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História Fire N Gold - Domingo


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo para vocês. Espero que gostem tanto como eu gostei. Ficou bem grande e muita coisa acontece. Personagens novos e mais mistério.
Decidi colocar foto nesse capítulo. Vocês já sabem que vejo o Adam como o Tyler Hoechlin, então aproveitei para colocar James como Ian Bohen ♡ Amo muito os dois e depois entenderão o porquê das fotos, é um motivo fofo.
Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar o que acharam depois, é muito importante para mim, sério ♡
Enjoy It!
FAVORITEM POR FAVOR!!!

Capítulo 15 - Domingo


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - Domingo

  

Depois de ficarmos mais um pouco na cobertura do prédio, nós três voltamos para o apartamento de Adam no 26º andar. Era incrível como Adam adorava futebol, pois a televisão dele só exibia isso. Ele havia perguntado se eu gostaria de assistir outra coisa, mas eu disse que não (mesmo querendo assistir a série médica que gostava), ele estava tão feliz vendo o jogo comigo e Grace ao seu lado, não queria acabar com isso.
Certa hora, depois de alimentar Grace, ele começa a cochilar no sofá. Ele havia me dito que acordou cedo para resolver algumas coisas da livraria e estava bem cansando. Ele fica muito lindo com seu rosto sério e a cabeça encostada no sofá. Respirava calmamente, como se não precisasse se preocupar com nada, ao contrário de mim que tenho um perseguidor e não faço a mínima ideia de quem seja.
Seguro sua mão e vejo seus olhos abrirem lentamente, procurando algo para focarem e acabam encontrando meu rosto. Um sorriso bobo aparece em seu rosto e lhe dou um beijo rápido.

- Estou com sono, me desculpe. – Cochicha.

- Tudo bem, vá para o quarto. Eu coloco Grace para dormir.

Ele estava realmente cansado, pois começava a fechar os olhos novamente. Dou uma risada e então me levanto do sofá e o puxo para ajudá-lo. Logo ele está caminhando pelo corredor que leva ao seu quarto e escuto a porta se fechando.
Grace não parecia estar com sono e eu também não estava. Como Adam não estava mais assistindo, mudei de canal e comecei a ver o seriado médico. Grace mordia um brinquedo de plástico e admirava a televisão comigo. Depois de minutos demorados ela dorme, era fofa como o pai. A seguro no colo e levo até seu quarto, colocando-a no berço. Seu quarto tinha um cheiro gosto de perfume infantil e fiquei alguns minutos observando seu sono.
Depois de escovar meus dentes, parto para o quarto de Adam e o encontro deitado em um lado da cama. Seu corpo estava virado para cima e um de seus braços estava esticado sobre o travesseiro vazio do outro lado. Ele usava somente o shorts de seu pijama que marcava seu membro. Ver isso e seu peito exposto me fez querer acorda-lo para a acabar com a vontade que sentia agora, mas respiro fundo e apenas deito ao seu lado. Descanso minha mão sobre seu peito e escuto um ronco baixo. Ele estava mesmo cansado. A porta de correr da sacada estava aberta e um vento fraco entrava para aliviar a noite quente. Não nos cubro com um lençol branco que tinha sobre cama. Apenas aproveito Adam ao meu lado e espero o sono chegar.
 

Meu celular toca sob meu travesseiro na manhã de domingo. Abro os olhos com dificuldade por causa da luz do dia que entra pela sacada. Adam não está ao meu lado e estou jogado sobre a cama como uma estrela do mar. Busco por meu celular e o atendo. Era Adam.

- Oi. – Digo e logo bocejo exageradamente.

- Poxa, parece que alguém ainda não saiu da cama.

Ele ri. Escuto vozes ao fundo.

- Onde está?

- Em um mercado de rua comprando algumas coisas para o nosso café da manhã. Hana está aí com Grace.

- Hana?

- Sim, a babá. Ela estava de férias, mas agora voltou e nos acompanhará mais tarde.

Ele falava sobre as coisas como se eu soubesse. Me sento sobre a cama e coço meus olhos com as costas das mãos.

- E aonde iremos mais tarde?

- Um churrasco na casa de James. Ele faz isso anualmente e hoje anunciará para todo mundo o casamento dele com Mary.

Muitas informações para a minha cabeça às – confirmo a hora em meu celular – 08:30 da manhã. Me levanto da cama enquanto Adam conversa com algum vendedor sobre pêssegos ou maçãs, não sei ao certo.

- Conversamos melhor quando eu chegar em casa, ok?

Digo que sim e me despeço. Troco de roupa e coloco uma nova que havia trazido em minha mochila. Saio do quarto e vou até o banheiro. Eu já me sentia à vontade na casa de Adam e isso era estranho para mim.
Quando saio do banheiro, ando até a sala, onde uma mulher asiática e de cabelo até sua cintura cantava devagar uma canção em outra língua – talvez japonês – para Grace. Ela era nova, devia ter apenas cinco anos a mais que eu e era baixinha. Usava roupas brancas de babá: uma camisa de botões, calça jeans e sapatilhas. Um sorriso aparece em meu rosto quando me vê e ela para de cantar para Grace.

- Bom dia Sr. Jones. – Diz para mim.

