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História Finding and Uncovering (Hiatos) - Isso não é um adeus


Escrita por: laey

Notas do Autor


Oie, tudo bom? Espero que sim <3

Aqui está mais um capítulo para vocês✋💗✋

Kissus da larybakachan & boa leitura⚡

Ps: E sim, mudei o título do capítulo *ele não se encaixava com este*, aquele aparecerá mais para frente, juro kkkk

Capítulo 3 - Isso não é um adeus


Fanfic / Fanfiction Finding and Uncovering (Hiatos) - Isso não é um adeus

"Acha que dará conta do recado?" Perguntou, aflito.

"Claro senhor, eu só preciso de outras informações. Tem algo à mais que possa me esclarecer?"

"Infelizmente não, meu caro. O garoto é um mero desconhecido, tirando pelo seu sobrenome. E não, eu não faço ideia de sua localização," Respondeu, "Talvez eu encontre ao menos uma foto naquela espelunca" Pensou alto.

"O que disse senhor?"

"Hã, nada!"

"Bem, então acho que temos um acordo. Foi bom fazer negócios com você, Senhor Strauss. Muito em breve, trarei um relatório para a confirmação do nosso contrato." Disse.

"Digo o mesmo detetive Rayerd..." Finalizou a ligação, atordoado.

"Isso será mais fácil do que eu imaginei" Concluiu, em meio a gargalhadas.

***

"Oh meu Deus, ela está bem!" Gritos desse tipo eram ouvidos ao seu redor.

Mas ela não estava bem. Aquele dia foi o pior de toda a sua vida. Como se não bastasse descobrir todo o mistério que circulava em sua família e estar envolvida nele. Seu primeiro beijo estava sendo roubado por um desconhecido, o "salvador" da sua vida. E agora, ela se via embaraçada para olhá-lo nos olhos, já que seus lábios ainda estavam colados nos seus. E graças a vontade de pôr para fora toda a água engolida, que ela conseguiu escapar do seu olhar, naquele momento.

"Vá embora, Mirajane. Deixe que sua família se arruine sozinha!"

Inconscientemente, Mirajane franziu seus lábios avermelhados firmemente, tentando impedir de derramar uma lágrima sequer. Em vão.

Até que seus pelos se eriçaram, com o toque gelado em seu rosto outra vez.

"Ei, por que está chorando?" Perguntou, de um jeito cuidadoso.

Mesmo que ela queira, não poderia dizer. Sua vida estava um caos, e ele nunca entenderia. Ainda mais com essas lágrimas que nunca cessavam.

"Oh, não" Laxus tentou direcionar os seus dedos até o canto dos olhos...

"O que você faria, se acontecesse uma reviravolta em sua vida e que já não soubesse mais quem você é?" Engoliu o choro e se recompôs, afastando seu rosto.

"..."

Ele sabia essa. Porém as palavras não foram encontradas.

"Bem," Mirajane deu uma risadinha nervosa, "Obrigada por arriscar a sua vida para me salvar. Mesmo as coisas estando ruins pro meu lado, eu nunca quis que ela terminasse desse jeito. Obrigada!"

"Mas, e o seu nome?" Já foi tarde demais, pois a menina fez questão de apressar seus passos para longe da brisa do mar. E desse homem que ela acabara de conhecer.

"Nossa, que menina mais estranha" Falou Evergreen, olhando-a de cima a baixo, até desaparecer completamente de sua vista.

Mirajane nunca foi muito de sair de casa. Aquela mansão era enorme, e praticamente tudo que ela precisava estava lá. Então, andar por aquelas ruas, sendo sujeita à olhares tortos, por conta do seu estado, estava sendo um pouco complicado. Foi o cúmulo quando um ser muito espevitado trombou direto em sua direção. Dava para sentir de longe o seu hálito forte de cerveja, ou sei lá mais o que essa garota bebia. Sim, era uma garota, um pouco mais alta do que Mirajane.

"S-Sabe," disse, meio grogue, "Ninguém nunca se importa comigo. Tanta gente reclamando que vivem vigiando suas vidas, enquanto há pessoas que nem o próprio pai sabe de sua existência" A albina estranhou a aproximação, mas logo passou a pôr os ombros de apoio para a mulher que desabafava em seus ouvidos.

"Como é?"

"O meu pai, oras. Eu sei que ele é acupado e tals, mas ele nunca me notou," Confessou, "Ele não sabe que tem uma filha que sempre esteve próxima todo esse tempo. É frustrante..."

"E por que me contou tudo isso?" Mirajane olhou de canto para a mulher, "Eu nem te conheço, devo ser a pessoa menos qualificada para te dar conselhos nesse momento" Suspirou.

