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História Fire N Gold - Não Pedirei Desculpas


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo cheio de coisinhas para vocês! Espero que gostem bastante ♡ Me desculpem por erros que passaram despercebidos. Não se esqueçam de comentar depois, quero saber o que estão achando.
Enjoy It!

Capítulo 29 - Não Pedirei Desculpas


Adam não fazia ideia de que encontraríamos todas aquelas pessoas no apartamento. Fomos nós dois que ficamos com Michelle até o fim na galeria e a vimos fechar o lugar. Ela nos disse que houve um acidente de carro na principal rua que Adam entrava para que pudesse chegar ao apartamento, então ele teve que pegar um caminho com algumas voltas. Isso deu tempo o bastante para que James organizasse todo seu plano e tivesse todos ali para quando chegássemos.
Se não houvesse nada entre James e eu, acharia que aquilo era realmente um ato maravilhoso para comemorar o que aconteceu comigo hoje, mas eu sei bem quem ele é e quais são suas intenções ao fazer isso.
Depois de falar com todos que estavam ali, finalmente me sentei no sofá e relaxei. Tinham mais pessoas do que eu imaginei no começo. Eu nem mesmo sabia o nome de algumas, mas me lembro de ver seus rostos na primeira vez que fui na casa de James. A desculpa para tantas pessoas foi também usar a situação como uma prévia de seu casamento que seria no próximo sábado. Fazer isso na casa de Adam e em um domingo parece não ter passado pela cabeça de James. Bom, nada certo parece passar pela cabeça de James.

- Isso que ele fez é muito bacana. – Dinah diz ao meu lado enquanto segura um prato cheio de salgados. – Aproveito para comemorar sobre minhas esculturas também.

Dinah havia conseguido com que outros homens beeeeem velhos pensassem em colocar ela em alguma faculdade caríssima. Estou torcendo muito para que ela consiga.
Caleb está sentado do meu outro lado e observa o apartamento discretamente. Cutuco seu braço com meu cotovelo e ganho sua atenção.

- Viemos de carro com ele. Disse que planejou algo pequeno para comemorar e que daria uma carona para nós. – Caleb diz e penso em como ele é bobo por acreditar em James. – Ele é legal. Me mostrou algumas coisas na galeria. Você tem um ótimo cunhado.

- Ele nos convidou para o casamento! – Dinah diz de boca cheia.

Eu já havia pensado sobre meu relacionamento com Adam nunca se misturar com meus amigos. Somente o desentendimento entre ele e Caleb era o que existia, mas graças à James isso tudo está misturado no apartamento e não há mais o que possa ser feito.
Hana se aproxima de mim com Grace e pergunta se eu poderia ficar um pouco com ela enquanto uma mamadeira seria preparada. A seguro no colo e ela parece sonolenta. Caleb me olha como se isso fosse a coisa mais estranha do mundo.

- Ela gosta de você? – Pergunta e dá seu indicador para Grace segurar com sua pequena mão.

- Sim, bastante. Quando Adam e eu ficamos com ela...

Paro de falar ao perceber o que estou fazendo. Não devo falar sobre essas coisas com ele. Pensar em deixar seu coração em pedacinhos com cada coisa que falo sobre momentos feliz com Adam não é a coisa certa a se fazer.

- Sim, ela gosta de mim.

Um pequeno sorriso aparece em seu rosto e então ele a observa.
Como não tinha música tocando, logo a televisão foi ligada e o que eu menos esperava aconteceu. Um jogo de futebol chamou a atenção de boa parte das pessoas ali. Adam era o mais animado entre todos e se divertia com seus amigos. Mary torcia animada enquanto James a segurava pela cintura e me olhava do outro lado da sala. Jack e Isobel olhavam para o apartamento de Adam e juro que pude ouvir ela falando algo sobre morar ali. Janine tinha sua mesma cara entediada no canto da sala e anotava coisas em um caderno.
Dinah tentava falar com Joe que não pôde vir para cá porque precisou ficar em casa com seu irmão mais novo doente. Steve comia todos os pequenos salgados que estavam na mesa de jantar e escutava músicas em seus fones de ouvido. E Caleb havia tomado Grace de mim. A tinha dormindo em seus braços enquanto a olhava e não tirava seu pequeno sorriso do rosto. Quando Hana apareceu para busca-la e leva-la ao quarto, ele pareceu triste em ter que fazer aquilo. Pude ver Adam o olhando com sua filha nos braços e não tive ideia do que se passava por sua cabeça. Não sei se sentia ciúmes ou aprovava aquilo. Sei apenas que hoje ele falou com Caleb na galeria, mas que não esperava encontra-lo em sua casa. O alívio que senti em não ver Caleb sendo expulso daqui foi ótimo. Bom... ele não foi expulso por Adam não saber que ainda há sentimento da sua parte. Se soubesse... o ciúme não deixaria que Caleb segurasse sua filha.
Me levanto do sofá e caminho até James.

