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História Fire N Gold - O Resto de Minha Vida


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Finalmente o último capítulo!!! Agradeço desde já a todos que acompanharam e gostaram da história. Tenho coisas para contar nas notas finais, então não se esqueçam de ler e também comentar, ficarei muito feliz.
Aproveitem e me perdoem por erros que passaram despercebidos ♡

Capítulo 35 - O Resto de Minha Vida


A sala de minha casa ficou cheia no natal. Depois de ir ao cemitério há uma semana e alguns dias, as coisas começaram a se acalmar. Entendi que preciso agradecer por estar vivo e com pessoas que amo. Adam ficou feliz ao ver que um sorriso finalmente apareceu em meu rosto e me dava abraços sempre que podia. Mesmo não trabalhando mais na livraria, ia com ele para o trabalho e andava pelo lugar recomendando livros e ajudando-o com coisas bobas, como atender seu telefone e anotando recados.
As pessoas me olhavam aonde quer que eu fosse, mas eu não me importava com elas. Algumas realmente me diziam que estavam felizes por me ver vivo e que o que aconteceu com Caleb foi horrível, eu não as conhecia na maioria das vezes e não sabia se falavam a verdade, mas agradecia.
Meus amigos pareciam se esforçar muito para me fazer feliz. Dinah puxava assunto sobre qualquer coisa, apenas para não me ver quieto em algum canto. Steve me colocava em sua moto e me levava a cantos da cidade que eu não conhecia. Certo dia fomos ao campo de futebol para assistir Joe e seus amigos jogarem. Mesmo que o ensino médio tenha acabado, ele e seus amigos não largaram o hábito de jogar. Sentado na arquibancada e tremendo de frio enquanto Dinah e Steve me esquentavam com um abraço, pude sorrir e sentir mais alívio do que nunca.
Minha mãe e Charlote, mãe de Caleb, viraram amigas em tão pouco tempo. Grace não saía mais de minha casa porque minha mãe havia resolvido tomar conta da pequena e Charlote não via a neta há muito tempo, então viviam a dividindo enquanto cozinhavam e falavam sobre lugares do mundo que já haviam conhecido. Charlote é maravilhosa, ela contou como ficou chocada ao saber do que James foi capaz, já que nunca havia demostrado isso durante todo o tempo em que o conhecia.
Janine começou tomou conta da empresa de seu falecido pai. Ela ainda estava chocada com o que aconteceu e se ocupou muito com trabalho para não ter que conversar sobre isso. Adam me disse que ela costumava gostar de James antigamente, mas parece que isso nunca mudou.
Ganhei muito presentes de Natal e agradeci por todos. Adam me deu livros, roupas e uma viagem para duas pessoas que eu deveria fazer com minha mãe antes que ela fosse embora da cidade para trabalhar.
Parte de mim esperava que Caleb aparecesse em minha porta com um presente e essa expectativa não saía de mim. Tinha que fechar meus olhos e respirar fundo, imaginando o lugar maravilhoso onde ele estaria e que nos encontraríamos um dia. Ontem comecei a pintar um quadro enquanto escutava o CD com suas músicas favoritas que me deu de presente meses atrás. Me lembrei de quando nos abraçamos em nossa viagem para a praia, de quando ele me disse coisas difíceis de se ouvir e eu só queria que ele me abraçasse. Comecei pela areia e não pude continuar, pois minha mãe queria ir ao cinema.
Depois que todos comeram e resolveram conversar na sala, fui até os fundos de minha casa. A luz da cozinha atrás de mim iluminava a grama curta e meus olhos admiravam a lua brilhante. Ouço os cachorros da vizinhança latindo e risadas de minha sala. Quando ouço passos atrás de mim, me viro rapidamente. Coisas que acontecem de repente ainda me assustam. Ao ver que Adam caminha em minha direção deixo um sorriso aparecer. O seu é ainda mais bonito.

