Depois de toda a choradeira, dos comprimentos e vários abraços, nós partimos para a festa, que era no próprio resort.
O Nathan tinha alugado o espaço inteiro só pra festa de noivado. O pessoal que ficou com a organização tinha feito um belo trabalho. Tudo estava com cores brancas e douradas, o que deu um certo charme quando anoiteceu.
Tudo estava em perfeita ordem, até certo momento...
Estava sentada na mesa com o Caíque, a Sofia, o Tato e a Tabatha quando a Tabatha me cutucou de leve nas costelas.
— Droga, eu não acredito que ele fez isso — ela disse enquanto apontava para a entrada. Olhei para mesma direção que ela e quase cuspi toda minha bebida em cima da mesa. — O que ela está fazendo aqui?
— É meio óbvio que o seu amiguinho convidou ela — falo com um tom de desdem.
Eu podia falar o que quiser, menos que ela era feia. Priscila tem o bronzeado no ponto certa, enquanto eu sou branca demais. Seus olhos pretos parecem duas armas fatais, enquanto os meus azuis parecem até normais. Ela tem o corpo de uma modelo, alta, magra; mas mantem todas as suas curvas, e eu sou baixinha e não que eu seja gorda, mas também não tenho o corpo de uma Angel. O cabelo cortado no ombro faz que ela pareça uma mulher sexy, enquanto meu loiro ondulado cai sobre as costas. Pelo menos eu tenho peitos.
— Que? — Tabatha pergunta com uma risadinha.
— Ai não, eu disse isso em voz alta?
— Disse. - Caíque responde por ela. — Eu ainda iria preferir você.
Uou...
Dou um sorrisinho cúmplice para ele e volto meu olhar pro casal que está roubando a atenção na pista de dança.
Viro o resto da minha vodka de uma vez só e me levanto.
Dou a volta na mesa e me abaixo perto da Sofia.
— Honey, você se importaria que eu roubasse o Caco só um pouquinho de você? — pergunto.
— Ele é todo seu.
OIho pro Caíque e pergunto:
— Dança comigo?
Ele dá um sorriso que é capaz de iluminar todo o ambiente e se levanta.
Caminhamos de mãos dadas até a pista de dança, onde começamos a dançar sem se importar com o amanhã.
(...)
— Sabe de uma coisa? — Falo me dirigindo pro Paulo, que está dançando com a Priscila ao lado. — Você sempre foi um péssimo dançarino.
Ele apenas revira os olhos.
Caíque me puxa mais para ele e sussurra no meu ouvido:
— Acho que você já bebeu demais.
Olho para ele e juro que consigo enxergar dois Caíques na minha frente.
— Por que você faz isso?
— Isso o que? — ele junta as sobrancelhas como se estivesse confuso.
— Por que você se importa tanto comigo? É como se eu fosse sua pessoa preferida no mundo.
A música que está tocando agora é música lenta e ele me gira pela pista de dança.
— Você é uma das. — Ele diz com um sorriso fraco.
Afundo minha cabeça sobre seu peito e deixo que ele conduza a dança.
Meus pés estão doendo, mesmo depois de tirar meus sapatos, minha cabeça está rodando e sinto que a qualquer momento possa vomitar.
Com um giro, fico de frente com o casal Paulo e Priscila de novo. Eles estão quase se comendo bem ali, o que me da mais enjoo ainda. O bom é que eu não sou a única bêbada aqui.
— Mel? — Ouço a voz do Caíque me chamar.
— Hum? — Levanto a cabeça para encara-lo.
Ele me encara novamente e fica em silêncio por alguns segundos. E daí ele sorri, e eu acho que todo o som parou ao nosso redor.
— Eu preciso fazer isso. — Ele sussurra e então me beija.
É um beijo calmo e delicado, como se ele estivesse com medo de me machucar. Ele sobe uma mão pelo meu cabelo e com a outra me puxa pela cintura. E depois disso o nosso beijo se torna intenso, eu retribuo e nossas línguas brigam por um lugar.
Ele para o beijo alguns segundos depois e me dá vários selinhos pelo rosto. E... eu acho que essa é a última coisa que eu lembro.
(...)
Caíque POV.
Carrego a Melina pro quarto do resort com a ajuda da Sofia. Acho que a Mel nunca deve ter bebido antes, porque ela desmaiou do nada.
Quando chego no quarto, coloco ela sobre a cama e ela geme. Me sento rapidamente do lado dela.
— Mel? Você tá bem?
