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História Fire N Gold - Viagem


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo para vocês ♡ Espero que gostem. Ele é mais calmo do que os anteriores.
Me desculpem por erros que passaram despercebidos.
Enjoy It!

Capítulo 20 - Viagem


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - Viagem

Me arrumar para viajar com Adam não foi tão difícil. Coloquei meu par de tênis velhos, o moletom que ele havia me dado e uma calça de moletom preta. Estávamos vestidos quase do mesmo jeito. Até óculos usávamos.
Agora eu descansava de olhos fechados no banco do passageiro enquanto Adam dirigia. Meu banco estava inclinado e eu fingia dormir.
Na verdade, eu havia dormido por duas horas em seu carro. Estávamos na estrada e eu estava morrendo de sono, então resolvi dormir ao seu lado. Vi que dormi por duas horas – e alguns minutos – quando olhei para o rádio que tocava uma música adorável do Elvis que Adam cantava baixinho enquanto dirigia. Mantenho meus olhos fechados e apenas o escuto cantar, tentando não sorrir ao escutar sua voz.
Quando ele disse que ainda viajaríamos em minha casa achei que estava brincando, mas ele já tinha suas coisas no carro e passou por lá apenas para me buscar. Eu havia tomada o café da manhã que ele me trouxe ao seu lado no sofá. Nós não conversamos nem um pouco. Só me aconcheguei perto dele enquanto recebia carinho em minha cabeça enquanto comia. Depois lembro de segurar sua mão e subir as escadas para o segundo andar, ir para o sótão e voltar com o quadro que eu havia pintado para ele como presente de aniversário.

- Feliz aniversário. – Disse vendo seu rosto surpreso admirando os detalhes que coloquei sobre a tela.

- Obrigado, amor. Isso é... incrível.

Ele me abraçou enquanto segurava o quadro. Um abraço quente e confortável, que me fez sentir segurança. Eu senti os músculos de suas costas quando o abracei e o puxei para perto. Eu precisava de Adam. Eu precisava saber que ele estava ali e que eu não estava perdido em alguma rua escura no meio da noite.

- Eu amei o presente. Eu te amo.

Ele me beijou suavemente de novo e então o levei para meu quarto. Ele ficou sentado em minha cama enquanto eu me trocava. Observou cada movimento que fiz com atenção, me deixando um pouco envergonhado. Era tão bom tê-lo me olhando. Depois que me vesti peguei a mala que eu tinha com minhas coisas sobre o chão, dizendo que eu já estava pronto para ir com ele. Agradeci por não a desfazer quando cheguei do bar poucas horas atrás. Tentei me despedir de Jack, mas ele dormiu em sua cama com a mesma roupa que usava quando me acordou, estava muito cansado.
Eram 05:35 quando entramos em seu carro. Eu disse que estava morrendo de sono, pois havia dormido apenas três horas depois que cheguei do bar. Com James... Eu obviamente não contei isso para ele ainda, mas contarei. Ele disse que eu podia dormir, já que nossa viagem demoraria.
E agora estou aqui, duas horas depois, na estrada com Adam. Ele canta de um jeito tão gostoso que fico com vontade de dormir novamente. Escuto a chuva batendo contra o carro e isso me deixa ainda mais relaxado. Grace não está conosco, passaria o fim de semana com Janine. Apenas Adam e eu estaríamos no meio do nada.

- Sei que não está dormindo. – Ele diz e continua cantando.

Sorrio e mantenho meus olhos fechados.

- Está gostando de como estou cantando?

- Não muito.

- Ah, sério? Então não cantarei mais.

- Não... continue. – Digo ainda sonolento. – Está ótimo.