- Podemos conversar rapidinho?

- Claro.

Com um grande sorriso no rosto ele anda até a porta de vidro que leva à varanda e a abre para que eu passe. Está muito frio aqui fora, mas não pretendo conversar muito com James, então logo entrarei. Ele fecha a porta e se apoia na grade assim como eu. Tenta deixar seu braço colado ao meu, mas dou um passo para o lado, deixando um pequeno espaço entre nós.

- Não faça mais isso. Não coloque outras pessoas no meio dos seus planos para tentar ganhar algo de mim.

- Então se eu fizer algo que não envolva ninguém, somente eu, ganharei algo de você?

- Pare com isso! – Controlo minha voz. – Você não vai ganhar nada. Você distorce as coisas.

Ele solta uma risada fraca e balança a cabeça negativamente enquanto olha para a frente. Faço o mesmo e vejo as janelas dos prédios menores do outro lado da rua com suas luzes acesas. O vento gelado é forte. Escuto latidos na rua e as buzinas dos carros.

- Abraçar você é o mínimo que posso conseguir. Você não pode negar pelo menos isso.

- Como? – Encaro seu perfil enquanto tento colocar sentido na coisa ridícula que ele acabou de me dizer. – Mas é claro que posso negar um abraço a você!

- Não negaria se eu não gostasse de você.

- Não, não negaria. Porque você não ficaria criando festas surpresa para comemoração ou qualquer outra coisa.

- Se lembra de nosso beijo?

Imediatamente me lembro de estar em seu carro com ele bêbado. Me beijou e não queria que aquilo acabasse. Tive que morder seu lábio para que ficasse livre dele. Fico enjoado ao me lembrar.

- Sim, me lembro. – Digo em um resmungo.

- Eu nunca irei me esquecer. Sei que estava um pouco bêbado e...

- Cale a boca, James. – Não sou rude ao dizer isso. – Não fique pensando em algo que nunca mais irá acontecer.

Seus olhos se prendem aos meus e sua boca está entreaberta.

- Eu não diria “nunca”. Você não sabe o dia de amanhã.

Seu sorriso idiota volta para seu rosto. Falar com ele é como conversar com uma parede. Pega um cigarro do bolso de seu blazer e um isqueiro do bolso de sua calça.

- Eu sei o dia de amanhã. Estarei com Adam, apenas. E em poucos dias você estará casado com Mary, com quem vai viver feliz para sempre.

Ele solta a fumaça do cigarro para cima e então me olha e balança os ombros.

- Se você diz, meu pequeno.

O olho e dou o melhor sorriso antes de sair do seu lado. Quando estou pronto para a abrir a porta de vidro ele diz mais uma coisa.

- Sinto muito por interromper o que você e Adam fariam quando chegaram aqui. O beijo de vocês parecia... intenso.

- Não precisa se desculpar. Ele e eu terminaremos aquilo na cama dele mais tarde.

Não recebo nenhuma resposta, assim como queria. Volto para a sala e me sento perto de Adam como se nada tivesse acabado de acontecer.

(...)

