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História Fire N Gold - Moedas e Casamento


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Mais um capítulo para vocês com treta, momentos fofos e coisas engraçadas. Espero que gostem bastante e me perdoem por erros que passaram despercebidos. Não se esqueçam de me contarem o que acharam, quero muito saber.
Enjoy It!
FAVORITEM POR FAVOR!!!

Capítulo 30 - Moedas e Casamento


Fanfic / Fanfiction Fire N Gold - Moedas e Casamento

Passei horas conversando com minha mãe. Assim que entramos em casa contei tudo sobre meu perseguidor e sobre ele ainda estar por aí. Seu medo não era algo que ela conseguiu esconder e até mesmo algumas lágrimas correram por suas bochechas. Precisei dizer mil vezes que está tudo bem comigo e que a polícia está fazendo o melhor trabalho possível para achar o culpado.
Ela ficou sabendo do ocorrido por uma amiga, moradora dessa cidade, que viajou para a cidade em que minha mãe estava e queria comentar sobre o assunto, mas como minha mãe não sabia...
Pelo menos eu tinha Adam e Isobel para distrai-la. Ela não conhecia nenhum dos dois e lançou várias perguntas para os dois, formando a ficha de cada em sua cabeça.
Não parei de encarar minha mãe enquanto ela falava. Fiquem meses sem vê-la e até mesmo escutar sua voz pessoalmente é algo que me agrada. Ela parece cansada. Não só da viagem até aqui, mas também de seu trabalho. Ela tinha um novo corte de cabelo. Antes as ondas negras passavam de seus ombros e agora nem mesmo chegam neles. Ela usa uma blusa de gola alta verde escura e um batom vermelho muito bonito. Me deito em seu ombro e recebo um carinho em minha bochecha enquanto ela ri de algo que tio Jack diz. Seguro a mão direita de Adam com minha esquerda e ele olha sorridente para mim.
Quando o relógio anuncia que são 03:00, Isobel resolve ir para sua casa e Adam diz que faria o mesmo. Não seria hoje que acabaríamos com nossa saudade de uma semana.
Nós, os Jones, os levamos até a varanda e nos despedimos. Mamãe aperta a bochecha de Adam e dá um tapinha em seu ombro. Dou um beijo rápido em meu amor e então o vejo atravessando meu jardim para chegar em seu carro. Quando os dois partem, entramos e trancamos a porta.

- Vocês estão de parabéns. Arranjaram pessoas bonitas e ricas.

- Como você me ensinou. – Digo para ela e recebo uma risada.

- Ele é muito lindo, meu filho, meus parabéns. Um homem enorme desse? Preciso arrumar um para competir com você.

- Você não me disse que estava de olho em um cara do trabalho que também era mágico profissional? – Jack pergunta e minha mãe lhe dá um olhar silenciador.

- Quem é o tal mágico? – Pergunto lhe cutucando com o cotovelo.

- Nhá, ninguém que mereça muita atenção. Ele achou outra assistente de palco para seu espetáculo. – Ela balança os ombros e vai em direção à cozinha. – E a varinha dele nem era tão mágica assim. Se é que me entende.

Dou risada e começo a recolher os copos que estavam sobre a mesa de centro. Minha mãe está encostada na pia e bebe água.

- Você não tem que ir ao casamento de James?  – Tio Jack pergunta e joga esse maldito nome em minha cabeça, me fazendo lembrar do que aconteceu com James na piscina.

- Casamento? – Minha mãe se anima. – Quem é esse James? Posso ir? Adoro casamentos.

- Mãe...

- Já sei! Amanhã nós andaremos por essa cidade e encontraremos um vestido para mim. Quero ser a mais bonita no lugar. Bom... depois da noiva.

- Você nem foi convidada. – Jack diz rindo.

- Eu também não fui convidada para vir até aqui. Apenas peguei um avião quando soube que meu filho estava sendo perseguido e veja só... estou aqui dentro. Sou uma ótima penetra.

- Se bem que... seria uma boa ideia te levar para o casamento, mãe.

- Combinado! Eu e você rodando por essa cidade assim que o Sol sair.

- Assim que o Sol sair? Já são 03:00. Preciso dormir.

- Verdade, eu também... Iremos quando acordarmos. Aliás, onde irei dormir?

- Não vou para o sofá! – Digo antes de Jack e levanto as mãos. Ele faz uma careta para mim. – Você disse que arrumaria o quarto de visitas, não reclame agora se adiou o trabalho.