Ele ri um pouco e acompanha novamente o Elvis cantando no rádio. Agora já tenho meus olhos abertos e observo seu perfil enquanto estou deitado no banco. Aquele carro estava confortável, quente e eu tinha Adam cantando ao meu lado. Tudo isso é ótimo.
Penso em como seria bom passar algumas horas longe de tudo e ficar apenas com Adam. Ficar longe de Steve que com total certeza era o desconhecido. Eu precisava conversar com Steve sobre isso, fazê-lo parar e resolver o problema diretamente comigo, não deixando que Adam descobrisse para que mais problemas surgissem. Com certeza ele mentiu quando ligou para Dinah atrás de meu endereço, ele já sabia onde eu morava, por isso me deu flores e ainda me visitou para falar sobre o show de sua banda. E ele nunca está perto de mim quando recebo as mensagens, certo? Com certeza é Steve.

- Ainda está com sono? – Adam pergunta.

- Não muito. Consegui dormir um pouco agora. – Arrumo meu banco e fico sentado como Adam. Coço meus olhos com as costas das mãos e bocejo. – Falta muito para chegarmos?

- Menos de uma hora. Faremos uma pausa daqui a pouco.

Em nosso caminho tinha apenas estrada. Árvores enormes ficavam ao lado da estrada e alguns carros vinham da direção contrária.
Não converso com Adam sobre a noite anterior enquanto ele dirige. Não quero dar uma notícia que o deixe bravo enquanto dirija. Decido esperar até que ele pare em um posto de gasolina para fazer isso.
Demorou apenas quinze minutos para que chegássemos ao posto. O lugar era coberto, então saí do carro para esticar minhas pernas enquanto Adam enchia o tanque.

- Quer comprar alguma coisa na loja? – Pergunta arrumando seus óculos de um jeito fofo no rosto.

Eu digo que sim e depois de o carro ser abastecido, ele coloca a mão em minha cintura e anda até a loja de conveniência comigo. Ele diz que eu posso pegar o que quiser enquanto buscava algumas coisas para a casa.
Ando pelos corredores procurando por algo que me chamasse atenção, mas só estou com muita vontade de comer chocolate, então é o que pego. Pego algumas barras pequenas e uma garrafa de água. Adam me encontra no caixa coisas aleatórias. Provavelmente cozinharia para nós.
Enquanto ele passa as coisas para a atendente baixinha do outro lado do caixa, decido contar o que fiz na noite passada.

- Adam... Preciso contar algo.

- Acho que sei o que é. James me contou.

Meu coração acelera. Ele falou isso de um jeito tão calmo que parece não se importar em saber o que houve. Não foi algo normal para que ele trate desse jeito. James me beijou... se ele sabe disso, deveria estar furioso, certo? Se ele soubesse que Caleb me beijou, teria ficado tão bravo que tenho medo de pensar no que faria.
Adam finaliza a compra e me dá a sacola com meus chocolates e água para segurar enquanto ele leva as outras três em sua mão. Saímos da loja e ele guarda tudo no porta-malas enquanto entro no carro com minha sacola.

- Preciso ir ao banheiro. – Ele diz ao lado de minha porta que estava aberta. – Não fuja com o carro. – E sorri.

Adam se afasta, caminhando até um banheiro que ficava ao lado da loja do posto. Abro uma das barrinhas de chocolate e mordo, sentindo o gosto doce em minha boca. Foco nos pequenos pedaços de amendoim no meio do chocolate e tento afastar Adam sabendo de meu beijo com James de minha mente, mas não consigo. Como ele está tão tranquilo com isso?
Meu celular vibra no bolso de minha calça e sei que é uma mensagem. Não era de quem eu queria, como sempre.

“Você gosta mesmo de caras mais velhos, hein? Deixa até que eles te levem para sua casa de madrugada.”

Ótimo, ele sabe o que fiz. Com certeza Steve deve ter saído correndo do bar ido até minha casa onde me viu saindo do carro de James. Respondo.

“Talvez eles sejam o meu tipo, não você.”

Seria tão mais fácil se Steve admitisse isso para mim. Eu poderia perguntar agora, mas quero confrontá-lo pessoalmente. Quero olhar em seus olhos quando ele admitir que fica me perseguindo.

