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História Fire N Gold - Muito Tempo


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Finalmente mais um capítulo para vocês. Tenho recados nas notas finais, então não se esqueçam de ler, são importantes ♡
Me perdoem por erros que passaram despercebidos e aproveitem a história. Espero que gostem bastante.
Enjoy It!

Capítulo 31 - Muito Tempo


Semanas se passaram depois do casamento. Estamos no meio de dezembro, o natal se aproxima e fico feliz com a época do ano que mais gosto.
Explicar para Caleb sobre James não foi algo fácil. Tive que ir até sua casa no dia seguinte ao casamento e conversar sobre tudo. Passei a tarde toda em seu quarto, deitado em sua cama enquanto mexia em seu cabelo. Sua cabeça ficou sobre um travesseiro em minha coxa enquanto contei tudo sobre James. Ele sentiu muita raiva e acalmá-lo foi algo que me deu trabalho. Dizendo que James havia me pedido desculpas e devíamos agradecer por nada de ruim ter acontecido comigo foi o como consegui acalmá-lo. O fiz prometer que não contaria nada a Adam, ele era o único que sabia daquilo e eu confiava totalmente nele.
“Eu te amo tanto” era o que ele dizia enquanto chorava com sua cabeça no travesseiro. Chegamos a isso inesperadamente. Em um minuto eu disse que iria embora e no outro ele já soluçava e lágrimas escorriam por seu rosto. Escutar aquilo fazia meu coração criar rachaduras como em uma parede, mas ele não parava de dizer. Apenas me inclinei para frente e o abracei como podia, chorando junto. Já era a segunda vez que trocávamos lágrimas e não ligávamos para isso. Nos entregamos ao sofrimento daquele momento por minutos demorados. Eu não lhe dei nenhuma resposta. O que deveria dizer enquanto ele chorava e dizia que me amava? Que também o amava, mas não do mesmo jeito? Que ele deveria superar e me deixar em paz? Com certeza eu não deveria dizer “Eu sei”, seria a pior coisa de todas.
Fui embora de sua casa depois de toda a choradeira. Na escola ficamos como sempre. Ele não saia de meu lado e sempre comprava chocolates, balas ou salgadinhos para mim. Fomos ao cinema com os outros e ele se sentou do meu lado. O assunto não aparecia, mas sabíamos que aquilo ainda continuava entre nós.
No tempo que se passou, minha mãe teve notícias de seu trabalho e disse que viajaria apenas no começo do ano que vem, então aproveitaria todo o tempo restante para ficar comigo e tio Jack. Era bom ter outra pessoa que cozinhasse na casa. Jack e eu nos virávamos como podíamos, mas minha mão realmente tem talento para aquilo. Viajar para vários países e aprender coisas novas aprimorou todo seu talento na cozinha, então comíamos coisas novas todo dia.

- Se eu cair e morrer, volto do além para puxar seu pé de noite. – Disse ela enquanto eu segurava a escada na varanda para que ela colocasse as luzes de natal ali.

A casa inteira foi decorada por nós dois. Tio Jack apenas observa enquanto corríamos pelo lugar com caixas de enfeites. Kali brincava com uma bolinha vermelha que não colocamos na árvore apenas para que ela se divertisse. A casa tinha cheiro de canela, pois Jack assava biscoitos na cozinha. Eu já havia ligado para Adam e para meus colegas para que me visitassem hoje, então esperava por eles. As aulas já acabaram e agora aproveitaríamos um pouco.

- Adam passará o Natal com a família? – Mamãe pergunta.

- Ainda não sabe. Janine com certeza gostaria de ficar com ele, mas se os dois ficarem sozinhos, seria melhor chama-la para ficar conosco. Acho que o irmão deles poderá vir da Espanha para visita-los também. Ethan é seu nome.

- E esse tal Ethan é solteiro?

- Mãe!

- Curiosidade, meu filho. Adam é ótimo, então imagino que seu irmão também seja.

