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História Fish - Navio pesqueiro saqueia príncipe tritão


Escrita por: Renata_Maila

Notas do Autor


Annyeong gafanhotos!

Por pouco não consegui postar hoje, mas depois eu explico isso...
Apenas lhes desejo uma boa leitura!

Capítulo 4 - Navio pesqueiro saqueia príncipe tritão


Fanfic / Fanfiction Fish - Navio pesqueiro saqueia príncipe tritão

Jaebum espantou-se com a quantidade de livros que Eun Soo trazia em seus braços, fazendo-a quase sumir por detrás deles. Jaebum levantou rapidamente e pegou os livros de Eun Soo, fazendo a mesma sentir-se envergonhada.

 

- Poderia ter me chamado para lhe ajudar, não sabia que você iria trazer tantos livros.

- Desculpa… faço isso sempre quando venho para cá, tornou-se um hábito.

- Tudo bem, não precisa se desculpar.

 

   Eun Soo encolheu-se na cadeira e abriu o primeiro livro que viu, escondendo-se no mesmo.

 

    Uma semana se passou dessa forma com Jaebum e Eun Soo enfurnados na biblioteca da escola, pesquisando mais sobre a história do país antes de procurarem as pessoas.

     No entanto, Jaebum percebeu que Eun Soo estava diferente. Parecia mais pálida e exausta, como se estivesse adoecendo. Porém, não teve coragem de perguntar, fazendo-se arrepender-se na segunda-feira porque Eun Soo não foi para a aula. Sucedendo-se assim pelo resto da semana.

    Na segunda semana, Jaebum estava preocupado e irritado, ainda mais pelo problema que estava passando em casa. Sentia que a qualquer momento ia explodir e torcia que fosse na cara de alguém. Todavia isso não lhe impediu de terminar a pesquisa na escola. Pensava em fazer Eun Soo pesquisar todas as pessoas como uma forma de castigo por lhe preocupar tanto.

     Era terça-feira da terceira semana que, decidido, Jaebum foi até a sala dos professores.

       Todos os professores espantaram-se ao ver Jaebum ali, parecendo um tanto hesitante. O Prof. Kang, que cuidava da turma de Jaebum e que anunciara o trabalho, chamou-o até sua mesa.

 

- Tem alguma dúvida sobre o trabalho?

- Hã… Não, professor. Gostaria de saber se o senhor poderia me dar o endereço da Eun Soo.

- Preocupado com ela? - perguntou, vendo Jaebum endurecer o olhar.

- Só não quero fazer todo o trabalho sozinho.

- Claro.

 

    E Jaebum não gostou do tom dele. Todavia, o Prof. Kang já tinha terminado de escrever o endereço dela em um papel e estava alcançando para Jaebum.

 

- Coloquei o número de telefone residencial. Mas eu suponho que ela estará de volta segunda-feira que vem.

 

     Jaebum assentiu e curvou-se tanto em agradecimento quanto em despedida, saindo, seguidamente, da sala. Estava em dúvida se iria até a casa de Eun Soo, se ligaria para a mesma ou se esperava até segunda-feira. Não queria dar o braço a torcer e admitir que estava preocupado com o repentino desaparecimento da garota.

 

     Na manhã seguinte, como todos os dias dessas três semanas, Jaebum esperava em frente do portão da escola, antes do sinal tocar, para ver se Eun Soo, por algum milagre, voltaria.

 

- Está esperando sua namoradinha, Im?

- Seu olho parece melhor, Choi. - disse Jaebum com um sorriso de canto presunçoso - Mas sabe que preferia quando estava roxo? Ou melhor, quando eu o coloquei na sua cara.

- Deveria ter cuidado, Im.

- De quem? De você? - debochou.

- Sabia que sua namoradinha até que é bonita? Se não fosse por você, não teria percebido. - entrou na escola, satisfeito com a mudança de expressão de Jaebum.

