1. Spirit Fanfics >
  2. First time ever I saw your face >
  3. Haunted by the ghost of memories

História First time ever I saw your face - Haunted by the ghost of memories


Escrita por: IronyMan

Notas do Autor


Olá!
Olha quem chegou com a atualização de First Time Ever I Saw Your Face, carinhosamente apelidada de "Amnésia".
Perdoem qualquer erro ortográfico.
E não sei se vocês sabem, mas eu só escrevo ouvindo música. E diferentemente do normal, não ouvi as músicas que vocês encontrarão na playlist, ou citadas nas notas finais.
Ouvi, única e exclusivamente: The Night We Met - Lord Huron.
Enfim, nos vemos nas notas finais.
Boa leitura!

Capítulo 5 - Haunted by the ghost of memories


Fanfic / Fanfiction First time ever I saw your face - Haunted by the ghost of memories

Seu mundo estava sem chão, e isso não seria exagero de sua parte. Não quando imagens desconexas com Steve Rogers lhes bombardeava a mente, causando não apenas um desconforto por não saber diferenciar sonhos de realidade, como uma exacerbada dor de cabeça. Tony tentava manter-se no controle de seus próprios passos enquanto saia do táxi que havia deixado-o na portaria de seu apartamento. Sua orbes evitando que o acúmulo de lágrimas escapassem, ou seria seu orgulho que o impelia de demonstrar fraqueza perante terceiros?

Apenas quando as portas metálicas se fecharam, que deixou transparecer toda a sua confusão com os últimos acontecimentos. A respiração anelante, os batimentos cardíacos num nível frenético, o suor que se fazia presente em gotículas em sua testa, as mãos levemente trêmulas. Se soubesse como chorar, chorar de verdade, muito provavelmente estaria sentado no chão daquele elevador, esperando se afogar em lágrimas. O que estava acontecendo? Não poderia ser uma brincadeira da sua amiga, ela não seria tão baixa assim, e mesmo que chegasse a esse nível, como explicar as lembranças? A memória do cheiro, do sabor e do toque?

As luzes do apartamento desligadas, e assim permaneceram. Ele já conhecia cada canto, cada móvel disposto pelo caminho, cada acarpetado de seu piso. Evitava as luzes, como se elas deixassem explícito tudo aquilo que podia ver, mas não compreender. Estava no escuro, do apartamento e de sua mente. No vácuo onde nada se propaga.

Quanto tempo não afogava as mágoas no mais costumeiro conforto dos errantes, no seu amigo de longa data, naquele líquido de coloração âmbar que sempre, ou quase sempre esteve presente em sua vida? Quanto tempo não se deixava levar pelo efeito inebriante do álcool, ao ponto de apagar no sofá? Naquele exato momento era tudo o que mais queria, beber para esquecer. Mesmo sabendo que não resolveria para sempre, era o alívio que precisava, sua válvula de escape. Os passos calculados, guiou-o até o bar em sua sala, servindo-se não apenas de uma grande dose, mas levando a garrafa junto a ele, colocando-a ao seu lado no enorme sofá de tonalidade cinza chumbo. Os pés encontraram apoio na mesa de centro, com algumas revistas de negócios.

Sua vontade era de gritar, socar a parede, beber até esquecer quem era. Mas aparentemente isso já estava acontecendo. Como alguém pode lembrar de coisas, e não distinguir realidade de sonhos. E se fossem sonhos, como aquele lugar poderia ser real? Estava sonhando agora?

Um, dois, três toques no celular. Inúmeras mensagens de Natasha, duas mensagens de voz de Virgínia Pepper Potts, uma de suas melhores funcionárias, e amiga. Não queria atender ninguém, não estava apto a resolver nada no trabalho, na vida. Nada além de pôr fim a garrafa de whisky.



 

—  Se algum dia algo acontecer…

—  Steve, fica quieto. Nada vai acontecer. Nada! —  piscou para o parceiro, lançando-lhe seu sorriso mais verdadeiro. —  Ficaremos juntos, vou até aceitar seu pedido de casamento. Garanto que você fará algo bem romântico, tentando me deixar ainda mais apaixonado por você. E sei também que fará isso quando voltarmos do casamento da sua amiga. Talvez um piquenique?

—  Anthony! —  uma almofada fora arremessada na direção do moreno que focava boa parte da sua atenção ao notebook em sua mesa de trabalho em casa.

—  Acertei, não foi? —  apalpando a bochecha onde outrora a almofada havia acertado, quase gargalhando pela reação de Steve.