- Certo então. Perdeu, Jack Daniel’s. – O apelido que ela usa com ele aparece e me faz sorrir. Ela o incomoda muito com isso. – Até mais, galera. Preciso dormir agora ou morrerei.

Recebo um beijo na bochecha e outro abraço forte. Subo a escada minutos depois que ela já se foi, pois também preciso dormir. Ela já descansa na cama de Jack como uma estrela do mar, exausta. A necessidade de tomar um banho para tentar eliminar a memória do toque de James em minha pele é imensa. Enquanto passo o sabonete em meus braços, me lembro de seu membro contra minha bunda e fico enjoado. Aquilo foi o máximo que ele conseguiu de mim. Nunca mais fará algo desse tipo ou contarei para Adam e consequentemente para a polícia.
Uma parte de mim ainda tenta segurar o pensamento de que ele é alguém que vale a pena. Mas com os últimos acontecimentos...
Me deixo cansado em minha cama. Me cubro até o pescoço e mando um “Eu te amo” por mensagem para Adam. Na verdade, eu queria tê-lo abraçado comigo, mas estar sob o mesmo teto com mamãe e Jack é algo que me deixa muito bem.

(...)

Acordamos perto da hora do almoço e o casamento seria apenas no final da tarde, então teríamos tempo para procurar uma roupa para Katarina Jones. Saio de casa calçando meu tênis, pois ela está com muita presa e animada. Tento acompanhar seu ritmo enquanto andamos nas calçadas dos vizinhos.

- Seu tio precisa de um carro. Ou uma bicicleta. Você ganhou uma bicicleta de Adam, não é mesmo? Nate não disse que lhe daria uma?

- Não falo mais com Nate. Ele é um idiota que nunca desculparei.

- Poxa... O que aconteceu?

- Brigamos por causa de um garoto.

- Um garoto? Ele é gay? Espera, isso foi antes de Adam?

- Não, foi enquanto estava enrolado com Adam.

- Então você traiu Adam? – Pergunta exageradamente e faz cara de chocada.

- Não traí ninguém! – Ela parecia não cansar com seus passos apressados. Me lembro de quando me levava uma vez por semana para caminhar com ela no parque de nossa antiga cidade. – É que além de Adam havia outro garoto. Nate também gostava dele e...

- Gostava? O que houve? O garoto morreu?

- Não, mãe!

Pensar nisso fez meu coração se apertar. Não conversar com minha mãe sobre isso antes é um grande arrependimento.

- Enfim. Estou com Adam e ele não gosta muito do outro garoto que também se chama Caleb. Nate não fala mais comigo e Caleb até mesmo quebrou sua mão para me defender em uma situação. Caleb ainda gosta de mim e... não conte isso para Adam!

- Mas é claro que não contarei. Quero saber o fim desse drama. E ainda tem um louco atrás de você... Está sendo disputado e nem mesmo saiu do ensino médio, você realmente é meu filho.

- Você foi disputada também? Não que o stalker seja algo legal.

- Mas é claro que fui. Seu pai e mais quatro disputaram esse coraçãozinho. O vencedor se casou comigo e o resto você já sabe, seu pai morreu e agora estamos aqui.

Não ficamos tristes ao falar sobre isso, aprendemos a lidar com o que aconteceu há muito tempo atrás. Ela falou isso sorrindo. Com certeza tem memórias maravilhosas com meu pai. Eu tinha apenas dois anos quando ele se foi, então vivo apenas de fotos que tenho em um álbum na segunda gaveta da cômoda de meu quarto.

- Ande mais rápido. – Diz ela e então começa a correr. – Estou tão animada!

(...)

Minha mãe realmente estava animada, só parou de correr quando chegamos ao centro. As ruas estavam movimentadas como sempre e ela acenava para algumas pessoas que conhecia.

- Meu Deus, esse povo envelheceu... – Diz fingindo um sorriso para alguma mulher do outro lado da rua.

- Você já tem 40 anos.

- Mas estou com muita disposição! – Recebo outro tapa em meu ombro. – Não viu como acabei de correr? E você está aí sem ar. Como consegue ter Adam sobre você?

- Mãe!

- Aquele homem é muito grande! Olhe só como você é pequeno, ele pode te quebrar em um abraço ou na cama quando...

- Chega! Não falarei sobre isso com você. Olhe ali! – Aponto para uma loja do outro lado da rua que vendia vestidos para festa. – Vamos começar por ali.

(...)