Penso por um segundo em como ela sabia meu sobrenome e deduzo que Adam a contou.

- Você deve ser Hana. – Ela assente e continua sorrindo. – Pode me chamar de Caleb.

- Não, não. Sr. Carter, Sr. Jones e bebê Grace. – Ela continua sorrindo. Percebo que ela não fala muito bem a minha língua.

- Certo, como preferir.

Me aproximo dela e de Grace em seu colo e ela a passa para o meu, dizendo “leite” e “mamadeira” ainda com seu sorriso no rosto. Era engraçado vê-la. Ando até o sofá com Grace. Ela tenta pegar meus óculos esticando seus bracinhos e tomo cuidado para que ela não consiga. Uma risada sai animada dela e consigo ver alguns dentinhos em sua boca.
Me lembro vagamente de quando era pequeno e minha mãe disse que estava grávida. Fiquei muito feliz com a novidade, mas em poucas semanas ela perdeu o bebê. Hoje ela diz ter superado, mas nunca esqueci que poderia ter um irmão ou uma irmã. Seria bem mais fácil de saber lidar com bebês hoje em dia.
Foi só pensar nisso que Grace começa a chora e a entrego para Hana que havia voltado com uma mamadeira. Grace para de chorar e Hana a olha encantada.

- Ela não é fofa? – Pergunto.

- Sim. – Eu não fazia ideia de como Hana conseguia manter um sorriso em seu rosto, mas ele continuava lá e era contagiante, me fazendo sorrir também. – Olhos iguais do Sr. Carter. Muito bonitos.

Concordo com a cabeça e começo a conversar com Hana, não resistindo e fazendo perguntas sobre ela. Depois de alguns minutos de conversa e uma Grace brincando no tapete, descubro que ela saiu de Tóquio há sete anos por dificuldades financeiras e conseguiu trabalho como babá por indicação de uma amiga. Hana tinha muito experiência, pois como irmã mais velha de nove irmãos aprendeu muita coisa. Ela diz que a língua ainda é um problema, mas que consegue se virar. E que ao contrário do que eu pensava, ela não tinha cinco anos a mais que eu, tinha vinte e dois. Fiquei impressionado em como ela estava conservada. Ela pergunta algumas coisas de minha vida e a respondo sem nenhum problema, gostava de falar sobre mim de uma forma superficial.
Adam chega carregando sacolas e logo me levanto para ajudá-lo. Ele me dá um beijo rápido e sorri. Grace anda devagar em sua direção e ele a recebe de braços abertos, mas logo ela parece ficar brava e solta alguns gritinhos.
Adam vai para a cozinha e Hana chama a atenção de Grace com algum brinquedo que ela logo joga longe. Sigo Adam e o abraço por trás, colando meu rosto em suas costas largas.

- Que história é essa de churrasco? Você nem mesmo sabe se farei algo hoje. – Digo antes de soltá-lo e ele se virar para mim.

- E você fará algo hoje?

Apenas sorrio. Eu não faria nada hoje, então sairia com ele. Ele me beija mais uma vez e pede para que eu me sente, pois faria um belo café da manhã para todos.

- Então James irá se casar, hein?

- Sim, com Mary. Ela é enfermeira no hospital da cidade, uma boa garota.

- Garota?

- Sim, ela é mais nova do que James. Acho que tem 24 se não me engano. James tem 41.

- Poxa...

Ele me olha curioso e põe as mãos em sua cintura.

- Poxa? Como assim? Você tem algo contra diferença de idade? – Da para ver que ele tenta segurar um sorriso. Eu dou risada e ele continua me olhando com sua falsa cara séria. – Vamos, me diga.

- Não, Sr. Carter. – Isso faz ele apontar o dedo em minha direção. – Não tenho nenhum problema com isso. Meu namorado também é mais velho.

- E ficará mais ainda no próximo sábado.

Ele diz isso como se não fosse nada e me dá as costas, começando a preparar algumas coisas sobre a pia.

- Hey! Que legal!

- Farei 33 e namoro alguém com 18, muito legal. – Damos risada e Hana chega com Grace andando em sua frente na cozinha. – Estava pensando em passar meu aniversário com você.

- Seria ótimo. O que tem em mente?

- Uma pequena viagem, depois falo mais sobre.

Hana começa a ajudar Adam com o café enquanto brinco com Grace que gritava apenas para fazer graça.
Quando tudo está pronto e estamos sentados ao redor da mesa aproveitando o que os dois haviam feito, vem algo em minha cabeça que eu não havia pensado antes.

- Não tenho roupa para esse churrasco? – Digo rápido.

- Como não? – Adam segura minha mão e toma um gole de suco antes de falar novamente. – Eu vi que trouxe roupas em sua mochila. Não é nada demais, é só um churrasco.

Isso me deixa um pouco inseguro. Não é “Só um churrasco”, é um churrasco do quase irmão de Adam. E com isso eu quero dizer que é de gente... rica. Eu tentava não pensar nisso, mas sei que será algo recorrente em nossa relação, já que ele tem uma boa vida financeira. “Só um churrasco” seria se acontecesse no quintal de minha casa, que é pequeno e não caberiam mais de vinte pessoas. Como será na casa de James, o homem bonito e bem vestido que conheço, tenho certeza de que não será tão simples.

