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História Fire N Gold - Sr. Carter


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Espero que vocês gostem bastante :D Me desculpem por erros que passam despercebidos.
Enjoy It!
FAVORITEM POR FAVOR!!!

Capítulo 1 - Sr. Carter


O arrependimento de não ter pego uma blusa de moletom antes de sair de casa chega até mim com o vento gelado da manhã. Não sou uma pessoa matutina, não mesmo, mas hoje acordei antes mesmo de meu tio. A ansiedade deve ter feito isso comigo. Hoje é meu primeiro dia no trabalho e isso não sai da minha cabeça. Na verdade, serão três dias de treinamento até a aprovação completa do meu novo chefe, pessoa que ainda não conheci, escutei apenas sua voz no telefone enquanto ele me entrevistava. Uma reunião importante o impediu de vir para a cidade no fim de semana ou algo assim. Trabalharei na grande livraria da cidade, costumava visita-la algumas vezes por mês. Não poderia estar mais feliz. Adoro aquele lugar e finalmente eles precisavam de um funcionário. Mais duas pessoas farão o treinamento comigo, não gosto de competições, mas essa será interessante.
Corro pela calçada e sinto o vento gelado em meu rosto e meus braços. Não faz dez minutos que comecei a correr e meus pés já doem. Não estar com um tênis apropriado é um dos motivos. Decidi correr pela manhã para espairecer após o sonho estranho que tive essa noite. Ele estava lá novamente, falando comigo em minha cabeça, como se não fosse o bastante me fazer sorrir como idiota toda vez que fala comigo na sala de aula.
Passei por muitos jardins, alguns decorados perfeitamente e outros malcuidados. Um até parecia uma selva.
Voltei para a casa e me deitei sobre o sofá, o Sol começava a sair e eu sabia que meu tio acordaria logo. Como não haveria aula hoje, aproveitaria minha manhã como a do dia anterior, assistindo filmes até ter algo para fazer.
Logo, meu tio aparece em seu jaleco.

- Bom dia, Caleb. – Ele acena com a cabeça, um pequeno sorriso se espalha por seu rosto, isso é uma surpresa, ele não costuma sorrir.

- Você sorrindo? – Pergunto me sentando no sofá enquanto acaricio Kali, a gata e melhor amiga de meu tio.

- Estou feliz por você ter conseguido um emprego, isso quer dizer que realmente ficará aqui. – Ele começa a preparar seu café como faz toda manhã.

- Você sabe que ainda não consegui 100% da vaga. Vou “competir” com mais duas pessoas.

- Ah, você sabe que conseguirá, e eu também. Quero muito que continue morando comigo, é uma ótima companhia. E ficar sem você por duas semanas foi estranho.

- Sim, senti falta da cidade e de você, por isso prometi a minha mãe que encontraria um emprego aqui para que pudesse realmente ficar.

Após tomar café com meu tio enquanto assistíamos um talk show, parti para meu quarto e tomei um banho demorado. Pude escutar quando ele se despediu e bateu a porta da frente.
Eu deveria estar na livraria às 13:00 e ainda era 07:00, desisti dos filmes e resolvi tentar dormir um pouco, Kali pensou a mesma coisa e se aninhou em meus pés. O sono não durou muito, pois Nathan batia na porta da frente enquanto chamava por mim. Aposto que ele só veio me deixar mais ansioso para o trabalho. Ele se empolga muito com novidades de amigos, ainda mais porque trabalha ao lado da livraria, em uma loja de antiguidades que pertence ao seu avô. Não é realmente um trabalho, ele falta muito, mas seu avô não liga e o paga do mesmo jeito.
Abro a porta e ele entra como um furacão pela sala, Kali que me acompanhou, sai correndo porque morre de medo de Nate.

- Já preparou a roupa que usará? Sabe se já fizeram um pequeno crachá com seu nome gravado? Trabalhará até que horas? Caleb 2 me disse que não irá para a escola amanhã e minha dupla está doente, posso sentar com você para o trabalho de biologia?

- Não sei o que usar. Lógico que não, já disse que não fui 100% contratado. Trabalharei até as 17:00. Caleb faltará? – Falar seu nome, que por sinal é o mesmo que o meu, faz meu cérebro lembrar do sonho que tive com ele. – Não chame ele de Caleb 2, e não, nosso trabalho já está feito, entregarei amanhã mesmo. Por que ele faltará?

