matar? Você que é uma humana, tem esse tipo de rancor contra mim, não é?

Foi uma pergunta direta. Elizabeth se paralisou. O que aquele capitão tinha em sua mente? Elizabeth deveria simplesmente desafiá-lo? Ou deveria continuar com a sua interpretação de querer ser uma serva?

- Sinto muito, senhor Meliodas, se passei essa impressão -ela sorriu um tanto constrangida- Mas eu não tenho esses rancores.

Ele a encarou por mais alguns segundos e sorriu.

- Uhum, entendi.

E aquilo foi sua resposta. Símples e rápida. O que surpreendeu Elizabeth. Ela não havia mentido. Não queria parar Meliodas ou matá-lo. Ela queria vingança contra os dois mandamentos que mataram a verdadeira Elizabeth. Parar Meliodas? Para quê? Pelos humanos? Pelos Deuses? Sua existência não pertencia a ninguém a não ser à aquela garotinha que havia erguido a mão para uma vida que estava prestes a desaparecer.

Foi quando ela escutou um tumulto, parecia vir fora do castelo. O loiro rapidamente foi para a janela espiar o que estava acontecendo. Elizabeth o acompanhou. Havia pelo menos dezessete metros até o chão daquela janela e ela viu um punhado de homens armados.

Eles pareciam zangados.

- Viemos libertar esse mundo de vocês, demônios! -o que parecia líder berrou.

Era bem visível que esses doze cavaleiros tinham passado por grandes dificuldades para chegar até alí. O castelo era um tanto afastado das cidades e se eles quisessem algo em bares ou coisas assim tinham de viajar alguns quilômetros. Ou seja, moravam num local afastado, desértico e rodeados de feras ou demônios. Junto com um matagal que se via a uns metros dalí eram infestados de bestas. O castelo em si não haviam guardas ou outras pessoas a não ser os dez mandamentos.

O capitão simplesmente se jogou da janela de dezessete andares, deixando a moça mais surpresa ainda.

Os doze cavaleiros deram um passo para trás. Os nove mandamentos apenas ficaram em algum lugar dentro ou fora do castelo, com braços cruzados e observavam cuidadosamente. Meliodas arregaçou as mangas.

- V... Você é um demônio? -questionou um dos cavaleiros desconfiado.

- É só uma criança -grasnou outro cavaleiro- Mas ele está corrompido... Não podemos ter piedade. Desse pequeno demônio.

Os cavaleiros colocaram suas armas em posição. O capitão apenas respirou fundo, de olhos fechado e agitou sua mão. O que aconteceu no seguinte momento foi inexplicável, quase que sem barulho por ter sido tão rápido que o som não conseguiu acompanhar. O cavaleiro que estava à frente foi despedaçado, apenas podia se assistir uma grande quantia de sangue se espalhando ao chão e aos outros onze cavaleiros que arregalavam os olhos. A respiração de Elizabeth se prendeu.

Os onze cavaleiros pareciam em choque, então, um que estava mais atrás berrou:

- Oh, espadas de nosso rei, escute nosso chamado. Nos dê poder! Nos dê determinação! Nos dê, nossa Deusa, o que precisamos para derrotar o caos que inflige em nosso mundo!

Os outros cavaleiros escutaram essa clamação e ergueram suas espadas. Brilharam, o prateado de suas lâminas brilharam como o sol e Elizabeth precisou fechar os olhos. Assim que os abriu, sentiu sua alma tremer. Os cavaleiros emitiam uma intensa aura que era assustadora. De sua luz, refletiu uma gigantesca Deusa que parecia abraçar gentilmente os cavaleiros, os abençoando embaixo de suas asas de vinte metros cada uma.

Os cavaleiros sorriram e apontaram suas armas prateadas para Meliodas. Um sorriso que pareciam ser invencíveis e poderiam acreditar que eram tão fortes quanto um Deus.

