Apenas conseguia gemer de dor sem saber qual era o real motivo dela, era forte demais e estava quase impossível me manter acordada. Antes que apagasse por completo, um forte brilho em meu subconsciente fez aparecer a sombra daquele garotinho mais uma vez, não pude ver seu rosto, mas sabia que era ele apenas por sua fisionomia, ele já se tornava frequente e reconhecível. A imagem era rápida, o suficiente para me ver notá-lo e apagar completamente.
- Ei! Dain! Aguente... O que está acontecendo? -estava preocupado, mas era tarde.
O tempo ia se passando, conforme dormia um sonho começava a se formar em meu subconsciente, mas não parecia um sonho comum, simplesmente por ter a insistência do pequeno garoto reaparecer em meus pensamentos, não sabia exatamente se havia algum significado ou se mais uma vez aquele garoto estava ali por tanto pensar sobre ele, que estava em um fundo completamente branco, mas brilhante, como uma luz, apenas uma árvore jovem com um pouco de grama em suas raízes havia naquele lugar. O pequeno também estava vestido de branco, fundindo-se com o fundo do local.
Pela primeira vez, aparentemente estava conseguindo controlar meus movimentos, então, finalmente, pude me dirigir até ele e por fim descobrir o que era e qual seu objetivo.
- Pequeno...? -o chamei receosa, no fundo sentia medo.
O garoto continuava de costas, ele riscava uma árvore a sua frente com uma pedra média e pontuda em sua mão, ela tinha apenas poucos metros, era jovem. Não conseguia identificar o que era rabiscado nela.
- Garo... -estava cada vez mais próxima, assim que estava a poucos centímetros de toca-lo em seu ombro e chamar a sua atenção, o pequeno apenas parou e deixou sua mão escorregar até ficar com seu braço encostado na lateral do seu corpo em linha reta, aquilo me fez parar imediatamente e apenas o observá-lo em choque.
- Achei que nunca nunca mais fosse voltar... -aquelas palavras eram quase um sussurro- Achei que- virou-se em minha direção- Nunca mais fosse se lembrar da promessa que me fez.
Prestei atenção em casa palavra, mas não conseguia entender o contexto delas, quais eram as inúmeras razões que poderia ter aquela frase na vida daquele garotinho referente à mim. O encarei até que acabasse de falar, foi quando minha atenção voltou ao olhos daquela criança e pude reconhecer que tínhamos alguma ligação e nada daquilo era uma pura ilusao, porém, sempre que estava prestes a lembrar de suas características, notar que ele era reconhecível, eu não conseguia passar deste ponto, era como uma palavra na ponta da língua, que sumirá sempre que se forçar a tentar dizê-la e ficar em um círculo de esquecimento.
- Me desculpe... -abaixei a cabeça em um ato de decepção- Eu não consigo me recordar de você... Seja o que eu tenha lhe prometido, eu estou aqui, mas não consigo me lembrar desta promessa...
- Não se preocupe -balançou a cabeça de um lado para o outro, como se negasse que realmente houvesse algum problema- A culpa foi minha, de qualquer forma...
- O que quer dizer com isso?
- Não é nada, não se preocupe! -ele apenas sorriu com os olhos completamente fechados. Mais uma vez estive prestes a reconhecê-lo, mas novamente a resposta desapareceu em questão de segundos.
- Eu tenho uma pergunta... Por que está sempre aparecendo em meu subconsciente? Quem é você?
- É uma decepção ver que você não se recorda de mim.
Aquelas palavras me caem como uma bomba em minha cabeça, elas eram familiares, porém, mais uma vez aquele esquecimento espontâneo me atacava mais uma vez. Caí ajoelhada ao chão em ato à minha frustração, estava quase em prantos, mas fui detida de tal vergonha na frente de uma criança. Aquele garoto havia se aproximado silenciosamente e tentou me acalmar com sua mão direita em meu ombro esquerdo, deslizou sua mão pelo meu braço enquanto ajoelháva-se em minha frente, mas antes que seus joelhos tocassem o chão, ele segurou em minha mão e se levantou enquanto a levava junto a ti. O garoto começou a me puxar para cima, como se suplicasse que eu levantasse e o seguisse para algum lugar.
- Mas também não fui eu. Eu pensei em vir cuidar de você, mas já havia alguém ao seu lado, se antecipando nos remédios. Ele me pediu para te dar quando acordasse-pronunciou-se TaeHyung, que em seguida pegou um comprimido e me deu junto ao copo com água.
- Obrigada -bebi o líquido junto ao comprimido -Mas... Quem estava tomando tanto cuidado comigo, se não eram nenhum dos dois? -questionei-o.
- Era um dos hyung. O importante agora, é você ficar bem -disse Tae.
Olhei para a porta enquanto o ouvia falar, naquele momento pude ver uma sombra ao chão, ao lado de fora da sala, ela se movimentava devagar para o lado até que sumisse. Levantei-me rapidamente, o que me fez cambalear, estava com tontura, por sorte havia os dois garotos que me apoiaram suas mãos às laterais de meu corpo.
- Você deveria descansar mais, Dain -pediu TaeHyung.
- Hyung tem razão, Noona.
- Eu estou bem, obrigada -me afastei deles e me dirigi até a porta, a tempo de poder ver a sombra virar o corredor.
Decidi segui-lo, deixando aqueles que cuidavam de mim, confusos e, talvez, assustados. Não tive tempo de dar importância, por mais que isso me fizesse parecer mal agradecida, mas queria saber quem estava a cuidar de mim. Acelerei os passos, o suficiente para não me derrubar novamente, sabia que estava graça e não poderia abusar, o importante foi conseguir seguir aquela pessoa e a ver entrar em uma sala ao fim do corredor. Dentro dela havia um sofá grande e duas poltronas, uma mesa de centro e uma TV na parede ao lado da porta, estava desligada.