- Como não sabe o que usar? – Nate pega meu braço e me puxa escada acima enquanto fala. – Devia ter pensado nisso ontem! A roupa é algo importante, mostra quem você é, e primeira impressão é o que conta. Eu sei que conseguirá o emprego. – Nate e eu tínhamos o costume de falar sobre vários assuntos ao mesmo tempo. Isso acabava me confundindo de vez em quando. – Caleb me disse que não se sente muito bem, você sabe como ele é, adora se isolar de vez em quando. – E como sei... – Droga, preciso achar uma dupla para o trabalho.

Me sento sobre a cama e ligo meu notebook, coloco uma banda de rock para tocar enquanto Nate revira meu guarda-roupa. Não gostamos muito de rock, mas poucas bandas conseguem nos agradar e curtimos as músicas juntos.
Mais uma vez Caleb faltará. É como um hobby para ele, me deixar sozinho enquanto observo a cadeira vazia em minha frente por horas. Sua companhia era algo tão bom que ficar sem ela me deixava...

- Que tal isso? – Nate balançava um velha camisa xadrez em frente ao rosto. – Combina com aquela bermuda.

- Não! Essa camisa está furada e eu não posso ir para o primeiro dia de trabalho usando bermuda, duh! E além do mais, está frio.

- Ok, senhor – Nate volta sua atenção para as roupas e me perco em meus pensamentos quando uma música mais calma começa a tocar.

Em janeiro, vim para essa cidade quando minha mãe precisou viajar por questões profissionais. Ela é ecóloga e uma grande equipe planejava expandir uma pesquisa que ela deu início. Não queria me deixar sozinho em nossa antiga casa, que ficava na cidade ao lado, então me mandou para a cidade de meu tio. Já conhecia a cidade e algumas pessoas, como Nate, pois passava semanas por aqui quando era pequeno.
Me matriculei na escola e rapidamente fiz amigos. Caleb foi um deles.
Sete meses se passaram até eu receber uma ligação de minha mãe que estava em uma cidade não muito longe daqui, dizia estar com saudades e me pediu para visita-la. Passei duas semanas fora dessa cidade e isso acabou comigo. Minha mãe não queria que eu voltasse, queria que viajasse com ela para outro país. Mas eu disse que precisava terminar o ensino médio e que não estava pronto para me despedir dessa cidade, gostava muito daqui. Ela disse que eu poderia ficar se arrumasse um emprego. Isso demorou mais um mês, mas finalmente consegui, ou quase.

- Achei! – Nate grita e sacode um suéter vermelho vinho em uma das mãos. – Combina com aquela calça – Aponta para uma calça preta que estava jogada sobre a cadeira do computador. – E com o clima!

- É, gostei da ideia. – Pego o suéter de sua mão e jogo sobre a cadeira com a calça.

Nate parece feliz por ter terminado sua missão e se deita ao meu lado. Pega o notebook do meu colo e colocar algum filme para assistirmos. Na verdade, conversamos durante maior parte do tempo. Fiquei convencendo-o a não passar pela livraria quando estivesse lá. Ele com certeza me envergonharia.
Depois passamos horas jogando vídeo game na sala até ficarmos com fome. Nate preparou nosso almoço. Ele era muito bom na cozinha e fazia coisas maravilhosas. Minha cozinha costumava ser seu laboratório aos fins de semana que ele passava aqui em casa. Meu tio também adora as coisas que ele faz e não liga para a bagunça que fazemos. Somente Kali não gosta de Nate.
Olho para o relógio e vejo que são 12:50. Como pude esquecer da hora? Corro para meu quarto e visto a roupa que deixei separada, pego meu celular, a carteira perto do computador e desço até a cozinha.

- Vamos! Me leve na sua bicicleta! – Grito enquanto puxo Nate até a porta. Ele não havia percebido o que acontecia. – Para a livraria, o mais rápido que puder.