Meliodas saltou indo contra os cavaleiros, estes brandiram suas armas numa sincronia perfeita, sem erros e sem brechas. Isso simplesmente indicava que eram treinados para aquele dia, aquele momento, tão treinados a ponto de serem merecedores de usar o título de Herói.

- Desista demônio! Que a luz guie sua alma ao inferno, da onde você nunca deveria ter saído.

Meliodas caiu de rosto ao chão e não parecia se mover. Os lábios de Elizabeth tremularam.

- Espera... Você foi derrotado? -a moça murmurou- O capitão? Que parecia tão invencível? Não. Não. Isso está errado! -o que era? Elizabeth não deveria simpatizar ou ligar para o capitão, eles eram desconhecidos... Mas o que era? Tinha algo em Meliodas que a fazia se interessar- ACORDE! EI! VOCÊ! VAI FICAR QUANTO TEMPO BRINCANDO NO CHÃO? -acabou por berrar.

Nesse mesmo segundo, a mão ensanguentada de Meliodas apoiou o chão para o corpo dele se levantar. De repente uma gigantesca aura negra cobriu o pequeno loiro. Se intensificou como uma maré de próprios sentimentos. E quando seu rosto se ergueu, ela viu. A negra marca que pintava o rosto do capitão. Os negros olhos e a séria feição.

- O... O que aconteceu? -murmurou um dos cavaleiros, tremulando diante de tal poder.

- A... A... A criança de antes... Então mostrou o seu poder, demônio? -grunhiu outro cavaleiro não parecendo tão mais confiante.

Os olhos de Meliodas encararam cada um dos cavaleiros, então sussurrou, um sussurro aonde as palavras voaram ao vento e pareceram ecoar na cabeça de todos que olhavam para aquela cena:

- Não ousem me atrapalhar -e sorriu, como se dirigisse aquelas palavras para os outros mandamentos.

Num piscar de olhos Meliodas simplesmente sumiu, levantando poeira. A gigantesca Deusa que pairava e dava poderes parece que tinha sido invocada de uma forma que não podia se mover ou fazer algo a não ser prover poder para aqueles cavaleiros. Então ela apenas assistiu enquanto um por um seus cavaleiros caíam.

E cercado de corpos e sangue, Meliodas estava de pé, encarando para os próprios pés.

- Então você é o capitão? -sussurrou a Deusa- Derrotou tão facilmente os cavaleiros mais fortes desse reino... Mas não acredite que isso ficará por aqui. Está próximo, príncipe demônio... O dia em que o humano prometido irá aparecer. Não se esqueça. Você não é o senhor deste mundo e saberá o seu lugar.

E com isso a Deusa desapareceu. Elizabeth continuou a encarar o local em que a Deusa sumiu. Aquelas palavras. O que elas significavam?

Os outros mandamentos se viraram e voltaram aos seus afazeres. Mas Meliodas continuou ali, Elizabeth engoliu seco e se deitou na cama não se importando. Pretendia dormir e esquecer do que acabou de acontecer uma vez que isso tinha nada haver com ela, porém as palavras que ela mesma berrou para Meliodas lhe davam insônia. Por que ela teve que encorajá-lo a se levantar? Isso não fazia sentido. Na verdade, tudo não fazia sentido. Aos olhos de Meliodas ela era uma humana, uma humana que não deve ter valor algum, então por que ele a permitiu ficar entre os mandamentos? Por que ele ergueu a mão para ela? Por que ele pareceu acreditar tão fácil nas palavras dela em vez de desconfiar dos objetivos dela? Por que ele... Perguntou o nome dela? 

Por que... Elizabeth se importava tanto com os comportamentos estranhos de Meliodas?

Ela fechou os olhos com força e teimosia. Não queria pensar naquilo. Tinha que pensar em como iria completar sua vingança e não em outras distrações.