Depois de mais uma semana cansativa na escola a sexta feira chegou e a ansiedade pelo fim do ensino médio também. Novembro está acabando e sei que logo passarei meu primeiro natal com Adam, o que me anima bastante.
Estou em seu carro enquanto ele dirige. Minha mão está sobre sua coxa e eu a movimento devagar. Isso pode parecer inocente, mas minha intenção é provoca-lo. Dormimos juntos somente na noite em que houve a pequena surpresa no apartamento. Eu não disse aquilo para James sem nenhum motivo, realmente acabei na cama de Adam quando ficamos sozinhos.
Durante essa semana, Adam ficou muito ocupado com o trabalho e eu com coisas da escola. Conversei com ele por poucos segundos pelo celular e o ouvi dizendo que sentia minha falta. Agora é noite de sexta feira e todos os amigos de James foram convidados para relaxar em um clube luxuoso da cidade. Eu nunca havia visitado o lugar, mas sempre ouvi falar que as pessoas ricas da cidade o visitam quando precisam gastar seu dinheiro com bebidas caras ou qualquer outra coisa. Bom, agora chegou minha vez e graças à Adam poderei aproveitar.
Movo minha mão para a parte interna da coxa de Adam e dou um fraco aperto que faz ele se arrumar em seu banco.

- Não deve fazer isso enquanto dirijo. Sei que quer apenas me provocar.

- Nós podemos mentir para James e ficar em casa para dar um jeito nisso. – Digo. Se ele preferir desse jeito, não preciso ver a cara de James depois de uma semana livre dele.

- Seria ótimo, mas acho que gostará do clube. Podemos descansar depois da semana que tivemos. Eu realmente preciso de uma massagem.

- Eu posso fazer massagem em você. – Digo e subo mais minha mão, a deixando sobre seu membro que agora marcava sua calça.

- Eu sei muito bem que pode... – Um sorriso bobo aparece em seu rosto. Ele se refere à uma noite em que passei em sua casa e ele não ganhou somente a massagem que queria. – Mas se esperamos todos esses dias, podemos esperar mais algumas horas.

Ele para o carro quando o sinal fica vermelho e retira minha mão de onde estava, a deixando sobre minha coxa. Ele se inclina em minha direção e me dá um beijo rápido.

- Bom... eu posso esperar. Não sei você. – Conclui e sorri apenas para me provocar.

(...)

O lugar ficava perto de uma das saídas da cidade. Era gigantesco e depois que Adam entregou seu carro a um manobrista, um funcionário nos levou em um daqueles carrinhos de golfe até a área principal, onde ficava o enorme bar. Estava frio e precisei me aconchegar perto de Adam com seu sobretudo quente.
No bar conheci mais amigos de Adam que já pareciam alegres com seus copos de whisky. Fiz ele prometer antes de sair de casa que não beberia muito. Já eram 19:30 e muitas pessoas se espalhavam pelo enorme lugar com paredes de madeira escura. Mesas de bilhar e de jogos de cartas ficavam por ali. Mulheres bonitas ficavam perto de homens mais velhos que pareciam ter muito dinheiro. Não as julguei, meu namorado é mais velho e também tem dinheiro. Muito dinheiro...
Encontro Mary, Michelle e Janine conversando em um canto e resolvo me juntar a elas.

- Achei que você ficaria com Grace hoje. – Digo a Janine.

- Ela está com Hana na área infantil. Não venho ao clube há muito tempo, e como todos estão aqui, não devo desperdiçar a oportunidade.

- Isso quer dizer que você não terá uma despedida de solteira? – Michelle pergunta para Mary.

- Mas é claro que terei. James e eu estamos apenas esperando os amigos convidados chegarem, então todos poderão se separar e aproveitar melhor o clube. Já sei muito bem o que faremos.

Mary olha para as outras duas com animação e dá pequenos pulinhos. Então olha para mim com tristeza.

- Me desculpe, Caleb. Somente as garotas poderão participar da noite. Sinto muito.

Sei que strippers fariam parte da noite delas e não participar não me deixa desanimado. Ver homens dançando com cuecas super pequenas em fantasias de policiais ou bombeiros não me animam muito.

- Não tem nenhum problema. Com certeza não ficarei com eles.

Aponto para os homens que começam a se juntar ao redor de uma mesa de bilhar, eles falam muito alto e agora sim consigo ver James, ele ri ao lado de Adam. Sei que o tipo de strippers que eles veriam com certeza não me animaria. Não sei se Adam participaria daquilo, mas se fosse, preciso achar algo para fazer por aqui já que não conheço ninguém.
Depois de passar alguns minutos conversando com as três e tomar duas bebidas com gosto de suco de morango, fico sabendo que todo mundo já está ali e todos se espalhariam pelo lugar.
No meio de meu caminho para encontrar Adam, James acaba aparecendo em minha frente de braços abertos, não dando tempo para que eu evitasse um abraço.