"Eu não sei, eu só, nunca te vi antes por aqui, então resolvi desabafar," Respondeu, mantendo os passos, "Além de você estar toda encharcada desse jeito, me pareceu que tinha muitos problemas e que tentou afogar todos eles de uma só vez" Zombou.

Mirajane olhou para baixo e parou de andar, relembrando de tudo o que aconteceu com ela essa manhã. A morena percebeu, e se colocou em sua frente.

"Esqueça o que eu te disse, pode ser?" Falou, coçando a lateral da cabeça, "Eu sou Cana, e você?" Perguntou, alargando um sorriso.

"M-Mirajane," Respondeu, surpreendida já que nunca conversou tão abertamente com alguém como agora, "Mas pode me chamar de Mira"

"Então Mira, que tal me acompanhar e contar o que aconteceu por estar andando tão sem rumo pelos cantos?"

"Achei que a única que estava cambaleando sem rumo por aí era você" Rebateu, contendo um sorriso, acompanhando a morena que estava um pouco a frente "Cana! Aquela história com o seu pai era verdade?"

A garota virou a cabeça quando ouviu o seu nome, e esperou por Mirajane.

"Sim, é tudo verdade" Disse cabisbaixa. 

Agora mais calmas, Cana ouvia atentamente os desabafos de Mirajane, sem se pronunciar.

"Sabe, eu não quero isso pra mim. Eu não quero ficar ao lado de alguém que me vejo obrigada a estar, por conta de uma maldição que eu não faço ideia de onde surgiu..."

"Ela deve ser fraca pro álcool" A morena pensou.

"E ele me expulsou, me expulsou de casa por eu não estar de acordo com esse estúpido carma. Porque isso sim é um carma de família..."

"Com certeza ela é fraca pro álcool" Chegou a conclusão.

"Eu não vi a onda chegando e, eu estava tão entretida com a foto que segurava..."

"Bem," pela primeira vez Cana se manifestou, "Vou falar sério agora, Mirajane. Eu não sei se o que está me contando é verdade ou se esse é mais um dos efeitos do álcool. Mas, se for verdade, eu terei que te dizer uma coisa. Você tem que ficar com esse cara se é isso que a maldição propõe. Sua bisa provavelmente estava falando a verdade sobre ele ser um cara muito bonito e atraente. Veja por esse lado, ele deve ser quente na cama."

"Cana!" Advertiu.

"Ué, eu só estou falando verdades," disse com malícia em sua voz, "Vai que ele é tão gostoso quanto aquele cara que te salvou antes de você virar comida de tubarão"

"Eu não seria comida de tubarão!" Fez biquinho.

"Como não? Com essa pele branca e lisinha," Implicou, "Seria muito difícil de você sair despercebida"

Antes que a albina pudesse responder a altura, as luzes se apagaram e o palco montado ao lado oposto do bar se iluminou, dando espaço a uma figura se apresentando com um microfone na mão

"Daqui a pouco começa o show ao vivo aqui no bar. Fique aqui! Você não vai se arrepender..." Incentivou Cana, bebendo sua vigésima taça de cerveja.

"Por que não?" Respondeu, sinalizando o garçom novamente até a mesa.

3 horas antes

"Laxus, você tá bem?" Bixlow perguntou, segurando o riso pela expressão do seu chefe, "Ela é ao menos alguém com atitude!"

"Isso eu não posso discordar" Respondeu o louro, ainda abismado com o que acabou de acontecer.

"Ela nem ao menos nos permitiu levá-la para um hospital para a analisarem melhor. E você também Laxus, quase nos matou do coração" Desabafou Freed.

"Relaxem, isso não irá acontecer de novo"

"Até porque será bastante difícil encontrar uma albina tão bonita quanto ela por aí" Implicou Bixlow, recebendo um olhar matador do seu boss.

"Como aquele cabelo pode ser natural?" Ever falou sozinha, não se preocupando com o volume de sua voz.

Assim, eles caminharam novamente para a casa dos meninos. Os garotos estavam cansados, prontos para desabarem no sofá, sem antes de tirarem toda a areia impregnada em seus corpos.

Laxus envolveu a toalha em sua cintura, e passou a encará-lo a partir do espelho no banheiro. Ele estava começando a relembrar do episódio de hoje, só que o grito de Ever o interrompeu.

"Laxus, sai logo já dai... A propósito, o seu avô ligou, ele quer falar urgentemente com você!"

"Tsc"

Se acomodando melhor no sofá, já vestido, Laxus pegou o telefone que estava em cima da mesinha do canto, e discou o número do seu avô.

"Soube que está querendo falar comigo. Ande logo, tive um dia cheio hoje" Desabafou.

"Isso é jeito de falar com o seu avô? Resmungou Makarov, do outro lado da linha, "Só resolvi te ligar para avisá-lo de que terá que passar no bar hoje mais tarde. Ocorrerá algo muito importante e eu-"

"Não há ninguém mais que possa cubrir esse favor a você?" O interrompeu.