Por um pequeno momento ela conseguiu cochilar. E quando a lua estava bem alto como um holofote, ela bocejou acordando. Com os pés descalços escutou vários tipos de roncos por todo o castelo. Certamente todos dormiam. Elizabeth se sentiu atraída pela lua e se esgueirou até a janela. Olhou para o céu, mas o cheiro de sangue estava forte e encarou discreta para os corpos mortos e arregalou os olhos. Meliodas ainda estava alí.

O encarou por alguns momentos para ter certeza que via direito. E no segundo que descobriu que aquela forma não sairia dali como se fosse uma miragem, Elizabeth arrumou sua roupa e colocou seus calçados.

Correu pelas escadas até a portaria da frente, com cuidado para não acordar os outros mandamentos. Ela prendeu a respiração assim que pisou fora do castelo. O repugnante cheiro de carcaça lhe deu enjôo.

- ... Você está bem, meu senhor? -ela chamou sem muita confiança. Apertou a cintura e com os braços protegendo a barriga, ela se aproximou.

Pela pouca luz ela conseguiu ver os olhos negros do capitão e a marca. Seu rosto sem expressão sussurrava algo:

- Não é o suficiente... Mais... Preciso de mais... Não... Preciso me controlar... Sangue... Mais sangue...

Sua espinha se arrepiou. Mas juntando todas as suas forças, ela voltou para dentro do castelo determinada. Foi até a cozinha e pegou uma panela gigante, o enchendo de água. Então foi até os fundos aonde a madeira estava guardada e levou um pouco, voltando à cozinha ela acendeu a fornalha para esquentar essa água.

Foi até um quarto mais próximo da cozinha e pegou velas, as acendendo em vários pontos específicos do quarto para clareá-lo, abriu a janela para o luar entrar, junto do ar fresco, já que pelo menos naquela parte do castelo o cheiro terrível não alcançava.

E foi em busca de uma tina grande num quarto um tanto isolado que era usado para guardar objetos. Pegou a tina junto com um sabonete de pedra e um shampoo, levou tudo para o quarto e depositou a tina em uma posição que desse para ver a lua.

Voltando para a cozinha pegou um pano e remexeu na madeira que pegava fogo com um pedaço de ferro que tinha no canto. A água estava bem quente. Com um certo esforço ela ergueu a panela e o carregou até esse quarto o jogando na tina. A água faltou ela usou uma fria mesmo para nivelar um pouco a temperatura elevada.

Como é que ela conseguia ter uma força tão grande mesmo sendo uma garota que parece frágil? Simples. Quando trabalhou no bar, teve de fazer muito esforço físico desse gênero e por muito tempo, assim que Elizabeth aprendeu como segurar uma panela que qualquer um que visse diria que a moça estava em desvantagem, aprendeu em como carregar tanto peso distribuindo pela própria posição que ficava para carregar e se movendo de forma certa para transformar a tarefa que parece impossível em possível.

Olhou satisfeita e depois que o aprovou, correu para fora do castelo mais uma vez. Só que dessa vez mais esperta, colocou um lenço amarrado em volta do rosto protegendo o nariz, deixando o cheiro insuportável um pouco mais razoável.

Meliodas ainda murmurava coisas incompreensíveis e em transe. Elizabeth respirou fundo e se arrependeu pois o cheiro era muito ruim. Ela olhou para os cabelos tingidos de ruivo dele, arregaçou as mangas e pegou no pulso do rapaz.

O loiro fechou os lábios e pareceu tenso. Mas ela não ligou, o puxou para dentro do castelo de forma ignorante sem mesmo saber que Meliodas passou a desejar fortemente matar alguém e lutava contra essa vontade de despedaçar Elizabeth, por ser a pessoa viva mais perto.

Ela o levou até o quarto que já tinha um pouco de fumaça pela água quente na tina.

- Escute bem senhor, tire a roupa e se lave na água -ela ordenou- Entendeu? Se lave.