- Fico tão feliz que tenha vindo. Hoje é um ótimo dia para Adam relaxar, afinal de contas, eu o mantive ocupado a semana inteira em meu trabalho. Sinto muito se isso os manteve afastados, não foi minha intenção...

James toma um grande gole de vinho e sorri. A mentira brilha em seus olhos e sua falta de vergonha continua ali.

- Você fez isso de propósito? – Pergunto cochichando. – O manteve ocupado apenas para que não passasse a semana comigo?

- Eu precisava pelo menos tentar. Vi que consegui quando ele começou a reclamar de saudade. Se ele sente saudades, imagine eu que não ganho abraços espontâneos – ele se inclina para perto de meu ouvido. – ou você em minha cama no final da noite.

Sinto meu estômago se revirar. A vontade de quebrar a taça que ele segura em sua mão e cortar seu pescoço com o vidro é imensa. Meu coração acelera e eu coloco a mão em seu ombro, dando um aperto forte o bastante para que minhas unhas o incomodem sobre a camisa social que ele usa.

- Calma, meu pequeno. Apenas uma brincadeira.

- Não gosto do jeito que você brinca. Você sabe que posso acabar com tudo rapidamente e nem mesmo tenta deixar de ser assim. Sabe que não contei apenas porque respeito o que Adam sente por você. Ele te ama como um irmão de verdade.

- E eu o amo.

- Não parece.

Tiro minha mão de seu ombro e saio de perto dele. Caminho até Adam que pedia algo para beber a um garçom e o abraço.

- Aparentemente terei que achar algo para fazer por aqui. Você ficará comigo ou com James e seu bando?

- Ficarei um pouco com eles, mas prometo te procurar assim que puder. Prefiro você, sempre.

Ganho um beijo rápido e então um cara musculoso chama Adam. Vejo que algumas pessoas nos olham de cara fechada após o beijo, mas não dou a mínima.
Quando não há mais ninguém que conheço no enorme bar, resolvo que é hora de explorar o clube e encontrar algo para fazer.
Saio do bar e encontro uma fila dos mesmos carrinhos de golfe após a escadaria. Subo em um e um homem com um bigode engraçado me pergunta para onde eu gostaria de ir.

- Eu não sei... não conheço o lugar.

- Ah, então tome esse mapa.

Ele me entrega um papel grosso e retangular que exibe todo o clube. Desde seus restaurantes até a área infantil que Janine havia falado. Vejo dois spas e me inclino para o banco da frente para tirar uma dúvida.

- Qual desse é melhor?

Ele me olha com um sorriso engraçado e passa a mão por sua cabeça com pouco cabelo.

- Me desculpe, mas eu nunca fui a nenhum dos dois para saber qual é melhor. Sou apenas o motorista. Patrick, muito prazer.

Aperto sua mão e também digo meu nome.

- Muito prazer, Caleb. Bom... eu levo mais pessoas a esse. – Ele aponta o que parece ser o maior spa no mapa. – Então acho que deve ser melhor. Quer que eu leve o senhor até lá.

- Seria ótimo, Patrick.

Ele concorda com cabeça e então relaxo no banco traseiro. O frio continuava e eu não fazia ideia de quando poderia encontrar Adam essa noite, então aproveitaria relaxando.
Damos voltas por gramados bonitos e iluminados do clube. Era como andar por um condomínio de casas, porém muito maior. O spa tinha uma iluminação verde e um pequeno lago em sua frente. Algumas pessoas entravam enquanto outras saíam. Agradeço a Patrick pela carona e entro no lugar.
Escuto uma música calma e me esquento ali. Uma mulher loira recebe meu casaco e pergunta se eu gostaria de algum tipo de bebida. Quando recuso ela começa a oferecer vários tipos de coisas que haviam ali. Acabo escolhendo uma massagem simples.
Aguardo dez minutos em um corredor. Me sento ao lado de uma garotinha que tinha tranças presas por fitas vermelhas no cabelo.

