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História Fire N Gold - Ligações e Lágrimas


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Não demorei com mais um capítulo :D ACHO que esse é o último capítulo do ano, então espero que gostem de como ele acabou. Não demorarei para postar outro, então não se preocupem caso fiquem curiosos.
Esse capítulo tem foto! YEEEEY Mostrando o Adam, Caleb e a Janine como eu os vejo ♡
Me desculpem por erros que passam despercebidos e espero que gostem.
Enjoy It!
FAVORITEM POR FAVOR!!!

Capítulo 12 - Ligações e Lágrimas


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - Ligações e Lágrimas

Teria que trabalhar às 11:00, então acordo às 09:00 no sábado. Estou muito sonolento. Havia passado boa parte da noite tentando ligar para Caleb, mas nunca era atendido. Adam me mandou algumas mensagens, dizendo mais uma vez que adorou nosso jantar e que poderíamos repetir aquilo qualquer dia desses. Eu não sabia se ele falava do jantar ou do sexo.
Eu não respondi as mensagens de Adam. Não quando pensava tanto em como Caleb viu nosso beijo.
Os únicos lugares em que beijei Adam fora de sua casa foram no restaurante e em seu carro quando ele me trouxe para casa. O único jeito de Caleb ter visto era se estivesse na rua. Eu cheguei em casa cerca de 01:00 da manhã. O que ele estaria fazendo em minha rua essa hora? Não faz o menor sentido, mas também não sei como saber a verdade quando ele não me atende. A vontade de ir em sua casa (mesmo não sabendo direito onde é) não sai de minha cabeça. Ele deveria voltar somente hoje, mas parece que ontem mesmo ele decidiu aparecer. Eu não posso ir em sua casa... seu pai está lá e ele não gosta de mim. Eu não faço ideia do que fazer agora. É sábado e não tem aula, então se Caleb não aparecer, o verei somente na segunda feira.
Sua mensagem me fez pensar novamente no drama em que me envolvi em tão pouco tempo. Se os dois gostavam de mim, eu precisaria apenas fazer uma escolha? Uma escolha que deixasse algum deles sozinho e o outro feliz? Pensar em minha felicidade com algum era algo barrado pela tristeza de deixar um deles.
Tio Jack havia chegado um pouco depois de mim na noite anterior. Acho que ele está saindo com alguém. Fico feliz em vê-lo encontrando alguém depois que sua mulher o deixou. Tomamos café junto e ele vai trabalhar. Não estou muito animado para isso hoje. Quero trabalhar, mas encontrarei Adam lá e não sei se serei o mesmo com isso acontecendo.
Quando me trocava para o trabalho, reparei coisas que só apareceram hoje em meu corpo. Uma marca vermelha estava em meu pescoço, não era grande, mas claramente gritava que alguém fez aquilo em um momento íntimo. Também tinha uma mancha roxa no lado de dentro de meu braço, resultado de algum momento em que Adam me segurou.
Eu não fazia ideia de que ficaria assim, na hora não parecia tão... forte. Agradeci pelo dia estar tão frio que eu precisaria de um cachecol para sair na rua, o que me ajudaria a esconder a mancha vermelha em meu pescoço. Enquanto o coloco, me lembro de quando Adam tinha seu rosto ali e sua mão me tocava. Uso o moletom que Adam havia me emprestado hoje. O tecido cinza era grande, mas dei um jeito nas mangas para que não ficassem penduraras. Acho que ele gostaria de me ver usando.