Após me sentar na frente de Nate, ele parte para a livraria. Ele realmente ia rápido. O vento gelado da tarde batia em meu rosto e passamos por muitos jardins até chegar à parte comercial da cidade. Meu tio nos viu passando por sua farmácia e olhou confuso, apenas acenei para ele.
Faltavam quatro minutos para 13:00 e quase fomos atropelados ao virar a esquina da rua onde ficava a livraria. Pedimos desculpas ao homem que dirigia o luxuoso carro preto. Ele nos observava sério pela janela do carro. Nate estacionou em frente a livraria e corri para dentro dela. Escutei o familiar barulho do sino que ficava na porta e senti o calor confortável que circulava o lugar. Ele é bem iluminado e está cheio como sempre. A livraria fornece Wi-Fi gratuito e tem uma área para leitura, é um paraíso para leitores e pessoas que precisam urgentemente de internet ou simplesmente relaxar.
Me dirijo até uma senhora que trabalha no caixa e digo que estou aqui para o treinamento de novos funcionários. Ela me entrega um adesivo com o nome da loja e uma caneta para escrever meu nome sobre ele, diz que preciso cola-lo em minha blusa e ir até o segundo andar, onde devo esperar pelo Sr. Carter.
Passo pelas pessoas que fazem fila em frente ao caixa e desvio de outras. Também desvio de estantes gigantescas até chegar a escada que leva ao segundo andar. Ao subir, me deparo com mais estantes e algumas pessoas perdidas entre elas. Vou até a lateral do andar onde encontro uma pessoa com os cotovelos apoiados sobre uma grade que dá visão para o primeiro andar e outra pessoa sentada sobre o braço de um pequeno sofá que ficava em frente a grade. Ao me aproximar, vejo que a pessoa sentada no braço do sofá tem um adesivo da loja colado à sua blusa, é uma garota loira com cara de choro.

- Olá, você também está aqui para a entrevista? – Pergunto fazendo-a olhar para mim.

- Sim, você deve ser o terceiro candidato. – Ela sorri e estende sua mão em minha direção, nen mesmo o sorriso tira sua cara de choro. – Meu nome é Megan e esse é Steve. – Megan aponta para o garoto apoiado na grade após soltar minha mão. Ele se vira e me cumprimenta enquanto olha profundamente em meus olhos.

- Muito prazer, eu sou Caleb – Sorrio para os dois e me sento no sofá. – Quase cheguei atrasado...

- Percebemos. Sorte sua que nosso chefe ainda não chegou – Steve se senta ao meu lado e continua me encarando. Seus olhos são de um azul bem claro e tento não olhar para eles de volta. – Se isso for uma mania sua, já sabemos que não ganhará a vaga. – Ele cutuca Megan com o cotovelo enquanto sorri. Ela concorda com uma risada nervosa.

- Não, não costumo me atrasar com compromissos, a hora realmente passou e não...

- Boa tarde senhores e senhorita. Sou Adam Carter – Do meio das estantes saiu um homem alto que usava sobretudo preto, aparentava ter uns trinta e cinco anos. Ele andou com confiança até nós três e estendeu sua mão em minha direção, logo a segurei e o encarei. Ele me olhava como Steve fazia momentos atrás. – Eu conheço você, quase te atropelei há alguns minutos! Ainda bem que está vivo... – Ele se aproxima de mim e lê o nome sobre o adesivo. – Caleb. Me lembro de nossa conversa pelo telefone. – Ele abre um sorriso e solta minha mão para cumprimentar os outros.

Eu não acredito nisso. É realmente ele. O cara que quase me atropelou é meu quase chefe! Tinha que acontecer comigo! Agora ele sabe que quase cheguei atrasado ao primeiro dia de treinamento. Seu sorriso me deu um grande alívio, mas não posso pensar que está tudo bem, minha primeira impressão não foi boa como Nate havia dito. Sinto minhas bochechas ficando vermelhas. Megan e Steve o cumprimentam enquanto tento disfarçar minha vergonha.

- Bom, já que todos estão aqui, vamos começar. Venham comigo.

Passamos por oito fileiras de estantes que se estendiam pelo segundo andar até chegar ao seu fim. Sr. Carter abriu uma porta que sempre vi quando visitava a loja e nunca soube o que havia atrás. Uma curta escada caracol estava atrás da porta. Ele subiu e o seguimos. Abriu uma segunda porta e parou ao seu lado para que pudéssemos entrar. Ele mantinha um sorriso calmo em seu rosto.
Um grande, iluminado e bonito sótão foi onde fomos parar. O carpete azul escuro contrastava com a madeira clara da parede. Uma enorme sala de estar nos separava do escritório que ficava no fim do cômodo. Tudo parecia luxuoso, desde o sofá de couro que o Sr. Carter nos mostrou para que sentássemos, até os quadros pendurados nas paredes. Uma enorme janela circular ficava na parede atrás da mesa do escritório e o Sr. Carter a fechou antes de sentar-se na poltrona que ficava defronte ao sofá em que estávamos sentados. Ele havia retirado o sobretudo e agora sua camisa azul clara podia ser vista. Passou a mão por sua barba rala e suspirou antes de pegar uma agenda de couro na mesa de centro. Confirmou nossas informações pessoais e começou a explicar como funcionaria nossos dias de treinamento.