- Não está com frio?

Não espera minha resposta para colocar seus braços ao meu redor. Seu perfume é tão bom que me perco por alguns segundos e não escuto o que ele fala, então peço para que repita.

- Não acha que sentirá minha falta quando estiver na faculdade?

Seu tom de voz é normal, mas sei que isso o incomoda desde o minuto em que contei que finalmente havia conseguido uma vaga em uma grande faculdade de artes. Não sabemos se ele virá comigo ou se deve continuar aqui e cuidar de sua livraria. Se nos mudássemos, claro que moraríamos juntos e Grace teria que vir também. Adam gosta dessa cidade e acha que seria bom para Grace crescer por aqui.

- Mas é claro que sentirei sua falta. Estarei longe, mas isso não quer dizer que não conversaremos. E além do mais, você ainda não decidiu se virá ou não comigo.

- Sim, mas...

Fico na ponta dos pés e lhe beijo enquanto seguro seu rosto com minhas mãos, sentindo sua barba. Suas mãos apertam minha cintura e puxa meu corpo para mais perto do seu. Quando nossos lábios se separam, ele parece querer continuar com o beijo, mas acaba deixando sua testa encostada na minha.

- Caleb... case comigo.

(...)

5 Anos Depois

Estou entre Grace e Dinah no avião e esperamos as pessoas com pressa saírem antes de nos levantarmos de nossos lugares. Acabamos de voltar de Nova York, onde nossos trabalhos foram exibidos em uma famosa galeria. Passamos duas semanas conhecendo outros artistas e visitando lugares que sempre tivemos vontade de conhecer. Adam ficou apenas uma semana conosco, pois precisava trabalhar, então não aproveitou as horas que Grace e eu passamos comprando roupas pela cidade. Pelo menos pôde ficar para o aniversário da pequena, que fez 6 anos. A cor rosa predominou no quarto de hotel em que ficamos e comemos cupcakes até cansarmos. No fim daquela noite, saímos pela cidade extremamente fria e Grace recebeu um grande balão em forma de coração.
Agora, no avião, ela não para de falar sobre estar ansiosa pela próxima vez em que visitaríamos a cidade.

- Isso depende do seu pai. – Digo e coloco uma mecha de seu enorme cabelo preto atrás de sua orelha. Seus olhos verdes, idênticos aos de seu pai, brilham ao me observar. – Agora que nos mudamos para nossa antiga cidade, ele voltará para sua livraria e com certeza aproveitará isso antes de pensar em viajar. Mas acho que poderíamos fazer isso, apenas eu e você. O que acha?

- E a tia Dinah! – Ela se anima em seu assento e sorri ainda mais.

Olho para Dinah e vejo que ela digita impaciente em seu celular. O retiro de sua mão e entrego para Grace que o segura enquanto ri. Dinah mostra a língua para minha filha e então me olha com uma careta.

- Não sei se a tia Dinah poderá viajar conosco, Grace. Provavelmente ela ficará lendo notícias sobre Joe no celular e brigando com ele para saber se os boatos são verdadeiros.

- Isso não é engraçado. – Grace entrego o celular e Dinah o guarda em sua bolsa. – Ele foi à festa de outro jogador ontem, quando me disse que estaria treinando.

- Ele está do outro lado do mundo! Deixe ele aproveitar. Vocês estão casados há um ano, sabe que ele te muito e nunca faria algo errado para acabar com a relação.

Ele me observa enquanto morde o lábio inferior. Pensativa, ela concorda com a cabeça e então se levanta.

- Tem razão. Se ele pode sair, eu também sairei. Eu e você iremos a algum bar hoje.

- O que? Não! – Também me levanto e seguro a mão de Grace. Começamos a andar pelo corredor do avião, em direção à saída. – Ficarei com Adam e Grace em casa. Acho que algumas pessoas passarão por lá e...

- Mas você nem mesmo é casado.