- Vista o que tiver, ok? É algo simples.

Ele aperta minha mão e concordo sorrindo. Hana, como sempre, sorria nos observando. Mesmo com ele dizendo isso, imaginava que não seria simples e torcia para estar errado. Tomo café com eles, fingindo que está tudo bem.

(...)

Muita coisa acontece no carro durante o caminho para a casa de James. Adam tentava escutar notícias sobre esportes pelo rádio do carro, Grace chorava sem parar em sua cadeirinha no banco de trás com Hana que tentava acalmá-la com uma canção em japonês e eu tentava escutar o que tio Jack dizia do outro lado do meu celular.

- Então é assim? – Dizia dramaticamente do outro lado. Ele te pediu em namoro e você não o traz para almoçar aqui em casa? Ao invés disso ele é quem te apresenta primeiro para os amigos dele?

Tio Jack falava como se estivesse bravo com aquilo, mas na verdade estava brincando. Eu só me dei conta de que Adam realmente me apresentaria por aí como seu namorado quando recebi a ligação de tio Jack e contei para ele sobre o pedido. Fiquei nervoso e logo comecei a controlar minha respiração. Agora eu estaria no meio de pessoas desconhecidas, ricas e que me avaliariam. Bom... eu não tenho certeza de que me avaliariam, mas é um bom chute.

- Acho melhor você convidá-lo para um jantar essa semana, mocinho. – Nós rimos e eu observo a zona ao meu redor no carro. – Ah, não demore tanto para voltar para casa, convidei alguém especial para nossa casa essa noite.

- Oh, a sua paquera? – Pergunto sorrindo.

- Talvez... só descobrirá se vier.

Ele ri e encerra a chamada. Tio Jack conseguiu me acalmar um pouco com esse assunto. Adam estava tão despreocupado ao meu lado e tentei ficar do mesmo jeito.
Nos avaliei novamente. Adam usava uma camisa polo cinza e bermuda preta. Ele não usava seus chinelos enquanto dirigia, e sim um tênis de corrida, mas saber que ele levaria os chinelos para o churrasco me ajudou a ficar mais tranquilo e também usar os meus.
Eu usava uma simples camiseta branca e a bermuda caramelo que usei no dia anterior em sua casa.
Hana vestia sua roupa branca, mas agora usava óculos de armação vermelha e tinha o longo cabelo preso em um coque. Grace usava um vestido verde água muito fofo enquanto chorava muito em seu banquinho.

- Calma, filha. Já estamos chegando. – Adam diz calmo.

E ele estava certo. Em poucos minutos chegamos a um bairro nobre da cidade. As casas eram enormes e com lindos jardins. Algumas delas estavam à venda, mas boa parte contava com carros estacionados em suas calçadas. Era como se o bairro estivesse em festa. Como se todos os ricos fizessem churrascos aos domingos e quisessem mostrar para os outros. Adam havia me dito que James faz isso somente uma vez ao ano e é algo totalmente grande. Disse também que esperava que esse ano fosse maior, já que anunciaria seu casamento a todo mundo.
Depois de rodar por ruas com suas enormes casas, chegamos à de James. Eu juro que essa era possivelmente a maior de todas. Muitos carros estavam estacionados na rua, mas Adam colocou seu carro dentro da garagem, ao lado dos outros dois de James.

- Privilégios de ter um quase-irmão.

Adam retira seu tênis e os deixa no carro quando calça seus chinelos. Fico ao seu lado enquanto ele segura Grace e Hana retira o carrinho de bebê do porta malas.
O dia está abafado e sinto uma gota de suor escorrer em minha nuca. Uma música animada vem de dentro da casa e escuto vozes vindo de trás de uma porta na garagem. Vamos até a frente da casa um garoto pequeno abre a porta para que entremos. O hall é claro e os móveis brancos ajudam com isso. Algumas pessoas já estavam por lá, com suas roupas confortáveis e nada sociais. Algumas já andam em nossa direção para cumprimentar Adam. Aperto algumas mãos enquanto sorrio. As pessoas logo focam sua atenção em Grace que parara de chorar e agora ria enquanto Hana secava as lágrimas de seu rosto com uma pequena toalha.

- Que ótimo vê-lo aqui, Carter. – Diziam as pessoas para Adam. Era estranho ouvir apenas Carter e nenhum Sr. antes. – E este, quem é? – Perguntavam se dirigindo a mim.

- Esse é Caleb, meu namorado.

Mesmo com Adam dizendo isso com toda sua felicidade, eu notava como as pessoas ficavam surpresas. Haviam percebido a diferença de idade. Mesmo assim escondiam isso rapidamente e nos davam parabéns.
Começamos a andar pela casa, passando por uma sala enorme com quadros e um piano. Depois pela sala de estar com um grande sofá onde pessoas conversavam. Eu não conhecia nenhuma delas. Algumas eram bem velhas, como minha avó. Outras eram da minha idade ou da de Adam. Crianças também corriam por lá.
Quando percebo, estamos nos fundos da casa. A maioria das pessoas estavam lá, felizes e conversando. O enorme lugar era rodeado por uma cerca viva alta e uma grande piscina ficam em seu centro, cheia de boias coloridas e pessoas que nadavam jogando água para fora. Vejo uma mulher reclamando com um garoto que espirrou água nela que estava ao lado.