- Ethan é casado e pai. Adam é tio de duas meninas pequenas.

Penso em como seria ver Grace brincando com suas primas um ano mais velhas. Adam já havia me mostrado fotos das gêmeas. Elas são negras como a mãe e fofas como Grace.
Vejo o carro de Adam chegando e estacionando ao lado da calçada. Ele sai do carro vestindo uma calça jeans preta e uma blusa de moletom verde escura. Amo vê-lo vestindo tanto roupas normais como formais, fica lindo dos dois jeitos. Hoje usa seus óculos que os deixam tããão fofos.
Atravessa meu jardim segurando uma sacola de mercado e me dá um beijo rápido quando chega até mim.

- Trouxe sorvete! – Diz animado e passa a mão por meus cabelos. – Olá, Katarina.

- Já disse que pode me chamar de Kate. – Ela desce os degraus da escada e o abraça. – Venha, entre. Vou cozinhar algo para os amigos de Caleb que logo chegarão.

Fiquei no sofá com Adam e tiramos fotos com filtros engraçados enquanto mamãe e Jack brigavam na cozinha sobre quem deveria levar o lixo para fora no dia seguinte. Quando a campainha tocou, recebi Caleb, Steve, Joe e Dinah. Cumprimentaram Adam como se ele fosse outro colega. Bom, eles devem considera-lo assim, certo? Com tantas risadas no lugar quando começamos a falar sobre coisas que aconteceram durante o ano, não prestamos atenção que a campainha havia sido tocada mais uma vez. Mamãe corre até a porta com um avental sujo de molho e a abre. Quando olho para lá, vejo meu vizinho, o Sr. Hunt com um pequeno sorriso no rosto.

- Poderíamos conversar um minuto, Caleb? – Ele pergunta e sinto a mão de Adam apertar a minha.

Me levanto, deixando todos da sala atrás de mim em silêncio. Sr. Hunt não viria até aqui para falar comigo se não fosse algo ligado à noite de Halloween. Não teria outro motivo além disso.
Mamãe passa a mão por minhas costas e então se afasta, voltando à cozinha. Aperto a mão de meu vizinho e então fico em minha varanda com ele depois de fechar a porta.

- Tenho ótimas notícias. Sei que irá parecer estranho como as coisas acabaram, mas... preciso informa-lo sobre.

- Pois fale logo! Não enrole.

Eu preciso saber o que aconteceu com meu caso. Fiquei muito tempo no escuro e agora quero saber o que fizeram. Bom, não fiquei tão no escuro assim. Eu sei de toda a verdade, só não sei o lado que a polícia investiga.

- Encontramos seu perseguidor. Ele está morto.

Por um segundo não sinto minhas pernas. Preciso me apoiar na porta atrás de mim para que continuasse em pé. James está morto? Mas James está em sua lua de mel com Mary. Voltarão somente amanhã e...

- Como sabem disso? O que houve com ele?

Meu vizinho abre um pequeno envelope amarelo que segura em sua mão direita e retira algumas folhas de dentro. Ele me entrega e logo na primeira folha posso ver impressa a foto de um homem careca com uma barba cheia e negra. Seus olhos são castanho-claros e uma cicatriz feia existe em sua bochecha esquerda. Sinto meu corpo se arrepiar. Ele parece um morador de rua e não me é estranho. Esse não é James...

- Você conhece esse homem, Caleb?

- Não, eu... Seu rosto não é muito estranho, mas... Não sei direito, Sr. Hunt, me desculpe.

- Seu nome é Elijah Bennett. Costumava vagar pela cidade e pedia dinheiro para alimentar seu vício por drogas. Era fotógrafo e tinha um apartamento na área ruim da cidade. Já foi acusado de pedofilia e esteve preso por homicídio anos atrás. Uma vizinha foi até seu apartamento e o encontrou. Veja a outra foto...