—  Tecnicamente senhor gênio, eu acertei.



 

Mais uma dose, se o álcool não fizesse o estrago esperado, as lembranças fariam.

Precisava de respostas, mas não teve paciência para esperar que Steve as desse. Precisava de paz, mas sua mente não permitia tal regalia.

—  Eu sei que você está aí dentro. E se você não abrir essa porcaria de porta eu vou usar a minha chave extra! —  Natasha tinha seu tom de voz contido, apesar de alto. —  Anda, Tony!

Resmungos, pés descalços que se arrastavam pelo chão, um esbarrão num móvel ali disposto. Não passou meio minuto e Natasha encarava o amigo. A destruição que ele mesmo era capaz de causar em uma hora de bebedeira.

—  Chega de álcool por hoje. —  as mãos chegaram a alcançar a bebida, mas Tony desviou, levando o copo aos lábios, finalizando com a dose ali presente.

—  Se você está aqui, sabe que me dará respostas. E eu quero agora, Nat. Quem é Steve Rogers, por que eu sonho com ele? Como ele pode estar na minha mente, se eu nem o conheço direito? —  caminhou semi cambaleante a procura do sofá, deixando novamente seu peso cair sobre a superfície cinza chumbo.

Natasha aproximou-se do interruptor, iluminando todo o recinto num simples gesto. Sim, Tony estava acabado. A garrafa de whisky ao seu lado, com menos de ⅓ ainda restante.

—  Não sei se sou a melhor pessoa para te contar isso, Tony. E por esse motivo, trouxe alguém comigo. A pessoa que pode te contar tudo o que você precisa saber.

Steve apareceu, encostando-se no batente da porta, esperando por uma reação explosiva de Tony, como jogar a garrafa, ou até mesmo sair do apartamento. Mas não o fez, o moreno permaneceu sentado, olhando para Natasha, e deixando os olhos vagarem até a figura alta e caucasiana em sua porta.

—  Então fala. Me conta exatamente tudo, tudo mesmo.

Steve se aproximou, sentando-se na mesa de centro, ficando cara a cara com Tony, enquanto Natasha seguia para a cozinha, deixando-os numa maior privacidade.

Como Steve organizaria os fatos para conseguir contar para Tony tudo o que havia acontecido a eles, a ele. Como Contar ao amor de sua vida, que havia sido responsável pelo acidente que havia lhe tirado a memória? Tinha um jeito fácil de fazer isso? Sabia que esse momento chegaria, mas esperava que Tony estivesse mais esclarecido quanto às suas lembranças. Que tivesse maior ciência das coisas que havia esquecido, mas infelizmente o destino gosta de complicar ainda mais as coisas.

—  Tony, nós nos conhecemos. Essas memórias, essas sensações são lembranças reprimidas. Uma sequela do acidente de carro. —  as palavras mal saiam de sua boca, sua voz estava baixa, seu coração batia alto. Suas mãos suavam em nervosismo.

—  Acidente de carro?


 

Algumas placas passavam perante seus olhos, como um filme avançando as cenas até chegar na certa. A placa I-95 N.

Estava indo para Rhode Island, vindo de lá?

 

—  Rhode Island? —  a voz tão baixa quanto a de Steve, muito embora no seu tom mesclasse uma pitada de dor, e outra de desconforto. —  Um casamento, estávamos voltando de um casamento, certo? De quem?

—  Peggy Carter. Estudei com ela, uma das minhas melhores amigas.

—  E o que eu tenho com isso? Por que eu fui nesse casamento?

—  Tony, estávamos juntos nessa época. Temos… —  ainda tinham? —  Tínhamos um relacionamento. Você conhece a Peggy.

Era difícil definir o mais arrasado dos dois. Ambos carregando um peso, uma dor. Em proporções diferentes, mas tão iguais.

A lágrima, mesmo sem permissão, banhava por onde passava, deixando um rastro levemente cintilante na face de Tony. Os fragmentos de memórias voltando, como se a cada nova palavra dita por Steve, elas achassem seu lugar no quebra-cabeças. Um buquê, valsa, risos, bebidas, discurso, beijos. O carro. Não queria lembrar, mas precisava. A cada nova memória, uma lágrima. Muito embora evitasse desmoronar na frente de terceiros, seria uma tarefa impossível a ser realizada no momento.