- O preto ou o rosa-claro? – Ela me pergunta segurando um em cada mão. Avalia os dois e me interrompe quando penso em dizer algo. – Sim, o preto fica muito melhor.

O rosa claro é jogado em meu colo e ela volta para o provador com o vestido preto. Já é a terceira loja que visitamos e estou morrendo de fome. Não vejo a hora que ela escolha logo um para que possamos comer algo.
Pego meu celular e ligo para Adam. Ele deve estar em sua casa com Grace, descansando enquanto não exerce sua função de padrinho no casamento.

- Oi, amor.

Amo ouvir essa voz do outro lado. Vejo um grupo de garotas darem pulinhos ao entrarem na loja e escuto minha mão tossindo no provador.

- Oi. O que está fazendo?

- Jogado no tapete da sala e cercado por brinquedos de borracha que Grace jogou em mim. Mas começou um desenho estranho na TV e agora ela assiste do mesmo jeito que assisto meus jogos.

- Totalmente hipnotizada e sem dar atenção ao namorado? – Provoco.

- Assim mesmo.

Escuto sua risada gostosa.

- Adivinhe só, estou em uma loja de roupas para que sua sogra consiga um vestido para o casamento. – Faço questão de falar mais alto ao dizer minha próxima frase. – E ela nem mesmo foi convidada!

- Eu já disse que sou uma ótima penetra! – Resmunga na cabine do provador.

- Diga a ela que não precisa entrar escondida. – Ele ri. – James não ligaria se levasse sua mãe. Está tudo bem.

- E então, é esse? – Minha mãe pergunta saindo do provador e dando um pequeno giro.

- Precisa ser. Estou morrendo de fome e só quero que escolha um.

- Por que não vão ao restaurante de Ross? Eu ligo para ele e aviso que irá com sua mãe. – Adam diz do outro lado da linha.

- Não precisa, obrigado. Nós podemos achar outro lugar para...

- Deixe disso. Vá com ela e aproveite. Sabe que não aceitarei não como resposta.

Ele realmente não desistiria da ideia, então aceitei. Seria bom ter um almoço desse tipo com minha mãe. Adam se despede para dar algo de comer para Grace e eu encerro a chamada enquanto minha mãe se olha no espelho com o vestido preto. Ele é muito bonito e combina com ele. É de renda preta e justo até sua cintura, então ele se abre um pouco até o chão em outro tipo de tecido lizo. Seus braços ficam expostos e ela já imagina se deve ou não ir com seu cabelo preso.

- Sim, é esse. Ficará lindo com um colar que ganhei de seu pai.

- Então vamos embora. Sei onde podemos almoçar.

(...)

Minha mãe adorou o restaurante. Eu disse a ela que foi onde Adam me levou em nosso primeiro encontro e ela adorou não ter que pagar pela comida cara de lá.

- Não o perca, Caleb. Preciso almoçar mais vezes assim.

Agora andamos por uma das praças da cidade e ela reclama que quer um sorvete. Passamos ao lado de uma fonte e vemos uma placa com letras vermelhas que diziam “Faça um pedido”.

- Isso é sério? As pessoas ainda fazer isso? – Ela me pergunta com uma careta. Concordo sorrindo e ela pega uma moeda de seu bolso. – Quero um namorado como Adam. Mas que não seja gay, claro.

Ela ri e então joga a moeda na água. Então fica me encarando por alguns segundos. Escutamos apenas as pessoas conversando ao redor. Seus ombros balançam e ela revira os olhos.

- Isso não funciona.

- Você estava mesmo esperando que um cara apareceria para você? – Pergunto incrédulo e sorrindo.

- Queria ver mesmo se essa fonte funcionava. Agora segure minha bolsa. Quero minha moeda de volta.

Ela me entrega sua bolsa e levanta as mangas de seu casaco bege e se inclina sobre a água, enfiando seu braço ali e reclamando sobre como está fria.

- Mãe... o que você está fazendo...?

Olho ao redor e somente uma senhorinha que aparentava ser bem velha apertava seus olhos para ver se minha mãe estava realmente fazendo aquilo.

- Pegando outras moedas. Se os pedidos não se realizarão, de que adianta deixá-las aqui? Venha, me ajude.

Não acredito que ela está fazendo isso. Ela chega a perder o equilíbrio e a seguro pelo braço antes que ela caia na água. Agora algumas pessoas nos olhavam. Escuto um “Hey” e um dos homens que fiscalizavam o parque corre em nossa direção.

