Depois da minha discussão com o Paulo mais os acertos de contas, o tempo começou a passar rápido e a gente queria aproveitar cada segundo. Por isso, acabei me afastando um pouco do Caíque que ficou meio emburradinho quando descobriu que Paulo e eu já eramos amigos há anos.
O Nathan foi o único a reagir normalmente. Acredito eu, que por ser o único a saber da história.
A Tabatha não falou nada no momento que nós os contamos, mas, depois fez questão de me chamar no quarto e fazer um interrogatório de umas duas horas.
Eu estava tentando "revesar" o meu tempo entre o Paulo, o Caíque e a Tabatha.
Eu não queria deixar o Caíque de lado só porque me reaproximei do Paulo, por isso, fiz questão de chama-lo para conversar.
Ele disse que só ficou chateado por eu não ter contato para ele, e muito menos o Paulo, já que os dois eram melhores amigos. Mas depois de toda a nossa conversa, as coisas entraram nos eixos.
Agora passo a maior parte do tempo no apartamento do Paulo.
As coisas não estão parecendo tão estranha como no inicio, agora já estamos a vontade e retomamos a amizade antigas.
Estamos assistindo Dexter deitados no sofá, onde meu corpo está aconchegado ao corpo do Paulo.
Não sei exatamente o porquê, mas minha barriga parece ser a casa de um monte de borboletinhas toda vez que ele faz carinho no meu cabelo.
Levo um susto quando o celular do Paulo começa a tocar descontroladamente.
Ele me segura com um braço para que eu não caia no chão e passa o outro por cima de mim para pegar o celular em cima da mesinha de centro.
Ele olha para o celular e encerra a ligação, mas, consigo ver "Priscila" na tela.
Ele deixa o celular no mesmo lugar e volta a sua antiga posição, me abraçando com apenas um braço e afagando meu cabelo com a mão livre.
- Não vai atender? - Pergunto curiosa.
Ele fica em silêncio mas logo em seguida responde:
- Não.
- Por que não?
- Não fale a pena. - Ele responde vagamente.
- Posso te fazer uma pergunta? - Falo, me virando de frente para ele.
Ele abaixa o rosto para me olhar e nossos rostos ficam a poucos centímetros um do outro. Me afasto um pouquinho.
- Já fez. - Ele responde, com um sorriso no rosto.
- Babaca! - Rio e dou um soquinho de leve no peito nu dele.
- Vai, fala. - Ele diz, me encorajando.
- Por que você namorou a Priscila? - Falo de uma vez só. Ele franze as sobrancelhas mostrando estar confuso. - Sei lá, ela é tão... Tão...
- Tão...?
- Hoocker! - Cuspo a palavra e ele ri. - Não é para você rir! Eu tô falando sério, ela tem cara de puta, age como puta e ainda acha que está abalando com aquela magrelesa toda.
Ele começa a gargalhar e isso me irrita.
- Você tá rindo de quê? Eu tô falando sério! - Falo me virando de costas para ele novamente.
Ele me puxa mais pra ele e começa a passar o nariz no meu pescoço, me fazendo cócegas, mas para de repente.
- Nana, você tá com ciúmes? - Ele me pergunta, me pegando de surpresa.
- Não! - Respondo, um pouco alto demais. Um pouco desesperada demais. - Eu, não tô com ciúmes.
- Me viro para ele novamente. - É só que ela é tão diferente de você, tão mesquinha...
- Mel, você viu ela uma vez! - Ele disse rindo.
- Foi o suficiente para saber que ela não presta.
- Eu gostava dela, eu acho... Ela não era assim no inicio, ela era uma pessoa legal. - Ele me respondeu de uma vez. - E ela era gostosa.
Reviro os olhos e isso o faz rir novamente.
- Quanto tempo vocês ficaram juntos?
- Um ano e dois meses.
- Acabou antes da minha chegada?
Agora foi a vez dele revirar os olhos.
- Você falou que ia me fazer uma pergunta. Agora é a minha vez de fazer perguntas.
- Você só tem direito a uma!
- Isso não é justo. - Ele diz, fazendo biquinho.
- Fala logo.
- Você e o Caíque... Vocês... Já ficaram juntos? - Ele fala, ficando vermelho. - Você gosta dele?
- Não. - Respondo vagamente.
- Não o que?
- Não para sua pergunta ué.
- Tá, mas para qual das duas?