"Melhor que o meu neto que já está na cidade? Não, eu não tenho," Continuou, "Preciso que verifique as coisas por lá. Se os servidores trouxeram a minha encomenda para hoje, se a limpeza está bem feita, se a banda estará lá..."

"Tudo bem, tudo bem. Passarei lá, só não me ligue mais. Tchau" Saiu da linha, de saco cheio, deixando o seu avô falando sozinho.

"Quem era?" Freed perguntou, casualmente.

"O velho. Terei que dar uma checada lá no bar mais tarde, então não esperem por mim no jantar"

"V-Você não quer companhia? Pode ser difícil pra você tomar as rédeas de tudo sozinho"

"Estou bem assim, aliás faz muito tempo que não coloco os pés por lá. Quero ver como estão as coisas por mim mesmo".

***

"Mira, está me ouvindo?" Berrou, próxima de seus ouvidos, "Eu não devia ter deixado você sozinha por todo esse tempo. Deveria ter resistido as tentações..."

"You say I'm crazy, cause you don't think I know what you've done," Cantarolou, fechando os olhos, se desiquilibrando por si só.

"Ei, Mir-" Cana tentou reerguer sua amiga, porém, essa já estava no chão, com uma taça de vidro rachada em uma das mãos. Mas não foi pelo próprio desequilíbrio, e sim, por um cara que saiu empurrando todo mundo.

"Olha por onde anda nanica!" Insultou, um homem alto, de olhos esbugalhados para Mirajane.

"Cuidado com o que fala grandalhão. Minha amiga não teve culpa, foi você que esbarrou brutalmente nela! " Cana o apontou, entrando na frente de Mirajane, que ainda tentava se por de pé.

"Saia da minha frente filhinha de papai!" Retrucou.

Aquelas palavras, de alguma forma, mexeram com a mente da menina. Agora, ela não tinha mais consciência sobre os seus atos, muito menos suas atitudes que podia cometer. Ela estava com raiva, raiva de terem insultado-a de algo que ela nunca poderia ser. Filhinha de papai.

Sem os seus consentimentos e sem a interrupção de Mirajane, que estava de perninhas de índio, sorrindo para aquela situação, Cana parte para cima do homem, que foi o único culpado pela sua blusa toda melada de cerveja. Uou, isso vai marcar.

"Você..."

Mirajane estava muito longe, sonhando para ser exata. Ela não soube como tinha se metido naquela furada e nem como se sentiu tão leve e sociável em pouquíssimo tempo. A albina sabia que de início, era loucura contar toda uma história de família para a primeira estranha que apareceu. Mas mesmo sendo tão complexa e recente, ela não hesitou na hora de desabafar e esperar por uma opinião diferente. E foi assim que as horas foram passando. Ela imaginou que a cada brinde feito, mais distante ficava de sua sanidade. Logo, se viu engatinhando de um lado para o outro, sem se preocupar com os olhares que direcionavam exclusivamente em sua parte traseira, mantendo, é claro, o copo vazio em suas mãos.

"You say I'm crazy, cause you don't think I- Ai!" Ela virou a mão que segurava a taça. Certo. Segurava. Já que havia cactos e uma enxurrada de sangue, escorrendo pelo seu pulso, pingando no chão frio. Ela sentiu a garganta fechando aos poucos, junto de suas pálpebras. Ela ia chorar, mas suas pálpebras foram mais rápidas, fechando-se completamente. Até porque, não tem lugar melhor para dormir no que no chão de um bar.

Bem, o seu avô disse que havia um show acontecendo no momento. Laxus só não achava que tivesse toda essa alvoroçada, e que as pessoas estivessem mais concentradas em um amontoado de gente no que no próprio palco. Droga de despertador, agora ele teria que averiguar o que estava acontecendo naquele canto.

Chegando lá, ele se surpreendeu, nem tanto, com quem estava metido na briga. Era cada ofensa...

"Posso saber o que está acontecendo aqui?" Exigiu, ganhando a atenção das pessoas ao redor, "E o que a senhorita tem haver com isso?" direcionou o seu olhar para Cana.

"Foi tudo culpa dele, foi esse velho dentuço que esbarrou em mim e na minha amiga!"

"Amiga?" Perguntou o louro, confuso.

"Sim, eu e minh-" Apontou para trás, logo girando a cabeça onde possivelmente sua amiga estivesse, "Onde caralhos você está, Mirajane!" Gritou.

"E depois vem falar que não teve culpa," Riu o homem, "Está tão fora de si que nem percebeu sua "amiga" saindo pra longe de você. Deve estar com um cheiro horrív-" Foi interrompido com o avanço da morena em seus ombros.