 

     Quinta e sexta-feira, após a aula, Jaebum passou em frente a casa de Eun Soo, mesmo que fosse dois bairros de distância de sua casa - e na direção oposta. No entanto, não teve coragem de bater à porta. Sábado e domingo quase ligara para lá, mas decidiu esperar o dia seguinte.

 

     Novamente Jaebum estava em frente ao portão, esperando, antes do sinal bater. Para o seu alívio, avista Eun Soo parecendo melhor. Não estava mais com aquela expressão exausta e nem pálida.

      Eun Soo espantou-se ao ver Jaebum ali, vindo em sua direção, parecendo contente. Para sua surpresa, ele pegou sua mochila, retirando de seus ombros e pondo uma alça em seu próprio ombro livre - já que, fazendo jus à sua rebeldia, usava sua mochila com uma alça.

    Eun Soo não teve coragem de perguntar o motivo daquilo, ainda mais por haver tanta gente a sua volta.

 

- Pensei que teria que fazer todo o trabalho sozinho.

- Desculpa… - murmurou Eun Soo, baixando a cabeça.

- Não precisa se desculpar por ter adoecido. Aliás, você está melhor agora?

- Estou, obrigada.

 

   Jaebum mordeu a língua para não perguntar o que ela teve.

 

- Foi grave? - perguntou e torcia para que Eun Soo dissesse o que era.

- Nada demais… já estou habituada mesmo.

- Há alguma recomendação médica?

- Tenho que estar comendo constantemente. Fiz o meu estoque de chocolates. - e Eun Soo sorriu minimamente.

- Tem certeza que isso não vai lhe adoecer mais?

- Acredite em mim, isso ajuda a manter a minha saúde.

- Uau. Se é para comer doce a todo instante, também quero ter essa doença.

- Não diga uma coisa dessas. - e Eun Soo assumiu um tom sério - Você não faz ideia de quão ruim isso pode ser.

 

    Jaebum assentiu, não duvidando das palavras de Eun Soo.

 

&

 

- Você pesquisou tudo isso? - perguntou Eun Soo impressionada ao ver a quantidade de informação que Jaebum havia juntado.

- Não podia deixar que nos atrasasse só porque você havia adoecido.

- Então só precisamos decidir a cidade em que iremos e as pessoas?

- Suponho que sim.

- Podemos ir à universidade depois da aula. O que acha? - sugeriu Eun Soo claramente animada.

- Pode ser, mas…

- O quê?

- Tenho que passar em casa antes.

- Você vai querer que eu espere na escola ou que eu...

- Melhor você esperar na escola, não demorarei mesmo.

- Tudo bem.

 

    E Jaebum notou que Eun Soo havia ficado um pouco desconcertada. No entanto, pensava que assim era melhor, para ambos os lados, não seria muito bom serem próximos e isso se limitava o conhecimento residencial do outro.

    Porém, Jaebum passou a mudar de ideia no decorrer da aula, pois percebera que Choi estava os observando, principalmente no término da aula, pois passou a segui-los. Jaebum conhecia Choi o suficientemente bem para adivinhar o que ele estava tramando.

 

- Bem, vou esperar aqui, então. – disse Eun Soo ficando próxima ao portão da escola.

- Acho melhor que você venha comigo.

- Por quê?

- Teme que eu vá fazer alguma coisa? Só vamos, Eun Soo.

 

    Eun Soo não se arriscou mais a perguntar e passou a acompanhá-lo. Começou a sentir-se nervosa ao dar-se conta de que iria conhecer onde o seu crush punk morava, mesmo que acabasse não entrando na casa.

     Depois de algum tempo, Eun Soo passou a indagar-se se fosse demorar mais, pois sentia que precisava comer logo, além de que estava quente e no sol.

 

- Falta muito? – perguntou a garota.

- Está vendo aquela farmácia na outra esquina? Nós iremos ali, depois disso, em cinco minutos, estaremos em casa. Por quê?

- Eu preciso comer algo...

