História Fire - Passado.

"Se acalme, você não tem culpa de nada, é apenas uma coisa psicológica, está perdendo seu tempo ao se preocupar a toa. Seu passado não te condena." -Biah.

 

 Tae (narração) On.

 Suga havia saído, estava apenas nós seis, onde ele havia ido? 

 A escuridão estava tomando conta do local, até se escurecer por completo. Não enxergava completamente nada. Senti algo me puxar pela perna a partir do solo de areia, eu estava afundando como se a areia abaixo, agora já em cima de mim fosse movediça.

  Enquanto a areia ia me puxando, vi aparecer coisas sobrenaturais ao redor de meus amigos, eram meio que…FANTASMAS? Pelo um segundo achei que estava sonhando mas minha tentativa de acordar foi em vão, aquilo era real. Eu estava sendo afundando pela areia, tinha fantasmas sugando o ar do outros, fazendo cada um cair desacordado sobre o solo, Suga havia sumido e nós estávamos em meio a escuridão, agora sendo clareados pela luzes ainda sem muita cor que vinha dos fantasmas. Aquilo tudo era real.

  Após alguns minutos, minha face já estava totalmente coberta, me deixando sem ar, coisa que me fez apagar.

(…)

 Acordei, sentindo dores no corpo e uma forte dor de cabeça. Olhei ao redor ainda com um pouco de dificuldade pois a luz mirava em meus olhos, me fazendo ter um pouco de esperança de está deitado sobre minha cama no dormitório. Ilusão. Me iludi novamente, ao invés de está no dormitório, estava preso com uma corrente sobre uma maca inclinada verticalmente, no mesmo estado estava os outros. Estávamos em uma sala totalmente clara, com alguns vidros em volta onde se via a escuridão, estando também em minha frente, uma mesa grande cheia de instrumentos cirúrgicos. Seria isso uma sala de tortura? Era exatamente isso, uma sala de tortura.

-Suga Hyung, você está bem?- Perguntei ao olhar e vê Suga com aparência fraca e um pouco de sangue escorrendo de seus lábios.

-Acho que…AISH AQUELE DESGRAÇADO!

-Desgraçado? Que desgraçado?

-Aquele cara de capuz preto, seu nome é Stephen, ele é o responsável pelo machucado do Jungkook, responsável por tudo que está acontecendo. Ele planejou tudo.

-Espera, então se ele planejou tudo, ele sabia que iríamos para a boate? -Jin perguntou.

-Exatamente.-Olhei para minha frente e lá estava ele, Stephen respondendo Jin. 

-Epa! Perai, você que organizou tudo? Você escolheu a boate, sabotou ela, e pagou para todas aquelas mulheres...

-Querido Hoseok, aquela boate e aquelas mulheres nunca existiram, foram tudo a partir de magia.

-Aquelas meninas nunca existiram? Foi tudo magia? Ma-mas magia é do capeta… CREDO EU BEIJEI O CAPETA!

-Como?-Perguntei.

-Chega disso, vocês só falam coisas sem sentidos.-Disse RapMon. - Agora nos diga senhor... Stephen, o que pretende fazer? Como pretende fazer? E por quê?-Finalizou e o vilão olhou em sua direção.

Tae (narração) Of.

Stephen (narração) On.

 Eu estava preparado para acabar com eles. Eles acabaram comigo, agora acabarei com ele. 

-Eu pretendo acabar com todos vocês assim como vocês acabaram com minhas chances de vida.

-Não estou te entendendo, talvez se explicar com mais clareza eu possa compreender senhor.-Disse o líder do grupo.

-Pois bem, terão o que desejam. Vou contar desde o início.

-Ótimo.

Stephen Flashback On.

 Meu sonho sempre foi ser um artista e dono da minha própria indústria musical. Eu estava quase alcançando esse meu sonho, faltava pouco. A alguns meses atrás fiz um acordo com uma empresa que me patrocinaria, seu nome era BigHit, ela também estava crescendo no mercado de trabalho, não o suficiente mas aos poucos com o nosso acordo, conseguiríamos chegar cada vez mais longe. Minha tamanha ansiedade não dava para ser explicada, apenas sentida. Estava prestes a realizar meu sonho, poderia dá um futuro melhor para minha família, ajudar aqueles que precisam e receber a honra de ter fãs que me amarão assim como eu os amarei.

  Dia 12/05/2012, hoje meu sonho se tornaria realidade, assinaria o contrato de patrocínio com a empresa.

- Estou pronto meu pai, a partir de hoje nossa vida mudará, prometo que pagarei o que for necessário para seu tratamento e em breve o senhor melhorará.- Disse chorando para meu pai que em um acidente de carro ficou imobilizado e incapacitado de falar, enquanto a minha mãe não resistiu e faleceu alguns minutos após a batida.-Eu prometo que nossa vida mudará meu pai.-Comecei a chorar cada vez mais, após instantes limpei as lágrimas e segui em frente.