- Gostei de seus óculos. – Ela diz.

- Gostei de suas fitas. – Respondo.

Ganho um sorriso banguela antes de ser chamado para minha sala. Uma mulher de curto cabelo preto pede para que eu me deitasse em uma daquelas mesas de massagem com minha barriga virada para baixo depois que eu tirasse minha roupa e ficasse apenas de toalha. Achei que teria que me despir em sua frente, mas ganhei um cantinho reservado.
Depois de ter algum tipo de óleo em minhas costas, sinto suas mãos trabalharam. Não consigo evitar que um gemido saia e fico envergonhado.

- Você está bem tenso. – Diz com uma voz calma. – Relaxe seu corpo e apenas aproveite.

- Achei que estaria mesmo. Tantas coisas aconteceram... estão acontecendo. Não me surpreen... Ah isso é ótimo.

As pontas de seus dedos se movem no meio de minhas costas e por alguns segundos me perco no universo. Ela diz algo que não escuto até pedir para que ela repita.

- Me desculpe por perguntar, mas... Você é Caleb Jones?

Eu nunca vim até o clube, mas parece que meu nome já.

- Sim... de onde me conhece?

- Ah, eu sei que o senhor namora o Sr. Carter, boatos correram por aqui de que ele estava com um menino mais novo...

- Gente rica e fofoqueira.

- Pois é... Quer dizer... – Ela não parecia ser do tipo que guardava segredos de clientes ou coisas do tipo. – Eu soube o que aconteceu com você. Sinto muito. Não imagino como deve ser horrível ser perseguido em sua própria casa por alguém mascarado. O Sr. Duncan, grande amigo do Sr. Carter, ficou muito tocado com o que aconteceu.

- Sr. Duncan? – Pergunto. Esse é o sobrenome de James. – Ele ficou tocado com o ocorrido?

- Ah sim. Eu sou a massagista pessoal dele, me recebe em sua casa e tudo. – Ela parou de fazer minha massagem apenas para fofocar comigo. – Ele me disse que está fazendo o possível para capturar quem fez aquilo com o senhor...

É incrível como James aparece para mim. Pessoalmente ou através do que outras pessoas dizem ele chega até mim. Não está parecendo algo que me deixe livre. E como ele está tentando capturar quem fez isso comigo se foi ele mesmo? Vai se entregar à polícia? Pouco provável.

- Você sabe como ele está fazendo isso?

Pergunto e observo uma formiga passando pelo chão enquanto meu rosto está encaixado na mesa de massagem. Suas mãos retornaram para minhas costas, me fazendo conter um gemido quando ela aperta uma parte perto de meu ombro.

- O Sr. Duncan conhece muitas pessoas... Pessoas que também frequentam o clube e... eu não deveria estar falando sobre isso.

- Ah não... – Outro gemido meu. – Continue, me fale mais sobre essas coisas.

- Certo, se você insiste. – Fofoqueira. – Sr. Duncan me disse que encontrará o culpado e que o que farão com ele será tão horrível que precisarão esconder o ocorrido da cidade para que as pessoas não fiquem tão chocadas. Eu me sentiria tão bem tendo alguém me protegendo desse jeito. Você tem sorte.

- É... acho que sim.

(...)

Depois de escutar a mulher falando sobre James por minutos demorados eu saí da sala de massagem. Pensei em sair antes e não ter aquelas mãos que já tocaram as costas de James também tocando meu as minhas, mas estava tão bom que precisei terminar. Depois de tomar um banho rápido e quente na pequena sala, dei lugar para a próxima pessoa que aguardava do lado de fora.
Meu celular ainda não mostrava nenhuma mensagem de Adam e imaginei que James ainda estava o prendendo, assim como fez a semana inteira para que ele não ficasse perto de mim.
Por incrível que pareça eu não me assustei com a história de que James tenha pessoas que trabalhem para ele e resolvam coisas de jeitos ilegais. Talvez ter um homem tão poderoso e influente como Adam comigo, me deixe mais confortável com essa “ameaça”.
Quando saio do spa e procuro por outro carrinho que possa me levar a um restaurante que achei no pequeno mapa, acabo encontrando duas pessoas que fazem um sorriso surgir em meu rosto. Jack e Isobel estavam de mãos dadas perto de um poste de luz amarelada e também pareciam procurar por um carrinho. Corro até eles e recebo um grande sorriso dos dois.