- Ah, eu tenho um doce... – e retirou um bombom do bolso – Espero que sirva de alguma coisa.

- Ah, obrigada. – e Eun Soo mordeu os lábios para não sorrir devido ao fato que Jaebum se preocupava consigo, mesmo que isso significasse que fosse somente pelo trabalho.

 

    No entanto, a felicidade de Eun Soo desapareceu ao ver o sorriso e a intimidade de Jaebum ao falar com a atendente da farmácia, até chamando-a de “noona”. Sentia que podia saltar o balcão e fazê-la engolir todas aquelas caixas de remédio. Porém, apenas observou o fato de que Jaebum tinha comprado remédio para pressão – sabia disso por causa de seu tio que sofria de pressão alta. Eun Soo torceu para que esse não fosse o caso de Jaebum já que era tão jovem.

 

- Você está bem? – perguntou Jaebum ao saírem da farmácia – Parece que você comeu algo azedo.

- Estou bem. – respondeu Eun Soo um tanto ríspida.

- Tem certeza?

- Por que não teria?

- Hum... Acho que ela está com ciúmes. – disse Choi desencostando-se do poste e aproximando-se de ambos.

 

    Eun Soo notou que Jaebum ficou mais sério.

 

- O que você está fazendo aqui, Choi? O seu lugar não é aqui.

- Que eu saiba estamos em um país livre, não estamos mais à mercê dos japoneses tiranos. Posso ir aonde bem eu querer.

- Não se faça de besta, Choi. Ou está aqui para que eu deixe o seu olho roxo de novo?

- Acho que é você que não se sairá bem, Im.

- Sua auto confiança chega a ser extraordinária! Saia daqui, antes que eu o deixe como um panda... Pelo menos, ficará apresentável.

- Não se atreva...

- Não? Acha mesmo que eu, Im Jaebum, não seria capaz de quebrar a sua cara? Você duvidou da última vez.

- Desta vez vou lhe humilhar na frente da sua namoradinha... Quem sabe ela não seja minha?

 

     E para a surpresa de Eun Soo, Jaebum desferiu um soco em cheio no rosto de Choi, fazendo o cambalear alguns passos. No entanto, este retornou em cheio e soqueou de volta. Jaebum recuperou-se e deu um chute nas costelas seguido de um soco no estômago, no entanto, Choi, ao usar anéis pontiagudos, desferiu outro soco de volta no rosto. Em questão de segundos, o rosto de Jaebum estava empapado de sangue. Eun Soo apenas viu Jaebum passar o dorso na mão nos olhos para retirar o sangue e desferir outro soco antes de fechar os olhos.

    A garota tremia dos pés a cabeça, sentindo-se aflita ao pensar que Jaebum parecia estar levando a pior. A cada som de choque de ossos, Eun Soo encolhia-se, torcendo que não tivesse sido em seu crush. Passou a odiar-se por não ter coragem para fazer alguma coisa, nem que fosse para gritar de pavor, todavia, sentia-se congelada, colada ao chão.



 

    Ao tomar coragem para abrir os olhos de novo, viu que Jaebum estava com uma parte do rosto ensanguentada, assim como os lábios. Choi parecia estar levando a melhor dessa vez.

    Jaebum passou o dorso da mão nos olhos para retirar o sangue e desviou o soco de Choi, dando uma rasteira no mesmo em seguida. Puxou-o pelo colarinho do uniforme e desferiu mais dois socos, jogando-o no chão.

 

- Suma daqui, Choi. Na próxima vez não terei misericórdia.

- Seu covarde! - gritou.

- Não sou eu que estou no chão, não é? Vamos, Eun Soo.

- Isso, usa sua namoradinha como desculpa! Vou usá-la também.

 

    Jaebum virou bruscamente com o punho fechado, mas parou quando sentiu Eun Soo segurar o seu pulso.

 

- Vamos, Jaebum. - suplicou.

 

    Ao fitar os olhos de Eun Soo, Jaebum afrouxou o punho e assentiu. E ambos saíram dali, deixando Choi xingando para trás.