- Corre! – Minha mãe grita e enfia sua mão cheia de moedas no casaco. Algumas caem no chão e fazem barulho.

Sua mão segura meu pulso e logo estamos correndo pelo parque como dois idiotas. Passamos por algumas pombas que voam assustadas e nos ajudaram a fugir daquele homem.

- Vamos comprar sorvete com essas moedas. – Ela diz e ri animada enquanto corremos.

(...)

- Amo sorvete de baunilha. – Diz tio Jack.

Estou sentado entre ele e minha mãe no sofá da sala. Com o tanto de moedas que ela pegou da fonte, compramos um grande pote de sorvete em um mercado e o agora o comemos enquanto assistimos Grey’s Anatomy. Algumas moedas ainda sobraram e ela as colocou no bolso de minha calça com um sorriso fofo.

- Ainda não acredito que fez aquilo! – Digo e dou risada. – E se souberem quem sou e acharem que preciso ficar pegando moedas da fonte para viver?

- Ah, meu querido, pense no sorvete que comemos agora. Valeu a pena.

- Acha que poderia roubar o banco? – Jack pergunta.

- Porque? Caleb já encontrou Adam.

- Mãe!

Mais risadas acompanharam o sorvete e o seriado. Passar essas horas com minha mãe realmente me fez bem. Não quero pensar em tê-la longe de mim novamente.

(...)

Estou em minha varanda com Adam. Tenho minhas costas na porta e ele em minha frente enquanto segura minha cintura. Passo uma mão por sua barba enquanto a outra sente sua nuca quente. Sentir o calor de seu corpo é algo que me provoca muito, pois amo isso quando estamos juntos. Seus olhos verdes observam meu rosto e um pequeno sorriso está em sua boca.
Ele está tão lindo hoje. Sua roupa de padrinho de casamento é preta e sua gravata é de um azul-escuro maravilhoso. Estou acostumado a vê-lo com outras roupas sociais, mas ele fica ainda mais lindo assim.
Não estou como ele. Visto uma calça preta, camisa branca e blazer cinza. Mamãe disse que estou muito bonito e super parecido com meu pai. Exceto pelos óculos. Ela disse que sua visão era perfeita.

- Você está tão lindo que eu poderia te colocar naquele carro e ir para onde não houvesse ninguém, apenas para que eu fosse o único a te olhar.

Adam diz isso sussurrando e sorri quando dou uma risada.

- E para onde iríamos?

Ele olha para a porta atrás de mim e faz uma cara engraçada enquanto pensa.

- Não faço ideia. – Conclui e me dá dois beijos rápidos. – Você pode escolher. Não me importa o lugar contanto que você esteja comigo.

- O casamento está te afetando de algum jeito? – Pergunto levantando uma sobrancelha.

- Porque? Acha que nossa hora está chegando?

Seu olhar é esperançoso, mas sei que está brincando. Eu acho...

- Claro que não. – E lhe dou um fraco tapa no ombro. – Foque no casamento de James. Ele é quem se comprometerá hoje.

- Não quer falar sobre...

A porta atrás de mim se abre e Adam me segura para que eu não caia dentro de casa.

- Aqui estou! – Minha mãe diz sorridente. – Me desculpem pela demora, mas não achava os brincos.

Ela estava linda com seu vestido novo. O colar que ela havia falado estava em seu pescoço. Eram cinco pontinhos brilhantes que caíam em linha reta. Ela me disse que eram diamantes verdadeiros e que não fazia ideia de como meu pai o comprou. Desconfiava até mesmo que o colar foi roubado apenas para ela. Seus brincos também brilhavam, pequenos nos lóbulos de suas orelhas, mas não eram diamantes. Me entrega seu celular e o guardo em meu bolso antes de atravessarmos o jardim e entrarmos no carro de Adam.

- Sabia que minha mãe roubou as moedas de uma fonte hoje? – Digo para Adam enquanto coloco meu cinto de segurança.

- Jura? – Ele olha para ela no banco de trás. – Eu também já fiz isso com meus amigos quando era mais novo.

- Está vendo só? – Ela diz animada. – E você aí me chamando de ladra quando seu namorado também é.

- Vamos logo para esse casamento.

Adam ri daquilo e dá partida no carro. Observando minha mãe sorrindo pelo vidro retrovisor e apenas balanço a cabeça para ela.

(...)