 

Steve não parava de falar sobre sua banda. Fui obrigado a ouvir suas novas músicas em meu fone de ouvido enquanto arrumava muitos livros no estoque da loja. Eu passaria a maior parte do tempo lá hoje. Lia sinopses e me interessava por alguns que colocava em uma pequena lista mental para compra-los depois. Havia visto o carro de Adam em frente à loja quando cheguei, mas não fui até seu escritório. Hoje meu almoço seria às 15:00 e eu trabalharia até às 17:00, não via a hora de sair do trabalho. Não estava com cabeça para isso hoje.
Faltava pouco para que eu saísse para o almoço e fiquei no estoque com Steve enquanto isso. Não era para Steve estar trabalhando hoje, nós revezávamos os sábados. Mas aparentemente Steve realmente precisava de dinheiro e Adam disse que ele poderia trabalhar todos os sábados também. Eu estava passando mais tempo com Steve do que com meu melhor amigo, Nate. Mas estranhamente eu não estava me sentindo ruim com isso.
Eve, uma das senhoras do caixa, entra no estoque e me entrega uma lista de livros, pedindo para que eu pegue e os leve para a sala do Sr. Carter, pois ela estava com alguma dor no joelho e todos os outros funcionários estavam ocupados com clientes que lotavam a loja. Escutava muito o sobrenome de Adam por aqui e isso realmente havia ficado entranho para mim.
Pego os livros no estoque. São dez no total. Cinco deles são de poesia. 3 são romances que já tiveram adaptações cinematográficas e os outros dois são livros de receitas vegetarianas. Coloco todos em uma pequena sexta que Eve me trouxe junto com a lista. Deixamos essas sextas perto da entrada da loja, para que as pessoas carreguem o máximo de coisas que puderem.
Subo até o segundo andar, e depois subo a escada caracol até o escritório de Adam. Bato na porta e ele diz “Entre, Eve”. Quando abro a porta, sorrio esperando vê-lo novamente no sofá de sempre, mas ele está no fundo de sua sala, atrás de sua mesa de vidro e com Janine ao seu lado, mexendo em seu celular. Ela era linda com seu cabelo loiro e sua roupa que a deixava como uma mulher poderosa.
Achei que o encontraria sozinho, mas estava enganado. Começo a caminhar sorrindo em sua direção. Reparo que ele tem o rosto surpreso, muito surpreso, o que me faz ficar confuso. Ele olha para seu moletom e então percebo o que está acontecendo. Janine já me olha de braços cruzados e com uma de suas sobrancelhas levantadas. Adam leva uma mão até sua testa e balança a cabeça negativamente. Coloco a sexta lentamente sobre a mesa e não sei se devo ou não dizer algo. Janine fuzila Adam com os olhos e coloca seu celular sobre a mesa.

- Trouxe os livros que pediu, Sr. Carter... – sussurro. É muito estranho dizer seu sobrenome, mas preciso, já que Janine está aqui. – Eve está com o joelho machucado e...

- Então esse é seu novo brinquedo? – Janine diz. Não grita, mas seu tom de voz é alto.

Ela me observa de cima a baixo e solta um riso fraco e incrédulo, como se eu fosse algo patético.

- Ele não é um brinquedo! – Adam se levanta de sua cadeira e tenta colocar sua mão sobre o ombro de sua irmã, mas ela se afasta brava.

- Ele já está vestindo suas roupas! – Janine dá um passo em minha direção e dou um passo para trás. – Então não são apenas caronas que você anda lhe dando...

- Eu... – começo a dizer algo, mas Adam me dá um olhar silenciador, então fico quieto e apenas observo seu rosto.

- Janine, não é como da outra vez. – Adam mantém sua voz calma, o que me ajuda a ficar um pouco mais calmo com a situação. – Agora é totalmente diferente.

- Diferente? Ele também é mais um garoto gay que provavelmente quer seu dinheiro! Foi por isso que cuidei de Grace ontem? Para você aproveitar a noite com esse... qual é mesmo o seu nome?

Demoro um segundo para perceber que ela fala comigo.

- Caleb. – Respondo.

Ela respira fundo e olha nervosa para Adam. Ele me olha como se pedisse desculpas por aquilo. Sinto um aperto em meu coração e minhas mãos tremem, mas seguro as mangas do enorme moletom, fazendo com que não mostre tanto.

- Nos deixe sozinho por favor, Caleb. Conversarei com minha irmã.

Concordo com a cabeça. O que ocorreu foi totalmente inesperado. Dou as costas para os dois e caminho até a porta.