- Adam! – Diz James se aproximando com os braços abertos para um abraço. Ele estava sem camiseta e usava um shorts florido. Ele estava bem para seus 41 anos. – Por que demorou tanto?

- Trânsito. – Adam responde e o abraça.

James faz o mesmo comigo e então sorri para mim. Ele segurava um cigarro com sua mão esquerda e o cheiro me incomodou. Odeio cigarro.

- Bom ver você aqui também, Caleb.

Sorrio envergonhado. Uma mulher magra e de longo cabelo loiro aparece atrás de James. Ela tinha o corpo de uma modelo de lingerie. Sorri para nós e segura James pela cintura. Deve ser Mary, a futura esposa de James.

- Não contem para ninguém sobre o anúncio. – Ele diz. – Só vocês sabem por enquanto.

Adam concorda com a cabeça e então escuto algumas vozes o chamando. Eram homens de sua idade que estavam juntos perto da churrasqueira.

- Vamos lá. Caleb pode ficar à vontade por aqui. – James diz olhando para mim e anda com Adam para onde os homens estavam.

Hana já não estava perto de mim, provavelmente se afastou com Grace por causa da fumaça do cigarro. Vou até elas em um canto do quintal, onde ela estende uma toalha sobre o chão e ficamos sentados com Grace, brincando com alguns animais coloridos de borracha que ela tinha. Estávamos perto da cerca viva que fazia sombra, mas consigo pega um pouco de Sol no canto da toalha. Fecho meus olhos e aproveito o Sol em meu rosto. O som da música, as conversas, risadas e poucas palavras ditas de forma fofa por Grace que repetia de Hana estavam distantes no momento. Começo a pensar em como eu já estava aqui com Adam, conhecendo pessoas do seu círculo quando ele não conhecia as do meu. Ele só conhece Steve e... Caleb, mas tenho certeza de que ele não terá nenhum tipo de interação com ele. No piquenique de ontem eu conversei com ele sobre minha escolha. Falei que não gostava de Caleb do jeito que gostava de Adam e que estava apenas confundindo as coisas. Ele ficou muito feliz em saber isso, mas também não gostou muito quando eu disse que manteria contato com ele. Eu, obviamente, não contei que quase transei com Caleb. Se nada aconteceu e foi antes dele me pedir em namoro, não tenho que falar sobre isso.
Pensar em continuar com Adam fazia meu coração bater mais rápido do que quando o conheci. Pensar em continuar tendo ele ao meu lado me passava tanta segurança quanto ser abraçado por ele.

- Ná! – Grace grita quando Hana tenta colocar um sapatinho em seu pé e a pequena o joga para fora da toalha.

- Sapato bonito. Use. – Hana diz rindo e tentando colocá-lo novamente.

- Então essa é a linda filha de Carter!

Uma mulher de pele morena e cabelo preso em um coque se aproxima usando um maiô preto. Eu não a conhecia, mas logo ela estende sua mão e a aperto enquanto ela se apresenta.

- Michelle, muito prazer.

- Caleb.

- E você é sobrinho de Carter? Ou irmão?

Hana tenta esconder uma risada e não consegue. Olho para baixo sorrindo. Já percebi que teria que ficar me explicando por aí.

- Sou o namorado de Adam.

- Ah sim!

Ela sorri e percebo que olha para minha mão, procurando uma aliança. Depois olha para o outro lado do enorme quintal onde Adam conversava com alguns amigos.

- Sendo assim, você deveria ficar conosco.

- Com quem...? – Pergunto confuso.

- Comigo e as outras. Não vê como eles estão entretidos conversando sobre negócios ou futebol? – Ela tinha razão, Adam com certeza deveria estar conversando sobre futebol. – Nossos bebês podem brincar com os outros. – Hana concorda e começa a se levantar. – Venha, Meredith sabe fazer drinks maravilhosos.

Olho novamente para Adam no meio dos seus amigos e balanço os ombros. Parece legal ficam com Michelle e “as outras”.
Hana vai até onde mais seis babás estão juntas e começam a conversar enquanto brincam com os bebês. O filho de Michelle estava lá e já maior que Grace.
“As outras” que Michelle havia falado eram as mulheres. As esposas que ficavam juntas para reclamar de seus maridos ou falar de suas vidas. Antes eu achava que elas ficavam o dia inteiro em suas casas enormes e não faziam nada, mas estava errado. Na mesa existiam várias mulheres de negócios que se ocupavam com caridade ou projetos pessoais. Algumas realmente não faziam nada, mas eram minoria.

- Então, o que você faz da vida? – Uma mulher negra de cabelo muito curto me pergunta.

Todas as dez mulheres da mesa olham para mim enquanto tomo um gole da bebida de limão que Meredith (muito gentil por sinal) havia preparado para mim. Droga. Algumas ali faziam coisas legais e eu... apenas estudo.

- Estou no último ano do ensino médio.