Eu nunca havia sido convidado a um casamento desse jeito. O quintal da casa de um amigo em comum de Adam e James serviu para que tudo fosse organizado para a cerimônia. O lugar era gigantesco em forma de quadrado e foi transformado em uma tenda. Um tecido comprido, obviamente, fazia o teto do lugar que de algum modo nos protegia do frio existente no lado de fora.
Tudo era branco e brilhante, de um jeito muito bonito. Luzes pequenas e douradas, como as de natal, se espalhavam pelas laterais e subiam até o teto, o deixando mais bonito ainda. Um tapete branco dividia as fileiras de cadeiras decoradas com flores pequenas e de tom rosado.
A piscina que ficava bem no centro do lugar foi coberta por tábuas de madeira escura e brilhante. Sobre elas ficava o altar e logo me veio na cabeça a ideia daquilo se partindo e derrubando James e Mary na água. Vamos torcer para que isso não aconteça.
Estamos na primeira fileira do lado direito do tapete. Achei que poderia me esconder no meio dos convidados para não ter que ver James tão de perto, mas infelizmente os lugares eram marcados e não tive como fugir. Adam está do meu lado por enquanto, mas logo ficará sobre o altar com mais dois padrinhos ao seu lado. Seguro sua mão e lhe dou um beijo rápido antes de olhar para trás e procurar por minha mãe que conversa com tio Jack, que veio antes com Isobel, e um homem muito bonito que usa blazer.
Janine está ao lado de Adam com um vestido verde esmeralda longo e Hana está ao seu lado, com o sorriso de sempre no rosto. Ela não veste seu uniforme, mas sim um vestido creme que vai até seus joelhos, está muito fofa e ainda sim veio para cuidar de Grace. A pequena está no colo de Adam e balança seus pezinhos. Um vestido branco e bem pequeno é usado por ela e uma tiara com pedras brilhantes está em sua cabeça. Se a noiva não estiver mais bonita que Grace, eu não sei quem está.

- Seus amigos não foram convidados? Onde estão?

Adam fez uma boa pergunta. Não vi Caleb, Dinah ou Steve desde que cheguei. Não sei em que lugares eles estão ou se até mesmo chegaram aqui. Muitas pessoas ainda andam pelo lugar e impedem que eu tenha uma boa visão de tudo.

- Acho que os veremos depois. – Digo e o observo. Encosto meus lábios nos seus por alguns segundos e então me afasto.

Uma mulher bem velha aparece sobre o altar e pede para que todos se arrumem em seus lugares, pois a cerimônia começaria.

(...)

Mary estava tão linda que perdi o fôlego quando a vi entrando com seu perfeito vestido branco. Ele era longo e pontos pequenos brilharam enquanto ela andou até o altar. James já a esperava com seu terno que também o deixava bonito, mas não tão bonito como Adam.
Claro que James não perdeu a oportunidade de me observar descaradamente por alguns segundos depois que chegou ao altar. Adam já estava com mais dois padrinhos ao seu lado e as três madrinhas ficavam do outro.
Quando Mary entrou, pude ver Caleb e Steve juntos e bem distantes. Os dois vestiam blazer preto e camisas brancas. Steve cortara seu cabelo bem baixo, como quando usava quando o conheci e Caleb usava o seu preso. Estavam muito bonitos e o sorriso de Caleb era algo maravilhoso até mesmo de longe.
A cerimônia não demorou como eu esperava. Passei o tempo todo com Grace no meu colo enquanto ela mordia um patinho de borracha e balançava suas perninhas. Janine estava do meu lado e secava lágrimas em seu rosto com um lenço enquanto um velho homem realizava tudo no altar. Eu costumo chorar em casamentos também, mas esse... bem, é o casamento de James. Na verdade, sinto um grande alívio vendo isso, porque talvez ele se toque de que tem uma esposa e ela merece mais respeito.

- James, você aceita Mary como sua legítima esposa?

Quatro segundos. Quatro segundos se passam até que aquele maldito sorriso dele apareça enquanto olha para Mary. A única coisa em que consigo pensar é na possibilidade dele me olhar agora. Mas isso não acontece.

- Sim. – Finalmente dá sua resposta.

É incrível como algumas coisas acontecem na hora errada. Assim que ele afirma, Grace dá uma grande risada que ecoa pelo lugar. Ela me observa com seus grandes olhos verdes como o de Adam e recebo um grande sorriso que mostra seus poucos dentes. Seguro minha risada e ignoro os olhares que sei que me fuzilam. Beijo o alto de sua cabeça e sinto o cheiro de seu shampoo infantil antes de voltar meus olhos para os noivos. James me encara com aquele mesmo sorriso e então volta a olhar para Mary.
Obrigado por rir, Grace.