Ela nem mesmo olha para trás ao dizer isso. Vive jogando esse fato contra mim. Depois de tantos anos eu não me casei com Adam. Ele me pediu em casamento várias vezes durante os últimos anos e recusei todas do jeito mais gentil que conseguia. Depois de um tempo, ele começou a me pedir mesmo sabendo a resposta que ganharia, apenas porque achava engraçado me ver enrolado com isso.

- Por que não se casaram, papai? – Grace pergunta enquanto anda e veste um casaco sobre seu vestido florido.

- Porque... Ande logo. Seu pai está nos esperando em casa.

- Ele ama fugir do assunto, Grace. Venha comigo, vamos tentar ligar para o tio Joe, ele tem muito o que me explicar.

(...)

Estar em minha nova casa e com o homem que amo é maravilhoso. Seus braços que envolveram assim que desci do taxi. Passar uma semana sem ele é difícil. Não ganhar um abraço seu e sentir o cheiro de seu perfume faz falta.
Grace, como sempre, ganhou um presente de seu pai. Outra boneca que fez com que ela saltitasse pela sala antes de correr para seu quarto para brincar com todas as outras.

- Não é você quem a ajuda a guardar todas as bonecas espalhadas pelo quarto. – Resmungo e lhe dou um tapa fraco no ombro.

Ele me puxa para o sofá e fico sentado sobre ele, observando os detalhes de seu rosto enquanto minhas mãos estão em sua nuca.

- Não fique bravo, também lhe comprei um presente.

- E onde está?

- Guardado. Lhe darei quando for o momento certo.

Momento certo... Era isso o que eu estava esperando. Estou há tantos anos com Adam e não nos casamos. Nunca achei que estava preparado. Com todos os seus pedidos, eu pensava em minha carreira, em minha idade e em minha certeza.
Durante a faculdade, me mudei de cidade e ele deixou sua vida na cidade para vir atrás de mim com Grace. Moramos em um apartamento perto e aprendemos a lidar com coisas que ainda não sabíamos um sobre o outro. Grace foi crescendo, eu aprimorei meu talento na faculdade e Adam cuidava de sua livraria do jeito que conseguia. De vez em quando viajava para cuidar melhor das coisas, mas Peter, o Slender, sempre conseguiu se virar.
Oportunidades surgiram para mim e nunca as recusei. Conheci artistas incríveis e fiz amigos, mas sempre senti saudades de minha antiga cidade. Quando acabei a faculdade, ficamos alguns meses na cidade para que Adam arrumasse uma nova casa para quando voltássemos. Ele havia desistido de seu antigo apartamento. Não queria voltar para o lugar em que Hana morreu e concordou que uma grande casa seria o melhor.
E realmente é melhor. A casa fica em um bairro ótimo da cidade, temos um lindo jardim e a decoração é fantástica.
Fiquei apenas alguns dias aqui antes de viajar para Nova York. Minha exposição, chamada “Sempre”, teve seu próprio canto na galeria e a felicidade por isso não cabia em meu peito. Muita inspiração partia de minha dor e da saudade que sentia de Caleb. Canalizava tudo isso para meu trabalho e amava os resultados. O quadro que comecei há cinco anos, poucos dias depois de sua morte, fazia parte da coleção. Nós dois abraçados na praia.
Claro que fiquei conhecido pelo o que aconteceu comigo. Um de meus professores me ajudou a transformar tudo o que eu sentia em arte. Alguns quadros representavam aquele dia, outros representavam coisas positivas de minha vida e outros representavam meu amor por Adam. Nunca deixei de trabalhar com sentimentos e isso me levou a um ótimo lugar.
Claro que Adam sentiu um pouco de ciúmes ao ver que quadros sobre Caleb existiam, mas nunca reclamava sobre, pois sempre entendeu que isso faria parte de minha vida. Agora devo continuar com isso tudo, com meu sonho. Aproveitarei minha casa com minha família e amar Adam ainda mais.