E bateu a porta, deixando ele sozinho. Ela suspirou, caminhou até a cozinha, achou alguns legumes alí. Cebolas, batatas, cenouras, couve, entre outros. Mas o que a mais surpreendeu é que quando foi investigar um pouco mais a cozinha encontrou linguiças penduradas, grandes pedaços frescos de carne tanto de porco como de vaca, alguns frangos num molho q quando se aproximou tinha um forte cheiro de limão e cerveja os conservando. Sem falar nas grandes jarras de argila que eram tampadas com panos ela encontrou azeitonas em conserva, molhos de diferentes tipos. Passou um tempo experimentando os molhos e então fechou os olhos.

O tempo em que passou no bar também lhe ensinaram a culinária. Se sentiu um tanto inspirada. Pegou a carne de porco, batatas, cebolas e outros legumes. Com o fogo já ligado, ela colocou uma panela, em uma agilidade cortou as cebolas, jogou óleo no fogo e logo as cebolas picadas, o cheiro delicioso de cebola sendo frita foi invadindo lentamente pela cozinha, a carne ela o picou também, logo o cheiro da carne se misturou com a da cebola, enquanto eles douram, Elizabeth cortou rápida e precisa vários outros legumes. Preparou uma frigideira ao lado da panela e foi jogando repolhos, berinjela, cenoura, todos cortados em tirinhas, tacou um vinho adocicado que achou antes para temperar. E quando a cebola e carne estavam já bem bonitas, colocou outros legumes como batatas, mais cenouras, mandioca, todos picados, os deixou cozinhar mais, pelo caldo que a carne fornecía. Mas sua inspiração não havia fim, ela pegou um dos frangos bem cheirosos pelo limão e cortou algumas batatas com casca e preparou tudo numa bandeja de alumínio, o colocando no forno aquecido. Mais tarde colocou água na panela de legumes e carne fazendo um ensopado, para temperar buscou um dos molhos que pareceu ser perfeito para a sopa. E depois de se satisfazer fazendo mais outros pratos, junto com um arroz bem branco, ela os enfeitou na mesa, com pires e tigelas. Mas logo se tocou que havia exagerado.

E para a surpresa de Elizabeth, ela escutou sons de passos no castelo, alguém estava caminhando de noite nas escadas. A porta da cozinha se abriu e viu nove mandamentos espiando para dentro da cozinha de olhos arregalados e o queixo caído com baba.

- Ehm... O que houve, meus senhores? -questionou Elizabeth inocentemente, surpresa pela presença de todos alí.

- Que pergunta é essa!? -exclamou um dos demônios apontando acusadoramente com o dedo para a moça- Estávamos dormindo até escutar um barulho vindo daqui.

- E um cheiro nos acordou -murmurou num bocejo outro mandamento.

- Nós é que perguntamos. O que é que VOCÊ está fazendo aqui? Nessa hora da manhã? -exclamou outro, indignado.

- Eu... -Elizabeth se constrangeu- Desculpa por acordá-los... Simplesmente acabei exagerando quando vi tanta coisa na cozinha... Me senti... Inspirada?

Os mandamentos ficaram silenciosos. Não sabiam se gritavam com ela, se matavam ela, se voltavam para o quarto.

Mas a tentação da mesa tão bonita e cheia de comida fez a barriga de cada um roncar.

- Bom, já que acordaram, que tal comerem? -Elizabeth deu um passo para o lado mostrando a mesa melhor para eles. 

- B... Bom, já que insiste -murmurou um demônio, não resistindo e se sentando na mesa, os outros concordaram e também se sentaram. 

Não demorou muito para que engolissem seco e experimentarem um pouco da comida. No segundo em que colocaram a primeira garfada na boca, eles se deslumbraram com o sabor delicioso e encheram seus pratos fartamente. Elizabeth correu para pegar um vinho e lhes entregou.