(...)

E então a festa começou. Saímos do enorme quintal e fomos até a casa onde as pessoas falaram com os noivos. Eu não falei nada com ninguém. Sei que ainda teria tempo de fazer isso, e se pudesse falar apenas com Mary seria melhor.
Em poucos minutos uma equipe arrumou o quintal e todos voltaram para lá. Mesas com nomes estavam espalhadas pelo lugar e onde o altar estava, agora era a pista de dança. Não consegui espantar a ideia das tábuas se quebrando enquanto dançavam em cima e um sorriso bobo fica em meu rosto. Eu não dançaria ali.
Como Steve e Caleb estavam em uma mesa distante, Adam pediu para que eles ficassem conosco e puxou algumas cadeiras para a mesa. Fiquei meio surpreso com essa atitude. Adam realmente parece ter entendido que Caleb não é quem amo. Se ele apenas soubesse do que acontece...
Os dois parecem envergonhados no começo, mas logo se soltam quando minha mãe começa a conversar com ele e perguntar algumas coisas. Eu havia contado para ela sobre Caleb e claro que isso rendeu uma cara de surpresa, mas ela a escondeu muito bem e agradeci por isso.

- Não! – Grace grita em meu colo quando Janine tenta segurá-la. – Papá!

Então todos me olham no segundo seguinte. O único rosto diferente é o de Adam que mostra um sorriso que cresce e olhos que brilham.

- Eu acho que ela não quer ir com você... – Cochicho para Janine ao meu lado. Ela concorda com a cabeça e então toma um gole de seu champanhe.

Minha mãe faz uma cara engraçada e então cochicha algo para tio Jack. Caleb dá um pequeno sorriso ao meu lado e devolvo. Adam continua sorrindo enquanto está em pé ao lado da cadeira de minha mãe.

- Seu tio não veio com uma mulher? – Steve pergunta. – Onde ele está?

- Ela cantará. Adam a recomendou para James e então ela foi contratada.

Não demorou muito para que a voz de Isobel encantasse todos dali. Algumas pessoas dançavam as músicas calmas e as animadas. Todos da minha mesa conversavam entre si e comiam o que tinha ali. Sinto vontade de ir ao banheiro, mas Grace está comigo e não quer sair daqui de jeito nenhum. Não fiz nada demais para que ela me chamasse de “Papai” e ficasse tão grudada em mim.
O truque que Adam usou para tirá-la de meu colo foi engraçado. Ele foi até a mesa de doces e pegou um escondido. Ele não era o mestre no disfarce, ainda mais com seu tamanho e com uma cara que entregava que estava aprontando, mas ninguém pareceu ver o que ele fez. Um pequeno doce de chocolate chamou a atenção da pequena e então ele a segurou no colo.
Diferente do banheiro designado para as mulheres, o dos homens não tinha fila, então entrei assim que encontrei. Lavo minhas mãos com pressa quando escuta uma música que tanto gosto sendo cantada por Isobel e gostaria de dançar com Adam.
Ao abrir a porta encontro o noivo. Como sempre, ele aparece quando menos espero.

- Sim, o vi entrando no banheiro e esperei sair para que pudéssemos conversar.

- Preciso encontrar Adam para...

- É rápido, por favor.

Havia muita gente passando por ali para que eu fizesse alguma cena. Ele sabe muito bem onde e quando fazer as coisas. Concordo e então ele me guia pela enorme casa. Chegamos a um corredor isolado e ficamos defronte a uma janela com vista para a rua. Era possível ver dois caminhões da empresa que prestava serviço para o casamento, homens e mulheres com uniformes de “garçom” carregavam caixas para os veículos os tiravam cadeiras de dentro deles. Um poste iluminava a calçada enquanto eles andavam por ali.

- Eu quero que me desculpe.

James me tira do pequeno transe em que entrei. Ele usava a famosa cara de cachorro que caiu da mudança. Passa a mão por seu cabelo e vejo uma gota de suor escorrendo por sua testa.

- Me desculpe por fazer aquilo com você ontem na piscina, eu...

- Aquilo foi péssimo. Eu decidi esperar seu casamento acontecer para não contar a Adam. Se algo como aquilo acontecer novamente...

- Eu sei! – Ele me corta com uma voz nervosa. – Foi horrível o que fiz. Hoje eu disse o “sim”. Não posso fazer isso com você, é errado, me desculpe.