"Repete se é homem o suficiente!" Intimidou, sendo logo puxada pelo braço de Laxus.

"Nossa! Que durinho," Laxus encarou friamente os olhos da menina, estes que estavam direcionados em seu tríceps, "Era só o que me faltava, Cana. Você realmente não sabe quem sou eu?" Depois de longos segundos analisando o jovem, Cana recobrou seus juízos. Meio que uma parte dele.

"Ah, é só você Laxus," Lembrou, logo se decepcionando, "Achei que fosse um príncipe encantado!" Ironizou Cana, fazendo Laxus suspirar.

"E eu aqui! Resmungou o homem, insatisfeito, "Irei te denunciar por-"

"Você não irá fazer coisa nenhuma. Considerem essa discussão encerrada! E se voltar a acontecer, expulsarei os dois" Laxus o interrompeu, fazendo o homem assentir, quase mijando de medo nas próprias calças.

"Você não tem nada a dizer Cana?" Perguntou, segundos depois que o cara se foi, "Que discussão toda foi essa? Será que só quando me obrigam a passar por aqui que acontece essas babaquices!"

"Sermão agora não, Laxus. Eu tenho que encontar minha amiga. É a primeira vez que ela bebe, e eu não quero nem ver por onde se meteu..."

E eles vasculharam tudo, tudo onde eles imaginavam que ela pudesse estar. Na frente do bar, perto do palco, no banheiro feminino. Eles só não imaginavam que tropeçariam em uma mulher de cabelos brancos atirada no chão, escorrendo em seu antebraço um líquido vermelho, viscoso, o qual fez Laxus revirar os olhos rapidamente.

"Eu não acredito!" Falaram juntos, mas Cana tomou a frente indo em direção a figura caída no chão. O louro logo percebeu que estavam próximos a despensa do bar, um lugar mais escuro, onde dificilmente as pessoas circulavam.

"É ela" Murmurou, se aproximando, e Cana conseguiu captar.

"Ela o quê?" perguntou, ainda preocupada com a sua amiga no chão, "Vocês se conhecem?"

Laxus não respondeu. Provavelmente ele estava mais apreensivo com a garota que viu quase morrendo em seus braços, pela segunda vez. Antes ele admitiria que gostaria de reencontrá-la, a todo o custo, pelo menos por uma última vez. Mas não desse jeito. Descabelada, de rosto abatido, e com os joelhos arrebentados em carne viva. Sentiu o seu coração bater de um modo mais frenético, o real motivo que era difícil de se descobrir. Notar que ela estava respirando foi um grande passo, mas isso não o fez ficar menos despreocupado, até porque, enquanto tocava em seus finos pulsos, ele podia sentir a carência de pulsações. E era isto que o desesperava.

"Eu vou tirá-la daqui" Assegurou, pondo de forma delicada, a cabeça de Mirajane em seu peito, erguendo os seus pés como se fosse uma noiva.

"Você não disse que tinha que ajeitar algumas coisas pro seu avô?" Gritou Cana, falhavelmente, "A propósito, você não respondeu minha pergunta!"

Laxus optou em escolher um caminho mais discreto do que o de costume. Ele aproveitou que a banda estava em seu auge e resolveu sair dali, bem de fininho, sem antes de dar uma última checada no pulso ferido de Mirajane. O sol já havia se dissipado, transferindo do claro ao escuro, colorindo o céu. A sua vida era como esse contraste. Uma hora estava em seu melhor momento, já no outro, ele estava na maior depressão, o que acontecia frequentemente nas poucas lembranças de criança que se lembrava. Ele não sabia o contraste de sua vida naquele momento. Poderia estar escuro do lado de fora, mas haviam pessoas que se iluminavam independente se era seu propósito ou não, e a que estava em seus braços, não era exceção. Se ele reparasse melhor ao seu redor, ele podia ver a maioria dos postes de luz já acesos, junto dos faróis dos carros que passavam com velocidade. Já que a minutos atrás, tinha ouvido o primeiro indício de uma tempestade se aproximando, muito pior do que na madrugada anterior.

"Eu ainda não posso acreditar..." Murmurou, inacreditado, "Como isso é possível? Em toda encrenca que se mete, eu sempre tenho que aparecer para te salvar" Encarou o rosto angelical que segurava nos braços.

Não demorou muito para que Laxus estacionasse seu carro na calçada, em frente da humilde casa dividida pelos seus amigos. Enquanto dirigia, ele partilhava sua atenção para o trânsito, e para a menina bem colocada no banco detrás. Antes de levá-la ao hospital, se fosse necessário, ele pediria a ajuda de Freed que entedia muito bem desses assuntos de primeiros socorros, os quais ele ignorou completamente quando se pôs a olhar a garota que tinha os lábios de tom arroxeado próximos de seu pescoço nessa manhã.