A segunda foto mostrava algo mais estranho ainda. Uma parede estava cheia de fotos minhas na porta da escola, na varanda de minha casa, na calçada do prédio de Adam e em tantas outras partes da cidade. A foto seguinte mostrava mais paredes de um apartamento sujo cobertas por fotos minhas. Algumas dessas fotos também estão com o que o Sr. Hunt me entregou. A qualidade delas é incrível.

- O que houve? – Adam pergunta abrindo a porta atrás de mim e colocando sua mão em meu ombro. – O que é isso.

- Encontraram a pessoa que invadiu minha casa, ele...

- Eu conheço esse cara. Vive pedindo dinheiro quando me vê chegando na livraria.

A surpresa na voz de Adam não é pouca. Sr. Hunt me observa com aquela cara de pena e de consolo. Eu não consigo aceitar o que ele tenta dar com seu rosto. Aquilo não é a verdade. Aquele homem não é James.

- Ele está morto.

Digo isso olhando para Adam e vejo suas sobrancelhas se erguerem. Me puxa para perto de si e beija o alto de minha cabeça.

- O encontramos ontem, mas ele faleceu há duas semana. Overdose em seu apartamento. A foto não está aí porquê... achei que não gostaria de ver a cena.

É difícil absorver todas essas informações de uma vez. Eu poderia me sentir aliviado se esse fosse realmente o cara que me perseguia, mas sei muito bem que o verdadeiro culpado está aproveitando sua lua de mel há duas semanas. Tenho certeza de que James fez isso antes de sua viagem. Achou alguém para culpar. Encheu sua casa de fotos minhas, que na verdade foram tiradas por ele. E fez com que o tal Elijah se drogasse até morrer.

- Isso é uma boa notícia... certo? – Adam me pergunta de modo carinhoso. – Você pode finalmente ficar tranquilo.

Adam tem razão? Eu posso finalmente ficar tranquilo? Sei que James continua por aí e nada de ruim aconteceu comigo além de suas investidas irritantes. Se toda a confusão do Halloween foi resolvida pela polícia, posso continuar minha vida como quero, ignorando a outra parte.
Deixo um sorriso sincero aparecer em meu rosto. Não por receber aquela notícia, mas por conseguir ver minha vida entrando em um túnel que realmente tinha uma luz em seu fim. O homem que morreu não era uma boa pessoa, então não devo me sentir culpado por sua vida ter entrado no meio disso tudo. Tenho certeza que James planejou isso do melhor jeito para que nós dois saíssemos impunes. Se ele está realmente arrependido...

- Isso é ótimo! Obrigado, Sr. Hunt!

Posso ver que ele também fica feliz com isso. Me diz que precisarei ir até a delegacia na próxima semana para resolver mais alguns assuntos, mas que, no geral, estou livre.
Contar tudo para minha família e amigos quando entramos em casa foi um trabalho para Adam. Não me senti confortável em contar para todos que meu perseguidor havia morrido, quando o verdadeiro perseguidor estava por aí.
Depois que comemos o que minha mãe preparou, resolvemos que é hora da sobremesa e Caleb me ajuda a conseguir sorvete na cozinha.

- Vai continuar sorrindo como se isso fosse algo legal? – Ele me diz enquanto pego cobertura de chocolate em um armário.

- Isso é algo legal, Caleb. – Cochicho. – Agora uma das coisas que me incomodavam foi embora e James não irá me perturbar.

- Ele matou um homem para isso.

- Ou o homem pode ter se matado sozinho. Sr. Hunt disse que foi overdose. Já pensou nisso?

- Por que está defendendo ele?

Brigamos em sussurros na cozinha. Eu não estou defendendo James, estou apenas aproveitando o melhor da situação.

- Você não pode simplesmente achar isso bom? Só você sabe disso. Confiei em você para guardar isso.

- Na verdade, eu descobri.

- Não importa! Somente você sabe, então continue com o segredo e ache bom isso ter um fim.

Ele me olha como se não acreditasse no que estava ouvindo. Eu não estava em defesa de James. Mas esse assunto já era algo que me incomodava ao máximo e agora que um fim, mesmo que falso, tenha aparecido, já é algo que posso aproveitar.

