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História Find-me - Te conheci


Escrita por: CagueiCarvalho

Notas do Autor


Ola , Eu sou a Drew!
Provavelmente você esta lendo isso por que eu mandei ler hehehe

Então esse capitulo pode ser um pouco /muito confuso , e eu até tentei organizar melhor , espero que entendam ( espero muuuuito ) , a historia vai ser um pouco parada no começo mas com o tempo vai ganhar forma , a primeira parte da fic vai se passar de Estilhaça-me até Incendeia-me , a segunda parte será sobre a guerra e o fim, tenham paciência e leiam até o FINAL para poder jogar as pedras e me chicotear se estiver um coco '-'

Então é isso!

AVISO : Não sei se terá hot / lemon por que não curto muito escrever coisas desse tipo , mas como essa fic vai ficar pesada na hora da Guerra achei melhor colocar +18 :)

Capítulo 1 - Te conheci


– Em uma noite tempestuosa o destino trouxe você para minha vida – Disse Amah acariciando meus cabelos após meu ataque de pânico causado pelos pesadelos – Eu estava ocupada resmungando sobre a falta de comida e de roupas, quando um casal apareceu desesperado. Eles me entregaram uma pequena criatura de cabelos loiros enrolada em um pano sujo e disseram que não tinham condições de cria-la.

– E o que você fez? – Perguntei entusiasmada mesmo sabendo a historia do começo ao fim.

– Eu a peguei e trouxe para dentro. - Respondeu entre risos e fez cocegas em minha barriga me fazendo rir também - Não perguntei o seu nome ao casal , e quando pensei em ir atrás deles desisti , isso não importava mais – Falou com um sorriso doce nos lábios finos – Eu te dei meu sobrenome por que já a considerava Minha pequena Blair . Depois que te conheci esqueci todas as minhas reclamações.

– Nem todas – Murmurei olhando pro lado e senti a sua palma tocando “delicadamente” o topo de minha cabeça – Ai – protestei ouvindo sua gargalhada alta.

– Parei sim. E quer saber o motivo? – Perguntou e assenti afirmativamente - Você é a coisa mais importante da minha vida – Me deu um beijo na bochecha e se levantou do chão frio que estávamos limpando – Venha – Disse estendendo a mão e a segui contente.

– Por que vamos ao banheiro? – Perguntei curiosa franzindo a sobrancelha , enquanto fazíamos o curto percurso até o local reservado levantei o rosto em sua direção para descobrir a resposta.

– Você esqueceu? – Perguntou rindo – Vou repetir pela milésima vez então, as pessoas tomam banho uma vez por semana, sempre, é algo do passado, mas que ainda utilizamos.

– Mas tomar banho uma vez só não vai nos limpar – Falei confusa. – Eu me sujo todos os dias.

– Não podemos tomar todos os dias Blair – Falou com um suspiro – Não temos condições para isso.

Eu assenti e entramos no reservado, não é um lugar grande, na verdade cabem apenas duas pessoas, abaixo de uma torneira enferrujada que esta em um ângulo estranho existe balde cheio de água, e ao lado deste tem uma barrinha cinza quase derretida de algo que usamos para limpar o corpo.

Nunca temos uma barra completa, Amah pega tudo que encontra nas casas das pessoas, deve ser para economizar os poucos dólares que temos.

–Amah – Falei enquanto ela me ajudava a trocar de roupa e pelo meu olhar ela já sabia qual era o assunto.

– É apenas um sonho querida – Disse rindo me colocando em seu colo - Não leve isso a sério pequenina.

– Eu tenho visto isso desde que tenho cinco anos! – Sussurrei de olhos fechados, espremendo meu rosto em seu pescoço, as imagens que tinha visto a poucos minutos ainda vivas em minha cabeça – Juliette ficará presa por 264 dias. Precisamos fazer algo.

– Esqueça Blair – Disse Amah e me abraçou forte tentando acalmar – Juliette ficará bem.