Algumas concordam com a cabeça e logo entendo que querem que eu continue falando sobre mim.

- Moro com meu tio. Ele é farmacêutico no centro da cidade.

- Oh, já ouvi falar de você! Seu tio não é Jack Jones? – Concordo, surpreso por ela conhece-lo. – Conheço Jack há muito tempo. Ele fala sobre você quando vou à farmácia e batemos papo.

- Então você não é totalmente um estranho por aqui... – Diz uma mulher de cabelo platinado que me olhava de um jeito estranho.

- Deixe disso, Cher. – Michelle diz para ela. – Ele só é novo nisso...

Foi aí que eu percebi que elas me viam como um bebê ali. Como se eu precisasse ser treinado para ser como elas, alguém que apenas acompanha seu marido ou namorado rico por aí, não participando e apenas conversando com mais pessoas com namorados ou maridos ricos.
Dou um pequeno sorriso, estava me sentindo enjoado. Algumas mulheres saem da mesa para irem até a piscina, deixando apenas três mulheres: Michelle, Meredith e uma ruiva.

- Não ligue para elas. – Michelle diz segurando minha mão. Ela também havia percebido isso. – Sei que pode parecer complicado agora...

- Está tudo bem.

- Não, eu já fui a novata também, sei como é. Claro que você é bem mais novo do que eu, mas não quer dizer que você é inferior. Elas só querem ter algo para fofocar.

- Por isso faço drinks. – Diz Meredith. – O álcool entra e as verdades saem.

Rimos e conversamos mais um pouco enquanto comemos. Elas eram legais e isso era bom. Falo um pouco mais sobre o que gosto de fazer e o assunto sobre pintura acaba aparecendo. Michelle era dona de uma galeria e saber disso colocou uma pequena luz no fim de um túnel que eu tinha em minha cabeça. Ela disse que gostaria de ver alguns de meus trabalhos. Eu não tinha nada oficial, mas poderia fazer algo se ela quisesse.
Depois de alguns drinks, decido parar quando percebo que estou rindo de qualquer coisa que Michelle diga. Observo as babás e os bebês em um canto do quintal e decido ir até eles. No meio do caminho o meu celular vibra em meu bolso e paro de andar sobre a grama. Mais uma mensagem do número desconhecido.

“Estou triste com você Caleb... Será mesmo que fez a escolha certa? Gostou das rosas pelo menos?”

Droga! Meu coração bate rápido e respiro com dificuldade. Então as rosas vieram mesmo no número desconhecido. Por que ele está triste com minha decisão? Torcia por Caleb nisso tudo? Penso em responder a mensagem, mas tenho medo disso.
Respiro fundo mais uma vez e vou em direção à casa. Pergunto à Mary onde fica o banheiro e ela diz que o do andar de baixo está ocupado, mas que eu poderia usar qualquer um dos outros dois que ficavam no segundo andar. Agradeço e subo as escadas para o segundo andar na sala de estar. Encontro mais uma sala espaçosa e então um corredor no canto. Também existiam algumas pessoas ali que não prestam atenção em mim enquanto passo por elas. Abro uma das portas do corredor e acho o banheiro. Tranco a porta e me encosto nela. Respiro fundo e leio novamente a mensagem.
A única pessoa que ficaria triste com isso era Caleb, mas ele não parecia ter ficado triste, parecia ter ficado aliviado como eu... E como ele teria me colocado as rosas em minha varanda se eu havia saído de sua casa? Não quero acreditar em mim, mas acho que Caleb fez isso.
Ligo para Caleb mesmo sabendo que ele não gosta muito de falar pelo celular. Escuto a música vindo de fora da casa enquanto ele não atende. Uma janela do banheiro dá visão para os fundos da casa e vejo Michelle brincando com seu filho e Grace enquanto Hana observa.

- Alô. – Diz Caleb sonolento, mesmo sendo quase 16:00.

- Oi, Caleb... eu... quero saber se está tudo bem. – Não escondo meu nervosismo.

- Está... por que?

- Nada, eu só queria saber mesmo. Preocupação de amigo.

- Estou bem, Caleb, obrigado. Estou gripado e estava dormindo, mas estou bem. – Mando melhoras e alguns segundos se passam até ele falar novamente. – Está em uma festa?

- Como sabe? – Ele está aqui, só pode ser.

- Estou escutando música no fundo. – Isso é verdade... preciso ficar calmo. A mensagem realmente me deixou assim. – Aproveitando o domingo com Adam?

- Sim, estamos na casa de um amigo.

- Legal.

- Pois é...

Mais segundos se passam e a situação começa a ficar vergonhosa.

- Vou dormir mais um pouco, ok? Nos vemos amanhã na escola. Obrigado por me ligar.

- Certo, até mais. Fique bem.

Ele encerra a chamada e guardo o celular em meu bolso. Precisava voltar para a festa. Não é Caleb... Não pode ser Caleb.
Desço as escadas e volto para o quintal onde todo mundo continua festejando como antes. Me aproximo de Adam que continuava conversando com seus amigos. Adam me segura pela cintura e me apresenta a um ruivo que estava ao seu lado. Ele é o marido de Michelle e é muito gentil. James está com Mary ali perto e o vejo cochichando algo em seu ouvido que a faz sorrir animada. Então passam por nós e ficam perto da piscina chamando a atenção de todos. Ele contaria para todos sobre seu casamento.