- Eu não acredito nisso... – Ela diz.

Pouco antes de fechar a porta, escuto ela dizer “Quero ele fora daqui”. Eu havia estragado tudo.

 

Atravesso a rua para comer algo na cafeteria de sempre. Não chamei Steve para comer comigo. Precisava pensar no que havia acabado de acontecer na sala de Adam. Eles falavam de outra pessoa que Adam se envolveu e Janine me julgava com base nisso. Eu não fazia ideia de quem ela falava. Ela sabia que Adam havia me dado caronas e que eu era gay, mas eu não sabia como ela sabia disso. Se soubesse que ela estava lá, nunca teria entrado na sala vestindo o moletom. Isso entregou o que eu tenho com Adam. Ele com certeza não esperava aquilo. Talvez esperasse que eu usasse o moletom, mas não que eu fosse entregar os livros.
Uma moto buzina para mim e peço desculpas no meio da rua. Estava perdido em meus pensamentos.
Abro a porta da loja e escuto as conversas existentes lá dentro. O lugar estava cheio devido ao frio, as pessoas buscavam algo quente para beber e aquecer seus corpos atingidos pelo vento gelado da rua. Isso me lembra de arrumar meu cachecol para que não vissem a mancha vermelha em meu pescoço causada por Adam na noite passada. Uma fila se estende até o caixa e não consigo ver o que há de bom para que eu compre. Cheiro de canela, café e um doce que não consigo identificar, se misturam no ar e me deixando com fome.
A curiosidade de saber sobre quem Janine falava na sala de Adam invade minha cabeça. “Mais um garoto gay que provavelmente quer seu dinheiro”. Algo tinha dado muito errado...
Penso nisso por um tempo e não percebo que já era o próximo da fila. Eu havia ficado atrás de um cara enorme, forte e careca que ocultou toda a visão do caixa. Então só percebi quando chegou minha vez que Caleb era quem estava atendendo os clientes.
Meu corpo se arrepia e fecho minhas mãos com força, segurando as mangas do moletom ao lado do meu corpo. Ele tem a boca aberta em surpresa e as sobrancelhas levantadas. Sua mão se fecha sobre o balcão do caixa. Alguns segundos se passam até eu que diga algo.

- Oi...

Ele não responde, apenas deixa seu rosto normal e mexe em algo sob o balcão.

- Não me disse que conseguiu o emprego...

- Bom dia, como posso ajudá-lo?

Ótimo, ele agiria desse jeito. Eu não sei se é proposital ou se ele realmente não deveria conversar com clientes, muitas lojas são assim. Ele me olha tão calmo que chego a ficar com raiva. Realmente não era hora de conversar sobre o que aconteceu. Mas isso não quer dizer que o assunto foi esquecido.
Faço meu pedido e pago como se fossemos apenas um cliente e um funcionário. Pego meu pedido e me sento em uma mesa que acabara de ficar disponível. Vejo Megan, a garota desastrada que tentou conseguir emprego na livraria andar entre as mesas. Ela não parecia tão desastrada aqui dentro. Conseguia carregar uma bandeja cheia de xícaras e pratos vazios.
Sinto o gosto do chá gelado e da torta de maçã enquanto olho para o caixa. Caleb me olhava de vez em quando, com um sorriso no rosto que não era para mim, e sim para os clientes que ele atendia. Eu achei que ele poderia aparecer por ali para conversar comigo ou algo, mas nada aconteceu. Apenas comi e o observei. Talvez ele tenha voltado ontem por ter recebido a proposta de emprego e começou hoje, talvez...
Depois que termino, me levanto da mesa e ando até a porta. Ainda tinha dez minutos de almoço, mas voltaria para a livraria. Olhando para baixo, acabo esbarrando em Adam que me segura pela cintura perto da porta. Ele sorri imediatamente, mas não faço mesmo. Minha cabeça estava muito preocupada com outras coisas.

- Achei mesmo que estaria aqui.

- Estou voltando para a loja.