Ele gostaria de saber em quantas possibilidades se tinha, para que a mesma menina, que salvou naquele mesmo dia, também estivesse no bar que ele foi obrigado a estar pelo seu avô. Ele queria pensar que foi apenas um truque do seu velho, mas isso seria impossível. Laxus não deixaria mais essa menina se afastar, se é para ela estar sozinha e se machucar desse jeito, ele estaria lá, para quando "acidentalmente" ou não, ela caísse.

Laxus segurou firmemente os seus braços, enquanto a retirava do banco detrás. E quando o corpo da menina estava mais perto do seu, ele passou um deles ao redor de suas costas e o outro, em sua nuca branca, apoiando-a de um jeito mais delicado em seu peito. Se permitiu tomar um pouco de chuva, que caia não tão forte até a porta principal. Mas quando o mesmo foi procurar pelas chaves, ele se lembrou. Ele não tinha levado as chaves consigo, o que fez ele tocar logo à campainha, na expectativa que alguém a escutasse.

Eis que a pessoa que ele menos esperava estava em frente a porta, o encarando com o sorriso mais malicioso que ele poderia distinguir.

"Pensei que a encontraria de novo," Começou Bixlow, "Mas não que fosse na velocidade da luz" Abafando uma risada, ele permitiu a passagem dos jovens até a sala de estar. Encontrou assim, uma Ever fazendo as unhas e um Freed abduzido por um desenho qualquer, os quais deixaram logo de lado, quando Laxus se manifestou.

"Espero que não se importem dela ficar aqui por um tempo," Olhou na direção de seus amigos, e encarou Mirajane novamente, "Antes que me perguntem como isso aconteceu, me digam onde encontro o kit de primeiros socorros?" Ainda com o queixo batendo quase no chão, Freed larga rapidamente o lugar de seu acento e guia seu amigo, até o armário do banheiro.

"Acho que isso é o suficiente" O jovem de cabelos verdes informou, ainda abismado vendo o seu amigo parecendo tão íntimo de uma estranha, "Não parece ser tão grave assim. Aparentemente os cortes não foram muito profundos então," Suspirou, "Acho que ela só precisa descansar. Mas, por agora, cuidaremos desses machucados, já que se deixarmos aberta essa ferida, pode correr o risco de desencadear um problema mais sério".

Em um pulo, Freed termina de enfaixar a mão e o punho de Mirajane, a qual ainda se mantém desacordada no grande sofá vermelho que Ever fez questão de comprar.

"Bem, agora que o trabalho está feito, pode nos explicar como ela veio parar aqui?" Manifestou sua amiga.

Ambos os dois seguiram para a mesa de jantar, sendo que três deles, esperavam ansiosamente por uma explicação.

"Uau, essa Cana é mesmo abusada," Interrompe Bixlow, "Pelo pouco que me lembro, ela era um pouco mais retraída..."

"Isso é verdade," Acrescentou Evergreen, "Mas ainda acho que tem dedo do álcool nisso tudo..."

"Já chega!" Exaltou Freed, "Continue por favor de onde parou, Laxus".

"Nós já tinhamos ido procurar em diversos lugares, até que me lembrei da despensa do bar. Eu não tinha posto muita fé que ela pudesse estar lá, porém, Mirajane estava caída no chão, cheio de san-"

"Mirajane?!" Os três perguntaram surpresos. Como o seu chefe não os contou antes?

Ao ouvir o seu nome, Mirajane resmungou algo incompreensível, o que não escapou dos ouvidos do louro, que estava um pouco distante de onde deitava. Laxus por outro lado, assentiu com a cabeça aos seus camaradas. Ele foi direto para o sofá, não deixando de ser vigiado por três cabeças atentas do outro lado do cómodo. Ao se aproximar, ele consegue pegar Mirajane abrindo os olhos novamente, seguido de um novo resmungo.

Em contrapartida, Mirajane estava lutando internamente para abrir os olhos, já que havia uma pressão imensa sendo feita acima deles. Foi uma tremenda dor de cabeça, mas por que? Aí que ela começa a se lembrar das atrocidades que cometeu naquele bar. Envergonhada, se perguntou aonde estava. Será que Cana a tinha levado para a sua casa? Suas perguntas foram respondidas quando encontrou um par de olhos de grafite a encarando com expectativa. O que só fez Mirajane resmungar novamente com uma nova manifestação de sua dor de cabeça. Mas de outra forma, ela não conseguia abandonar o seu olhar nos do dele. Como isso era possível? Ela conhecia aqueles mesmos olhos de algum lugar, mas de onde?

"Desculpe te perguntar assim mas, eu te conheço de algum lugar?" Laxus riu baixinho do jeito indefeso que a menina o direcionava, "Por que está rindo?" Perguntou mais para si mesma.