- Por favor, prestem atenção. – James sorri e traga o novo cigarro que tinha em sua mão esquerda. – Temos algo para anunciar.

Adam me põe em sua frente e me abraça. Vejo algumas pessoas nos olhando e ignoro. Adam havia me dito que sabia quem eram as pessoas da festa que não gostavam dele por ser gay, mas que eu não precisava me preocupar pois não eram importantes.

- Agradeço a todos por estarem aqui. Não estamos comemorando somente meu novo cargo. – Ele falava sobre assumir a presidência da parte da empresa do pai de Adam que ficava aqui e não na Espanha. – Também estamos comemorando nosso casamento. – Ele segura Amy pela cintura e beija sua bochecha. – Nos casaremos em um mês.

Todos comemoram e Adam e eu fingimos surpresa e damos risada. Logo algumas pessoas já começam a cercar o casal para dar os parabéns. Enquanto isso, vejo Janine do outro lado do quintal. Ela usava um longo vestido florido e um chapéu de praia muito bonito. Obviamente ela me encarava. Ontem Adam me disse que ela havia viajado para a Espanha...

- Sua irmã está aqui. – Digo passando a mão em suas costas.

- O que? Onde?

Indico com a cabeça e ele a encontra.

- Mas ela viajou ontem... Fique aqui que já volto, ok?

Ele me beija rapidamente e vai falar com Janine. Fico olhando as pessoas despreocupadas e isso me incomoda. Eu estava com um problema e não poderia contar para ninguém.
Decido dar os parabéns para os noivos agora que anunciaram o casamento. Havia uma fila, mas logo minha vez chegou e abracei Mary e depois James. O cheiro de cigarro realmente me incomodava.

- Espero que sejam muito felizes. – Digo sorrindo.

-Muito obrigado. Você irá ao casamento, certo? – James pergunta com a mão em meu ombro e assoprando a fumaça do cigarro para o lado.

- Claro, estarei lá.

- Ótimo, pois Adam é o padrinho de casamento. – Ele me abraça mais uma vez e dá um tapinha em minhas costas. – Ele gosta muito de você, Caleb. Ele fica muito feliz com Grace e ainda mais com vocês dois juntos. É ótimo isso, estou muito feliz.

- Ele me deixa feliz também. Bom, parabéns novamente! Está tudo maravilhoso aqui.

- Ficaremos aqui até tarde, aproveite.

Sorrio novamente e me afasto de James. Eu não ficaria aqui até de noite pois tio Jack queria que eu voltasse para casa para conhecer sua “namorada”. Eu precisava disso para me acalmar um pouco.
O céu já estava laranja e as luzes da piscina e do quintal começavam a serem ligadas. Acho melhor pedir para Adam me levar para casa. Eu não quero tirá-lo daqui já que ele está se divertindo, mas não estou com minha bicicleta e andar até minha casa demoraria muito.
Quando penso em procurá-lo, ele toca meu ombro e me viro para trás, vendo ele e Janine.

- Ótimo vê-lo de novo. – Ela diz série e estende sua mão. – Fico... feliz em saber sobre o namoro de vocês.

- Obrigado... – Respondo hesitante. Então ela sorri. Não parece sincero, mas sorri. Não havia esquecido sobre nossa curta conversa no celular de Adam, mas ignoro no momento. – Adam, posso falar com você um instante?

- Claro, eu preciso falar com você também. Vamos lá dentro.

Adam segura minha mão e começamos a andar pelas pessoas que ainda não haviam falado com os noivos.

- Janine nem mesmo viajou. Ela conversou com meu irmão e soube que não era necessária na Espanha.

- Ela parece ter nos aceitado...

- Não muito, mas já estende que você não é como o outro que tentou se aproveitar de mim.

Subo novamente a escada que usei para usar o banheiro minutos atrás, mas dessa vez vamos para outro lugar. Uma porta no mesmo corredor do banheiro nos levou para um escritório. A cor branca predominava no lugar e a única coisa que realmente se destacava era a enorme poltrona de couro marrom escuro. Uma estante existia em um canto do cômodo e era repleta de porta-retratos, muitos deles com fotos de Adam e James juntos, desde mais novos até mais velhos. Eles eram realmente muito apegados.
Adam anda até uma porta de correr que estava fechada e eu fico ao seu lado. Observamos o céu pelo vidro limpíssimo e então ele segura minha mão.

- Hoje cedo eu fui resolver algo importante.

- Você não foi comprar coisas para o café da manhã?

- Sim, fui. – Ele ri e me fita com seus olhos verdes. – Mas também fui atrás disso.

Ele coloca a mão no bolso de sua bermuda e retira uma pequena caixinha preta de dentro. Eu sabia o que era e fico boquiaberto. Adam abre a pequena caixa e mostra as duas alianças prateadas que descansavam ali dentro. Ele foi realmente rápido com isso. Solto uma risada e ele as retira da caixinha antes de pegar minha mão direita e colocar lentamente em meu dedo.

- Me sinto mais feliz ainda.