“Eu sou o tipo de todo mundo, meu pequeno. Seu namorado ficou contente com as fotos que eu enviei?”

E lá estava ele admitindo o que havia feito para causar minha briga com Adam. Não deixaria que ele pensasse que venceu algo.

“Não muito, mas já estamos bem. Já pode desistir de tentar fazer algo de ruim, sei que não vai conseguir.”

Vejo Adam voltando e leio sua resposta rapidamente.

“Tenho certeza de que consigo lhe surpreender, meu pequeno.”

Reviro os olhos. Já surpreendeu Steve. Eu não imaginava que meu colega de trabalho acabaria me assustando por gostar de mim, então parabéns.
Adam entra no carro e me encara. Agora sim eu conversaria com ele sobre a noite passada. Quando abro a boca para dizer algo ele me interrompe.

- Antes de tudo eu quero pedir desculpas por brigar com você daquele jeito. Eu confio em você, Caleb. Eu confio em você, sempre. Preciso parar de ser idiota e aceitar que eu sou quem você ama. Então me desculpe por falar aquelas coisas para você. – Sua mão direita segurava a minha e ele me olhava profundamente. Ele estava tão lindo. – Te ver saindo de minha sala daquele jeito foi horrível, nunca mais quero que isso aconteça.

Eu apenas o encaro. Não sei o que dizer. Esperava uma bronca.

- Você me desculpa? – Ele pergunta inclinando seu corpo para frente a apertando minha mão.

- Mas é claro que eu desculpo, Adam. Você estava bravo e eu também fiquei bravo por não acreditar em mim. Mas eu também fiz algo e você já sabe, então me desculpe.

- Não tem problema, amor. Sei que foi ao bar para ver o show de Steve e voltou para casa com James. Ele me disse que estava passando na frente do bar e te viu querendo entrar em um taxi, então te ofereceu carona.

Um alívio preenche meu corpo. Então James não havia contado a verdade para Adam, por isso ele estava tão calmo com isso. James havia inventado algo que não o colocasse em risco também. Esperto.

- Sei que foi ao bar por estar bravo também. Fiquei bravo quando ele me disse que te encontrou lá, mas saber que ele te levou para casa e que você já estava seguro me acalmou. Está tudo bem, amor. Não precisa se desculpar, eu era o único que precisava.

Não me sentia muito bem em guardar a verdade de Adam, mas não foi eu quem mentiu. Eu contaria a verdade para Adam agora mesmo, mas sei que isso prejudicaria a relação dos dois e também a vida de James. Não cabia somente a mim decidir isso. Havia sido um pequeno acidente, então era melhor não o tratar com tanta atenção.
Puxo Adam pela gola de seu moletom e o beijo. Não é como os beijos calmos que trocamos por hoje, é um beijo de verdade. Um beijo que mostra como o amo. Não nos afastamos muito e nossos lábios continuam um pouco encostados enquanto respiramos. Passo a mão pelo seu rosto, sentindo seu calor.

- Eu te amo. – Sussurro. – E feliz aniversário novamente.

O beijo rapidamente e então começo a me afastar. Me encosto em meu banco, relaxando meu corpo, enquanto ele continua inclinado e me observando.

- Vamos logo, quero conhecer a tal casa.

Ele sorri e se arruma em seu lugar. Logo o carro é ligado e voltamos a estrada. Era bom ter me resolvido com Adam. Brigar foi como tê-lo afastado de meu coração, e eu não quero isso. Não quero mesmo.

(...)