Ela ficará presa por 264 dias... Pensei novamente.

Depois de limpa, Amah me acompanhou até a escola, assim que se despediu apareceu duas crianças a minha frente, e o mais estranho é que ambos sorriam.

–Oi Sou a Lorraine – Disse a garota ruiva com grandes olhos verdes – E este é Jhonny – Terminou apontando para o garoto ao seu lado que me encarava.

– Você é estranha – Disse o moreno de nariz pontudo me olhando e sorriu abertamente. – Mas gostei de você. Qual seu nome?

–Blair – Falei vermelha de vergonha. Ninguém nunca veio falar comigo, nem para dizer “oi” e de repente aparecem dois sorrindo, me senti incrivelmente bem só por estar perto de outras crianças.

–Vamos entrar. Quantos anos você tem?- Perguntou o moreno.

– 9 – Disse-lhes mostrando com os dedos e sorrindo tímida – E vocês?

–11 e Lorraine 10 – Respondeu Jhonny alegremente e senti dois braços ao meu redor, olhei pra baixo vendo que os dois estavam me abraçando como se fosse a coisa mais normal do mundo. – Não se preocupe, vamos ficar com você baixinha.

Assenti imaginando o que isso significava.

~~ Atualmente ~~

Estou olhando para o teto, três minutos se passaram.

Vejo vinte e uma manchas na superfície metálica que esta sobre minha cabeça, as casas não são bonitas como nos sonhos penso franzindo a testa.

Tudo ao meu redor é sem cor, a lata que devo chamar de casa é fria assim como ar que enche meus pulmões, olho ao redor procurando semelhanças com as imagens que vi do passado.

Em um sonho que tive há muito tempo atrás, as casas eram feitas de madeira, algumas com mais de dois andares, elas tinham cores.... Elas tinham muitas cores....

Penso que se minha casa tivesse muitas cores, ficaria alegre apenas por olha-la, cores trazem alegria mesmo que ninguém perceba.

Mas talvez uma pessoa tenha percebido talvez a pessoa que fez a minha casa e a das outras pessoas deste lugar tenha reparado nesse detalhe, e fez questão de deixa-las assim para que ninguém se sentisse feliz.

– Blair? - Ouço uma voz fraca me chamar, me sento na cama olhando em direção a porta, a senhora passa com dificuldade por ela. - Minha querida.

Seus olhos são pequenos e quase cegos, com um brilho jovem ainda pulsante em meio ao verde escuro, suas rugas marcam toda sua pele pálida mostrando o quão é avançada sua idade. Sei que os arroxeados abaixo de seus olhos são por minha causa, pelas noites em que foi acordada pelos meus gritos, e esteve preocupada com minha sanidade pelo resto do dia.

– Quer ajuda Amah? - Pergunto chegando perto e ela da um tapa em minha mão estendida rindo, balanço a cabeça para a sua teimosia.

– Não ouse me ajudar, criança obtusa - Diz gargalhando com suas costas curvadas e os dedos tortos segurando firme a bengala, seus cabelos hoje são grisalhos, presos dentro de um pano, seu sorriso de dentes tortos não é uma imagem muito bela aos olhos dos outros, mas é bonita pra mim que retribuo o sorriso - Ainda tenho minhas próprias pernas, enquanto as tiver não quero ajuda de ninguém.

Ela se senta onde eu estava há 5 minutos, me aconchego ao seu lado, mexendo as mãos de maneira nervosa.

– Você não é louca - Diz e viro com meus olhos quase saltando de meu rosto, ela abre a boca em um sorriso que quase rasga sua pele frágil - Você sempre gritou isso enquanto dormia.

Viro meu rosto, fechando meus olhos e observando a escuridão atrás deles, queria que essas imagens parassem de jorrar.

Desde pequena tenho pesadelos, sonhos reais demais para que continue com sanidade após eles, em muitos deles vejo uma bela menina de cabelos escuros, os pais dela após um acidente decidiram a colocar em um manicômio.