- Briguei com meu pai hoje. – Diz enquanto me ajuda a com o sorvete.

- Sinto muito por isso... O que houve?

- Conversamos sobre algo que o deixou bravo. Não acabou muito bem. – Ele levanta a manga de sua camisa xadrez e mostra um pequeno corte em seu braço. – Saí de casa depois de tanto gritarmos e agora estou aqui.

- Oh, Caleb... Deixe-me ajuda-lo com isso.

Deixamos os sorvetes para trás e atravessamos a sala onde todos estavam, mas ninguém presta atenção em nós. Subimos até meu quarto e nos sentamos em minha cama. Sempre tive uma caixinha de primeiros socorros ali que tio Jack me deu. A acho muito útil para momentos assim, mesmo que isso não seja algo tão sério.
Ele levanta a manga de sua camisa até o cotovelo e então limpo seu corte. Uma careta de dor aparece em seu rosto, mas logo vai embora e um sorriso aparece.

- Se lembra de quando cortei meu dedo em nossa viagem para praia? Você também cuidou de mim. – Seu tom de voz é calmo. Sinto que essa lembrança é algo que liga seu amor por mim. Sua mão dá um fraco aperto em meu joelho. – E eu ainda ganhei um band-aid azul.

- Como esse? – Balanço o band-aid azul claro em minha mão direita. – E eu me lembro de você perguntar se eu não tinha dos normais.

- E você respondeu que achava esse fofo...

Coloco o curativo em seu braço e sinto que ele me olha. Dou um beijo sobre a pequena faixa azul e então lhe dou um pequeno sorriso. Seus olhos brilham. Vejo seu cabelo chegar ao seu ombro e sua barba começar a crescer eu seu queixo. Caleb é tão bonito que olhá-lo não é algo cansativo.

- Tenho algo para você...

Ele começa a levar sua mão ao bolso da frente da sua camisa, mas olha para a porta do quarto atrás de mim e sua mão não se move mais. Olho para trás e vejo Adam com seu celular ao lado do rosto e um olhar curioso para nós dois.

- Caleb se cortou antes de vir e não havia percebido, então tive que lhe ajudar com um curativo.

Balanço a caixinha de band-aid azuis e vejo sua expressão mostrar que ele havia compreendido a situação e não imaginado algo.

- Sim, ele poderá ir até aí. – Adam diz para alguém em seu telefone. – Certo. Até mais.

Quando a ligação é encerrada e seu celular é guardado, ele dá dois passos em nossa direção com um sorriso pequeno. Não sei como Caleb está, mas acho que um pouco de nervosismo deve existir dentro ele.

- Preciso de um favor. Sua mãe me convenceu a ajudá-la com uma receita para um clube do livro ou algo assim, mas ela não sabe como se faz e precisa disso para a noite de hoje. Enfim, a ajudarei. – Dou um grande sorriso para ele e vejo suas bochechas corarem. É fofo vê-lo interagindo com minha mãe dessa maneira. – Mas James me ligou e precisa que eu busque Grace.

- James? Ele não voltaria amanhã? - Caleb tosse baixinho ao meu lado.

- Acho que mudaram seus planos. – Adam fala de modo apressado. Parece animado para ajudar minha mãe. – James passou lá em casa para me visitar, mas Hana disse que eu estava aqui e precisou ir embora por causa de uma emergência. E James não pode ficar com Grace, pois logo sairá para um jantar de trabalho.

- E você quer que eu busque Grace.

- Isso! Pode fazer esse favor?

- Porque ele não pode traze-la até aqui? – O problema não é buscar Grace, é não entender porque James não vem até aqui.

- Ele não sabe o que Grace precisa e ela está com fome... – A impaciência em sua voz é visível. – Me ajude por favor. Você poderia até ir com Caleb.

- Ok. Certo! Buscarei nossa filha.

