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História Fire N Gold - Prazer em Conhece-lo


Escrita por: CovenCult

Notas do Autor


Hey! Trouxe mais um capítulo para vocês e espero que gostem :D Já aviso que algumas coisas bem "!!!" acontecerão, então se preparem.
Me desculpem por erros que passaram despercebidos e espero mais uma vez que gostem.
Enjoy It!

Capítulo 8 - Prazer em Conhece-lo


A manhã de segunda-feira é chuvosa. Acordei minutos antes do despertador – o que geralmente me irrita, mas não hoje. –  e fico olhando os pingos de chuva atingirem a janela do meu quarto. É uma chuva forte e não faço ideia de como vou para a escola. Tio Jack não tem mais carro, o perdeu em um acidente na estrada. Tio Jack saiu ileso e sem nenhum arranhão, mas o carro não teve a mesma sorte. Para ajudar, eu não tinha bicicleta – obrigado, Nate. – e precisaria pensar em algo logo. Mas não consigo levantar da cama ou pensar em algo. Ainda estou lembrando da manhã do dia anterior, quando estava na casa de Adam com sua filha e o vi de um jeito que nunca imaginei ver. Quando cheguei em casa, nem mesmo me lembrei de Caleb, não lembrei o que ele havia feito até sentar no sofá de minha casa e pensar que meu coração também batia rápido por Adam. O resto do dia anterior eu passei com tio Jack e Kali no sofá de casa, assistindo à programas ruins, mas que nos faziam dar risadas. Quando fui para o meu quarto de noite, peguei uma folha de caderno e fiz algo muito idiota, mas que me pareceu necessário no momento. Comecei a comparar Adam e Caleb.
Eu não sei se gosto de Adam, não sei mesmo. Ele apenas deixou meu coração acelerado como Caleb, e se o motivo for o mesmo... estou totalmente perdido.
Coloquei na lista que Adam era gay, Caleb não. Coloquei que Caleb tinha a minha idade, Adam não. Caleb havia me beijado, Adam... tocou em minha mão, mas isso não é um beijo, não é mesmo. Adam tinha uma filha, Caleb tinha... ele mesmo, afinal de contas, percebei o quanto ele foi infantil quando saiu correndo do bar. O que custava conversar comigo depois de me deixar totalmente sem folego e quase sem camiseta em um canto do bar? Pois é, nada.
Continuei com a lista: Adam era meu chefe, Caleb era o garoto da escola que eu gostava. Adam era bonito, Caleb era bonito. Adam acelerava meu coração, mas Caleb também acelerava meu coração... Desisti quando cheguei nessa parte porque meu coração estava acelerado. Fui dormir muito tarde e agora estou deitado em minha cama, observando os pingos de chuva.
Nate havia dito que não sentiu minha falta no bar, ficou muito bêbado para perceber isso. Eu me preocupei em como ele voltou para a casa, mas ele disse os três irmãos da banda de Steve lhe deram carona para a casa. Eu lhe contei o que houve com Caleb e ele ficou tão perdido quanto eu, mas disse que isso seria resolvido com uma ótima conversa. Concordei com isso e esperava encontrar Caleb na escola. Eu precisava de uma explicação.
Não falei sobre minha noite na casa de Adam. Nate é meu amigo, mas acho que ele não acharia muito legal saber que passei a noite na casa de meu chefe.
Olho para o teto e respiro fundo. Me sento na cama e pego meus óculos no criado mudo. Não encontro meus chinelos no chão, devo ter esquecido na sala. Escovo meus dentes e arrumo meu cabelo no espelho. Depois de colocar minha calça preta que Adam lavou em sua casa no dia anterior, coloco minha blusa de moletom e levanto suas mangas até meu cotovelo. Quando desço, encontro Kali dormindo no sofá.
Enquanto procuro alguma barra de cereal no armário da cozinha, imagens de olhos verdes e um lindo sorriso aparecem em minha cabeça. Adam... Fecho os olhos e respiro fundo. Quando livro minha cabeça disso, um longo cabelo e a lembrança de um beijo ficam no lugar. Caleb... Conto até dez e me encosto na pia. Esses dois precisam para de me deixar assim, minha cabeça não é o parque de diversões deles. Mas não sei de devo culpa-los, sei que quando nego algo para mim mesmo, isso fica em minha cabeça e não consigo parar de remoer o assunto.