  Cheguei em frente a empresa, cumprimentei as pessoas ao meu redor e aguardei ser chamado.

-Senhor Stephen, pode comparecer a sala da presidência.

-Obrigado.-Disse e entrei em seguida.-Boa tarde senhor.-Olhei para o presidente que estava com aparência preocupada.

-Boa tarde, sente-se por favor.-Assim fiz.

-Então, hoje faremos a assinatura do contrato certo?

-Senhor Stephen, sinto lhe informar, mas cancelaremos o nosso acordo.-Aquilo foi como se o mundo tivesse desmoronado em minha volta. Como se não existisse mais nada que pudesse fazer sentido para mim.

-Como? Mas por quê?

-Encontrei sete jovens que estão em busca de uma empresa onde possa debutar eles, fiz então um teste, e infelizmente não posso mais fazer acordo com o senhor, eles se apresentaram e pude comprovar que o talento deles é muito maior que o seu e ultimamente debutar grupo está dando mais dinheiro do que fazer acordo e debutar apenas uma pessoa. Sinto muito.-Eu entrei em desespero por dentro, meu sangue parecia ter sumido.

-O senhor me usou? É isso? 

-Essa não era minha intenção.

-Que tipo de palavra é a sua? Tínhamos um acordo.

-Não pode se tornar um acordo, uma coisa que não tem contrato assinado meu jovem. Se acalme, siga outra profissão.

-Eu não preciso dá sua opinião.

-Bem, realmente sinto muito, agora por favor, peço que se retire, tenho outras coisa para fazer.-Disse se levantando.

-Vou me retirar com muito prazer. -Disse com olhar frio.

  Saí da sala furioso, não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Tudo, exatamente tudo foi perdido, meu esforço foi em vão, nada valeu a pena. Não tinha nem emprego, a Coréia estava em crise econômica, havia entregue currículos mas sem chances, nenhum emprego apareceu. O que faria agora?

  (...)

  Alguns dias se passaram, não me sentia mais o mesmo. Toda aquela minha gentileza e bondade havia se tornado em desespero e arrogância. Em minha casa não estava havendo mais nada para se  comer, com exceção se alguns pães velhos que estava sendo economizado. Estava olha a vista na minha, era inverno, poucas pessoas na rua e um frio excessivo junto de neve. Ouvi um barulho vindo do quarto, corri para vê o que era e me deparei com meu pai caído e se contorcendo, ele estava tendo um infarto. Corri desesperado pedindo por ajuda, ninguém estava disposto, e quando finalmente achei alguém que poderia me ajudar corremos ao hospital público mais próximo mas foi tarde demais. Meu pai, a única pessoa que me restava havia falecido nessa manhã de domingo. Muitos dizem que homem não chora, mas nessa manhã eu chorei, chorei desesperadamente me perguntando o que tinha feito para merecer tamanho sofrimento. Nesse momento só me vinha uma coisa em minha mente. Vingança. Se aquela maldita empresa não tivesse me rejeitado, hoje eu seria famoso e teria uma ótima condição de pagar o tratamento do meu pai. Mas ao invés de mim que venho tentando tentando tanto, foi preferido sete garotos ridículos que não precisavam mais que eu. Minha sede de vingança estava aumentando ainda mais, estava tão concentrado em meus planos que não percebi que um carro estava vindo em minha direção ao atravessar a rua. Fui recebido pela pancada e cai batendo minha cabeça, senti que ia morrer, a algumas semanas atrás eu ficaria feliz com isso, mas agora não, eu não queria morrer sem antes né vingar, estava disposto a tudo para deixar a BigHit na lama, sem nada, assim como eu, então resolvi fazer apenas uma coisa que me restava. Eu fiz um pacto. Já tinha assistido um vídeo sobre isso, porém achei uma idiotice, mas dessa vez eu estava disposto a tudo.

  Meu pacto era o seguinte: eu poderia andar sobre as ruas mas ninguém me veria, apenas veriam as magias realizadas por mim, eu fui obrigado a me vestir de capa preta e ninguém poderia ver meu rosto enquanto o pacto não fosse quebrado, minha moradia seria na escuridão e quando eu conseguisse me vingar, seria levado para outro lugar que não foi dito pelo autor do pacto, o próprio Lúcifer, mas o mesmo me disse que eu gostaria de conhecer esse lugar. Minha vida já estava acabada, ou eu aceitava ou morreria sem me vingar, estava totalmente domado pelo ódio, então eu aceitei esse pacto que jamais teria volta.

Stephen Flashback Of.

 Falar do meu passado ainda doía muito em mim, e ainda crescia minha vontade de vingança, peguei o alicate ao meu lado, ergui meu rosto sem face e perguntei rindo mas com total segurança da tortura que cometeria naquela sala.

-Então, quem vai ser o primeiro?