Adam estaciona seu carro na frente da casa. Depois que saímos da estrada asfaltada entramos em uma estrada de terra que levou a até a casa. Demoramos mais quarenta minutos para chegarmos aqui depois que saímos do posto de gasolina. As árvores ao redor da casa tinham um bom espaçamento entre elas. Tenho certeza de que se saísse por aí, acabaria me perdendo e nunca mais me encontrariam.
Olho para a casa e fico surpreso. Por um momento pensei que acabaríamos em uma cabana pequena e que poderia ser derrubada por uma árvore a qualquer minuto, ou que ela seria feia o bastante para que pudesse ser usada em um filme de terror, onde um assassino com algum motivo idiota nos mataria na noite de hoje. Eu estava totalmente enganado.
A casa era uma grade construção de dois andares. Madeira escura a decorava de um jeito fantástico. Uma escada de sete degraus largos nos levava a uma varanda enorme. Bancos também de madeira ficavam ali. Admiro o lugar dando um pequeno giro. Olho novamente para às arvores que se estendiam pela frente da casa. Muitas folhas secas estavam caídas pelo chão. Isso me lembra minha mãe, ele sempre teve algum tipo de fixação por folhas assim.

- Não fique tão surpreso. – Adam diz e ri. – E me dê uma ajudinha aqui.

Desço os degraus da varanda e seguro uma mochila de Adam e uma das sacolas com coisas que ele comprou no posto. Ele tinha razão, não sei porque eu esperava algo ruim. Essa casa tem a cara de Adam.
A chuva forte havia ido embora e somente uma garoa muito fina chegava até nós. O cheiro das árvores era maravilhoso. Respiro fundo, aproveitando aquilo que me circulava. Adam fecha o porta-malas e andamos novamente até a entrada da casa. Era uma porta grande de madeira. Era três vezes maior que a porta de minha casa. Ao entrar já vejo uma sala enorme. O interior não era de madeira, a aparência de uma cabana ficava apenas do lado de fora. As paredes eram de um cinza claro como o apartamento de Adam.

- Você decorou isso aqui? – Pergunto.

- Sim, por que?

- Imaginei.

Lhe dou um sorriso e continuo admirando o lugar. Um sofá gigantesco ficava de um lado do cômodo. Um tapete felpudo ficava sob ele e sob uma mesa de centro. Uma lareira ficava de um lado da parede e a televisão ficava do outro. Sobre a lareira existia porta-retratos da família de Adam. Seu pai aparecia em alguns. Eles não tinham nada em comum. Eu nunca conheci seu pai antes que ele falecesse, mas Adam já havia me mostrado fotos. Janine aparecia em muitas fotos, assim como James. Vê-lo nas fotos trouxe seu beijo novamente à minha cabeça. Seria bom ligar para ele e conferir se ele estava bem? Verifico meu celular e não encontro sinal. Acho que não seria possível.
Grace não aparecia em tantas fotos, mas sei que o celular de Adam era cheio delas, assim como tinha muitas fotos nossas. A maioria eram engraçadas e fofas.
Olho para trás e não vejo Adam. Apenas uma mesa de jantar que ficava do outro lado da sala.

- Onde está você? – Pergunto.

- Cozinha. Venha aqui.

Sigo o som de sua voz que vinha do lado de onde ficava a mesa e encontro a cozinha, que era também maior que a de minha casa. As sacolas estavam sobre o balcão negro que se destacava contra a cozinha branca.

- Ainda são... – Adam confere a hora em seu relógio caro. – 08:34, mas vou começar a preparar nosso almoço. Por que não leva nossas malas para nosso quarto e volta para me ajudar?

- Certo.

Ando até ele e o beijo. Coloco minha mão por debaixo de sua blusa, sentindo seu calor em sua barriga. Estava um pouco frio dentro da casa, então senti que precisava me esquentar com Adam. Ele sorri e beija meu pescoço antes que eu me afastasse.

- Suba, direita e esquerda. – Diz.