- Você está bem?

Tio Jack aparece na cozinha com seu jaleco. Ele coloca uma mão sobre meu ombro, sabia que havia algo errado. Ele não parou de me perguntar no dia anterior o porquê de minha “cara de quem teve sua série favorita cancelada”. Eu não poderia contar à Jack sobre isso. Talvez sobre Caleb, mas não sobre Adam. Primeiro porque eu não sei se... gosto de Adam, e segundo, por sua idade. Adam tem 32 anos, o que Jack acharia disso?
Sorrio como no dia anterior e apenas digo que não dormi direito essa noite.

- Não se preocupe, lhe trago um bom remédio para isso quando voltar para a casa. Agora vamos tomar café.

A chuva havia ficado mais forte e eu não havia pensando em um único jeito de como ir para a escola. Tio Jack iria com uma amiga uma hora depois, mas eu precisava ir em poucos minutos. Como uma maçã, tomo um copo de suco, como uma barrinha de cereal, um Donut, um pedaço de bolo e mais algumas coisas. Como muito quando estou nervoso, algo que preciso evitar. Faltando um minuto para que o horário que costumo sair de casa chegue, olho pela janela da sala que dá para o jardim e obviamente a rua, e vejo um carro estacionando em frente à calçada.
Não, eu realmente não esperava por isso. Quando acho que não consigo ficar mais nervoso, Caleb aparece em minha casa. Por que? Eu não faço a mínima ideia.
Sinto meu celular vibrar em minha mão. Uma mensagem de Caleb.

- Carona para a escola?

É, ele veio atrás de mim. Não posso negar esse favor, preciso ir até a escola. Terei que conversar com Caleb sem ao menos me preparar. Envio um simples “Sim” como resposta.
Aviso para tio Jack que minha carona havia chegado, mesmo não fazendo ideia de que ele fosse aparecer. Faço carinho na cabeça de Kali e pego minha mochila. Abro a porta de casa e recebo o vendo forte que acompanha a chuva. Atravesso meu jardim correndo e abro a porta do carro de Caleb. Quando entro, olho apenas para a frente e coloco minha mochila entre minas pernas. Olho para o lado e ele me encara. Tem sua cabeça encostada no banco e um pouco inclinada para o lado. Sua barba está por fazer, e seu cabelo está preso em um coque.

- Obrigado por passar aqui.

- Imaginei que estaria sem opções. Sei que seu tio não tem carro.

Ele continua me olhando. Respira de devagar e noto isso em seu peito que se move lentamente sob o moletom preto que usava. A chuva cai no vidro do carro, fazendo um barulho que acho agradável.

- Não foi só por isso que passei aqui.

- Imagino mesmo que não.

Eu não me faria de bobo só porque ele veio me buscar. Quero saber o motivo de ter fugido de mim no bar, não ligo se isso foi um jeito de esconder o ocorrido.
O carro começa a se mover e os limpadores de para brisa também. Caleb liga o rádio e uma das músicas presentes no CD que ele me deu começam a tocar.

- Só tenho essa, então ela vai repetir até chegarmos na escola – ele diz.

Coloco a mão em minha mochila e retiro o CD que ele me deu. O coloco e outra música começa a tocar, mas bem parecida com a anterior.

- Você carrega ele por aí? – Ele tem um pequeno, bem pequeno, sorriso em sua boca. Mas então fica sério e me olha. – Ou pretende devolver?

- Não, eu apenas o guardei em minha mochila para falar minhas favoritas. – Os nomes das músicas ficavam anotados em um pedaço quadrado de papel que ele colocou na capa do CD. – Risquei as que mais gostei no papel, só isso...

Ele concorda com a cabeça e olha para a frente novamente.