Ele puxa a manga de seu sobretudo para ver a hora em seu relógio dourado e me olha.

- Ainda tem dez minutos, me espere um pouco. Vou comprar café.

Ele me deixa só ao lado da porta e se dirige ao caixa. O mesmo caixa onde Caleb estava. Vejo os dois se olhando e então viro meu rosto para a rua, não quero assistir aquilo. Não quero ver as duas pessoas que eu gosto interagindo após o que aconteceu. Adam não sabe que Caleb nos viu ontem ou que finalmente me disse que gostava de mim. Enquanto olho para a rua, sinto uma mão em meu ombro e vejo que é Adam. Ele não havia ficado mais de dez segundos dentro da loja.

- Vamos, não quero mais café.

Atravessamos a rua enquanto ele tem sua mão em minhas costas, me fazendo andar com ele. Me pergunto se Caleb via isso de longe.

- Você o viu, não é? – Pergunto quando entramos na livraria lotada.

Adam sorri para alguns funcionários que o cumprimentam e até mesmo alguns clientes que frequentavam bastante a livraria. Sua mão continuava em minhas costas, me guiando. Algumas pessoas nos olhavam e eu ficava um pouco envergonhado, me sentia exposto. Eu não sabia o porquê disso. Adam e eu não escondíamos nossa sexualidade, então não ligava para o que os outros pensassem. Subimos para o segundo andar e consigo ver Steve me observando confuso no meio de algumas estantes. Devia achar que eu levaria alguma bronca do chefe ou algo do tipo.
Quando chegamos na sala de Adam, respiro aliviado por Janine não estar lá. Ela me deixou muito desconfortável. Ele ainda não havia respondido minha pergunta, mas agora não tinha mais seu sorriso dos clientes, estava sério. Se sentou no sofá, no centro como sempre, e me indicou o assento do seu lado direito.

- Sim, o vi. Por isso não comprei meu café.

- Ele trabalha lá agora...

- Eu percebi.

- Você está bravo?

Ele continua me olhando sério. Passa a mão por sua barba e pega uma agenda sobre a mesa de centro em nossa frente. A folheia até achar uma página cheia de nomes e números.

- Não estou bravo... estou com ciúmes.

- Mas...

- Você gosta dele, Caleb... – Ele havia me interrompido. O que foi bom, porque eu não sabia o que falar. – Você gosta de um garoto confuso que não sabe se gosta de você.

- Ele gosta de mim. Ele me disse.

Isso atrai sua atenção. Fecha a agenda e então concorda com a cabeça.

- E você gosta dele.

- Mas também gosto de você.

Eu não mentiria sobre isso para ele. Apenas espero que ele entenda.

- Eu sei disso, percebo. O que temos é... Eu também gosto de você, muito mesmo.

Seguro sua mão com as minhas perdidas no meio das mangas de seu moletom.

- Janine sabe sobre nós, não é?

- Sim.

- De quem ela falava ao me comparar...?

Ele balança a cabeça. Está ficando nervoso, sei disso. Quero conversar com ele. Não quero que fiquemos mal resolvidos com essas coisas importantes.

- Se lembra de ontem quando eu disse que quando Monica morreu eu via Grace era um lembrete disso? – Concordo com a cabeça e ele segura minha mão com força. – Eu fiquei muito mal durante os dois primeiros meses. Me envolvi com um garoto novo como você... acreditando que estava apaixonado, quando na verdade estava apenas tentando ocupar o espaço vazio me havia ficado em mim.

- Dinheiro também estava envolvido nisso? Eu ouvi...

- Sim. – Ele não estava querendo falar sobre isso. Era evidente. – Eu não via o quanto era idiota gastando dinheiro com ele. Chegou até a me chantagear, dizendo que eu o machucava.

- E você não fazia isso.

- Mas é claro que não!

Adam se levanta do sofá. E começa a andar em direção a sua mesa no fim do cômodo. Se senta em sua cadeira e ando até a parte de trás, passando meus braços por seus ombros e descansando minhas mãos em seu peito e meu queixo em sua cabeça.

