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História First time ever I saw your face - New Chance


Escrita por: IronyMan

Notas do Autor


Sabemos tudo o que vou falar aqui, como PERDOEM QUALQUER ERRO ORTOGRÁFICO que cisme em brotar no decorrer da leitura.
E todos os blá blá blá's de sempre.
Playlist nas notas finais.

Capítulo 6 - New Chance


Fanfic / Fanfiction First time ever I saw your face - New Chance

Dois dias, dois longos dias que Natasha não tinha notícias de Steve. Dois longos dias que Tony se recusava a sair daquele maldito quarto, olhando fotos que Natasha tinha guardado. Embora ele não demonstrasse, estava perturbado. Afinal, quem não estaria? Tinha as fotos num pen-drive, conectado agora ao seu macbook. Estava ali, diante de seus olhos, mas ainda não acreditava. Steve e ele compartilharam de tantas coisas, tantos momentos. Como ele havia esquecido tudo? Como ele havia esquecido o, aparente, amor da sua vida?

Estava definitivamente cansado, não estava dormindo porque nos sonhos, ele ouvia a voz de Steve, sentia seu cheiro, seu toque. E sempre acordava sozinho na cama, ou com Natasha o encarando, como se ele tivesse gritado durante todo o sono. E isso ainda não tinha sido descartado da sua lista de hipóteses.

Estava com dor de cabeça, mau humor, e desejava com toda sua força… lembrar. Ou esquecer tudo de novo.

—  Preciso sair. Fica bem até eu voltar? Ou preciso ligar pro Bruce e pedir pra ele ficar de babá? —  a ruiva estava encostada no batente da porta, encarando o amigo que quase não desgrudou o olhar da tela iluminada do macbook.

—  Ficarei bem. —  a voz embargada, quase como quem segura o choro. Mas não era o caso, ainda não.

—  Tem pizza na cozinha. Está quente, se fosse você comeria logo.

—  Não se preocupa, isso eu não esqueço tão facilmente. Deixo de comer por falta de fome, não por falta de memória. —  não era sua intenção parecer cruel, rude ou o que fosse, mas estava exausto. E Natasha se recusava a sair de perto por muito tempo, estava ansioso para aproveitar da solidão de sua casa.

—  Não faz nenhuma besteira, Tony. —  aquele tom de voz, por ela adotado, fez com que Tony olhasse fixamente nos olhos de sua amiga. Ela estava preocupada, e ele sabia disso. Eram amigos, se preocupar fazia parte do pacote.

Um aceno de cabeça fora tudo o que ela havia conseguido como resposta, e por hora, era válido. Ficou tentada a ligar para Bruce, e pedir que o moreno fosse até a casa de Tony, para, como ela mesmo havia falado, servir de babá. Mas não o faria, não agora. Dependendo do estado de Steve, aí sim ela ligaria para ruce para pedir ajuda.



 

As luzes do apartamento estavam quase todas apagadas, nenhum som era perceptível para além do confinamento do apartamento. Uma música quase inaudível rompia pelo alto falante do rádio. Quase como um chiar.

A caneca em mãos, segurada com força, com receio de que a qualquer momento fosse ao chão. O vapor que emanava do recipiente amarelo, bailava numa dança arrítmica pelo ar, chegando ao rosto de Steve, aquecendo-o parcialmente. Um longo gole em seu chá de camomila, adoçado na medida certa. Apenas para acentuar o sabor.

As olheiras arroxeadas eram visíveis abaixo de seus olhos, e seu reflexo no microondas o incomodava. Dormir era um luxo ao qual não se permitia, pelo menos seu subconsciente não o permitia. Torturando-o, o obrigando a pensar no motivo de Tony tê-lo esquecido, como borracha apagando um erro feito a lápis. Sentia-se apagado da vida daquele que mais ama, e não tinha como voltar, não sabia como. Não quando Tony parecia querer esquecê-lo.

Havia se permitido beber. Não apenas beber, mas beber como nunca antes na vida. Nem ao menos havia chegado na ressaca, ainda não tinha parado com a bebedeira. Não tinha preferências, abriu seu armário de bebidas, armário abastecido por Tony. “Tony…” a simples menção lhe trazia um amargo aos lábios, amargo que só diminuía com algo forte o bastante para inebriar seus sentidos, sua mente.

