História Fire Meet Gasoline - Figurante

                                                                                    - Dipper -

Era incrível afinal.

Parece que quando eu finalmente pego no sono depois de horas sem dormir, o maldito despertador começa a tocar. Suspiro e me sento na cama sentindo vontade de chorar e dormir. Caminho até o banheiro choramingando e xingando e faço minhas higienes matinais. Assim que rapidamente termino, vou correndo pro quarto me agasalhar. Uma das minhas coisas favoritas aqui de Hamilton, no Canada, é o fato das temperaturas caírem de repente no outono. O outono e o inverno são minhas estações favoritas.

Paro por um breve momento e me olho no espelho. Os cabelos castanhos bagunçados. Os olhos também castanhos com um par de orelhas numa pele pálida e baixa estatura. Suspiro e pego minha mochila. Mas assim que vou deixar o apartamento o telefone toca.

Paro.

Continua tocando.

Seguro a maçaneta.

Então ele para de tocar,  e uma mensagem de voz se inicia. rapidamente reconheço a voz:

" Olá querido, é a sua mãe...Só liguei para saber se estava bem. Enfim, ligue assim que puder,  estamos com saudade. Eu te amo."

Bato a porta e recebo o olhar torto de um vizinho. Coro levemente e entro no elevador de cabeça baixa. Assim que saio lá fora, sou atingido por um vento frio e no exato momento o ônibus para no seu devido ponto. Corro na sua direção e entro nele ofegante. O motorista não tem reação, já que isso faz parte da rotina.

Deixe- me falar sobre minha escola. Eu ganhei uma bolsa de estudos nela, e antes de aceitar minha mãe deixou bem claro pro diretor dos meus problemas. E isso que ela chama de ''problemas'' eu chamo de ''depressão'';O fato dela ter falado com ele, fez com que ele fizesse uma espécie de amizade comigo. Mas enfim, ela e uma escola quase que clichê. Tem seus vários  ''grupinhos''. Entre eles estão jogadores, lideres de torcida, nerds e etc. Você deve estar se perguntando em qual eu me encaixo. Bem, eu faço parte dos figurantes. Minhas notas não são baixas mas sempre foram acima da média, e eu não sou um aluno bagunceiro. Passo despercebido fácil.

Estava tão distraído arrumando alguns livros no meu armário que nem percebi quando Steve, um dos nerds da minha sala, se aproximou com seu grupo de amigos.

- Ei Dipper, ficou sabendo?

Eu nunca sei de nada.

- Sabendo o quê?

- Um garoto novo vai entrar na nossa sala.

E o que eu tenho a ver com isso?

- Legal.

Ele sai conversando com seus amigos sobre algo como bolas de fogo, magos e dados.

Entro na sala faltando minutos pra aula começar, e por sorte assim que sento o Senhor Brown entra. Mas atrás dele o Diretor Hills entra e troca palavras com ele, então se retira e um garoto entra. Rapidamente a sala fica em silêncio se endireitam na cadeira e dirigem seus olhares ao garoto. Ele tem cabelos louros, seus olhos são dourados e ele é alto. Ou talvez eu seja baixo.

- Bom dia turma - O Senhor Brown começa - Bem, como podem ver temos um garoto novo. Gostaria de se apresentar?

O garoto faz que sim com a cabeça levemente.

- Bem, meu nome e Bill Cipher e eu vim da Florida.

Algumas garotas começam a cochichar e soltar risinhos. Eu então começo a olhar a janela. Não sei quanto tempo se passou até eu ouvir um grito.

- Dipper Pines!

Dou um pulo na cadeira e dirijo um olhar assustado ao Senhor Brown que acabara de me chamar enquanto algumas pessoas riem.

- Não vai se apresentar pro aluno novo?

Ele diz.

- Mas o Senhor acabou de fazer isso

Digo em total inocência, mas ele se irrita.

- Pra fora, agora.

- Mas...

- Sem mas!

Saio bufando dirigindo um olhar irritado ao novato. 

                                                                  *                        *                      *

Encaro o crachá dourado escrito ''Ryam Hills'' em cima da mesa. O Diretor então me entrega uma xícara de café e se senta. Tomo um gole e faço careta

- Você conhece algo chamado ''Açúcar'' Ryam?

- Me desculpe especialista em café.  E peço que me chame de Diretor Hills. Agora me conte o que ouve.

Explico a situação e ele balança a cabeça.

- Você tem que aprender a se controlar mais. Detenção amanhã depois da aula.

Ele me entrega o papel e quando eu estou prestes a sair pela porta ele me chama de novo.

- Você está tomando seus remédios?

Bufo o mais alto possível.

Saio batendo a porta e pisando fundo no corredor. Abro bruscamente a porta da sala recebendo o olhar tanto dos alunos quanto do Senhor Brown. O garoto novo atrás da minha mesa me analisava. Coro levemente mas continuo com cara emburrada quando vou me sentar. o Senhor Brown se pronuncia.

- Espero que tenha recebido o castigo necessário.

VAI TOMAR NO CU

- Claro Senhor Brown. Me desculpe pelo transtorno.