- Me desculpe, por favor – ele diz.

Ok, havia começado a falar sobre aquilo. Preciso me preparar para não acabar chorando como em frente ao bar.

- Pelo o que? – Quero que ele diga o motivo.

- Você sabe o porquê – Ele fala baixo.

- Por me abandonar depois de dizer que gostava de você ou por me beijar? Afinal de contas, você estava bêbado e...

- Eu não estava bêbado... – Sua voz continua baixa e ele aperta o volante com força.

- Não estava? Ok – digo ironicamente. – É melhor deixar bem claro o porquê de seu pedido de desculpa então.

A música do CD continua a tocar em um volume baixo e ele respira devagar. Continuo o encarando e observando seu cabelo e sua barba por fazer. Ele sabe que eu o observo, sei que ele odeia que o encarem, então faço de propósito.

- Me desculpe por sair correndo do bar depois que me disse aquilo, eu sinto muito.

Ele não tira os olhos da rua em sua frente. Pego cada palavra que saiu de sua boca e tento encaixá-las com a noite do bar.

- Quando te beijei, não foi porque estava bêbado – Ele faz uma careta quando percebe que assumiu que estava bêbado. – Eu fiz aquilo porque quis. Queria aquilo há muito tempo, muito tempo mesmo.

- Mas você queria o beijo, e não queria saber que eu gostava de você.

- Sim, eu não contava com isso naquela noite. Eu só queria te beijar, queria acabar com essa vontade que tenho... tinha...

Adam estava certo sobre essa reação de Caleb. Ele só queria me beijar, e realmente não era só porque estava bêbado. Mas essa vontade de beijar deve ter partido de algum lugar, algum sentimento.

- Você não gostou de saber que gosto de você? – Pergunto não olhando mais para ele e sim para as gotas de chuva atingindo o vidro. Quero que ele me olhe, mas ele dirige em alta velocidade, então apenas espero uma resposta.

- Não foi por isso que fui embora, Caleb.

- E não foi isso que perguntei – Fico bravo pelo jeito como ele se esquiva. Porque não pode simplesmente me falar as coisas?

- Mas o que quer saber eu não posso lhe contar agora! – Ele reclama também irritado ainda sem olhar para mim.

- Por que não pode contar?

- Por que eu não tenho certeza de algo...

Quando percebo, estamos no estacionamento da escola. Caleb dirigia muito rápido, algo que me preocupava quando ele andava em seu carro. Era a segunda vez que ele me dava carona, mas sempre o via saindo da escola e sentia meu coração se apertar de medo que algo acontecesse com ele. Viro meu rosto em sua direção e agora ele me encara. Nossos olhos estão fixos uns nos outros, mas quando abro minha boca lentamente para tentar dizer algo, ele olha para meus lábios, como se...
Caleb se inclina lentamente em minha direção. Ele quer aquilo novamente. Sinto sua respiração próxima ao meu rosto, o que me faz lembrar da noite no bar. Sinto um pouco de raiva dentro de mim e o afasto devagar com mina mão em seu peito.

- Não Caleb, não até você se resolver.