Volto para a sala e encontro nossa bagagem atrás do sofá. Ao subir a escadaria, vejo que existe uma outra sala no primeiro andar. Consigo ver uma parte de um piano. Obrigaria Adam a tocá-lo para mim mais tarde.
Faço como ele havia dito e viro a direita e então à esquerda. Ele havia me dito que existiam três quartos no andar superior. Uma pequena varanda também ficava ali, mas conferiria isso mais tarde. Chegando ao nosso quarto deixo as malas sobre o chão. Vejo a enorme cama e não consigo evitar de deitar sobre ela. O colchão é tão confortável e os travesseiros são ótimos. Os lençóis estavam limpos e arrumados, como se alguém já tivesse preparado aquilo para nós.
Retiro meus sapatos e minha blusa de moletom, pego um edredom enorme que estava dobrado sobre a cama e me cubro. Pensar em ajudar Adam só vem em minha cabeça quando o sono chega até mim.

(...)

Pássaros cantando. Isso é o que escuto quando acordo. Abro meus olhos com dificuldade por causa da luz do sol que entrava pela janela. Sinto a mão de Adam em minha cintura, minhas costas estão contra seu peito. Embaixo do cobertor está quente e aconchegante, ainda mais com ele perto de mim. Não escuto o baixo ronco de sempre de Adam, então assumo que ele esteja acordado. Movo minha cabeça lentamente para o lado e confirmo isso.
Ele me observa com sua cabeça deitada no travesseiro. Viro o resto do meu corpo, ficando de frente para ele.

- Faz muito tempo que está aqui? – Sussurro.

- Acho que uns dez minutos. – Ele me beija rapidamente e volta a me olhar. – Te observaria mais, mas acordou.

- Que horas são?

- 12:30. Estava esperando você acordar para que pudéssemos almoçar. Estou morrendo de fome.

- E por que não foi antes? – Digo me levantando.

- E almoçar sem você? Claro que não.

Me espreguiço levantando meus braços e ele me abraça por trás depois de se levantar. Beija minha nuca como sempre.
Percebo que a casa já está mais quente. Achei que passei mais tempo dormindo, mas acho que agora meu sono já se acertou.

- Você dorme bastante, hein? – Ele se levanta da cama e calça seu chinelo. Estava sem sua blusa assim como eu. Usava apenas sua calça de moletom e uma camiseta branca que fazia seu corpo ficar lindo. – Demorou demais para aparecer na cozinha, então vim ver o que estava fazendo.

Me levanto da cama e também calço meu chinelo que Adam havia tirado de minha mochila.

- E o que fez enquanto eu dormia?

- Futebol.

- Óbvio.

Ele ri e logo saímos do quarto. Chegando ao primeiro andar, reparo em como eu também estava com fome quando sinto o cheiro da comida que Adam havia preparado. Ele pede para que eu me sente na mesa de jantar enquanto vai até a cozinha para fazer nossos pratos. A televisão da sala está ligada e outro jogo de futebol está sendo exibido. Fico alguns minutos observando e achando sem graça. Mas quando Adam volta, se senta ao meu lado e observa a televisão como se aquilo fosse importante o bastante para que ele não tirasse os olhos de lá.

- Alguém veio aqui nos últimos dias? – Pergunto. – Vi que os lençóis estavam arrumados sobre a cama quando fui até o quarto.

- Morgan. Ele cuida da casa quando estamos fora. Janine, James e alguns primos costumam usa-la de tempos em tempos, então ele nos ajuda mantendo tudo organizado.

- E onde ele mora? – Pergunto e provo a macarronada que Adam havia feito. Estava perfeita.

- Em uma cabana que fica ao redor. Depois o visitaremos, preciso agradecer por ter arrumado a casa.