- Ele se machucava sozinho. Se aproveitou do meu momento. Sua família descobriu sobre a chantagem e pediram desculpas, mas eu não esqueci disso por um tempo. Muito menos Janine.

- Ela acha que sou como ele, não é? Que estou interessado em algo.

- Sim. Acho que James falou para ela sobre eu lhe dar carona e Peter a contou sobre você ser gay. Ela ligou os pontos e imaginou isso. Ela odeia o que eu fiz.

- Mas você sabe que ela está errada, não sabe?

- Claro que sei!

Adam me puxa para o lado da frente de sua cadeira e me faz sentar em seu colo. Na verdade, fico quase deitado sobre ele enquanto me segura com seus braços. Ele estava quente como sempre. Era bom sentir isso nesse dia frio. Encosto minha cabeça em seu ombro e observo a porta do cômodo em seu começo.

- Você é não é nada como ele, Caleb. Você é algo totalmente diferente, algo que me faz bem. Algo que eu amo...

Prendo minha respiração por um segundo. Adam havia dito que me amava. Agora mesmo. Eu não sei se deveria responder. Talvez ele tenha falado sem pensar, sem que realmente significasse algo. Eu não poderia afirmar algo agora, não quando ainda pensava em outra pessoa. Para meu alívio, ele continua dizendo algo.

- Ela não entende isso, não ainda.

- Ela me quer fora daqui.

- Quer, mas isso não vai acontecer. Não se preocupe.

Ele me abraça forte. Como se eu fosse algo que precisasse de total cuidado. Era exatamente assim que me sentia no momento.

- Isso vai estragar sua relação com sua irmã...

- Não... – Sua voz era fraca, como um apelo. – Não pense isso. Não se culpe, você não fez nada. Ninguém fez nada. Ela só não sabe que você é você. Que é o Caleb.

Beijo sua bochecha e ele dá um fraco sorriso. Puxa meu cachecol devagar e coloca seu rosto do lado direito de meu pescoço, exatamente onde havia deixado uma pequena marca vermelha com a noite anterior. Ele adorava meu perfume.

- Acho que não é uma boa ideia. – Digo.

Ele afasta seu rosto, reparando na marca que eu tinha.

- Oh... – Um sorriso aparece em seu rosto. – Me desculpe por isso. – Ele me dá um rápido beijo no pescoço e coloca meu cachecol novamente. – Você também deixou algumas marcas em minhas costas.

Isso me deixou surpreso.

- Bons arranhões...

- Me desculpe.

Eu fico envergonhado com isso, mas ele não liga. Sorri e me beija. Eu não nego seu beijo, não consigo. Mesmo ele sabendo que gosto dele e de Caleb, deve se sentir melhor agora, sabendo que é ele quem está me beijando.

- Você pode ficar com essa blusa. Gosto de como ela fica em você. É enorme, mas fica bem.

- Sério?

- Sim, fique com ela.

Nós ficamos ali juntos por um tempo. Ele me aquecia enquanto tinha seus braços ao meu redor e ficávamos tranquilos em sua enorme cadeira. Só me levanto quando percebo que haviam se passado cinco minutos do meu horário de almoço e eu precisaria voltar para o estoque, onde meu trabalho continuaria.

- Posso te ligar mais tarde? – Pergunta. – Vou receber Janine e James para jantarem lá em casa, então talvez ligue um pouco tarde.

- Claro, eu não farei nada mesmo.

Ele concorda com a cabeça e segura uma caneta em sua mão enquanto saio pela porta de sua sala.