Falo isso tão espontaneamente que só percebo quando me levanto da cama. Adam tem um grande sorriso em seu rosto e me dá um beijo rápido antes de sair de meu quarto.

- Poxa... – Caleb sussurra atrás de mim.

(...)

Todos os meus amigos vieram andando até minha casa, e claro que Adam não daria seu carro para Caleb dirigir, então aproveitei ter um vizinho taxista para nos levar até o prédio de Adam.
Não conversei nada com Caleb durante o caminho, mas agradeci por vir comigo. Meus outros amigos ficaram em minha casa e eu disse que voltaria em vinte minutos. Tio Jack os mantinha distraídos com um jogo de tabuleiro antigo.
Meu celular toca em minha mão e vejo que é James quem me liga.

- Soube que está vindo para cá. – Fiquei duas semanas sem ouvir sua voz e estava muito bem assim. Ouvi-la agora me faz sentir algo estranho. – Adam disse que não viria. Está sozinho?

- Não, estou com Caleb. – Escuto Grace chorar ao fundo. – Não consegui fazer uma simples mamadeira para ela?

- Ela não é minha filha e nunca aprendi a fazer tal coisa. Por isso preciso de ajuda. – Escuto uma buzina de carro e alguma reclamação de James. – Olhe... estou no estacionamento do prédio. A entregarei e então irei embora, não posso demorar para meu compromisso. Chegue logo.

- Já estou a caminho. Espere, James.

Não consigo controlar meu tom de voz e isso soa rude. Caleb me olha confuso e respiro fundo. Me sinto incomodado com algo.

(...)

Depois de atravessar o saguão do prédio e cumprimentar rapidamente o porteiro que me conhece, chegamos ao elevador. Pressionamos o botão do elevador que nos levaria para a garagem e aguardamos.

- Não bata nele. Combinado? – Pergunto dando uma fraca cotovelada na barriga de Caleb.

- Tentarei. Mas ele é outro que lhe ama, então será difícil.

- Caleb...

- Pode ficar tranquilo. Até agora eu não bati em Adam. Bati?

Não, ele e Adam não haviam brigado desse jeito. Imaginar a cena é algo estranho, mas consigo ver Adam ganhando a luta. Porque minha mãe tem razão, Adam é enorme forte. Caleb é... Caleb.
As portas do elevador se abrem e chegamos ao estacionamento do prédio. É grande como o de um shopping. Lâmpadas cumpridas iluminam o lugar e vejo que duas delas piscam constantemente.
Passo o olho pelo lugar, mas não vejo James. Resolvo ligar para seu celular. Escuto um toque ao longe, mas minha ligação não é atendida. Olho para Caleb que parece entediado. Começo a caminhar em direção ao som e chegando do outro lado do estacionamento não vejo James, mas continuo escutando o celular tocando, agora mais alto.
Caleb abaixa ao lado de um carro e estica seu braço sob ele para alcançar algo. Quando sua se levanta, tem o celular de James em sua mão.

- Isso não deveria estar com ele? – Me pergunta e encerra a chamada.

- Não está certo... algo aconteceu.

- Acha que ele foi sequestrado?

- Não fale isso! Grace está com ele!

Lhe dou um tapa forte no ombro e sinto meu coração acelerar. O celular de James embaixo de um carro não é nada bom. Algo pode ter acontecido com ele e Grace.

- Procure ele por ali. – Aponto para meu lado direito e vejo o resto do enorme lugar ocupado por tantos carros. – James tem um apartamento nesse prédio, mas não o usa. A vaga de seu carro continua sendo usada por ele quando visita Adam. Não sei onde ela fica, mas seu carro é um SUV preto e enorme. – Sinto o desespero por algo ter acontecido com Grace tomando conta de mim. – Vá logo!