"Você não se lembra mesmo?" Continuou com um sorriso no rosto, mas depois de alguns segundos a encarando, prosseguiu, "O cara gostoso que te salvou hoje de manhã"

A albina não conseguia esconder o rubor que se formava em suas bochechas proeminentes. Laxus percebeu, junto da mão que levava em sua testa à cada trinta segundos. Vendo isso, acrescentou.

"Isso se chama ressaca. Cana deve ter esquecido de te avisar sobre as consequências que se tem em tomar uma grande quantidade de conteúdo alcoólico" Se aproximou, e depositou uma das mãos na testa da menina, a mesma que tentava se afastar de sua aproximação repentina.

"Não fuja de mim" Disse só para ela.

"Não farei nenhum mal a você. Eu Prometo"

Laxus passou a acariciar as bochechas vermelhas de Mirajane, que estava hipnotizada pelo seu olhar, e agora pelo seu toque. Ela encontrava-se quase sendo levada a fechar os olhos, e apreciar melhor esse carinho, quando ouviu um barulho de algo desabando no chão.

Freed Justine estava desmaiado.

***

"Então foi isso mesmo?" Uma garota de cabelos curtos se pronunciou, "Ela nem ao menos se despediu da gente?" Abaixou o rosto.

"Calma Lissana, talvez ela só tenha se deixado influenciar por um ato de loucura do momento. Ela vai voltar, uma hora ou outra"

"Mas se não, Elfman. E se ela nunca mais voltar? Eu não quero acreditar nas palavras desses empregados..."

"São só boatos irmã, nós ainda não sabemos da verdade por trás disso," Elfman abre a porta do quarto de sua irmã caçula, "Agora vai ir dormir. Já está ficando tarde. Depois tiramos essa história a limpo com o Senhor Strauss"

"Por que continua a chamar o papai de Senhor Strauss? O que aconteceu para se tornar tão frio em relação ao papai?"

"É uma longa história Lis, não estou com cabeça para te contar agora..."

"Poxa, você nunca está," reclamou Lissana, "Mas tudo bem, tudo tem o seu tempo. Quando decidir me contar o que houve entre vocês, eu estarei aqui irmão..."

"Estamos batendo muito papo. Agora vai dormir!"

"Tá, tá. Beijinhos Elf"

"Bons sonhos" Ele chocalhou os fios albinos da caçula e se dispôs a fechar a porta.

Caminhando agora pelos corredores, próximo ao seu quarto, Elfman não deixou de pensar o porquê de sua irmã ter desaparecido de uma hora para outra. Mas de uma certeza ele tinha.

"Eu sei que tem o seu dedo nisso tudo"

***

"Freed!"

Por conta do grito, Laxus e Mirajane abandonaram os olhares penetrantes que mativeram até então. Demorou um pouco para que o homem se libertasse dos olhos azul-celeste, que agora continham um brilho incomum. Para a albina não foi diferente. Tinha se assustado com o grito agudo que pertubou os seus ouvidos, fazendo sua cabeça latejar novamente. Porém, ela não deixou de perceber o louro retirando suas mãos de sua pele, indo apressado até o outro lado da casa. Agora que ela pôde olhar o quão aconchegante parecia ser aquele lugar. Era como se tudo estivesse nos lugares certos, mesmo tendo um pouco de desordem onde sua posição permitia ver.

"Mas o quê...?" Laxus perguntou, encarando a imagem de Freed caído de mau jeito.

Ninguém conseguia responder a essa pergunta. O que diabos tinha acontecido ali? Aparentemente estavam todos bem.

"... Hã, eu acho que ele tinha se assustado," Bixlow olhou ao redor e apontou em uma parte do chão, "Olha, uma barata!"

"O quê? Onde?!" Ever correu e pulou na cadeira mais próxima.

"Brincadeirinha," Bixlow foi em direção a pia, pegando um copo e enchendo de água, "Eu só fiz isso para te assustar... Agora acorda Freed, senão eu vou jogar essa água gelada em você!"

Laxus encarava toda essa cena perplexo, enquanto Mirajane, que nem estava acompanhando direito, segurava o riso.

Bixlow, com um sorriso maléfico, se aproximava cada vez mais do corpo torto no chão. Ele já tinha posto os joelhos no piso e quando ele já estava se preparando para jogar, ele é interrompido.

"Ah!" Freed se levantou rapidamente, fazendo com que Bixlow jogasse toda a água em si, "Eu estou bem, eu só... Tive uma tontura repentina"

"Você!" Bixlow começou, "Eu ia me vingar de quando me sabotou no Just Dance 2016!"

"Mas isso foi há um ano!"

"Problema. Eu passei um bocado por sua causa!"

E eles continuaram discutindo, até.