Abro a porta do carro e saio. Não ligo para os pingos de chuva e bato a porta atrás de mim. Posso escutar ele me chamando antes que a porta se fechasse. Começo a andar pelo estacionamento e logo estou na entrada da escola. Me molhei um pouco, mas nada que de mais. Ando direto para minha sala, teria prova de matemática e preciso me lembrar um pouco do que estudei na sexta feira, já que passei o domingo sem fazer isso. Chego na sala e não vou para o lugar de sempre, não quero me sentar atrás de Caleb. Ele tentou me beijar! Tentou me beijar como se isso fosse resolver alguma coisa enquanto conversávamos sobre algo sério!
Vou até o outro lado da sala, e não ao lado da janela como sempre. Fico na fileira colada à parede e me sento atrás de Dinah, uma garota muito boa em matemática. Não me sentei atrás para me aproveitar na hora da prova, sentei porque ela é muito legal de se conversar, e tenho certeza de que me ajudaria a lembrar do que cairia na prova. Dinah tem um longa trança em seu cabelo loiro e usa seus óculos redondos de grau forte que a deixava com olhos enormes. Ela se veste de um jeito muito... único, e isso é mostrado em sua roupa que parece um pijama.
Caleb entra na sala e para no meio dela quando percebe a cadeira vazia atrás da dele ao lado da janela. Ele passa os olhos pela sala, me procurando, e quando me acha, abaixa a cabeça e vai até seu lugar. É uma pena não poder sentar atrás dele hoje, adoro admirar a chuva pela janela da sala.
Converso com Dinah sobre a prova enquanto os alunos chegam e acabamos nos perdendo em um assunto que muito me interessava: pintura. Esse assunto me ajuda a tirar o pouco de raiva que tinha em minha cabeça.
De tempos em tempos eu pintava em minha casa. A ex-mulher de tio Jack tinha isso como hobbie e deixou tintas e telas para trás quando o deixou anos atrás. Sempre que o visitava aproveitava isso e fazia algumas coisas que ficavam, sinceramente, boas. Eu achava que tinha o dom para isso e algumas pessoas também concordavam. Nunca busquei evoluir, mas Dinah me disse que uma pequena loja de produtos naturais no centro da cidade oferecia aulas gratuitas de pintura, então eu iria atrás disso.
A professora volta para a sala com as provas e a fazemos. Consigo me virar um pouco, mas peço ajuda de Dinah em outras. Conseguimos um jeito de conversar durante a prova e ela me disse as respostas. Terminamos a prova juntos e saíamos da sala. Não olho para trás. Não quero falar com Caleb. Bom... quero, mas não agora, não sabendo que ele está confuso sobre algo. Ando por alguns corredores com Dinah, indo para nossa próxima aula que seria a mesma. Eu sempre havia conversado com ela sobre vários tipos de coisas, mas nunca havia realmente lhe dado uma chance de se aproximar mais de mim. Falar sobre algo que temos em comum, pareceu imediatamente ter nos ligado e eu gostei disso.
Como sempre, minha próxima aula era com Caleb. Me sento perto de Dinah novamente e Nate aparece na sala para se sentar conosco. Ele me olha confuso por não estarmos no mesmo lugar de sempre, mas não diz nada.
O resto do dia é isso. No intervalo vi Caleb andando em minha direção, mas vejo o professor de educação física ao meu lado e logo começo a conversar com ele sobre o clima.
Na hora da saída não chovia mais. Não vejo o carro de Caleb no estacionamento, ele foi embora sem tentar conversar comigo, isso é bom.
Nate me leva de bicicleta até o trabalho e também vai para o seu, a loja de antiguidades de seu avô ao lado da livraria. O carro de Adam está estacionado no lugar de sempre e sinto meu coração acelerar. Ele finalmente me encontraria depois da noite em sua casa. Entro no lugar e vejo que ele está bem cheio. Como a livraria não abre aos domingos, as pessoas invadem a loja às segundas.
Vou até a sala dos funcionários no segundo andar para deixar minha mochila no canto de sempre e recebo uma mensagem em meu celular.

- Poderia vir até o escritório?

Adam. Ele quer conversar comigo. Será que repensou sua decisão sobre me deixar trabalhando aqui? Eu ainda me sentia idiota por fazer a lista de diferenças entre Adam e Caleb, e me sentia ainda mais idiota por achar que estava gostando de Adam. Saio da sala dos funcionários vou até a porta que leva à pequena escada para seu escritório. Bato na porta e escuto um “Entre” em sua voz.
Lá está ele, sentado no meio do enorme sofá da sala que fica no começo do cômodo, me olhando com seus braços abertos sobre o encosto do sofá e com um notebook em sua frente. Ele sorri quando me vê e faço o mesmo. Meu coração continua acelerado enquanto ando em sua direção.

- Bom dia, Caleb – Ele coloca o notebook em seu lado esquerdo e indica o outro lado vazio do sofá. – Sente-se.