Ele parte e eu ando para o lado contrário. Procuro entre os carros e embaixo deles. Chego até mesmo a engatinhar por alguns segundos, sentindo o chão duro sob minhas mãos, rezando para não encontrar o corpo de James embaixo de algum veículo.
Não sei nada de carros e acho que não foi uma boa ideia descrever o carro de James apenas daquele jeito para Caleb. Acho vários parecidos com o dele. Todos aparentavam ser de pessoas ricas como Adam e James. Aquilo só me deixava mais nervoso.
Por um segundo acho que meu coração saíra pela boca, então preciso parar no meio de dois carros para respirar. Não escuto nada ali, apenas minha respiração. Quando retiro meu celular do bolso para ligar para Adam, escuto o barulho de algo metálico caindo no chão. O barulho veio da minha frente, mas bem distante.

- Caleb? – Pergunto.

Não recebo nenhuma resposta. Corro pelos carros, tentando achar o que poderia ter feito aquilo. Vejo mais um carro parecido com o de James à minha direita e faço o mesmo que fiz com todos os outros, chego perto do vidro para ver melhor o que há dentro, pois ele é muito escuro. Os outros não mostravam nada em seus interiores, mas esse sim. Esse tinha Grace mordendo seu patinho de borracha e balançando suas perninhas no assento para bebês do banco traseiro. Um sorriso aparece em seu rosto quando me vê na janela. Sinto meu coração pulsar de alívio e uma grande vontade de tirá-la de lá.

- Caleb! Encontrei Grace!

Grito enquanto tento abrir a porta, mas ela está trancada. Não importa quantas vezes eu puxe a maçaneta, a porta não abre. Produzo um som de raiva com minha garganta e até bato no vidro sem muita força. Não havia notado que Grace chorava.

- Está tudo bem. Papai está aqui! Vou te tirar daí.

Passo a mão por meu cabelo, ando para a parte de trás do carro e sinto meu pé bater em algo. Quando olho para baixo, vejo Caleb deitado de barriga para baixo no chão. Ao lado de suas pernas existe um pé de cabra. Prendo minha respiração. Então isso foi o que caiu no chão. Não consigo ver o rosto de Caleb, pois seu cabelo o cobre. Sinto minhas pernas perderem a força, mas tento ir em sua direção.
O que não adianta, pois, um braço surge do meu lado esquerdo. Uma mão para no meio de meu peito e me puxa para trás com força. Minhas costas atingem a frente do corpo de alguém e então outra mão surge do meu lado direito. Essa vai em direção ao meu pescoço e sinto imediatamente uma picada, como se uma abelha me atacasse por chegar perto demais de sua colmeia. Não consigo ver direito o que causa isso, mas meu corpo parece perder equilíbrio depois que a mão se afasta.
Agora sim minhas pernas estão sem força. A pessoa atrás de mim me segura com seu corpo e vejo que fecho meus olhos sem querer. Tudo aconteceu muito rápido. Tudo ficou escuro.

(...)

Escuto sons distantes. Buzinas. Choro de criança. Música antiga. O toque de um celular. Não vejo nada, apenas escuto isso de modo distante. Como se estivesse acontecendo uma festa no fim de minha rua e a música chegasse em um volume baixo, porém distinguível, até minha casa. Está tudo tão escuro e sinto como se flutuasse. Sinto uma queimação em meu pescoço e mais nada.

(...)

Adam está deitado em minha cama. É engraçado vê-lo ali. Ele é tão grande que seus pés ficam para fora. Meu cobertor oculta seu corpo da cintura para baixo. Posso ver seu peito exposto enquanto ele me olha com suas mãos atrás da cabeça. Um sorriso malicioso está em seu rosto e um “Venha aqui” sai de sua boca em um volume baixo.
Não uso nenhuma roupa. Caminho até ele e fico sobre sua cintura coberta. Suas mãos sentem minhas costas enquanto meus lábios tocam os seus. Recebo uma mordida fraca antes que sua língua invada minha boca e suas mãos desçam até minha bunda. Ele retira o cobertor de seu corpo e então me deito sobre ele, sentindo todo o calor de sempre sob mim. Nossos membros se tocam e seu beijo é tão intenso que não tenho como não me entregar ao que acontece, então é isso o que faço.