- O que fazem aqui?

- Isobel disse que seria ótimo relaxar aqui essa noite e me trouxe para aproveitar. – Jack diz.

- Está com Adam? Não sabia que ele também é sócio. – Isobel acena para um motorista do pequeno carrinho enquanto fala comigo.

- Sim, ele e todos os amigos dele que vieram aproveitar a despedida de solteiro de James. O que farão agora?

- Jantaremos. O que acha de vir conosco?

- Ótimo, estou andando sozinho mesmo.

(...)

Jantar com os dois não foi muito bem o que eu esperava. Eles não pararam de falar sobre uma viagem que planejavam para o começo do ano que vem. Praias ou montanhas cheias de neve entravam no meio da discussão calorosa. Meus únicos planos para o ano seguinte são Adam e faculdade, mas o segundo depende agora da oportunidade que outras pessoas me dariam.
Quando termino de comer um pouco de sorvete de baunilha que havia pedido como sobremesa, recebo uma mensagem de Adam em meu celular.

“Livre. O que acha de me encontrar na terceira piscina termal? A reservei para nós. Já sabe como deve me esperar.”

Peço licença imediatamente para meu tio e Isobel. Se Adam está livre preciso encontra-lo imediatamente. Ainda mais se reservou algo para nós dois. Isobel pagaria a conta e tudo estaria certo.
Ando novamente com carrinho de golfe pelo lugar. O motorista me disse que as piscinas ficavam distantes e tive que passar por várias coisas até chegar ao meu destino. Um grande prédio com pilares brancos era onde eu deveria entrar. Estava mais vazio do que as outras. Uma recepção ficava atrás de uma enorme porta de madeira. Um homem baixinho me pergunta o que eu gostaria e digo que já tenho uma reserva. Ele não pergunta quem sou, apenas concorda e indica um corredor estreito no amplo lugar.
Mais de trinta portas existiam ali e a de número três ficava no fim do corredor. Uma porta prateada me levava até o lugar. Existia muito vapor ali dentro, mas consegui vê-lo quando andei por ele. O espaço era retangular e uma grande piscina ficava no centro. Nas laterais ficavam espaços com bancos e pilares enormes como os do lado de fora. Quando chego no fim do lugar, não consigo ver a porta pela qual passei, pois, o vapor tomou conta de tudo. Usar óculos nessa situação também não é algo que me ajuda. Adam reservou esse enorme lugar apenas para nós dois, isso é incrível.
Retiro minha roupa e a deixo sobre um dos bancos nas laterais. É estranho ficar nu ali, mas sei que todo esse vapor me esconde de qualquer estranho que possa entrar. E também posso me esconder na água, não há nenhum problema com isso. Ando até a borda da piscina e coloque meu pé na água, sentindo sua temperatura quente e agradável. Não sei quão funda ela é, mas pretendo descobrir agora.
Seguro o corrimão de uma pequena escada em uma das pontas e começo a desce-la devagar, sentindo a água quente em minhas pernas, minhas coxas, minha bunda e meu membro, minha barriga e então meu peito. Ainda não toquei o fundo da piscina, então apenas solto minhas mãos do corrimão devagar e relaxo meu corpo. Então estou sob a água quente. Isso parece maravilhoso para o meu corpo após a massagem que tive. A ideia de ter uma dessas em casa invade minha cabeça.
Quando coloco minha cabeça para fora da água e respiro profundamente, continuo vendo o vapor tomando conta do lugar. Acho que agora estou no meio da piscina, não consigo ver nem mesmo sua lateral. Sinto falta de não ter uma boa visão de vez em quando. Movo minhas pernas e meus braços, fazendo algum movimento que aprendi quando novo na natação e nunca havia esquecido. Nado por alguns minutos e quando começo a pensar no porquê da demora de Adam, escuto a porta se abrir.

- Achei que não viria mais. – Digo e escuto minha voz ecoar.