- Como sabia que eu estava aqui? – Me sento ao seu lado e ele continua me olhando com um sorriso em seu rosto. Adam aponta para a janela no fim do cômodo, onde há a janela circular com vista para a rua. - Sobre o que quer conversar?

- Quero saber se está tudo bem com você. O que fez de bom ontem?

Ainda não havia começado meu horário de trabalho, então acho que Adam queria gasta-lo com conversa. Eu estou muito perto dele no sofá, seu braço continua aberto sobre o encosto e fica atrás de minha cabeça. Hoje ele veste uma camisa azul clara social, assim como todo o resto de sua roupa.

- Depois que me deixou em casa, e agradeço novamente por aquilo, apenas passei o dia com Jack.

- Ah – Ele passa sua outra mão por sua barba, não retira a que está atrás de minha cabeça no sofá e isso me deixa nervoso. Seus olhos verdes são tão... – E o que fez em relação àquilo?

- Aquilo? Aquilo o que?

- Caleb... o garoto que você gosta – Então era sobre isso que Adam queria conversar? Droga, como se já não fosse o bastante estar com um pouco de raiva de Caleb e tê-lo evitado durante a manhã, agora tenho que falar sobre ele para o outro cara que estou gostando? – Vocês se resolveram?

- Ele me levou para a escola hoje de manhã, sabia que não tinha como eu ir na chuva e ofereceu carona – Adam levanta as sobrancelhas e continua me olhando. – Nós conversamos um pouco e você estava certo, ele só pensou no beijo, não esperava saber que eu gostava dele – Eu não sei se deveria contar isso para Adam, mas era tão bom conversar com alguém que não fosse Nate sobre isso, mesmo desconfiando que Adam consiga deixar meu coração acelerado. – Ele está confuso com algo e não sabe o que é, então eu meio que o ignorei hoje, não quero conversar enquanto ele estiver confuso. Eu já estou confuso o suficiente.

- Ele não gostou de saber que você tem sentimentos por ele? – Adam mantem sua voz baixa, quase um sussurro e continua me olhando, parece não piscar.

- Eu perguntei isso, mas não recebi uma resposta direta.

Percebo que falo no mesmo tom de voz de Adam. Nossos rostos estão tão pertos que consigo sentir o cheiro de seu perfume. Continuo olhando diretamente para o verde de seus olhos.

- Ele realmente só queria o beijo?

Os lábios de Adam tocam os meus suavemente enquanto fecho meus olhos. A mão que estava atrás de minha cabeça para em minha nuca que ele puxa devagar para perto de si e consegue. Sua outra mão para em minha perna e ele a aperta sem muita força. Nosso beijo continua lento, mas sinto muito calor enquanto ele acontece. Minha mão para na lateral do rosto de Adam e sinto sua barba. Nos separamos por um segundo e abro meus olhos. Ele já me encara com seus olhos verdes e continuamos respirando colados. Sua mão que estava em minha perna vai em direção a minhas costas e ele parece me puxar para perto... acho que ele quer que eu fique sobre ele.
Ele me beija e morde meu lábio inferior antes de olhar novamente e me puxar com um pouco mais de força. É, ele me queria sobre ele e é o que faço. Adam não retira seus olhos dos meus enquanto fico sobre ele no sofá e quando estou do jeito que ele quer, coloca as mãos em minha cintura. Me inclino para beijá-lo segurando seu rosto. Adam está tão quente, ficar perto do seu corpo é como ascender uma lareira, uma lareira que que me impede de respirar direito por ter um beijo tão bom. As mãos de Adam sobem e ficam embaixo de meu moletom, deixando que eu sinta todo o calor delas em minhas costas. Não tenho ideia de quanto tempo passa enquanto nos beijamos. Quando me afasto para recuperar o fôlego, percebo que uma de minhas mãos está no cabelo bagunçado de Adam e as dele estão abrindo os primeiros botões de sua camisa, deixando seu peito exposto. Ele tem sua cabeça encostada no sofá e mantem os olhos fechados, um pequeno sorriso em seu rosto me traz à realidade. O que estávamos fazendo? Isso não era certo! Bom, parece tão certo... mas não agora! Não aqui! Não quando eu não tenho certeza do que Adam desperta em mim, mesmo parecendo estar claro, já que ele começou a tirar sua roupa para...