    Jaebum notou que Eun Soo estava estranha, até mesmo um pouco pálida, logo passou por sua cabeça que ela poderia estar com aquilo de novo - embora não soubesse o que era.

 

- Você está bem? - perguntou.

- Se eu estou bem? Você tem a audácia de me perguntar isso enquanto o seu rosto está coberto de sangue? Realmente não posso acreditar que você realmente tenha me perguntado isso.

- Está brava?

- Não! Estou feliz! Não está vendo? Temos que limpar este sangue! E se seus pais lhe verem assim? O que vão pensar?

 

    Eun Soo começou a fazer um discurso de como ele foi estúpido ao ter lutado, usando termos e comparações científicas que Jaebum nunca ouvira falar. Não que o mesmo estivesse prestando atenção, sentia-se animado com o fato da garota estar brava consigo.

 

- Espere aqui, você não pode entrar em casa nesse estado. É mais fácil entrar com sangue na roupa no que no rosto.

 

    Em seguida, entrou numa loja de conveniência. Jaebum pensou que teria sido mais fácil ter passado na farmácia de antes, até teria sugerido isso, mas não se atreveria com Eun Soo naquele estado. Logo a garota voltou com uma sacola nas mãos, onde  retirou um pacote de lenços umedecidos e água mineral juntamente com uma caixa de curativos. Suas bochechas estavam lívidas de raiva e seus olhos fulminavam a simples garrafinha de água, mas Jaebum continuou calado.

 

- Senta! - ordenou Eun Soo, e ambos sentaram no cordão da calçada.

 

    Eun Soo, um pouco trêmula, Jaebum notou, abriu a garrafa, e para a surpresa do garoto, atirou água no rosto dele. Em seguida, tomou um gole e abriu o pacote de lenços. Seus olhos marejaram enquanto limpava o sangue diluído na água. Para surpresa de Jaebum, Eun Soo começou a chorar.

 

- Por que está chorando? - perguntou Jaebum calmamente.

- Eu lhe odeio! Profundamente lhe odeio! - exclamou a garota enquanto terminava de retirar o sangue - Você não tem noção do quanto aterrorizada fiquei ao presenciar aquela estupidez! Pensei que estivesse gravemente ferido com a quantidade de sangue que tinha em seu rosto!

- Está chorando porque eu briguei?

- Acha que sou tão indefesa e sonsa assim?! Estou chorando de alívio! Sabia que a região da sobrancelha é a que mais sangra? Estou aliviada que tenha sido apenas um pequeno corte. Você vai ter que aplicar algum remédio em casa. - murmurou fungando.

 

    Eun Soo, por ainda estar trêmula, estava com dificuldades de tirar a fita colante do curativo, por isso que Jaebum tirou para si. Seguidamente, a garota pôs o curativo em cima do corte.

     Jaebum notou que ao estar preocupada Eun Soo era bem diferente de quando estava normal, pois ao estar exaltada estava gritando e falando o que está em sua cabeça, e não apenas murmurando e se escondendo atrás de livros e cadernos como um camundongo amedrontado. Jaebum sentia-se contente por ter descoberto esta outra “camada” da nerd.

 

- Desculpa. - murmurou Jaebum, fazendo Eun Soo olhar-lhe surpresa - Não irá se repetir.

- Não diga o que você não possa cumprir.

- Você acha que não posso me tornar uma pessoa civilizada?

- Não! Você nasceu para ser rebelde. Pessoas assim não devem se tornar normais.

 

&

 

    Eun Soo sentia-se nervosa novamente depois do choque da briga ter acabado, pois agora estava de frente para a casa de seu crush secreto. Era uma casa simples e pequena, mas muito bonita. Tinha um pequeno jardim na frente com pedras polidas que formavam uma pequena trilha até a porta branca da frente. As paredes eram de um amarelo claro, como o sol pálido da manhã; parecia ser aconchegante, como a casa de vó.