(...)

Estou sobre Adam em nossa cama e movo minha cintura enquanto o tenho dentro de mim. Suas mãos a acompanham enquanto ele geme e pede para que eu continue. Não fazíamos isso há uma semana e vejo como ele aproveita.
Adam não gosta muito quando tomo controle da situação. Em todos esses anos foi quem comandava cada movimento que fazíamos em nossa cama ou outro lugar. Como sei que ele é capaz de fazer isso do melhor jeito possível, o deixo livre para aproveitar meu corpo.
Logo minha cabeça está sobre o travesseiro e ele me observa de cima, respirando rápido e movendo seu corpo. Minhas mãos param em sua bunda e acompanham o movimento. Uma de suas mãos fazem com que eu chegue em meu ápice e ele impede que um gemido saia quando me beija. Quando se afasta, sei que está quase em seu máximo, pois sua respiração é rápida e seus movimentos também. Um gemido alto dado por sua voz grossa soa pelo quarto antes de seu corpo quente descansar sobre mim.

- Podemos fazer isso de novo? – Pergunta ofegante.

- Você nem mesmo descansou. – Passo a mão por seu cabelo e beijo sua bochecha.

Ele ri e sai de cima de mim. Fica ao meu lado e me olha sorridente.

- Estou tão feliz por nossa nova casa. Por estarmos de volta à nossa cidade e por finalmente começarmos nossa família como queremos. Ficaria perfeito se fizesse aquilo que tanto quero...

Olho para o teto e finjo que não escuto o que diz. Ele ri e com uma mão vira meu rosto em sua direção.

- Caleb... case-se comigo.

E então, com todo meu coração e certeza, me permito responder o que ele deseja ouvir. Me permito fazer não somente a mim feliz, como também o homem que amo.

- Sim.

O sorriso continua em seu rosto. Ele dá uma risada boba e passa a mão por minha bochecha. Então fica sério e se senta na cama. Me olhando de cima ele procura palavras para dizer. Respira fundo e segura minha mão.

- Você disse sim? Você realmente aceita casar comigo?

- Sim, Adam. Eu aceito me casar com você.

(...)

Estou na cozinha da casa de tio Jack e mostro para minha mãe, pela milésima vez, a aliança que Adam me deu na noite anterior. Dourada e com um pequeno ponto brilhante, a aliança contém seu nome no interior e faz meu coração bater mais rápido quando lembro de quando disse o tão esperado “sim”. Ela havia ficado tão feliz com a notícia e recebi um abraço muito apertado.

- Finalmente! Depois de todos esses anos. Não vejo a hora.

- Adam não quer esperar muito, então acho que em dois meses nos casamos. E você ainda estará aqui, será perfeito.

- Vovó, quero mais sorvete. – Grace chega na cozinha com a boca suja de chocolate.

- Mas é claro, querida.

- Não. – Digo limpando sua boca com um guardanapo. – Nós jantaremos mais tarde e seu pai ficará bravo se souber que está cheia de sorvete.

Ela faz bico e volta para a sala, onde assistia algum desenho.

- Não pode mimar Grace desse jeito. Quero evitar o máximo de trabalho que ela pode me dar quando estiver maior.

- Você tem apenas 23 anos e se preocupa com o trabalho que sua filha vai te dar? – Ela ri e me serve café em uma xícara.

- Bom, Adam tem 38 e me pediu em casamento, então idades na revelam muito sobre as pessoas.

- O que estão falando sobre minha idade?

Adam chega na cozinha com sacolas de mercado em sua mão. Jack está ao seu lado e logo corre em minha direção, me abraçando.

- Meus parabéns! Adam me contou a novidade! Finalmente!

- Vocês precisam parar de falar “finalmente”. – Reviro os olhos.

- Bom... você me enrolou por cinco anos, então...