 

—  Eu te amo. Já disse isso, não já? —  Steve sorria tanto quando entraram no carro. Os olhos num azul tão intenso, os mais belos que Tony já havia visto na vida. Seu tom de azul preferido. —  E eu quero isso pra gente. Quero um casamento onde possamos reunir os amigos mais próximos e festejar. Quero passar todos os dias da minha vida ao seu lado, Tony. —  os olhares fixos um no outro. O sorriso que estampava os lábios de Tony ganhando mais felicidade a cada palavra. Estavam perdidamente apaixonados, não havia dúvidas quanto a isso.

—  Vai me fazer o pedido dentro do carro? Em RHODE ISLAND? Isso passa longe do seu estilo romântico as antigas, Steve. —  um singelo selar de lábios. Um afago na bochecha do loiro.

—  Não fiz pedido nenhum, Anthony. —  convencido, pensou Steve revirando os olhos, girando a chave na ignição, dando partida.

—  Quanto mais de indireta precisarei jogar em você?

—  Indiretas? Você não faria isso nem se soubesse, Tony.

—  Anthony. —  sentiu o olhar de Steve quase penetrando sua pele, voltando a atenção a estrada logo em seguida. —  Gosto quando me chama de Anthony. Fica bem sexy na sua voz. —  sexy, e muitas outras coisa, pensou Tony olhando pela janela, vendo o reflexo de Steve. Deixando sua canhota acomodar-se na coxa do loiro.



 

—  Eu perdi o controle da direção. O carro derrapou na pista e capotou, parando quando colidiu com uma árvore. —  a voz não mais presente, impedindo-o de prosseguir. Seus olhos cheios de lágrimas que evitava até agora, não mais contendo a dor. —  Não sabe como foi horrível ver você inconsciente naquele hospital. E quando você acordou, você não se lembrou de mim. Aquele foi o pior momento da minha vida. O homem que eu amo, não fazia a menor ideia de quem eu era. —  a dor estava implícita, fosse no tom de voz, nas lágrimas, ou nas feições atormentadas do loiro.

—  Eu perdi a memória? É isso, o acidente resetou minha memória? Mas eu lembro da Natasha, eu lembro dos compromissos na empresa, das reuniões chatas com os acionistas. E não lembrava de você? O homem com quem eu tinha um relacionamento. Steve, olha. Eu não faço a menor ideia de como isso deve ser pra você, mas pra mim está uma grande merda. Eu preciso dormir, preciso tomar algo pra essa dor de cabeça miserável. E espero que amanhã eu consiga absorver tudo o que foi despejado em mim agora. Mas só amanhã. Hoje eu só preciso de um banho e um remédio forte o suficiente pra me apagar. —  pôs-se de pé, sentindo fisgadas agudas em sua cabeça, como se espetos de ferro penetrassem sua mente. —  Se tudo o que disse for verdade, sabe bem o caminho para fora do apartamento. E caso não saiba, Natasha pode te ajudar achar o elevador.

Tinha sido duro demais com o loiro? Não saberia julgar naquele momento. precisava mesmo de um banho relaxante e um remédio potente para tirá-lo de órbita, ao menos por uma noite.


 

—  Não saiu como  planejado, não é? Talvez seja cedo para falar que o médico estava errado. Era pra ter contado a verdade assim que ele acordou. —  Natasha se aproximou de Steve, tocando-lhe o ombro com a destra, apertando suavemente.

—  Não seria nada fácil obrigar alguém a lembrar, Natasha. E como ele disse agora, ele só não lembra de mim. Talvez, talvez queira me esquecer. E acho que o deixarei em paz para seguir o caminho dele, sem alguém que quase o mate num acidente de carro.

Natasha estava ali, no meio da sala, assistindo Steve sair derrotado, como se tivesse lutado a maior das batalhas, onde nenhum dos competidores havia saído vitorioso. Ambos haviam perdido, e feio.

Deixando o ar inflar seu pulmão, esvaziando-o logo após numa velocidade demasiadamente lenta. Tomou coragem para ir até Stark, embora os dois precisassem de ajuda, Tony era o mais danificado no momento. Ou ela achava que sim.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


PLAYLIST: https://open.spotify.com/user/marcal.carol/playlist/726ew9ZEqohKVGc6BrU2TZ

{Hollow drum - Laura Welsh; I wanna dance with somebody - Bootstraps; Mess is mine - Vance Joy; Nervous - Gavin James; Waiting - Alice Boman; First time ever I saw your face - Johnny Cash; Falling in love at a coffee shop - Landon Pigg.}

O casamento no qual eles foram, foi em Rhode Island. De Manhattan até lá de carro: 3 h 53 min (167 milhas).
Lugares citados nessa fanfic, correspondem à endereços reais.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...