Escuto passos pelo lado direito e então o barulho do cinto de sua calça ser retirado. Pelo menos os sons me orientam aqui, porque o vapor e a miopia não são meus amigos agora.
Escuto passos descalços e então escuto um mergulho mais distante. Não consigo vê-lo ainda e isso é de certo modo... bom. Adam adora jogos e se ele está fazendo algum deles no momento, está o fazendo muito bem.
Escuto braçadas na água e então consigo ver uma sombra se aproximando na nuvem que cobre o lugar.
Viro de costas para ele. Estou na ponta de meus pés e sinto o chão. Dou pulinhos pequenos para manter minha cabeça fora da água. As braçadas param e então sinto mãos em minha cintura embaixo sob a água. Fecho meus olhos e inclino minha cabeça levemente para cima. Os braços de Adam me envolvem por trás e suas mãos param em meu peito. Sinto seu membro ereto perto de minha bunda e então seus lábios me darem um beijo lento em meu pescoço.

- Esse é um ótimo lugar. – Digo e continuo de olhos fechados.

Sinto sua mão direita cobrir meus olhos enquanto ele sai de trás do meu corpo e vem para a frente. Como ele é alto, não precisa ficar dando pulinhos para que fique com sua cabeça para fora da água. Coloco minhas pernas ao redor de sua cintura e minhas mãos em sua nuca. Sua mão direita continua sobre meus olhos e sua outra mão fica um pouco acima de minha bunda. Quando penso em dizer algo, sinto seus lábios contra os meus e então sua língua dando início a um beijo intenso. Ele andou bebendo whisky, pois sinto o gosto da bebida em sua boca. Seu beijo parece diferente.
Sua mão esquerda então desce para minha bunda e recebo um aperto. Seus lábios vão até meu pescoço, como sempre, e recebo beijos. Sinto sua língua fazer um caminho até o lóbulo de minha orelha e então recebo uma fraca mordida. Quero fazer o mesmo com ele, mas antes que olhar em seus olhos e não continuar sendo mantido no escuro.
Tiro minha mão esquerda de sua nuca e seguro seu pulso, puxando-o devagar, mas seus lábios voltam aos meus e então me entrego sem perceber. Há algo de diferente com o jeito que ele me beija... não está... como sempre.
Então puxo seu pulso devagar novamente e sua mão não cobre mais meus olhos. Os abro devagar, focando a figura em minha frente que continuo beijando. Quando interrompo o beijo e afasto meu rosto do dele para ter uma melhor visão, inspiro profundamente ao ficar chocado com o que vejo.
Não é ele. Não é Adam. Não é ele quem me segura contra seu corpo e me beija enquanto está excitado. É James.
O maldito sorriso aparece em seu rosto e então seus ombros de movem.

- Surpreso?

Eu não sei nem mesmo o que dizer para ele agora. Penso no que estava fazendo segundos atrás quando tinha sua língua em minha boca achava que ele era Adam. Coloco minhas mãos em seu peito e o empurro, mas sem nenhuma força. Meu corpo parece não perceber que quero sair de lá. Está anestesiado.

- Não era para ser você... Eu te beijei e... você me beijou...

Sinto outro aperto em minha bunda e então a raiva começa a invadir meu corpo como nas outras vezes.

- Não... Sai daqui.

Começo a mover minhas pernas que estão ao redor de sua cintura, mas consigo tirar apenas uma de lá, a outra ele segura por minha coxa. Sua outra mão vai até minha cintura e ele me puxa para mais perto.

- Não vá embora, meu pequeno. Eu vi o jeito como me beijou.

- Eu não sabia que era você...

- Então, se sou igual a Adam, dê uma chance para mim.

- Você não é igual a ele!

Com minha mão direita dou um tapa tão forte no rosto de James que o som ecoa pelo lugar. Seu rosto fica virado para o lado e seus olhos ficam fechados. Seu sorriso não está mais ali. Suas mãos me soltam e então consigo afastar um pouco meu corpo do seu. Eu realmente poderia mata-lo agora. Como quero contar tudo para Adam...

- Nunca diga que você é igual a Adam. Você nunca será como ele. Jamais.

Nado para meu lado direito. Não sei onde deixei minhas roupas, então preciso andar alguns segundos até achar o banco em que elas estavam. Pego uma toalha de uma prateleira na parede e a passo rapidamente pelo meu corpo. Não escuto nenhum barulho vindo da piscina enquanto visto minhas roupas. Quando começo a andar e procurar pela porta, escuto James se movendo pela piscina.