- Tem também um vinho que parece ser agrado de vocês -ela falou. Os mandamentos pareceram felizes. E por apenas esse momento, eles não se arrependeram de deixar aquela humana ficar entre eles.

Elizabeth pegou uma tigela e colocou ensopado. Pensava em Meliodas que não aparecera, então iria levar comida para ele.
Delicadamente avançou nas escadas que levaria para o quarto onde deixou o capitão tomando banho. Ela escutava a conversa animada sendo deixada para trás, para uma parte um pouco mais silenciosa.

- Meu senhor? Posso entrar? -ela bateu na porta- Eu lhe trouxe um pouco de comida... Achei que gostaria de comer -e esperou mais uns instantes, mas sem resposta.

Desconfiada, abriu a porta e então viu as roupas sujas na direita, bem na ponta da cama. O capitão estava de costas, sentado dentro da banheira cheia d'água, a fumaça ainda saía daquela água. O luar brilhava para dentro e as velas estavam se desgastando.

- AAAAAAAAAAH! -exclamou ela, surpresa- M... Me perdoe... Não sabia que ainda estava se banhando.

E ficou de costas, sentindo o rosto arder, junto com o coração se acelerar.

Mas os segundos passaram sem escutar a reação de Meliodas, então ela resolveu se virar.

- Meu senhor? -chamou. Colocou a tigela em cima de uma mesinha, ao lado de uma vela, e com cuidado, se aproximou.

Ele não se movia, a água estava vermelha pelo sangue que lavou do próprio corpo. A moça deu a volta para olhar para o rosto dele. Os olhos dele ainda estavam negros, embora não murmurasse mais.

Sem saber o que fazer, ela se sentou e o encarou. Negros, aqueles olhos a perturbavam. Não tinham sentimento algum, não tinham desejo algum.

E seus olhos pararam nos cabelos vermelhos de Meliodas. Elizabeth se levantou e foi por trás do rapaz. Com a gentileza da ponta de seus dedos, ela tocou na cabeça dele. Ele tremulou. A moça pegou um pouco da água vermelha e depositou cuidadosamente no volumoso cabelo, molhando-o. O sangue estava começando a endurecer, mas continuou a molhá-lo pacientemente.

Ela empurrou os ombros dele com cuidado, o fazendo se deitar e apoiar a nuca na beirada da tina, e claro, para não machucá-lo, Elizabeth teve a delicadeza de colocar um pano felpudo nessa beirada. Retirando um shampoo que era nada mais e nada menos que um líquido feito de ervas perfumadas e tinham um componente que limpava sem danificar o cabelo.

O perfume era relaxante, colocou uma quantidade generosa nos cabelos do rapaz e passou a massagear entre os fios vermelhos. E aos poucos, seus fios se tornaram dourados. Meliodas pareceu relaxar, então Elizabeth murmurou enquanto tratava tão bem do cabelo dele.

- Meu senhor, você tem um cabelo dourado tão bonito, devia cuidar melhor dele.

Meliodas fechou os olhos.

- Hmm... -gemeu baixinho- Me chame de Meliodas, Elizabeth.

Ela então ergueu os olhos surpresa, o rapaz agora encarava a lua. Encarava com os belos olhos verdes.

- Meu senhor! -ela exclamou em tom bom humorado- Que bom que está bem.

Os olhos dele se voltaram para o azul dela.

- Meliodas. Este é meu nome -falou direto.

As mãos ensaboadas e cheirosas de Elizabeth a deixavam tranquila, por isso apenas encarou o rapaz, escutando com atenção cada palavra.

- Sim, senhor Meliodas -por fim disse.

E o loiro sorriu. Fechando os olhos e deixando ela lavar seus cabelos.

E assim, foi a estranha, estranha noite de lua cheia de Elizabeth.


Notas Finais


FELIZ ANO NOVO <3
Espero que tenham gostado, perdoem os erros ^^
Até a próxima, kissus de chocotone >3<


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