Comemos enquanto assistimos o jogo. Adam estava muito empolgado com o jogo, mesmo que não torcesse para nenhum dos times, ele ficava animado com gols. Eu reparava mais nos jogadores. Um deles realmente chamou minha atenção com sua barba. Depois de um tempo reparei que na verdade ele se parecia com Adam e disfarcei um sorriso. Parece que Adam era realmente meu tipo.
Hoje era seu aniversário e seu plano era apenas passar um fim de semana comigo, sem fazer nada, apenas aproveitar todo o tempo ao meu lado. Eu já havia dado seu quadro como presente de aniversário, mas isso não parecia o bastante. Eu poderia fazer um bolo se ele tivesse todos os ingredientes aqui em casa. Estou acostumado a comemorar aniversários com festas, mesmo que pequenas. Devo isso à minha mãe que sempre fez questão de preparar festas de aniversário para mim. Acho que ela se sentia um pouco culpada por trabalhar demais e tentava consertar isso em meus aniversários. Pensaria em algo para Adam.
Quando terminamos de comer, ele continua com sua atenção presa no jogo. Eu verifico se meu celular tem área e não encontro nada. Apoio minha mão na coxa de Adam e ele nem mesmo percebe. Subo um pouco mais minha mão e dou um leve aperto. Sua atenção continua no jogo. Subo ainda mais minha mão, deixando-a na parte de dentro de sua coxa e então aperto novamente. Aí então ele me olha.

- Agora? – Ele pergunta levantando suas sobrancelhas.

- Não. – Tiro minha mão de sua coxa e me levanto de minha cadeira. – Só estava vendo quem ganhava, o futebol ou eu. Mas o futebol ganhou.

- Hey...

Vou até a cozinha sorrindo e deixo meu prato sobre a pia. Adam vem atrás de mim dando risada.

- Por que não vamos visitar Morgan rapidinho e então voltamos para assistirmos algo na televisão?

Finjo que penso na proposta por alguns segundos e então concordo com a cabeça. Ele me diz para trocar de roupa e colocar uma que me protegesse melhor do frio, pois havia esfriado ainda mais. Volto para meu quarto no segundo andar e visto uma calça jeans, pois havia manchado a que usava com molho de tomate. Calço meus mesmos tênis de antes e visto uma jaqueta azul que com certeza me protegeria. Encontro chicletes de menta que havia esquecido em minha calça e logo sinto seu gosto doce em minha boca. Decido explorar o segundo andar.
O quarto de Adam ficava para a direita depois que subíamos as escadas, do lado esquerdo ficava outro quarto como o que estávamos, mas não tinha televisão. E seguindo um pequeno corredor entre os dois quartos, achávamos duas portas: uma que levava a outro quarto sem televisão e uma que levava até a varanda.
O piso era de madeira e o parapeito também. Essa varanda dava visão para o que ficava na lateral da casa, ou seja, árvores. Outro banquinho de madeira estava ali, mas não me sento sobre ele pois foi molhado pela chuva que caiu.
Adam estava certo, realmente ficou mais frio e o vento que vinha contra mim era a prova disso. Fecho minha jaqueta até o pescoço e sinto o cheiro gostoso que o vento trazia. Sinto meu celular vibrar em meu bolso e fico surpreso. Recebi uma mensagem de Jack. Acho que teria que ir até a varanda para conseguir isso.
Ele havia perguntado se estava tudo bem. Disse que minha mãe ligou para casa para ver como eu estava e ficou brava ao saber que não avisei sobre a viagem que faria. Respondo que estou bem e que ele poderia avisar isso para ela também. Tenho vontade de ligar para Dinah e contar algumas coisas para ela, mas Adam me chama e tenho que ir. Pelo menos agora sei onde o sinal pega por aqui.
Ele já havia se trocado como eu, mas apenas calçara um tênis e vestira o mesmo moletom de antes.

- Por que você não colocou uma blusa mais grossa também? – Pergunto.

- Não precisa se preocupar tanto comigo, deixe que eu me preocupo com você.

- Mas eu quero me preocupar com você.

Ele me beija, encerrando aquele assunto. Adam realmente pensava que eu preciso de cuidados 24 horas por dia. Ele me pede um chiclete quando vê que tenho um, e quando ganha diz que podemos sair de casa.

(...)