Ela ficará presa por 264 dias disse para Amah desesperada quando era mais nova, torcia para alguém ajuda-la, mas minha velhinha me ignorou e disse que era apenas um pesadelo.

A garota passa todos os dias sentada por que ninguém me ouviu.

Tremendo de frio e medo, sua boca se mexendo, mas não emitindo um som se quer, quando a vejo escrevendo sento-me ao seu lado e observo com tristeza sua realidade sem vida.

A folha de seu caderno mal tem espaço para novas frases, sendo uma mistura ilegível de sussurros assustados, mas em uma de minhas tentativas de ler consegui encontrar Eu não sou louca e me aproximei mais com curiosidade.

Encarei seu rosto sujo, seus olhos eram familiares pra mim, não sei o motivo, mas conhecia de alguma forma aquele azul-verde de muito antes de encontra-la.

Quando abro os olhos lentamente Amah ainda me observa.

Ela cuida de mim desde que nasci como os da menina dos sonhos meus pais também tiveram medo... Medo que minha loucura se tornasse contagiosa.

Não consigo os culpar, a culpa é apenas minha, e a carrego em minhas costas todos os dias como um manto grosso demais pra permitir que o frio entre e pesado demais para que eu consiga o usar sem sentir-me cansada.

– Espero que esteja certa Amah... Não quero ser louca - Sussurro com lágrimas atrapalhando minha visão, mantendo meus olhos em uma paisagem nublada de um céu claro e límpido, que não existe a um longo tempo.

– Sonhos são apenas sonhos - Me disse após 7 segundos e fiz questão de guardar essa frase em meu coração já que minha mente não é confiável - Não esqueça isso.

Deixando um breve beijo em meu rosto, sorriu mais uma vez e deitou-se, aceitei a deixa a cobrindo o melhor possível com os cobertores finos e fui para outro canto escuro.

Passei a mão em minha testa que sempre acreditei ser grande, tirando os fios que grudavam, meu cabelo caia em cascatas pelas minhas costas até um pouco antes de meu quadril, ondas brancas como moldura do meu rosto já pálido e de meus olhos sem vida, eu sempre comparei minha aparência a elfos.

Ambos somos pequenos, de traços finos e orelhas que se voltam para o alto, criaturas que...

– Blair? - Ouço uma voz me chamar do outro lado da porta, e contenho um gritinho de susto. Caminho na ponta dos pés até seu encontro.

A porta é velha e enferrujada, tem uma alavanca na altura de meus olhos, para abrir a puxamos para baixo, ela aceita com um gemido desesperado, suas engrenagens cansadas do serviço, sei que se eu a forçar seu grito se tornará mais alto e acordará Amah então espremo meu pequeno corpo pela fresta que abri em direção ao frio.

Quando saio esbarro em dois corpos já conhecidos, meus amigos de sempre.

Lorraine com 17 anos, sendo uma das poucas garotas bonitas deste lugar, seus olhos são grandes esferas verde, pelo menos hoje estão com essa cor , as vezes eles ficam dourados.

Jhonny é alto com seus cabelos escuros e lisos apontando para o céu, o penteado que aderiu ao completar 18 anos no mês passado.

– Ei - Falo os cumprimentando com um suspiro cansado - O que estão fazendo aqui ?

– Não queremos chegar tarde ao trabalho - Diz minha colega de cachos ruivos esvoaçantes -... De novo.

– Você tem 10 segundos para ficar pronta - completa Jhonny e boceja, ele sempre esta de mau humor quando estamos indo ao trabalho. - Vai criança!

Volto para dentro caçando nos cantos escuros minha única bolsa, uma de um ombro só desgastada e suja, dentro dela tem meu cartão RR ( Registro do Restabelecimento ) , já sei minha identificação de cor por repetir para os guardas diversas vezes enquanto íamos para o trabalho, mas tenho que deixar ele a vista, então o penduro no pescoço.