"E... Cadê a barata?" Perguntou Ever, amedrontada, interrompendo ambos.

"Era mentira, Ever" Respondeu Laxus, de braços cruzados.

"Mas, eu pensei qu-"

Uma risada escapuliu dos lábios levemente carnudos de Mirajane. Desta maneira, acabou ganhando toda a atenção para si.

Se levantando do sofá, caminhou lentamente até a área próxima a mesa do jantar, admirando principalmente, os porta retratos bonitos que haviam por toda a parte no caminho. Eles devem ser felizes, concluiu.

Todos se surpreenderam com a entrada da mulher de longos fios prateados pelo corredor principal. Com o seu traje já seco, conseguiu arrancar suspiros silenciosos de boa parte de quem estava presente. Já Laxus suava frio, tudo por culpa de não querer se deixar levar pelas sensações que o consumia. Este que desdobrou os braços, passando a ficar imóvel, literalmente. Freed observando toda essa excitação por parte do seu amigo, se manifestou.

"Acho que está procurando por isso aqui," Freed foi até uma maleta branca, retirando uma espécie de comprimido, "Isso irá amenizar os sintomas da ressaca. Se sentir um pouco sonolenta, é normal..."

"Obrigada" Respondeu, ainda um pouco tímida.

"Ever," Ajeitando a garganta, Laxus acrescentou, "Empreste algumas roupas para Mirajane se trocar, e depois, a guie para o quarto de hóspedes"

"Claro," Ever concordou, "O banheiro é por aqui, deixa eu te ajudar"

Assim, as meninas seguiram para o caminho oposto, deixando um Laxus totalmente encabulado com os seus próprios pensamentos. Ele sentou em uma cadeira qualquer e suspirou, pesadamente.

"Mas, aquele quarto não é aonde estão as suas coisas? Onde irá dormir agora?" Perguntou o de cabelos verdes.

"Durmo no sofá, não tenho problemas com isso," Laxus seguiu, "Mira precisa ter uma boa noite de sono. Não acho que o sofá proporcione isso para ela"

"Não está conseguindo se segurar mais chefinho?" Bixlow tirou de suas conclusões, "Não te culpo, ela é uma gracinha"

"Não é isso, é que-" Se interrompeu. Até porque, nem mesmo ele sabia o que estava sentindo.

"Chega de pressão Bixlow, vamos deixar o Laxus pensar," Freed entrou na conversa, "Com certeza é coisa da sua cabeça..." Argumentou e se despediu, indo para longe do corredor.

"Mira precisa ter uma boa noite de sono. Não acho que o sofá proporcione isso para ela" Repitiu Bixlow, com um tom mais zombateiro.

"Não enche, tsc"

No outro lado, Mirajane optou em usar a roupa mais simples que Evergreen separou, o que era difícil, já que a mesma só mostrou roupas extravagantes e decotadas. Com esse problema já resolvido, Mirajane fechou a porta do banheiro calmamente, e passou a deslizar o seu vestido pelo corpo. Antes de entrar no box, e tomar um belo de um banho, a mesma começou a se encarar no espelho da pia.

"Minha vida está uma bagunça," Resmungou, "Parece impossível de acreditar que fui eu que passei por tudo isso... "

Massageando seus cabelos, Mirajane passou a cantar, não tão alto, uma melodia qualquer. Ela só parou quando o som de sua voz foi reprimida por um bocejo, fazendo-a desligar o chuveiro e rodear a toalha que foi pega para ela, pelo corpo.

Laxus que estava indo em direção ao seu antigo quarto para pegar suas coisas, foi pego de surpresa quando começou a escutar uma voz cândida do outro lado da porta, o que o fez espreitar um pouco mais para perto da mesma.

"..." Ouvindo as últimas letras da canção, Laxus balançou a cabeça, e passou a continuar o seu caminho de onde parou.

A albina foi se esgueirando pelos cantos até o cómodo que Ever a apontou. Ela só queria desabar na cama, e acordar o mais cedo que conseguia. Até que ela abriu a porta e notou que não estava sozinha. Aquele homem estava lá. O homem que a salvou duas vezes, no mesmo dia, estava retirando suas coisas do quarto para ela se instalar. Um sentimento de culpa passou pela sua cabeça. Mas antes de falar, o cara, que estava virado de costas arrumando sua mochila, tinha se virado.

"Já estou de saída. Se precisar de qualquer coisa, estarei na sala" Ele estava se despedindo, mas ela o impediu.

"Seus amigos parecem ser legais" Disse Mirajane, "Eles devem ser muito importantes para você"

Laxus sorriu com a pergunta feita por Mirajane, e respondeu:

"Eles podem ser seus também. Basta ser legal com eles " Assim, fechou a porta atrás de si.