- Adam! – Digo segurando seu rosto. – Adam! – Ele abre os olhos, confuso. Olha para o que fazia com sua camisa e depois para mim. Ele abre sua boca devagar e então apoia suas mãos em minhas coxas.

- Eu não sei como isso ficou assim – Ele diz. Não é irônico, realmente parece ter se perdido na situação como eu. Sinto minhas bochechas esquentarem e vejo que ele também fica um pouco envergonhado. Ele olha para minhas coxas sobre ele e depois para mim. – Poderia...

Eu ainda estou sobre ele! Me levanto do sofá e passo a mão por meu cabelo bagunçado. Adam também se levanta e começa a fechar os botões de sua camisa.

- Me desculpe, Adam. Eu...

- Não há nada para se desculpar, Caleb. Se chegamos a esse ponto – Olha para sua camisa, fechando seu último botão. – Foi porque não nos arrependemos de verdade. Foi recíproco.

Ele tinha razão, eu não me arrependia nem um pouco, só não achei que iria acabar assim. Fazer isso com Adam me fez esquecer de Caleb de novo. Mas me ajudou com alguma coisa, agora eu sabia realmente que Adam tinha o mesmo efeito sobre mim. E como ele disse, era recíproco.
Adam arruma seu cabelo em um espelho grande e oval que ficava na parede, ainda parecia envergonhado e tenho certeza de que eu estava do mesmo jeito.

- Acho melhor eu descer, daqui a pouco começo a trabalhar e...

- Não – Adam me corta novamente. Olha seu relógio e balança a cabeça negativamente. – Faz apenas dez minutos que está aqui. – Fizemos isso em apenas dez minutos. Me pergunto o que faríamos com mais tempo. – Você tem vinte minutos antes que comece a trabalhar, almoce comigo na cafeteria aqui em frente.

Ele não percebe o que acabou de acontecer? Bom, se ele acha que um almoço nos ajudaria com a situação, então acho que deveria aceitar.

- Certo, seria... legal – Legal? Sério?

- Ótimo, eu pago.

Ele sorri mais uma vez. A situação parece nunca ter existido para ele e sua aparência é a mesma de quando entrei no cômodo, enquanto eu tenho que conferir se estou com todas as peças de roupa e não retirei nenhuma enquanto nosso beijo acontecia. Saímos da sala e começo a descer a pequena escada para ao segundo andar. Sinto seus olhos em minha nuca enquanto passo pelas fileiras de estantes e desço a outra escada para o primeiro andar. Steve nos cumprimenta enquanto descemos a escada e ele sobe, deve achar estranho eu estar andando com o chefe.
Adam diz que precisa ver algo no caixa com Eve e se afasta.
Enquanto o espero olhando o movimento da livraria, uma velha senhora pede minha ajuda, mesmo estando sem meu pequeno crachá preso em minha roupa ela parece saber que trabalho aqui. Ela queria um livro que estava no alto de uma estante e não alcançava. Assim que pego o livro, leio sua capa, vendo o que não queria. “Meu Caso Com o Chefe” era o nome do livro. Que ótima essa mensagem o universo estava tentando me mandar.
A senhora agradece se afasta. Quando me viro no corredor para encontrar Adam novamente, vejo Caleb atrás de mim. Ele está sério e percebe que fico surpreso. Seria essa outra mensagem do universo? Não estou gostando delas.

- O que faz aqui? – Pergunto e olho para trás. Haviam só algumas pessoas atrás de nós no corredor de estantes.

- Você me evitou a manhã toda, então achei que seria melhor te encontrar aqui. Sei que não evitaria seu trabalho.

- Eu quero conversar com você, Caleb, mas...