Dou um fraco tapa no braço de Adam e um beijo rápido depois de todos darem risada.

- Podemos ir? – Ele pergunta me olhando. – Minha mãe e meu irmão não demorarão para chegar.

(...)

Minha casa estava cheia. Minha mãe e Charlote cozinhavam algo na cozinha que cheirava muito bem. Grace corria pela sala com suas primas, filhas de seu tio Ethan. Vi o irmão de Adam poucas vezes, mas sempre que isso acontece me encanto com a pessoa maravilhosa que ele é.
Diferente de Adam e sua mãe, Ethan tem cabelo loiro como o de Janine, e olhos azuis cor de céu que pegou de seu pai. Com 44 anos, ele é casado com uma linda mulher negra que conheceu na Espanha. Suas filhas gêmeas, de sete anos, puxaram a mãe e misturam espanhol em suas frases. Grace fica confusa de vez em quando, mas elas conseguem se resolver.
Dinah briga com Joe pelo telefone no canto da sala e dou risada. Ele havia mandando muitas flores para minha casa, já que ela ficará aqui por algumas semanas, mas isso não pareceu acalmá-la. Ela está com saudade, esse é o problema, então não é algo que Joe possa resolver agora.
Jack e Isobel, agora casados, estão colados ao piano. Ela canta baixinho enquanto ele ainda tenta tocar o instrumento. Eu havia obrigado Adam a comprar um piano, pois sabia que precisaria escuta-lo cantar algo para mim de vez em quando.
Ethan e Serena, sua esposa, observavam as fotos sobre a lareira após conversarem com Adam, então aproveitei que ele estava sozinho para conversar sobre algo que me incomodava. O puxo para o canto da sala e ele me olha curioso enquanto segura sua taça de vinho.

- Janine ligou pela manhã.

Sua cara de surpresa não é escondida. Coloca sua taça ao lado da janela e segura meu rosto com sua mão.

- O que ela disse? Falou onde estava? Falou se está bem?

- Disse que está se mudando novamente, mas não para onde. – O desapontamento em seu rosto era visível. Deixo uma mão em sua bochecha. – Mas disse que está tudo bem. Ela parece feliz, Adam. Talvez um dia ela apareça novamente.

Seus olhos se prendem aos meus por alguns segundos e então um pequeno sorriso aparece em seu rosto e ele me dá um beijo rápido.

- Sim, talvez. Pelo menos ela está bem.

Ele pega novamente sua taça e se afasta de mim, andando em direção às garotas que gritam alto enquanto correm.

Olho pela janela ao meu lado e observo o jardim do vizinho completamente decorado com enfeites natalinos. Minha casa ainda está sem eles, não tivemos tempo para espalhá-los por aqui. Minha mãe já havia reclamado e disse que queria nos ajudar quando fizéssemos isso.
Conversar sobre Janine com Adam é algo complicado. Semanas depois do incidente com James, anos atrás, Janine descobriu que estava grávida. Enquanto James me perseguia e quase se casava com Mary, que infelizmente faleceu devido aos seus ferimentos, ele também dormiu com Janine, o que resultou em um bebê.
Ela havia tomado conta da empresa de seu pai quando tudo já havia se resolvido, mas desistiu de tudo ao saber que estava grávida de James. Isso abalou a todos. Ninguém esperava que James deixaria para trás um filho com Janine. A decisão de ir embora foi tomada por ela em pouco tempo e poucas vezes ao ano ela ligava para Adam ou sua mãe, dizendo estar bem, assim como seu filho, e segura. Nunca sabemos onde Janine está, só sabemos que uma parte de James foi deixada para trás.
Algo passa por minha cabeça e respiro profundamente. Não me lembrava que amanhã seria o aniversário da morte de Caleb. Estive tão ocupado com meus compromissos que isso nem mesmo passou por minha cabeça. Acho que devo visitar seu túmulo. Fiz isso uma única vez e me lembro de senti-lo ali comigo. Talvez seja bom sentir isso novamente.