- Eu sou mesmo um idiota! -rederiu-se a si mesmo em tom de sussurro. Estava sentado de forma relaxada sobre o sofá grande, suas pernas estavam abertas e seu cotovelo apoiado ao braço do sofá, seu rosto apoiava em sua mão e seus olhos eram escondidos por ela.
- Se quer saber o que penso sobre isso, eu não concordo com você -escorava-me no batente da porta, o encarava e abria um pequeno sorriso aos cantos de meus lábios, o olhando de forma doce, tentando lhe passar a sinceridade de minhas palavras e sentimentos.
- D-Dain?! -ele olhou-me sem jeito, parecia constrangido.
- Você cuidou de mim, por mais que parecesse não se importar ou que ao menos não sabia como demonstrar. Você se adiantou e tomou as precauções devidas -comecei a caminhar em sua direção -uma pessoa idiota não agiria assim -sentei-me ao seu lado e ele me olhou surpreso.
- Eu... Fiz o que qualquer um aqui faria. Não, eu me preocupei o suficiente para não conseguir correr para chamar ajuda como os outros, não queria a deixar sozinha, tentei fazer o possível para te ver bem... Fiquei assustado quando ouvi TaeHyung gritar.
- Uma pessoa idiota não agiria assim. Você é uma ótima pessoa, tive sorte de poder conhecer alguém assim. Espero que possamos ser amigos... Park JiMin -aumentava as bordas de meu sorriso.
- Mas já éramos, ao menos para mim... Eu só não sabia como interagir. Eu sou tímido -ele sorriu, por fim, seus olhos serravam, formavam seu famoso eyesmile.
Aquele sorriso, mal sabia que era o meu preferido. Mal sabia que mexia com o meu coração e não poderia demonstrar.
- Tudo bem, seremos bons amigos! Espero sempre poder te fazer sorrir assim... -meu tom de voz era quase limitado, pois saiam de um pensamento que ainda permanecia na imagem de seu doce sorriso.
- Sempre que puder lhe ajudar e fazer bem, eu irei sorrir assim para você! -sua resposta era inesperada, não achei que pudesse dar continuidade ao que falei sem querer.
Após ouvir suas palavras e permanecer sem algum tipo de reação, apenas pude ficar encarando seus olhos, que ainda eram completados pelo seu sorriso, apostando estar o mais vermelha possivel.
"Foco" era a única coisa que tentava manter em mente, menos sendo uma missão difícil. Devo encontrar aquele garoto no futuro, ele disse que era o único que poderia me esclarecer dúvidas. Parece loucura, mas sinto em meu coração que aquilo não era apenas uma alusão do meu subconsciente.
- Dain? -chamou-me.
Seu sorriso já havia sido desfeito e apenas me encarou confuso, pous eu ainda permanecia sem reação, porém mais distraída com os meus pensamentos.
- D-Desculpa... Eu estava pensando no seu sorriso... Quer dizer, em você. Não! -estava assustada ao ouví-lo chamar por meu nome, instantaneamente tendo um nervosismo incontrolável a cada palavra minha - É claro que eu deveria ficar quieta... -abaxei a cabeça envergonhada.
Ele conheça a rir, com sua mão direita em frente a boca, chegando a inclinar sua cabeça para trás. Claro que aquilo me deixava inquieta e ainda mais sem jeito.
- YA! Não ri de mim deste jeito! Quer morrer?! Eu estou envergonhada, isso não se faz! -gritava com ele sem pensar, o nervosismo não me deixava fazer tal coisa.
Tampei minha com as as duas mãos, abaixei mais uma vez a cabeça e suspirei. Ele parecia assustado, sua risada parou em questão de segundos e seu olhar se voltou a mim. Para minha surpresa, aquilo não o chateou, mas parecia que havia o deixado contente por algum motivo, então, um pequeno e sereno sorriso de canto apareceu em seu rosto.
- De novo...
- Ei, não se preocupe. Isso foi engraçado fofo! -disse ainda sorrindo, passando levemente sua mão direita sobre minha cabeça, o que bagunçada um pouco alguns fios de meus cabelos.
- B-Bom... J- Já que somos amigos e você me ajudou bastante... Acho que posso confiar em você -desviei meu olhar à ele.
- Claro que pode! Sou o mais confiável daqui -gabou-se.
- Há uma coisa que preciso te dizer e pedir.
Ele pareceu surpreso, era algo inesperado, não podia imaginar o que se passava por sua cabeça naquele momento em que me ouviu, apenas esteve com uma expressão envergonhada e esperançoso.
- P-Pode dizer! Pode pedir!
- Eu tive um sonho com um garotinho, ele já apareceu várias vezes na minha cabeça, não sei explicar o porquê, mas ele me mostrava uma árvore que havia meu nome é algo a mais estava escrito, eu não conseguia ler. Ele disse que aquilo fazia parte de minhas memórias... Minhas memórias perdidas de minha infância. Uma longa história. Acho que isso é um sinal! Ele me disse que apenas ele, agora, no futuro, poderia me ajudar.
- Dain, você está me dizendo que eu... Você por um acaso se lem... -sua voz era baixa e trêmula de nervoso, mal pude o ouvir.
Virei o rosto para JiMin e acabei o interrompendo convicta do que tinha para lhe pedir, de que era o certo a se fazer.
- Quero que você me ajude a encontrar este garoto!
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