 

O resto do dia passei conversando com Steve no estoque e arrumando tantos livros que minha lista mental dos que eu queria acabou virando uma bagunça. Ele não parou de me perguntar o que eu estava fazendo com Adam em sua sala e disse ter ouvido boatos pela loja de que estávamos juntos. Eu não faço ideia de como eles surgiram, mas estavam certos. Bom... em partes.
Steve também vivia falando sobre Caleb e não tirava a ideia de que eu gostava dele de sua cabeça. Certa hora eu apenas admiti. Falei tudo para Steve. Contei sobre minha confusão com Caleb e Adam, sobre meus sentimentos sobre os dois e quase tudo o que aconteceu. Eu precisava desabafar com alguém e Steve foi o escolhido. Ele me ajudou dizendo que tudo ficaria bem. Eu nunca esperei isso de Steve, mas achei bom ter contado para ele. Fiz isso com ele e não fiz com meu amigo, Nate.
Quando fui embora, decidi não ir até a loja de Jodie para a aula de pintura. Fui ao cinema sozinho e assisti a um drama de época que me fez chorar assim como a mulher ao meu lado que me emprestou um de seus lenços de papel.
Já era noite quando saí do cinema. A mulher que me emprestou o lenço disse que eu era um ótimo companheiro de choro, o que me fez rir antes que ela fosse embora. Percebo que estou um pouco sensível hoje.
Ando pelas ruas do centro pensando em chegar em casa. Meu celular começa a tocar e o atendo. Era Nate me ligando.

- Onde você está? – Pergunta. Uma música alta toca ao fundo.

- Na rua, indo para casa. Onde você está?

- Na casa de Joe Baker.

- Aquele Joe Baker? – Me lembro que Dinah gosta dele e provavelmente está em sua casa.

- Sim, aquele. Sei que não gosta muito dele, mas ele quis saber porque você não está aqui. Talvez ele esteja mudando...

- É, talvez. Não sei... não estou muito no clima de festa.

- Caleb está aqui...

Isso me faz parar de andar na calçada. Se Caleb estava lá, seria uma boa chance de falar com ele. Com certeza não foi porque quis e sim porque seu melhor amigo o arrastou para lá.
Ainda tenho a mesma roupa de hoje, o enorme moletom de Adam com seu perfume. Não pretendo passar muito tempo lá, quero somente falar com Caleb.

- Certo então. Chego daqui a pouco.

Encerro a chamada e começo a caminhar novamente pela calçada. Eu sabia onde Joe Baker morava, então sabia que não era muito longe de onde eu estava. Caminho rápido pelas pessoas que enfrentavam o ar gelado da noite de sábado.

 

Atravessar a multidão de pessoas no jardim da casa de Joe não foi algo fácil. Muitos garotos faziam competição de quem bebia mais cerveja lá fora, o que achei ridículo, mas ignorei. Mesmo estando tão frio, ninguém parecia se importar, dançavam pela casa e bebiam como se estivesse calor. Joe me acha e me abraça, ele já estava bêbado. Pediu desculpas pelas brincadeiras que fez comigo e disse que se arrependia de ser um idiota, ele estava apenas tentando impressionar os jogadores do time de futebol, como eu pensava. O desculpo por isso e ele agradece, sumindo no meio da multidão. Eu não sabia se Dinah estava aqui, mas se estivesse, seria uma boa oportunidade de tentar algo com Joe.
Não vejo Caleb em canto nenhum, a casa é grande e está muito cheia. Acabo parando na cozinha e acho Nate conversando com um garoto que não conheço. O garoto se afasta e Nate me cumprimenta.

- Que bom que veio. Eu... soube o que está acontecendo.

- O que você soube?

- Sobre você e seu chefe... Caleb me contou, mas não se preocupe! Eu não contei para ninguém.

Caleb havia conversado com Nate sobre algo sério... isso não me agradava. Nate não parece tão preocupado com o assunto...

- Por que não me contou sobre isso? – Pergunta.

- Eu estou meio enrolado com isso... Ele te contou como descobriu isso?

- Aparentemente ele voltou ontem de noite e foi te visitar. Mas seu tio Jack disse que você tinha ido até a casa de Dinah, então ele foi atrás de você lá. – Não... não pode ser. Minha mentira criou isso. – Dinah disse que você não estava lá. Então ele me ligou e eu disse que você estava com seu tio, como tinha me mandado na mensagem.