"Eu não tenho tanta certeza assim" Falou a menina, cabisbaixa.

Mesmo o remédio que deixava as pessoas mais sonolentas não conseguiu atingir o sono de Mirajane. Ela pensou, refletiu, e chegou a conclusão de que aquele lugar, aquela cama que estava, não era o lugar certo para ela. Eles são legais, ela sabe disso. Eles foram super gentis com ela mas, Mirajane não quer envolvê-los nessa história, e principalmente, ela não quer se envolver com eles. Já seria difícil o bastante ter de deixar essa casa, e essas pessoas que ela considerou como a melhor coisa daquele dia. Eles a fizeram se esquecer dos seus problemas, porém, quem disse que os problemas se esqueceriam dela?

Com passos curtos, Mirajane caminhou pelo mesmo corredor e passou a fitar os porta retratos outra vez. Ela se dispôs a pegar um deles, que contia a imagem dos quatro quando eram menores. A menina não escondeu o sorriso de quando fixou seu olhar nos do louro na fotografia, e também, do que estava presente lá, dormindo serenamente do outro lado da sala.

Ela não conseguia mais controlar os passos que dava. Mirajane ficava cada vez mais ansiosa, á medida que se aproximava do homem inconsciente dormindo no sofá. Iluminado pela janela que se esqueceram de fechar, ofereceu a Mirajane, um pouco de claridade, fazendo-a enxergar coisas que nunca havia reparado até o momento.

A tatuagem em seu abdómen superior e sua cicatriz, foram algo que a chamaram a atenção instantaneamente. Só uma pessoa no mundo da lua que não conseguiria notar a marca que habitava o lado direito do seu rosto. A albina ficou estonteante, porque ela foi uma dessas pessoas que não tinham reparado precisamente nesse pequeno detalhe. Como será que isto aconteceu? Será que tinha sido outra pessoa que deixou essa marca?

Foi tirada de seus pensamentos quando ouviu um novo resmungo, vindo da boca entreaberta do louro. Meu Deus, ela estava cariciando sua cicatriz e nem percebeu?

Lentamente, a menina foi puxando a mão, sem ser a enfaixada, de volta para si, não deixando de prestar a atenção na carranca que o louro havia feito quando fez isso. E ela foi sorrindo novamente como da primeira vez. Porque eles faziam isso nela. Porque ele faz isso nela. Seu sorriso foi logo desfeito quando encarou a janela aberta da frente, que mesmo de madrugada, poderia ver o aparecer dos relâmpagos como na noite anterior. E isso a fez relembrar da sua bisavó. Da maldição. E do porque que ela devia ir embora daqui.

"Eu sei que," suspirou, "Eu sei que eu deveria ter te agradecido melhor por ter salvo a minha vida naquela praia. Eu fui uma egoísta de não ter te perguntado se estava bem..."

A menina passou a sentar em um lado apertado do sofá, sem deixá-lo de encarar. Com os olhos já marejados, continuou.

"E foi ai que você era justamente a pessoa desta manhã" Lágrimas passaram a cair no torso do louro.

"Mas, você e os seus amigos foram tão gentis comigo e, eu queria poder ficar um pouco mais..." Mirajane se aproximava cada vez mais perto do rosto do louro, "Eu nunca irei me esquecer de vocês..."

"Eu nunca irei me esquecer de ter salvo a minha vida"

Assim, o beijou no canto dos olhos, do mesmo lado de sua cicatriz, apoiando uma mão em seu peito. Terminando de beijá-lo, colocou sua cabeça envolta de seu pescoço, e se permitiu ficar mais um pouco. Só um pouco mais.

"Mas, infelizmente eu não posso mais ficar aqui," retirou a cabeça de seu pescoço e mirou novamente em seu rosto, agora, em seus lábios, "Eu não posso envolvê-lo dessa forma, eu... Isso é um adeus" Engulindo as lágrimas, ela se preparou a dizer.

"Adeus car-"

"Laxus"

Uma voz grave a interrompeu. Foi o mesmo que passou a segurar firmemente o seu punho e...

"Huh?"

"Vem, está tarde" A envolveu em seus braços.

"Laxus, voc-" Tentou dizer, mas foi impedida quando sua cabeça foi colocada em seu tronco.

"Você precisa descansar, teremos muitas coisas para fazer amanhã"

Em seu peito, Mirajane balançou a cabeça, devagar, em concordância.

"E pode deixar. Definitivamente isso não é um adeus"


Notas Finais


Não sei porque, mas na hora de escrever esse final eu pensei na melodia inicial de Masayume Chasing, wtf? 😂

Música linda "I'm Not The Only One" > https://youtu.be/nCkpzqqog4k 😍

Espero que tenham gostado do capítulo.

Toda crítica construtiva é bem vinda!

Plágio é crime babes!


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