- Grace! Não bata em suas primas com as bonecas. – Grito e corro pela sala tentando não rir da situação.

(...)

Uma grande alegria invadiu meu carro enquanto dirigia até o cemitério. No rádio tocava a nova música da banda de Steve. Há anos eles fazem sucesso e eu estava ansioso por um novo álbum. Sinto saudades de Steve, não o vejo há alguns meses, mas conversamos pelo telefone recentemente, quando precisei conferir se ele realmente havia enviado uma guitarra para Grace. “Ela precisa aprender o que é música boa enquanto é pequena” foi o que disse enquanto me fazia rir.
Por coincidência, Grace está usando sua pequena camiseta da banda por baixo de sua jaqueta rosa enquanto acompanha o ritmo da música no banco do passageiro.
Já havia comprado rosas brancas como da última vez e elas descansavam no banco de trás. Na floricultura, não encontrei ninguém menos do que Nate, meu ex melhor amigo. Ele não foi o funcionário que me atendeu, mas notei seus olhares enquanto andava pelo lugar. Não faço ideia de como anda sua vida, mas depois de tantos anos, não dou a mínima.
Quando descemos do carro, Grace segura minha mão e entramos no cemitério. Tenho dificuldade para lembrar o lugar onde o túmulo de Caleb fica, mas consigo fazer isso minutos depois.
Flores novas existiam ali. Talvez mais pessoas tenham lembrado da data e resolveram visita-lo. Deixo as minhas por ali e então vejo seu nome escrito sobre a lápide.

- O nome é o mesmo que o seu, papai. – Grace diz e me olha fazendo uma careta.

- Sim, querida. Se lembra de um amigo que falo de vez em quando? Aquele que está em vários quadros meus?

- Sei! Meu pai não gosta muito deles.

- Isso mesmo. – Dou risada ao lembrar do ciúme bobo de Adam que não vai embora. – Eu já lhe disse que esse amigo morreu. Foi algo bem complicado, mas ainda não está velha o bastante para ouvir essa história.

- Papai me disse que esse amigo te amava. Você também o amava?

E lá está o mesmo vento gelado que senti da última vez em que estive aqui. Não sinto o cheiro do perfume de Caleb como da última vez, mas de algum modo sinto que ele está comigo. Deixo um sorriso aparecer em meu rosto e passo a mão pelo cabelo de Grace.

- Sim querida, eu o amava muito.

(...)

2 Meses Depois

Não foi possível ter o casamento pequeno que imaginávamos. Acabamos com tantos convidados que se estivessem em um lugar pequenos, acabariam pisando em seus próprios pés. Por isso precisamos de um grande salão em um dos hotéis da cidade.
Agora que estava no centro do lugar e dançava lentamente com Adam, via como havia perdido tempo em adiar aquele momento maravilhoso. Adam usava um terno preto como o meu, mas claro que eu não conseguia ser tão bonito quanto ele. Seus olhos verdes brilhavam e seu sorriso me hipnotizava.

- O que foi? – Pergunta e aperta minha cintura, me fazendo rir. – Não está gostando de ter dito “Sim”?

- Está perfeito, não diga isso!