- Eu não estava com Jack...

- Eu sei que não.

Seu tom é acusatório, isso me incomoda.

- Ele voltou para sua casa e ficou te esperou na varanda, apenas para falar com você. Esperou tanto e disse que quando estava indo embora, viu o carro de seu chefe... e vocês dois se beijando lá dentro.

- Não...

- Sim, Caleb. Você o fez de idiota.

- Não é isso, eu estou enrolado com essas coisas, já disse.

- Como você pôde fazer isso com ele? Eu ainda tentei descobrir se ele sentia algo por você! Não liguei se EU sentia algo por ele! Eu te ajudei para você acabar estragando tudo.

Nate agora falava alto. Saber que ele gostava de Caleb me atingiu no peito e cada palavra doeu. Ele estava bravo e eu queria... eu queria bater nele. Queria fazê-lo calar a boca e acabar com o tom que ele usava.

- Você gosta dele?

- Sim, e sabe o que é melhor? Enquanto você está por aí mentindo para mim e para seu tio, acaba passando a noite com seu chefe... – Ele faz uma cara de nojo e então. Começa a andar para se afastar. – Espero que ele não sinta o mesmo por você.

Nate começa a caminhar, se afastando de mim. Eu quero dizer algo. Eu preciso dizer algo.

- Mas ele sente! – Nate se vira para mim com um olhar confuso. – Sim, ele sente algo por mim! Ele gosta de mim e não de você!

Não sei direito o que Nate sente, sua expressão é misteriosa. Ele parecia sentir raiva, tristeza e algo que me fazia querer bater nele. Ele apenas respira fundo e me dá as costas, saindo da cozinha empurrando as pessoas em sua frente.
Sinto a raiva dentro de mim querer quebrar algo na cozinha. Vejo muitas coisas de vidro, então saio de perto. Eu precisava de um abraço urgentemente, algo que me acalmasse. Um abraço de Caleb ou de Adam.
Saio da cozinha e passo os olhos pela enorme sala cheia de gente. Quero Caleb. Quero acha-lo e conversar com ele sobre o que aconteceu. Quero falar que estou sofrendo com isso e que não sei o que fazer. Quero que ele entenda.
Procuro ele por alguns minutos e não o acho. Respiro fundo por um tempo e me acalmo. A música para de repente e todos reclamam. Conversas existiam, mas o cômodo não estava tão barulhento como antes. Tenho uma ideia. Resolvo ligar para o celular de Caleb. Eu poderia escutar se ele estiver aqui dentro.
Procuro seu contato em meu celular e ligo. De início não escuto nada. Mas então um som agudo soa distante. Ando pela sala, escutando o barulho de um telefone tocar. Quando estou mais perto, percebo que o barulho vem de perto da escada que leva para o segundo andar. Lá encontro Caleb. Encontro Caleb beijando Megan, a garota desastrada que agora trabalha na cafeteria com ele...
Ele não me vê, continua ignorando seu celular tocar e a beija. Com uma mão em sua nuca e a outra em sua cintura. Ela parece devorá-lo e isso me deixa enjoado. Sinto meu coração acelerar e dou passos lentos para trás. Eu não ficaria ali vendo aquilo.
Passo pelas pessoas e saio da casa. O jardim continuava cheio e escuto pessoas reclamando quando passo apressado entre elas. Eu precisava respirar, sentia como se meu ar tivesse sido roubado ao ver aquilo. Começo a andar pela calçada e entro cambaleando em um jardim que ficava três casas depois da de Joe. O jardim está escuro e me sento perto das raízes de uma árvore. Eu não fazia ideia de quem morava ali, mas precisava respirar.
Segundos se passam e ainda respiro rápido. Preciso de Adam. Preciso ligar para ele. Faço isso no segundo seguinte e levo o celular até minha orelha. Não demorou muito para que eu fosse atendido.

- Adam? Eu não estou bem, preciso...

- Você não desiste mesmo, não é?