 

- Não vai querer entrar? - perguntou Jaebum com a mão na maçaneta.

- Achei que não quisesse que eu entrasse… Além do mais, você disse que não iria demorar.

- Eu vou ter que me limpar, não quero que você fique aqui. Choi é ainda pode estar por perto.

 

    Eun Soo estranhou, mas nada disse e o acompanhou. De fato, Eun Soo tinha acertado ao concluir que a casa seria aconchegante. Havia fotos de família e vasos de flores espalhados pela sala. Além de uma toalha de tricô na mesinha de centro. O sofá era de dois lugares e ainda tinha uma cadeira de balanço com almofadas de estampado de flores. Logo estava a cozinha, também pequena, mas extremamente arrumada e com um cheiro gostoso de bolo assando. A única coisa que “separava” a cozinha da sala era uma mesa redonda de vidro com quatro cadeiras, tendo também uma toalha de tricô e  um vaso baixo de violetas. Do lado direito, havia três portas.

 

- Trouxe o seu remédio! - exclamou Jaebum, fazendo Eun Soo sobressaltar-se por estar tão focada nos detalhes da casa.

 

    A primeira porta abriu-se, saindo da mesma uma senhora de, aparentemente, sessenta anos. Estava usando um vestido claro e um avental florido, como a decoração da casa. A senhora retirou os fios grisalhos que desprenderam de seu coque do rosto e sorriu para Eun Soo.

 

- Olá, querida. - sorriu a senhora. Eun Soo curvou-se em respeito - Vejo que está melhor de saúde. Jay contou-me que estava ausente da escola porque estava doente… Está tudo bem agora?

 

    Eun Soo estava surpresa pela senhora saber disso de si, olhou em volta em busca de Jaebum, mas o mesmo já havia entrado em seu quarto.

 

- Estou melhor agora…

- Pode me chamar de Hyerim ou halmeoni se isso lhe fizer se sentir mais confortável.

- Tudo bem, halmeoni.

- Ah! O bolo!

 

    E a senhora foi correndo até o forno.

 

- Gosta de bolo de chocolate?

- Sim. - respondeu um tanto tímida.

- Vó! Vó!

- O que será que essa criança quer?

 

    A senhora abriu a terceira porta, onde deu a Eun Soo o deslumbre de Jaebum sem camisa. No milésimo de segundo seguinte, seu olhar se encontrou com o do garoto, fazendo-lhe desviar o rosto e sair daquela posição.

 

- De quem você arrancou sangue dessa vez? - ouviu Eun Soo da vó enquanto olhava os quadros que estavam na sala.

 

    Eun Soo sorriu ao deparar-se com uma foto do Jaebum com cinco anos, aparentemente, todo sujo no rosto.

 

- Fofo. - murmurou Eun Soo ao olhar as outras fotos de criança.

 

    Notou que tinha traços de seu pai, mas muito mais de sua mãe. No entanto, as fotos com eles pararam quando tinha uns dez anos, mais ou menos. A partir disso era sozinho ou com sua avó.

 

- Sempre foi bonito, não? - perguntou halmeoni da cozinha, fazendo Eun Soo sobressaltar-se; assentiu um pouco tímida - Sinto-me muito abençoada por ele ter se tornado tão forte, embora um pouco cabeça dura como a mãe… Talvez seja de família… Também sou assim. - e sorriu, pondo a forma de bolo no balcão.

- Os pais dele…

- Sim, faleceram quando ele tinha quase onze anos. Foi num acidente de carro, realmente triste.

- Sinto muito…

- Não precisa sentir, faz tempo que isso aconteceu. Não devemos nos lamentar por águas passadas, não é verdade? Sente-se aqui, gosta de leite? Ou prefere chá? - perguntou enquanto colocava uma generosa fatia de bolo num pires.

- Nós nem vamos ficar, vó. Temos que ir à biblioteca. Não podemos perder o ônibus.