- Eu também quero conversar com você – Ele também me corta, hoje não é um bom dia para terminar frases. – Mas você não me deixou quando saiu do carro.

- Você ia me beijar! – Sussurro com raiva para ele. – Não quero que me beije, quero que me explique o que está acontecendo com você!

- Eu quero fazer as duas coisas! – Ele também sussurra e dá um passo à frente.

- Está tudo bem aqui?

Adam aparece atrás de Caleb. Seu rosto está sério e me olha. Caleb fica ao meu lado e também olha para Adam. Queria ver seu rosto, mas apenas encaro o de Adam que encara Caleb.

- Está tudo certo, encontrei meu colega de classe e estávamos conversando – Não sei como não caí morto no chão quando Adam apareceu. Os dois estão aqui. Os dois estão se vendo pela primeira vez.

- Prazer em conhece-lo, sou Adam. – Adam estende sua mão em direção a Caleb que a segura.

- Digo o mesmo, sou Caleb.

Imediatamente as sobrancelhas de Adam se levantam e ele não evita sua surpresa, mas logo a controla. Ele não sabia como Caleb era, só sabia seu nome, mas agora já não adiantava isso. Sinto um arrepio em meu corpo e respiro fundo. Adam fica muito sério, posso ver que sente raiva.

- Adam, poderia nos dar um segundo por favor? – Peço controlando minha voz. Preciso dar um jeito em Caleb.

- Claro, estou te esperando na calçada – Ele me olha e então acena com a cabeça para Caleb que retribui. Ele não está nada feliz.

Adam se afasta e Caleb fica novamente em minha frente, mais perto dessa vez. Ele mantém o mesmo tom de voz baixo quando fala.

- Esse é seu chefe? – Pergunta.

- Sim – E o cara que começava a tirar sua roupa segundos atrás para mim. – E ele me chamou para almoçar na cafeteria, então tenho que ir, meu horário começa daqui a pouco.

- E nossa conversa?

Ainda tenho isso para resolver! Não quero conversar com Caleb agora, preciso estar “calmo” para isso.

- Eu juro que conversamos de noite, tudo bem para você?

- Certo, eu te ligo – Ele responde triste.

- Você nunca liga... – Olho para seus lábios, lembrando de quando quase me beijou de manhã.

- Hoje eu ligarei. Eu juro.

Concordo devagar com a cabeça e digo que preciso ir. Ele diz que comprará algo e por isso ficará na loja.
Saio do corredor de estantes e começo a andar em direção à porta da livraria. Adam está encostado na parede entre a grande vitrine e a porta. Olha para seu carro e tem suas mãos no bolso.

- Vamos? – Pergunto me preparando para atravessar a rua, passando em frente ao carro de Adam que está defronte à loja.

- Era ele, não era? – Ele pergunta atrás de mim, fazendo meu corpo arrepiar.

Fecho meus olhos e faço uma careta. Eu sabia que ele falaria sobre isso. Tenho certeza de que não está nada bem. Ele acabou de saber como estou com Caleb, e me beijou em sua sala... Deve estar sentindo algo.

- Sim, era ele – Continuo olhando para a rua e escuto seus passos na calçada até que ele pare atrás de mim. Um vento gelado passa por nós. Outra chuva viria logo. – Vamos?

Ele não responde, apenas passa por mim e começa e começa a andar pela rua. Droga! Ando atrás dele, observando suas costas. Eles não poderiam ter se encontrado em outro momento? Respiro fundo mais uma vez e apenas o acompanho para dentro da cafeteria. Eu almoçaria com Adam, e tenho certeza de que o assunto principal seria Caleb.


Notas Finais


E então? Teve momento Cadam e um final tenso. Prometo que mais momentos virão, tanto Cadam quando Caleb's. Me digam o que acharam, o que acham que pode acontecer ou sei lá ausausha. Espero que estejam gostando dos personagens tanto quanto eu ♡
Me desculpem por erros que passaram despercebidos e obrigado por lerem. Até o próximo cap (que espero não demorar para postar) ♡
XOXO


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