Ele me beija. Um beijo calmo e lento que combina perfeitamente com a situação. Todo o nervosismo que senti antes da cerimônia não existe mais. Sou apenas alegria e satisfação.
Somos interrompidos para que tirássemos fotos com os convidados. Muitos amigos de Adam vieram e encheram o lugar, mas os meus poucos também fizeram parte disso. Dinah trouxe Joe e vários outros jogadores famosos que foram até mesmo abordados por fãs no salão. Steve foi o único de sua banda que pôde vir, o que para mim já era o bastante, ele estava tão feliz por mim. Amigos que fiz na faculdade e artistas que conheci não deixaram a comemoração de lado e me fizeram feliz ao vir.
Claro que mais pessoas da família de Adam apareceram. A genética da família é algo incrível. Muitas pessoas bonitas tinham o sobrenome Carter e deixavam todos impressionados com sua beleza.
Quando nossa música tocou, deixamos tudo de lado para podermos dança-la colados no centro do salão. Adam disse que Can’t Help Falling In Love não poderia faltar em nosso casamento, então fez questão que Isobel a cantasse. Relaxo minha cabeça em seu peito e deixo que nossos pés se movam enquanto dançamos lentamente. Podia sentir o gosto doce do resto da minha vida que se aproximava.

(...)

Meus pés doem quando desço do carro em frente à nossa casa. Grace havia dormido no caminho até nossa casa e Adam a segura no colo enquanto pego a chave em meu bolso para abrir a porta. É bom sentir o calor acolhedor e me livrar do frio existente do lado de fora.

- Vou levá-la para seu quarto e já lhe encontro no nosso. – Adam diz enquanto tranco a porta.

Ainda sinto que flutuo no meio dos convidados e escuto suas palmas quando Adam disse repetidas vezes que me amava enquanto segurava o microfone. Vou sorrindo até meu quarto. Retiro minha roupa com preguiça e fico apenas com minha camisa desabotoada.
Muitos minutos se passam até que Adam entre no quarto. A porta é trancada e sua roupa começa a ser tirada enquanto ele me olha. Logo está sobre a cama e me tem sobre ele. Acaricio seu rosto com minha mão e passo meu polegar por seu lábio inferior. Recebo uma mordida fraca e então damos risada.

- Estamos casados... – Sussurra.

- E parece que foi ontem que você quase me atropelou quando eu estava a caminho do primeiro dia na livraria.

- Teria sido péssimo.

- Você acha?

Sua risada se espalha pelo quarto e me inclino para beijá-lo. Suas mãos descem por minhas costas e as minhas se perdem em seu cabelo. Como sempre, seu controle faz com que fique sobre mim. O abajur sobre o criado mudo ilumina seu rosto sobre o meu e ele parece encantado.

- Não sei o que seria de mim sem você. Não consigo nem mesmo imaginar.

- Não precisa imaginar. Você nunca ficará sem mim. – Mostro minha aliança e sorrio. – Para sempre, se lembra?

E no total silêncio do quarto, sinto que nosso coração bate como um. Sinto todo o resto de minha vida ser iluminado por uma luz que Adam emana. Sinto a segurança que ele sempre me passa e o calor de seu corpo que sempre me aquece.

- Eu te amo, Caleb.

- Eu te amo, Sr. Carter.


Notas Finais


E então? Gostaram? Dei meu final feliz a essa história que ocupou muito de meu tempo e fiquei satisfeito, espero que vocês também estejam.
Mais uma vez quero agradecer a vocês por lerem meu trabalho. A vocês que acompanham desde o começo, que chegaram no meio ou até mesmo agora no final. Obrigado pelos favoritos e pelos comentários tão positivos.
Sobre novas histórias: Duas já estão sendo feitas! Pretendo que uma dure como essa e quero adiantar algumas coisas antes de publica-la (não sei quando isso acontecerá). A outra será mais curta e talvez vá para o lado do terror/mistério, não sei muito bem. Ela é baseada em uma música que amo demais, mas também não sei quando será publicada. Falo sobre elas pois quero que acompanhem como acompanharam essa ♡ Por agora preciso de um tempo para focar em meus estudos e coisas pessoais, mas não abandonarei o que tanto gosto de fazer.
Ah, e quem sabe essa história possa ter uma continuação algum dia? TALVEZ isso possa acontecer.
É isso, meus amores! ♡ Muito obrigado dnv e tudo de bom para vocês!!! Espero que encontrem o Adam da vida de vocês ♡
XOXO


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