- Não e pronto. Agora para qual das duas você tem que adivinhar. - Rio.
- Melina, isso não tem graça.
- Não Augusto, não. Eu não transei com ele e não gosto dele.
Ele levanta o canto dos lábios num meio sorriso.
- Mas ele gosta de você?
- Não sei, isso você tem que perguntar para ele. - Respondi dando de ombros, mesmo sabendo que o Caco não gostava de mim e estava tentando voltar com a ex, a Bruna.
O celular dele toca novamente e ele não se move.
- Não vai atender?
Ele apenas balança a cabeça negativamente e me olha.
O celular dele para de tocar.
Ele continua me olhando e eu não consigo desviar daqueles olhos azuis acizentados.
- Melina, eu... - Ele começa a falar, mas meu celular o interrompe.
Eu pego o mesmo que está no bolso de trás e vejo "Tato" no visor.
- Fala, meu amor! - Atendo.
- Onde você tá? - Ele pergunta.
- Na casa do Paulo. - Respondo olhando pro Paulo que tentava ouvir a conversa enquanto me afastava dele.
- Fazendo o que? Quer saber, esquece. Eu preciso da ajuda de vocês! Será que tem como vocês virem como se a vida de vocês dependessem disso? O Caíque já tá vindo.
- Tá, tudo bem. Já estamos indo. Você tá na casa da Tabatha?
- Não, eu tô em casa.
- Já estamos chegando.
Desliguei e expliquei o que aconteceu para o Paulo e logo estávamos a caminho.
(...)
- O que você acha que é? - Olhei para o Paulo enquanto apertava a campanhia.
- Ele só deve tá carente, relaxa. - Paulo diz, enquanto olha o celular.
O Nathan abre a porta com um sorrisão mas ao mesmo tempo parecia que ia desmaiar a qualquer momento.
Entramos juntos dentro de casa e vejo o Caíque sentado no sofá.
- O que tá pegando? - Pergunto, dando um beijo no rosto do Caíque e um abraço apertado.
- Não sei, ele tá fazendo o maior suspense. Disse que só falava quando todos estivessem aqui.
Meu celular começa a tocar novamente e peço licença para atender. Vou para uma varandinha e atendo a Sofia.
- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto preocupada. Para a Sofia me ligar e não mandar uma mensagem no whatsapp a coisa era realmente séria.
- Aconteceu! - Ela disse sem rodeios. - É o August. Ele enlouqueceu, little. Ele achou mesmo que você ia ficar só uns dias no Brasil e ia voltar logo para ele. Ele ficou louco quando sua mãe mentiu dizendo que você não ia voltar mais e quebrou a sua casa inteira e começou um incêndio.
Ouvir aquilo me trouxe para a realidade. É como se eu estivesse vivendo um conto de fadas todo esse tempo.
- Nós conversamos e achamos que é melhor você ficar por aí um tempo... - Ela continua. - Eu vou para aí semana que vem, quero ficar um pouco do seu lado. Eu tô com medo, Nana.
Respiro fundo e respondo:
- Tudo bem... Eu tô com saudade de você, Sô. Por favor, vem logo! Mas, agora eu preciso desligar, depois a gente se fala, tá?
- Ok, love u.
- Love u, so much my babe.
Desligo o celular e minha cabeça roda. Respiro umas três vezes e volto para a sala e me sento no meio do Paulo e do Caíque.
- Aconteceu alguma coisa? - Caíque me olhou preocupado.
- Não, tá tudo bem... Nathan, agora é com você. Joga a bomba que tô preparada.
Ele se levanta e começa a andar de um lado para o outro com um sorriso nos lábios, o que estava me deixando louca.
- Nathan... - Começo a falar, mas ele me interrompe.
- Eu quero pedir a Tabatha em casamento e preciso da ajuda de vocês. Quero que seja uma coisa única.
Fico em silêncio e a parece que todos levaram um choque.
Ok, eu não estava preparada para esse tiro.
Quando finalmente começo a ter reação, me levanto e abraço o Nathan e logo o Caíque e Paulo estão no nosso abraço.
Começamos a rir de felicidade e o Nathan a chorar.
- Eu amo tanto ela! E quero casar com ela, ter filhos... Ela é a mulher da minha vida.
Me comovo com o chororo e sinto as lágrimas ardendo meus olhos.
Eu realmente não estava preparada para isso, mas estou tão feliz por ele e principalmente pela Tabatha.
Quero que esse pedido entre para história.
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