- Não pedirei desculpas. – Diz com a voz séria.

- Eu sei que não. – Respondo e sinto a palma da minha mão ainda ardendo pelo tapa. – Sei que não dá a mínima para tudo isso. Mas deveria.

Encontro a porta e saio de lá. Limpo meus óculos embaçados em meu casaco e começo a andar pelo corredor. Preciso de Adam.

(...)

Depois de ligar para Adam e saber que ele estava no bar, entrei em outro carrinho e parti para lá. Sentindo o vento gelado contra meu rosto. Acabei de sair daquele lugar com água quente, não sei se isso me fará bem depois.
Chegando no bar, corri para seu interior e encontrei Adam bebendo uma taça de vinho no balcão.

- Venha comigo. – Digo e puxo sua mão.

Atravessamos o lugar e o puxo para o banheiro masculino. Tranco a porta e confirmo que não há ninguém ali dentro, conferindo cabine por cabine. O lugar tinha cheiro de limão e era, como todos os lugares, enorme.

- O que está fazendo...? – Adam pergunta curioso e com uma careta.

Ignoro sua pergunta e apenas o beijo. Agora sim beijo Adam e sinto a raiva sair de meu corpo. Ganho uma resposta intensa e sinto meus pés saindo do chão quando ele me segura e coloca minhas costas contra a parede. Esse sim é o beijo que conheço e amo. Passo meus dedos por seu cabelo e sinto o gosto de vinho em seu beijo. James jamais conseguiria me fazer sentir como me sinto agora. Isso que sinto agora é amor.

(...)

Claro que não consegui mais nada além de um beijo de Adam naquele banheiro. Saímos depois daquilo para que o lugar não ficasse trancado e pessoas ficassem do lado de fora. Passamos horas com Jack e Isobel pelo clube, aproveitando outras coisas que o lugar oferecia. Perto das 23:30 saímos de lá. Jack voltou no carro de Isobel e agora estou no de Adam a caminho de minha casa. Grace e Hana voltaram mais cedo com Janine.

- Acha que poderemos continuar com aquele beijo em minha casa? – Adam pergunta.

- Como preferir, Sr. Carter. – Respondo e deixo minha mão esquerda em sua coxa.

Seguro seu celular com minha mão direita. Usei a desculpa de que o meu havia descarregado e precisava ver algo na internet, mas na verdade queria ver se a mensagem que eu havia recebido sobre a piscina ainda estava ali. Não encontrei nada. James com certeza a apagou assim que me mandou. Rápido como sempre.
O nojo do momento com James chega até mim, mas consigo manda-lo embora. Observo as decorações de natal nas ruas e me distraio pensando em quando decoraria minha casa com tio Jack.
Minutos depois o carro é estacionado atrás do de Isobel e saímos dele. Consigo ver alguém sentado nos degraus de minha varanda e então esse alguém começa a andar com as mãos na cintura.

- Imaginem como é ter que esperar por vocês durante horas e sem nem mesmo conseguir ligar para avisar já que meu celular descarregou. – Uma voz feminina que tanto amo dizia. – A chave reserva não fica mais escondida no mesmo lugar de sempre e tive que ficar aqui fora, com frio, e cheia de malas.

Minha mãe olha para mim e para tio Jack com uma cara séria. O poste ilumina seu rosto e finalmente sinto a alegria invadir meu corpo com força. Ela caminha em minha direção e para em minha frente de braços cruzados.

- Caleb Jones! – Recebo um tapa forte em meu ombro e faço uma careta. – Que história é essa de que invadiram a casa e tem um louco atrás de você?

É, minha mão está aqui. Senti falta de seu jeito bravo, mas sei que terei que explicar algumas coisas e deixá-la mais brava por não ter explicado tais coisas antes. O pior da noite já passou, ser beijado e ficar nu com James. Contar para minha mãe sobre o incidente de Halloween não é nada comparado a isso.


Notas Finais


E então??? Gostaram? Ficaram com raiva? Eu sei que James é um grande babaca, me desculpem. Me digam o que acharam e etc ♡♡♡
XOXO


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