Ela vira de lado e faz manha como uma criança de 5 anos quando não quer acordar.
— Eu quero... vomitar. — Ela praticamente cospe as palavras.
Eu a puxo pelos braços e a faço sentar na beirada da cama. Puxo a lixeira que estava no cantinho e coloco sobre as pernas dela. Ela segura com força a lixeira e começa a vomitar. Num impulso eu seguro o cabelo dela pra cima.
— Tem uma banheira aqui, acho que vou dar um banho nela. — Sofia diz, quando sai do banheiro. Ela faz uma careta quando vê a Melina vomitando.
— Quer que eu te ajude?
— Não, não precisa.
— Tudo bem, — digo enquanto me levanto. — Qualquer coisa me liga que eu venho correndo.
— Obrigada, Caíque.
Dou um sorriso cumplice para ela e me dirijo para a porta quando ouço meu nome.
— Caíque?
Me viro e encaro a Melina, que está apoiada pela irmã na porta do banheiro.
— Oi?
— Obrigada por se importar comigo.
(...)
Me remexo na cama com dificuldade.
A claridade do quarto está me dando dor de cabeça e ainda tem essas batidas insuportáveis na porta do quarto.
Puxo um travesseiro e coloco sobre a cabeça tentando abafar o som. Mas não adianta.
Me levanto com um pouco de dificuldade e abro a porta.
Demoro uns bons 5 segundos até reconhecer quem está na minha porta.
Paulo. E um cara que não faço a mínima ideia de quem seja.
— Você conhece esse cara? — O moço me pergunta.
Eu coço o olho e tento impedir um bocejo com a mão.
Aceno com a cabeça.
— Ele é seu namorado? — Ele pergunta de novo.
Paulo está praticamente jogado no chão, porque o cara não é capaz de segurar todo o seu peso.
— Não. — Respondo.
— Só porque ela não quer. — Paulo se intromete na conversa.
Resolvo ignorar e tentar entender o que está acontecendo.
— O que aconteceu? — pergunto.
— A festa acabou, todo mundo foi para os quartos dormir, esse cara e uma menina foi para um carro e só Deus sabe o que eles fizeram lá, depois ele saiu e se jogou na pista de dança até eu conseguir convencer ele a falar alguma coisa que preste, aí ele falou seu nome, a gente olhou nos registros e achou seu quarto.
Que ótimo, então ele transa com a namorada dele ela o deixa aqui como se fosse um cachorro e eu que tenho que cuidar.
Eu olho pro Paulo de novo e quase consigo rir.
— Você pode colocar ele em cima da cama, por favor?
— Tem certeza? — Ele pergunta. — Ele vomitou na própria roupa.
Penso por um instante e digo:
— Pode por ele dentro da banheira, por favor?
O cara entra carregando o Paulo por um braço e eu pelo outro. Com um pouco de dificuldade consigo colocar ele dentro da banheira, e o cara se vai, me deixando sozinho com o Paulo.
— O que você tem nessa merda de cabeça, Paulo Augusto? — pergunto com raiva, enquanto coloco o chuveiro no gelado e abro em cima da cabeça dele. — Você tá fedendo.
— Você. Você é o que eu tenho na merda da minha cabeça. — Ele responde tropeçando nas palavras. Seguro a cabeça dele para que ele não se afogue.
— Cala a boca, Paulo Augusto.
Ele da uma risadinha enquanto eu começo a tirar todas as suas roupas e deixo só de cueca.
— Eu gosto, sabia?
— Do que? De ficar bêbado pra alguém tirar sua roupa?
— Não, — ele diz e pensa por um momento — de como você fala meu nome quando tá brava comigo. Você faz uma ruguinha aqui na testa. — Ele fala colocando o dedo na minha testa.
Reviro os olhos e começo a tentar a levantar ele.
— Vem, me ajuda. — Puxo ele pelo braço e com muita dificuldade consigo coloca-lo na cama em volta de uma toalha. Pego uma outra toalha e começo a secar seus cabelos.
Ele me puxa pelo braço e quase caio em cima dele.
— Para com isso! — Ordeno. — Estou tentando cuidar de você.
— Não tá dando certo. Você não quer cuidar de mim, porque quando você beijou o Caíque, me quebrou em um milhão de pedaços.
Fico em silêncio enquanto nós nos encaramos. Ele vira pro lado, quebrando nossa conexão.
— Eu acho que... — ele resmunga. — Eu acho que eu t.... — E então ele apaga, e eu não nunca vou saber o que ele ia me dizer.
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