Ele me beija e então também coloco a aliança, que era claramente maior, em seu dedo. Admiro-a em meu dedo. Era de prata e tinha um pequeno pingo brilhante sobre ela que me hipnotizava. Olhar para aquilo me faz esquecer momentaneamente que um problema acontece comigo.
Adam está tão feliz com isso. Admira nossas mãos juntas e então beija as costas da minha. O beijo enquanto suas costas estão apoiadas na porta de correr e até sentir que preciso de uma pausa para respirar. Eu o queria agora, mas não aqui. Precisava ir para minha casa e sabia que ficaria apenas com vontade de tê-lo.

- Obrigado, Adam. Elas são lindas.

- E você também, amor.

Depois de um beijo em meu pescoço, ele segura meu rosto com suas mãos e olha profundamente em meus olhos. Falamos juntos logo em seguida.

- Eu te amo.

Ficamos surpresos juntos e logo rimos. Ficamos abraçados por um tempo enquanto ele mexe em meu cabelo e eu sinto suas costas com minhas mãos.

- Sinto muito acabar com esse momento, mas preciso ir para casa. Jack levará sua “namorada” para jantar lá em casa e quero participar disso. É importante para ele...

- Claro amor, eu o levo agora mesmo. Não voltarei para cá mesmo, irei para casa após deixá-lo na sua.

Agradeço com um beijo e então saímos do quarto. Era bom sentir a aliança ao redor de meu dedo.
Voltamos para os fundos da casa, o céu estava escuto e mais gente parecia estar lá, isso porque é domingo. Me pergunto se essas pessoas não trabalharão amanhã.

- Amor, poderia avisar Hana de que estamos indo embora? Ela está em uma das salas do primeiro andar. Vou tentar achar James para avisá-lo que vamos embora.

Digo que sim e volto para dentro da casa. Escuto choro de bebê vindo de uma sala mais afastada do primeiro andar. Era lá que as babás ficavam com os pequenos. Agora só existiam três e Hana era uma delas. Estava ao lado do carrinho de Grace que dormia.

- Hana, nós iremos agora.

Ela concorda sorridente e começa a organizar a grande bolsa onde levava as coisas de Grace. Enquanto a observo, sinto o celular vibrar em meu bolso. Imediatamente sinto meu coração acelerar e minhas mãos tremem. Não pode ser o número desconhecido novamente. Não pode.
É só o que eu quero quando pego meu celular e vejo uma mensagem recebida. Do número desconhecido...
Eu não fazia ideia de se era Caleb ou não. Aquilo estava realmente me assustando. Dessa vez as palavras fizeram com que minhas pernas ficassem fracas e eu precisasse me apoiar em uma cômoda de madeira ao meu lado.

“Você não me responde... isso não é legal. Eu te mandei rosas. Você prefere outro presente? Eu poderia ir até seu quarto agora para saber do que gosta. Não parece ser tão difícil de entrar em sua casa e seu tio está sozinho.”

Sinto o chão se desfazer embaixo de mim e seguro com força o celular em minha mão.

- Está bem? – Hana pergunta colocando a mão sobre meu ombro. – Pálido. Quer água?

- Não, está tudo bem, Hana. – Minto e isso me destrói. – Só estou um pouco tonto, preciso de ar.

Ela concorda com a cabeça peço para ela nos aguardar perto da porta, pois já estávamos saindo. Volto aos fundos da casa. Eu precisava de Adam, precisava saber que ele estava ali para mim. Preciso ir para casa. Jack não está seguro. O desconhecido sabe onde moro e pode fazer algo com ele! Acho Adam e ele está com Janine.

- Então pode passar a noite lá em casa. – Ele diz para ela e me olha. – O que houve, Caleb? Parece que viu um fantasma.

Continuo mantendo minha respiração controlada. Não posso mostrar para Adam que na verdade estou pior do que ele vê. Eu quero contar para ele o que acontece, mas ele ficaria mais perdido do que eu e se preocuparia. Eu pensaria em algo. Eu tentaria resolver isso. Eu preciso resolver isso.

- Estou enjoado, só isso. – Eu quero arrastá-lo dali e ir para casa. Quero ver Jack.

- Acha que precisa ir ao médico? – Adam já demonstra preocupação com isso, imagine se ele descobre a verdade. Janine me olha confusa.

- Não, só preciso ir para casa, não é nada demais. Vamos? – Seguro sua mão e o puxo.

- Claro. Eu voltarei para cá, James diz que ainda é muito cedo para que eu vá. Mas Janine ficará em casa com Hana e Grace.

- Ótimo, vamos.

Se eu soubesse dirigir, teria pego o carro de Adam e partido dali no minuto que li a mensagem, mesmo sabendo que acabaria morrendo em algum acidente por dirigir nesse estado.

- Ah, Michelle quer se despedir de você. Ela te adorou, amor.

Dou um sorriso fraco e me afasto dele rapidamente. Procuro Michelle pelas pessoas e a encontro com Meredith que continuava fazendo drinks para as esposas.

- Oh, meu querido, você vai embora tão cedo? – Ela me abraça e retribuo. Minha cabeça girava. – Adam tem meu telefone. Ligue qualquer dia para conversarmos sobre seu hobbie ok?