Não tem apenas isso dentro desse pano velho, sempre peguei coisas de meu trabalho, quando ninguém estava observando ou os guardas estavam ocupados com alguém, abrigava esses pequenos tesouros no tecido de minha roupa, depois os transferia para os bolsos escondidos da bolsa . Não sei como ainda não fui pega, mas não posso parar agora, apesar de ter aprendido com Amah ela não sabe sobre meus pequenos furtos.

Dentro de minha bolsa têm pedaços de alumínio, panos coloridos e alguns pregos, objetos muito valiosos.

Trabalhei em uma fábrica de tecidos meses atrás.

Essas estranhas máquinas assassinas faziam barulhos assustadores e tentavam me furar com seu pequeno dente pálido e comprido.

Disseram-me que deveria parar de ter medo, isso estava prejudicando meu desenvolvimento, e é pura verdade, minhas mãos ficavam trêmulas toda vez que encarava aquele objeto do demônio.

Graças a isso estou em outro "emprego", trabalhamos os três na mesma fábrica, o que é ótimo, quando algum de nós esta cansado sempre existe outro pra fazer piada ou apenas dar uma piscadinha.

Suspiro pensando que vou voltar pra lá em alguns minutos, saio e vejo a paisagem triste que tenho da porta de minha casa, o clima nunca será como antigamente.

Minha casa / lata é a mais próxima do céu constantemente deprimido, tem três casas em baixo dando suporte a minha, vamos um de cada vez em direção a escada por que o espaço é apertado , espero Lolo e Jhonny descerem e decido ir , meus pés são silenciosos contra o metal por causa da prática.

Quando finalmente desço os 45 degraus, começamos a ir em direção ao ponto central. Desço a rua estalando as juntas de meus dedos.

Eu na maioria dos dias estou com a cara suja, cabelo desgrenhado e quase caindo de sono.

Minhas roupas são simples, uma calça larga marrom de um tecido que desconheço, a barra dobrada 5 vezes para que consiga tentar andar normalmente , sapatos pretos sem cadarço ao redor de meus pés , um casaco não muito quente de um tom de vermelho apodrecido que da ânsia de vômito , sei que estou ridícula mas não me importo.

As pessoas sempre estão como eu, somos zumbis não só em aparência, olho pro chão vendo as fendas que conheço ha tantos anos, olho cada marca e relevo e penso como nos tornamos parecidos com esta superfície imperfeito, fomos pisoteados, esmagados e humilhados, cada um reduzido a apenas um pedaço de pedra disforme encaixado em outro.

Acreditamos naquelas mentiras de salvar o mundo, o Restabelecimento nos fez acreditar que poderia lograr o sucesso, que tudo poderia ser resolvido se vendêssemos nossas almas e nossa individualidade.

Existia um velho provérbio árabe que dizia " A árvore quando esta sendo cortada , observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira " , para mim esse provérbio se encaixa com nossa nova realidade.

Nós criamos nossa própria destruição.

Deixo meus devaneios para outro momento, olho pra Lorraine andando a minha esquerda , sua roupa é mais grossa e larga que a minha por que gosta de ocultar seu corpo , algo que não entendo considerando a beleza que carrega desde a adolescência.

– O Vento esta um pouco fraco para a época não ? - Falo acabando com o silêncio entre nós.

–Sim... - Diz Lorraine olhando para o céu.

– Vamos logo molengas - Ouço Jhonny resmungar ao meu lado – Que esse dia acabe logo.


Notas Finais


Bem.... Eu sinceramente quero que essa historia de certo , por favor digam o que acharam , caso esteja ruim eu apago (T.T) , mas se estiver bom avisem (>'3')>

Oi pras meninas curiosas do Grupo Shatter-me ( Beijos MAÇA , ABACAXI E BUMBUM )

( Esta fic provavelmente será apagada pelo Spirit. Se você quer que ela continue peça para que abram uma categoria pro livro Estilhaça-me /Shatter-me , isso é importante!!! )


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