(...)

Escuto um jogo de futebol. Ainda está escuro. Sinto um incômodo grande em meus pulsos e tornozelos. Sinto minha barriga roncar e minha boca seca. Alguém precisa ascender as luzes desse lugar. Ou sou eu que preciso abrir os olhos?
Dou uma chance ao meu palpite e percebo que estava certo. Abro meus olhos devagar e vejo minhas pernas. Não visto nenhuma calça ou camiseta. Vejo apenas minha cueca. Estou sentado em uma cadeira e minhas mãos estão presas atrás de meu corpo com algo que me parece me cortar. Meus tornozelos sentem o mesmo.
Olho para frente e não enxergo quase nada. Estou sem meus óculos e tudo está embaçado. Tento forçar minha visão e vejo que uma televisão realmente exibe um jogo de futebol. Minha boca está muito seca e a sensação é horrível.
Escuto uma risada e olho novamente ao redor. Não consigo reconhecer nada desse lugar. Vejo alguém do meu lado esquerdo que caminha em minha em direção. Sinto tontura ao forçar minha visão, então olho para baixo e fecho meus olhos por um segundo, respirando fundo.
Sinto lábios tocando minha bochecha, depositando um beijo calmo ali. Então sinto uma mão em meu queixo que vira minha cabeça com gentileza para a esquerda. Meus óculos são colocados e então consigo ver um rosto com mais clareza em minha frente. Mesmo com uma visão melhor, sinto que meu corpo flutua e isso faz parecer que tudo gira.
James sorri para mim e passa a mão por meu rosto. Seu rosto chega perto do meu, fazendo com que nossos narizes se toquem, mas não me beija.

- Finalmente acordou, meu pequeno. Achei que ficaria sem você por mais algumas horas.

Olho ao redor. Agora aproveito para tentar reconhecer onde estou. Vejo um enorme sofá em minha frente e um tapete felpudo sob ele. Uma lareira, uma TV... Olho mais para o canto, onde entra muita luz, e vejo uma grande parede de vidro bem familiar. Eu já estive aqui com Adam em seu aniversário. Mas... eu estava agora mesmo com Adam em minha cama e agora estou no meio do nada com James...

- Não fique com essa cara de perdido. Você conhece esse lugar.

Volto a olhar para James e tento me levantar da cadeira. Não tenho força nenhuma em meu corpo, então não consigo me mover muito. Sinto a mão quente de James em meu joelho e então sinto ela se movendo para a parte interior de minha coxa.

- Está tudo bem, não se preocupe. Teremos muito tempo para nós dois. – Então ele caminha até minhas costas, desliza sua mão para dentro de minha cueca, segura meu membro e beija minha nuca. – Tempo que podemos usar para muitas coisas.


Notas Finais


E então??? Gostaram? Me contem tudo o que acharam, quero muito saber e amo quando comentam.
Então, meus amores, sei que demorei para postar e peço desculpas. Estou realmente muito ocupado ultimamente com a faculdade e sobra pouco tempo para escrever. Espero que vocês entendam.
Por outro lado, a história já está na reta final, então peço para que tenham paciência e não desistam dela, O final não vai demorar para chegar ♡
Se não gostaram de saber que o final está próximo, dou uma novidade para vocês: outra história está à caminho! Tenho coisas escritas e ideias que encontraram caminhos. Não sei quando a postarei, mas espero que gostem dela tanto quanto gostam dessa. O que mais preciso é de tempo para escrever, então fiquem no aguarde, pois assim que eu conseguir tempo, vocês conseguirão uma história nova.
É isso, meus amores. Quero agradecer aos que acompanham a história á pouco tempo e aos que estão desde o começo (ano passado!!!). Prometo que a história fica bastante tensa nos próximos capítulos.
Até o próximo capítulo!!! Comentem! Quero saber o que acharam e etc, please.
XOXO


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