- Seria ótimo, Michelle. Pode deixar.

Sorrio o máximo que posso para convencê-la de que estou feliz com aquilo. Aceno para Meredith e começo a me afastar, avistando a porta que levava para dentro da casa. No caminho vejo Mary e James abraçados e os dois acenam para mim sorridentes, faço o mesmo.
Adam, Janine, Hana e Grace me esperam na porta. Passo por eles e vou até a garagem. Entro no carro e quero que Adam vá logo para minha casa. Eles ainda colocam Grace em sua cadeirinha e no total gastamos três minutos para sair de lá.
Agradeço por não ter trânsito e o carro de Adam conseguir andar tranquilamente pelas ruas. Ter Janine atrás do meu banco não me ajudava a ficar calmo. Ela ainda me odiava e penso se ela é capaz de mandar essas mensagens. Ela não viajou e apareceu na festa do nada, mas ela também estava lá quando eu recebi a segunda mensagem e não vigiando minha casa.
Fecho meu punho com força enquanto vejo as mãos de Adam no volante. O anel dourado de família que ele usada em seu indicador da mão direita não estava mais lá. Ele usava apenas nossa aliança no dedo anelar. Me pergunto se foi porque seu pai morreu.
Eu preciso chegar em casa...

(...)

Parado em frente à minha casa, a observo e a rua ao redor. A luz da sala estava acesa e eu via isso pela janela.

- Está tudo bem? – Adam pergunta.

- Sim, tudo. Só estou vendo se minha colega apareceu para me visitar.

- Oh, certo. – Ele segura minha mão e me dá um beijo rápido. – Até mais, amor.

- Até.

Dou um sorriso fraco. Minha mão já estava pronta para abrir a porta. Me despeço de Hana e Janine e seguro a mãozinha de Grace por um segundo.
Abro a porta e ando rapidamente por meu jardim. Subo os dois degraus da varanda e agradeço por não ter outro presente sobre o tapete em frente a porta. O carro de Adam buzina atrás de mim e aceno.
Quando entro em casa, sinto cheiro de pizza e escuto risadas vindo da sala. Jack já deveria estar aqui com sua “namorada”. Ainda bem! Está tudo certo. Nada aconteceu com meu tio.
Ando até a sala e vejo os dois sentados sobre o sofá.

- Olha quem chegou! – Tio Jack se levanta com uma mulher loira e que parecia mais velha que ele. Tio Jack tem 38 anos, ela parecia ter 45. Era muito bonita assim como seu sorriso. – Eu disse que ele não demoraria.

- Tudo bem por aqui? – Pergunto disfarçando minha preocupação.

- Tudo ótimo. – Jack responde e segura a mulher pela cintura com sua mão esquerda. Os dois pareciam meio bobos e vejo duas garrafas de vinho vazias ao lado do sofá. – Essa é Isobel.

- Muito prazer, Caleb. – Ela diz. Sua voz era muito bonita também. – Ouvi muito sobre você.

- O prazer é meu.

Era tão bom saber que tudo estava bem ali. Consigo sentir o ritmo de meu coração se acalmar. Ver os dois felizes ali trouxe a paz que eu precisava. A mensagem ainda me assustava e o desconhecido sabia onde eu morava, mas me agarro a esse alívio como se precisasse para viver. Eu preciso responder à mensagem. Não quero fazer isso e participar de seu jogo, mas se ele tomar decisões ruins por causa disso, eu nunca me perdoaria.

- Venha, vamos comer. As pizzas estão na cozinha. – Jack diz.

- Só um minuto. Vou apenas mandar uma mensagem para Adam.

Sorrio mais uma vez para eles enquanto concordam com a cabeça. Tio Jack vai para a cozinha com ela falando sobre como as pizzas eram boas e de como ela gostaria.
Ando até a janela da sala e observo meu jardim e a rua logo depois. Já estava escuro. Os postes iluminavam o topo dos carros estacionados em frente às casas e eu respirava como podia. Pego meu celular e respondo a mensagem.

“Não machuque ninguém, por favor. Só me diga o que você quer. ”

Envio. Eu resolveria do meu jeito por enquanto. Não envolveria pessoas que acabariam machucadas ou que não tem ligação nenhuma com isso.
Olhando para o jardim da casa do outro lado da rua, vejo uma sombra ao lado de um arbusto alto. Parece ser alguém. Olho para a sala atrás de mim, tentando ver se Jack iria até a janela para ver aquilo, mas ele não estava lá. Quando olho novamente para o jardim, não há nada perto do arbusto. Talvez também não houvesse antes. Talvez eu esteja com tanto medo que agora vejo coisas. Não há nada lá, Caleb. Apenas um arbuto.


Notas Finais


E então? Está ficando cada vez mais complicado para Caleb. Agora ele também conhece um pouco melhor sobre como será seu relacionamento com Adam. Hana e Grace aparecem para deixar a história fofa. Muitas coisas ainda acontecerão, continuem acompanhando ♡ Não se esqueçam de favoritar :D Contem tudo o que acharam da história e talz, quero saber.
Tentarei não demorar com o próximo cap. Prometo >.< Obg por lerem.
XOXO


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