- Você já pediu desculpas antes, James... E então me beijou mesmo depois de dizer que amava Adam. “Não pedirei desculpas”, foi o que você disse ontem. Se isso for um plano seu...

- Não é plano nenhum, Caleb! Me entenda!

Passa sua mão novamente pelo cabelo e olha pela janela. Ele estava falando alto.

- Eu te amo. – É o que diz quando volta a olhar para mim. Ouvir isso me deixa tão enjoado quanto ser beijado por ele. – Eu te amo e isso não vai acabar de um dia para o outro. Sei que não me ama e nunca serei Adam. Mas estou tão enrolado com tudo que faz parte de minha vida que não posso abandonar tudo somente por amá-lo.

- Ninguém pediu para que abandonasse nada por mim.

Não tenho noção de como isso o afetou até ver seu lábio inferior sendo mordido e seus olhos brilharem como se fosse chorar, mas nenhuma lágrima sai. Uma risada seca e rápida é dada.

- É, ninguém pediu para que eu abandonasse minha vida apenas por você. A sua vida também é importante. Adam é importante.

Respiramos fundo e então ele diz aquilo novamente.

- Me desculpe. Eu só quero que me desculpe por tudo.

- Não consigo te desculpar James. Sei que quer algo sincero, e não consigo lhe dar isso. Não vou te desculpar por ter me enviado mensagens, invadido minha casa, me beijar ontem e todas as outras coisas. Posso dizer que esquecerei por hora e isso é o melhor que pode ganhar. Cabe a você aceitar.

Sua boca se abre lentamente como se fosse dizer algo, mas então a fecha e apenas balança a cabeça positivamente.

- Acho que isso serve.

(...)

Estou colado o peito de Adam enquanto nos movemos devagar sobre a pista de dança. Isobel havia feito um intervalo para sua voz e então músicas antigas que Adam e eu tanto amamos começaram a tocar. Claro que ele conseguiu me arrastar para lá e dançar lentamente comigo enquanto Can’t Help Falling In Love With You do Elvis tocava.
Muitas dançavam juntas enquanto aquela voz maravilhosa enchia o lugar de amor. Adam também cantava o refrão perto de minha orelha e não conseguia tirar um sorriso de meu rosto. Essa é definitivamente nossa música.

- Estou tão feliz por James. – Adam diz e logo bloqueio a conversa que tive com James horas atrás. – Estou tão feliz por nós. Por sua mãe estar aqui e te fazendo feliz. Por nada de ruim ter acontecido com você de novo. Por Grace ter te chamado de pai e... Estou tão feliz, Caleb.

- Isso é ótimo, porque fico feliz se você estiver. E quero que seja sempre assim. Claro que ninguém é sempre feliz, mas...

- Você estragou o momento. – Ele ri em minha orelha e também dou risada. – Apenas dance comigo até o fim da festa. Então poderemos dormir juntos hoje. Não quero que a felicidade fique apenas aqui.

(...)

- Você não me disse tchau! – Grito para Caleb enquanto ele está no meio da rua, andando em direção a Steve que o levaria para casa.

Ele olha para trás e mesmo que eu esteja lhe dando um sorriso, não ganho nada em troca.
Ele conversou muito com Steve durante a festa. Pelo menos alguém ele conhecia ali e não ficou totalmente descolado. Eu queria ter conversado mais, mas precisei cumprimentar várias pessoas conhecidas de Adam que ainda tinham dúvidas se ele estava mesmo namorando um garoto mais novo.
Escuto risadas dos funcionários que guardam coisas nos caminhões e então me concentro em Caleb. Estamos no meio da rua silenciosa e ele me encara enquanto segura seu blazer com uma mão. Os botões de sua camisa branca continuam fechados, diferente da de Adam que abriu os dois primeiros depois de dançarmos animados com minha mãe e até mesmo Janine que é quase uma estátua.

- Obrigado por ter vindo. Sei que não conversamos muito, mas... a comida foi boa, você conheceu minha mãe e tinha o Steve. – Aceno para meu outro amigo ao lado de sua moto e ele me assopra um beijo de um jeito exagerado.

- É, foi legal.

Ele se inclina em minha direção e recebo um abraço rápido e fraco. Então me dá as costas e começa a andar. Seguro sua mão com um pouco de raiva e então ele se vira para mim novamente.

- O que quer? – Pergunta como se estivesse entediado.