Corro sobre as folhas secas com Ruby ao meu lado. Ela é a pastor-alemão de Morgan. Eu tentei jogar algo e fazê-la correr para buscar, mas ela não gostava de correr sozinha e pedia para que eu fosse com ela de um lado para o outro, me fazendo cansar um pouco.
Fazia quinze minutos que eu havia chegado à cabana de Morgan com Adam. Ela ficava dez minutos de distância da casa. Apenas seguimos reto por seu lado direito e encontramos a cabana entre as árvores. Morgan era um senhor ruivo bem magro e barbudo que usava um casaco de pele. Ele foi muito gentil ao me conhecer. Assim como Adam, agradeci a ele por arrumar a casa para nós.
Morgan morava ali sozinho. Adam me disse que ele era viúvo e não tinha filhos. Nem mesmo cobrava para cuidar da casa, mas Adam o pagava mesmo assim. Ele fazia isso há mais de dez anos. Uma horta atrás de sua casa rendia coisas o bastante para que ele conseguisse mais dinheiro para viver.
Ruby se animou comigo assim que me viu, então logo estava brincando com ela. Olhava para cima e via Adam e Morgan conversando na varanda da cabana. Uma escadaria de madeira nos levava até lá.
Correndo com Ruby, não percebo que havia a raiz de uma árvore no chão e acabo tropeçando. Consigo evitar o impacto do meu rosto no chão jogando as mãos para frente. Logo sinto um dor em meu tornozelo. Ruby se aproxima de mim latindo enquanto já me sento e coloco minhas mãos sobre o tornozelo.

- Não levante! – Adam grita.

Isso tinha que acontecer logo na frente de Adam. Tenho certeza de que agora ele achará que me machuquei sério.
Ele desce a escadaria de madeira correndo enquanto Morgan continua em sua varanda, observando curioso. Logo Adam está agachado ao meu lado e observa meu tornozelo.

- Está tudo bem, foi só um pequeno susto. – Digo. Realmente a dor não era grande, apenas chata.

Ele me observa como se eu estivesse mentindo e logo se inclina para me pegar no colo.

- O que está fazendo? – Pergunto dando um tapa em seu braço.

- Você não vai andar até em casa assim.

- Mas é claro que vou. Não está tão ruim, já lhe disse.

Ele me olha levantando uma sobrancelha e então concorda com a cabeça.

- Certo... vamos para casa então.

Me levanto, sentindo ainda uma fraca dor em meu tornozelo, mas que me permite manter meu pé no chão. Acenamos para Morgan e dizemos que está tudo bem. Adam diz que amanhã passaria aqui novamente para se despedir. Faço carinho na cabeça de Ruby e ela lambe as costas de minha mão.
Quando estamos no meio do caminho para voltar para casa, Adam para de andar ao meu lado e fica para trás. Continuo andando achando que ele parou para amarrar seu sapato ou algo assim. Quando olho para trás, vejo que ele me observa de braços cruzados.

- O que foi? – Pergunto.

Ele anda até mim novamente e rapidamente me pega em seu colo, continua andando como se não houvesse feito nada.

- Você está mancando um pouco. Não deixarei você continuar assim.

Dou risada observando a lateral de seu rosto.

- E me carregará pela casa assim?

- Não, porque sei que você não deixará, mas carregarei até a casa.

- Ok, Sr. Carter.

Ele dá um sorriso malicioso e continua andando como se me carregar não lhe desse trabalho algum. Já que sei que ele nunca desistiria da ideia de me levar até a casa, aproveito a viagem e relaxo meu corpo em seus braços. Depois o recompensaria com algo. Algo que já planejava em minha cabeça.


Notas Finais


E então? Gostaram? Essa parte da história foi dividida em dois e a próxima sai na semana que vem. Espero não demorar tanto, então fiquem no aguarde.
Esse capítulo foi algo mais amor ♡ Tentarei deixar a segunda parte mais fofa ainda. Me digam o que acharam e talz. Até mais ♡♡♡
XOXO


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