Whisky, vinho, tequila, até vodka era bebida como água. Nunca havia chegado tão baixo no poço. Nunca havia sentido tanta dor ao ponto de buscar apoio em garrafas de álcool. O chá era apenas algo para abastecer os líquidos bons ao corpo, como água. Mas não conseguiu tomá-lo pura, optando por fazer um chá de camomila, batizado com uma dose única de whisky 12 anos. Uma garrafa especial que Tony havia lhe dado para que abrissem para comemorar algo. Não havia mais nada para comemorar. Tony não se lembraria disso.

Por fim, até mesmo a bebedeira constante havia lhe trazido a famigerada dor de cabeça de uma ressaca traiçoeira. Sua cabeça girava, seu estômago embrulhava-se ao mesmo tempo que reclamava da terrível falta de nutrientes. Não havia comido, não tivera tempo de ficar sóbrio para lembrar.

Estava se autodestruindo, e definitivamente Steve Rogers não era esse tipo de pessoa. Mas não havia como evitar o fundo do poço, não quando ele parecia lhe dar o conforto, mesmo que ilusório, daquilo que você tanto necessita.

—  Steve? —  a voz de Natasha parecia tão distante, e tão próxima. —  Steve?

Ele sentiu uma mão tocar-lhe a face, e logo sentiu mãos em seus ombros, sacudindo-o suavemente, chamando sua atenção. Ela estava ali, na sua frente, entre ele e o microondas que ainda mostrava seu estado atual; devastado.

—  Nat? —  a voz arrastada, os olhos quase não se mantendo abertos. Cada parte de seu corpo doía. Talvez o excesso de exercícios que se obrigou a fazer, para aliviar a tensão, mas não havia surtido efeito. Apenas havia agraciado-o com dor. —  Como você entrou aqui?

—  A chave reserva do Tony. —  afastando a destra do ombro de Steve, levando-a até o bolso de seu sobretudo, retirando a chave solitária de lá, logo voltando-a ao bolso. —  Você está horrível. O que você bebeu? —  ela olhou ao redor, a pouca iluminação atrapalhava, mas as garrafas vazias, e outras abertas davam uma ideia do quanto ele havia consumido. —  Bem resistente à bebidas.

—  Como ele está? —  ignorando totalmente o comentário sobre seu estado, preocupando-se com Tony.

—  Revendo fotos há dois dias. Ele não se conforma por ter esquecido. Ele analisa cada foto como se fosse montagem. Não come quase nada. Não muito ao contrário de você, não é mesmo? Quando foi a última coisa que você ingeriu algo não alcoólico? Precisa se cuidar. Imagina quando ele lembrar de tudo, chegar aqui e ver você destruído. —  ela retirou a caneca das mãos de Steve, depositando-a na bancada. Obrigando o amigo a acompanhá-la até a sala, sentando-o no sofá.

—  Acha mesmo que ele vai lembrar de mim, Nat? Ele mesmo falou que ele lembra de coisas banais, mas não de mim. Talvez… Talvez ele nem me amasse como eu achava que sim. —  sua voz não passava de um fio quase inaudível. Havia dor, muita dor. Medo, mágoa, uma tristeza quase palpável.

—  Que tal, você comer alguma coisa, tomar um banho e aí nós conversamos? —  ela já estava acendendo a luz da sala, atrapalhando a visibilidade e Steve. Na mesinha de centro era visível uma caixa de papelão, pizza. —  E antes que diga algo, não aceito não como resposta. Você está fedendo a álcool!

A contragosto ele se levantou, com a ajuda e incentivo de Natasha, que puxava-o pelo antebraço direito, guiando-o até o banheiro, jogando-lhe uma toalha logo em seguida.

O barulho do chuveiro ligado, fez com que Natasha se afastasse da porta do banheiro, seguindo o rastro de garrafas vazias e coisas jogadas pelo chão do apartamento, colocando as coisas sem seu devido lugar, descartando as garrafas vazias o quanto antes. E guardando as demais.