- É sério isso? Por que está me tratando assim? Estou sendo legal com você... Corri até aqui para me despedir e ganhar um abraço decente, não sua cara de entediado. Isso eu posso ver nas aulas de física.

- James também te ama. Eu escutei quando fui atrás de você para tentar conversar.

- Oh, Caleb...

- Também liguei os pontos e imagino que ele seja seu stalker. – Ele tem o mesmo olhar de quando disse que gostava de mim na praia semana passada. – O que me chateia não é ter mais um cara que goste de você, mas sim saber que você não ligou para me contar sobre e desabafar comigo. Ao invés disso você finge que está tudo bem e não conta nem mesmo a Adam que o cunhado dele é o louco atrás de você.

- Vamos embora hoje ou não? – Steve grita.

Caleb solta sua mão da minha e me dá as costas novamente. Vejo os dois subirem na moto e dou mais um sorriso para Steve como se tudo estivesse certo. Então eles partem e me deixam no meio da rua. Caleb sabe e isso ecoa em minha cabeça do mesmo jeito que as risadas dos funcionários que enchem os casamentos com coisas do casamento.

(...)

- Sua mãe é uma das melhores pessoas que já conheci. – Adam me diz.

Estamos finalmente deitados em sua cama. Cansados demais para fazer outra coisa que não fosse conversar. Estamos virados um para o outro e nossas pernas estão entrelaçadas sob o grosso cobertor que nos esquenta. Bom, Adam também me esquenta.
Depois de colocarmos Grace para dormir, tomamos um banho rápido e desabamos aqui. Relembrávamos agora de coisas que aconteceram no casamento. Não posso parecer triste com as cosias que aconteceram. Adam disse que queria trazer a felicidade para cá e não estragarei isso de jeito nenhum.

- A sua também. Espera... nunca conheci sua mãe. – Digo e o faço rir.

- Ela liga de tempos em tempos para falar sobre sua vida de casada com o mesmo cara que a fez trair meu pai. – A história sobre como Adam ajudou sua mãe a ter um caso é engraçada. – Ela aparece em festas de fim de ano. Talvez a conheça se ela não resolver viajar para algum lugar.

- Seria ótimo.

Adam me dá um beijo calmo. Seus lábios quentes ficam colados aos meus e logo ele está sobre mim, deixando seu calor sobre meu corpo. Então seu beijo fica mais intenso e passo minha mão direita por sua barba enquanto sinto meu fôlego ir embora. Ele encerra o beijo e faz uma cara de sono com um sorriso bobo antes de deixar seu rosto em meu pescoço e me fazer rir.
Passo as mãos por suas costas super quentes enquanto ele respira devagar e parece não fazer ideia de seu peso sobre mim, mas não me importo com isso. Na verdade, amo quando ele faz isso. Parece um grande necessitado por carinho e nunca nego isso para ele.

- Você casaria comigo, não é? – Sussurra sonolento.

Acho que preciso dormir para que mais coisas não continuem me deixando chocado hoje. Eu sabia que o casamento estava afetando Adam de algum jeito. Mas falar sobre isso agora... Bom, o assunto apareceria de qualquer jeito.

- Claro que casaria com você. Por que a pergunta?

- Nada demais. Curiosidade. Você gostaria de uma festa grande?

- Não, acho que prefiro algo pequeno.

- Isso é ótimo, eu também. – Mesmo sonolento e sem que eu pudesse ver seu rosto por estar em meu pescoço, consigo reparar que ele fica aliviado com isso. – Fiquei com medo que quisesse algo grande.

- Por que? Já está planejando? – Pergunto para provoca-lo.

- Não, eu nem mesmo lhe pedi. Estou apenas... coletando informações.

- Sei... Bom, então colete essa: Nossa música será Can’t Help Falling In Love.

- Eu estava pensando exatamente nisso...

Sua voz ficou baixa a cada palavra e demoro alguns segundos para perceber que ele adormeceu. O abraço sobre mim, sentindo mais uma vez todo o calor de seu enorme corpo. Então luto um pouco para tirá-lo de cima de mim e quando sua cabeça está de volta em seu travesseiro, coloco minha cabeça perto de seu peito e deixo meu braço sobre sua barriga.
Acho que ele teve trouxe a felicidade que queria para cá. 


Notas Finais


E então? Gostaram? Sei que não são todos os capítulos que possuem foto, mas decidi colocar uma nesse.
Me digam o que acharam da mãe do Caleb, do momento fofo com o Adam e das outras coisas ♡
Até o próximo cap! ♡
XOXO


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