- Serei direto, preciso de alguém que atenda pessoas com dúvidas, procure livros para clientes, receba e organize livros novos. Essa pessoa raramente trabalhará nos caixas, já tenho três pessoas que adoram seus trabalhos nesse cargo. Basicamente a pessoa escolhida fará um pouco de tudo. Será a peça extra que mantém a loja funcionando perfeitamente caso algo aconteça. A livraria recebe muitas pessoas durante a tarde, muitas delas são donas de casa e alunos como vocês, então muitas vezes terão que atender mais de uma pessoa por vez. Ser multitarefa é importante – Ele dizia isso olhando para cada um de nós, sem errar alguma palavra. – A loja é dividida em dois andares, o primeiro tem a área de lazer dos clientes, onde podem passar um tempo com livros ou computadores. Dez fileiras de estantes estão dispostas no primeiro andar, lá também existem dois banheiros para clientes e nosso estoque próximo ao caixa. No segundo andar encontrarão mais oito fileiras de estantes e a sala dos funcionários, uma pequena cozinha e banheiros estão à disposição de vocês. Alguns sofás também estão dispostos perto da grade que dá visão para o primeiro andar, caso os clientes não queiram ficar na área de lazer do andar abaixo. É muito fácil se movimentar por aqui, decorem os lugares em que ficam os gêneros de livros e conseguirão se virar. Os funcionários não têm uniformes, gosto que eles tenham liberdade para vestirem o que quiserem. Belo suéter por sinal – Ele aponta para mim e sorri. Me encontro envergonhado novamente. Droga. – Como a vaga ainda não é de vocês, terão que usar esses adesivos para serem identificados. Depois o escolhido ganhará um crachá com seu nome. Bom, é isso. Agora devem descer e procurar seus instrutores, aqui estão os nomes deles. – Sr. Carter estrega um papel para cada um de nós com o nome de cada instrutor. O meu é Peter. – A loja só tem nove funcionários, procure seu instrutor e ele saberá o que fazer. Dúvidas?

Balançamos a cabeça negativamente. Ele simplesmente falou o que vimos no folheto em frente à loja semanas atrás. Eu já conhecia o lugar então sabia como me locomover por ele. Sabia até mesmo onde alguns gêneros de livros ficavam. Eu conseguiria.
Sr. Carter se levanta e nos leva até a porta de sua sala, Megan e Steve começam a descer as escadas e quando os sigo sinto uma mão em meu ombro esquerdo.

- Só um momento, Caleb.

- Pois não Sr. Carter. – O que fiz de errado? Por que ele quer eu fique? Sinto uma gota de suor escorrer por minha nuca, está muito calor aqui.

- Ah, por favor, me chame de Adam. Não é preciso tanta formalidade, e tenho apenas trinta e dois anos. – Ele solta uma risada e passa a mão pelo cabelo, bagunçando-o um pouco. – Acho que já te vi algumas vezes pela loja, não o conheço desde que quase o atropelei. – Ele nunca vai esquecer isso! Droga!

- Sim, eu costumo vir bastante aqui, é um dos meus lugares favoritos. – Parece que estou puxando o saco?

- Bom saber isso – Ele abre um grande sorriso e coloca a mão sobre meu ombro novamente. – Agora vá e conheça seu instrutor, talvez consiga ser colega de trabalho dele. – Sorrio para ele e desço as escadas, escuto a porta batendo atrás de mim.


Notas Finais


E então? Essa é a primeira história que posto em primeira pessoa e espero que tenham gostado de como ficou. Lembrando que o segundo capítulo foi postado, aproveitem para dar uma lida ;D (vendendo minha história né.. uahsuah)
Comentem o que acharam por enquanto, quero saber.
XOXO


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