As batidas ritmadas na porta, chamaram a atenção da ruiva, que reconhecia muito bem aquele ritmo. Não seria possível, estava fora de cogitação, certo?

—  Tony? —  a surpresa estampada em sua face, deixado as sobrancelhas arqueadas.

—  Sabia que te encontraria aqui. Preciso que nos deixe a sós. —  ela o olho de cima a baixo, jeans, tênis, uma blusa preta sem estampa, e um sobretudo aberto.

—  Acha que esse é mesmo o melhor momento para isso?

—  Nat, por favor.

Ela permanecia com a mão na porta, quase impossibilitando a entrada dele, e ele não tinha pressa. Não havia movido um músculo sequer. Ela cogitou negar o pedido, mas ele parecia decidido, e ela o conhecia bem para saber que ele não desistiria fácil.

— Não estrague tudo, você pode se arrepender depois, Tony. —  afastou-se da porta, recolhendo seu sobretudo. —  E qualquer coisa me liga.

Ela saiu e ele entrou, fechando a porta em seguida. Olhou novamente aquele apartamento, que agora parecia tão abandonado. Caixa de pizza sobre a mesinha de centro, cheiro de álcool, como se tivessem derramado o conteúdo no chão. Uma música suave que era tocada pelo rádio antigo.

Ele se sentia seguro ali, em casa. Mesmo com o cheiro forte de bebida, com a pouco iluminação. Ele se sentia em casa.

—  Natasha? —  a voz ainda distante chamando por uma pessoa não mais presente. —  Acho que tem suco na geladeira, caso queira beber algo. —  ele evitava levantar o tom, sua cabeça logo o torturaria com ondas de dor.

—  Não estou com sede. —  Tony falou pausadamente, enquanto retirava seu sobretudo, jogando-o no sofá.

A voz havia acertado Steve em cheio, seu coração falhou uma batida. Seus pés, acostumados com o percurso, guiaram-no até a sala, encontrando Tony observando uma das muitas fotos nos porta-retratos que Steve fazia questão de manter. Ele estava com calça de moletom, uma camisa branca que colava-se ao corpo, devido à umidade ainda presente, descalço e com o cabelo molhado pelo banho recente.

—  Tony…

—  Eu lembro de algumas coisas. Alguns trechos, como um trailer de um filme. E eu estava em casa, coloquei uma dose de whisky no copo… e lembrei do seu toque. Eu fechei meus olhos e você estava lá. Eu não posso ficar assim, Steve. —  gesticular era parte dele, algo que compunha sua personalidade inquieta. —  Eu posso não lembrar de muita coisa, mas quando eu durmo eu sonho com você. E quando eu ainda não tinha entrado naquele Starbucks da sexta avenida, eu sentia que faltava algo. E quando eu entrei e falei com você, essa sensação passou. Eu posso não lembrar de você, ou de nós. Mas honestamente eu sinto que conheço você. E isso é o suficiente pra mim, por hora. E eu queria saber se pra você…

O falatório fora sabiamente interrompido por Steve, que o alcançou em três longos passos,  selando seus lábios aos do moreno, impossibilitando-o de falar qualquer coisa além. O beijo era necessitado, como se há anos estivessem esperando por esse momento. As línguas buscavam acariciar e explorar cada canto da boca alheia. As mãos buscavam transmitir em carícias tudo aquilo que eles não saberiam explicar em palavras.

—  É mais que suficiente. Muito melhor que pensar que você me esqueceu.

—  Basicamente eu não te esqueci por completo. Eu só não sabia o que faltava. Agora eu sei.

 

 

 

 


Notas Finais


PLAYLIST: https://open.spotify.com/user/marcal.carol/playlist/726ew9ZEqohKVGc6BrU2TZ

{Hollow drum - Laura Welsh; I wanna dance with somebody - Bootstraps; Mess is mine - Vance Joy; Nervous - Gavin James; Waiting - Alice Boman; First time ever I saw your face - Johnny Cash; Falling in love at a coffee shop - Landon Pigg.}


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