Não foi Adam quem disse isso. Penso naquela voz e me lembro de tê-la ouvido mais cedo. Era Janine.

- Por favor me deixe falar com Adam.

- Não! Ele está ocupado agora com a família dele. Não tem tempo para você. Seu...

Ela não termina o que diz. Escuto a voz de Adam atrás, ele parece brincar com Grace. Também escuto algum jogo de futebol que deveriam estar assistindo.

- Não ligue mais para ele hoje. – Ela sussurrava nervosa. – Eu não me importo se ele não lhe demitiu, mas darei um jeito para que você saia do caminho.

Quando penso em dizer algo, escuto ela dizendo distante “Era engano” e a ligação é encerrada. Meu coração estava praticamente dilacerado. Eu começo a chorar e não me controlo. Sinto as lágrimas quentes em meu rosto e seu gosto salgado em minha boca. Choro até soluçar. A música da festa havia voltado e estava alta o bastante para que ninguém me escutasse se não estivesse perto de mim. Encosto minha cabeça no tronco da árvore e choro mais. Tusso algumas vezes e quero que aquilo pare, mas não consigo.
Vejo alguém andando pela calçada perto da árvore e parece procurar de onde vem o choro. Era Joe Baker, o dono da festa. Ele se aproxima de mim, curioso e muito preocupado.

- Cara, o que houve? – Ele segura minha mão e olha para os lados. Estava tão perdido quanto eu.

Não consigo responder. Ele retira meus óculos e passa as costas das mãos pelo meu rosto, tirando o excesso de lágrimas que parecia me afogar.

- Puta merda... o que eu faço...? – Diz coçando a cabeça. Sua voz estava mole, ele estava muito bêbado. – Já sei! Fique aqui. Vou chamar a Diane. Quer dizer... esqueci o nome dela...

- Dinah. – O ajudo chorando ainda mais.

- Isso!

Eu não queria estar chorando tanto, não mesmo. Mas acho que meu cérebro resolveu se aliviar de uma vez só, deixando sair tudo que eu estava prendendo. Caleb estava beijando uma garota e Adam não saberia que eu havia ligado para ele. Eu estava sozinho.
Sozinho até Joe chegar puxando Dinah pelo braço.

- Aqui! Olha só! Ele está chorando muito!

- Ah meu Deus, o que houve? Fizeram algo com você? Está ferido?

Dinah se agacha perto de mim e começa a procurar por algum machucado em mim com a pouca luz que a tela de seu celular emitia no escuro. Nego com a cabeça e ela concorda, respirando rápido. Coloca minha cabeça contra seu peito e passa a mão por meu cabelo.

- Calma, ok? Pode chorar se quiser. Eu estou aqui com você, não tem problema.

Enquanto choro mais, Joe também se aproxima e segura minha mão, apertando-a sem muita força. Ele troca um olhar preocupado com Dinah. Eles estavam ali comigo. Duas pessoas que eu não esperava que estivessem.

- Estou aqui com você. – Ela diz.

E eles ficaram comigo. Ficaram comigo até que eu parasse de chorar, algo que demorou para acontecer. Músicas tocaram e eles não saíram do meu lado. Estavam sendo mais amigos do que Nate. Eu não poderia continuar com essa bagunça em que me meti. Precisava dar um jeito nesse triângulo amoroso ou continuaria assim por mais tempo, e não quero isso de jeito nenhum. Eu daria um jeito nisso. E não demoraria.


Notas Finais


E então?? Teve choro, drama, revelações, brigas e etc. Espero que tenham gostado ♡ Acho que vocês não curtem muito o Caleb 2 e o final não ajudou muito com isso uashuahsuh
Feliz Ano Novo para vocês! Tudo de bom para vocês em 2017 ♡ Espero que continuem acompanhando minha história e fazendo com que eu goste de continuar escrevendo para vocês.
Não se esqueçam de me dizerem o que acharam, indicar para um amigo e etc. Significa bastante ♡
Acho que é só isso... Obrigado mais uma vez ♡
XOXO


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