- Acho que nós já perdemos depois daquela…

- Estupidez? - completou Jaebum sorrindo - Você tem razão. Podemos ir amanhã, o que acha?

- Claro, talvez seja melhor. - e Eun Soo ia levantando.

- Onde você vai? - perguntou a halmeoni e Jaebum ao mesmo tempo, surpreendendo Eun Soo.

- Hã… Embora…? - disse hesitante.

- Você nem comeu o bolo! Está quentinho!

- Fique, não iremos lhe cozinhar depois, não se preocupe. - brincou Jaebum, sentando-se também.

- Não assuste a menina… Vai querer leite, querido?

- Deixe que eu pegue, vó. Vai querer também? - perguntou a Eun Soo que apenas assentiu.

- Você nunca trás um amigo para casa… Ainda bem que Deus foi generoso com as minhas preces e o fez trazer uma garota logo de cara.

 

    E Eun Soo começou a tossir por ter se engasgado com o bolo.

 

- Agora a senhora a assustou falando isso repentinamente.

- Beba um pouco de leite, querida, vai ajudar.

 

    Eun Soo obedeceu sem contestar. Bebia pequenos goles de leite como uma maneira de arranjar tempo.

 

- Mas realmente fico contente por ter vindo, querida. Sei que o temperamento de Jaebum não é dos melhores… Confesso que ele puxou isso da minha parte da família, infelizmente. Sorte que tem muita saúde e é bonito. Não acha?

 

    Eun Soo arregalou os olhos não sabendo o que responder. Olhou para Jaebum, pedindo-lhe ajuda, mas o mesmo parecia estar se divertindo e, pior, esperando a resposta. Envergonhada, assentiu levemente, mal movimentando a cabeça.

 

- Viu? É o que eu sempre digo. - e a senhora sorveu um gole de sua bebida - E o trabalho? Como está?

- Acabamos perdendo o ônibus por conta de um probleminha… - disse Jaebum.

- Com a briga, você quis dizer. - disse Eun Soo, olhando-o severamente.

- Olha esse rosto… Sua boca estaria intacta se não usasse essas argolas de boi. - disse a ahjumma, fazendo Eun Soo rir.

- Seria argola de boi se tivesse posto no nariz, vó.

- Se está na cara, então é a mesma coisa! - e olhou para a Eun Soo - Se não fosse por mim, teria furado toda a cara. Só o deixei usar essas porcarias se fosse removível e mesmo assim teve a cara rasgada!

- Foi só um pequeno corte no lábio, vó! - protestou Jaebum.

- E esse curativo na sobrancelha?

- Foi o meu problema que causou. - disse ele com azedume.

- Deveria parar de encará-lo como um problema, só assim eles somem. No meu tempo…

 

    E Eun Soo sorriu durante a história que a idosa contava. Achava divertido ouvir, ao contrário de Jaebum que revirava os olhos de tempos em tempos; no entanto, ela gostava já que não possuía avós; sentir-se-ia privilegiada ao passar por esta situação, ainda mais por estar comendo bolo.

     Todavia, Eun Soo notou que a coloração do céu mudou do lado de fora e espantou-se ao constatar que era tarde ao ver as horas no relógio pendurado na parede da cozinha.

 

- Agora eu realmente preciso ir. - disse Eun Soo - Está tarde e, aparentemente, meus pais acham que fui para a faculdade e não aqui. Não quero que os meus pais se preocupem.

- Entendo, querida… - e a idosa levantou, abraçando Eun Soo em seguida - Volte sempre que quiser. Gosta de tortas? Farei uma da próxima vez.

 

     Eun Soo assentiu e curvou-se em despedida.

   Jaebum levantou-se também e ia em direção à porta; Eun Soo estranhou quando ele se juntou a si.

 

- O que você vai fazer? - perguntou Eun Soo.

- Vou lhe acompanhar.

- Mas eu vou pegar um ônibus.

- Não importa, vou lhe acompanhar mesmo assim.

- Por quê?

- É perigoso para alguém como você andar sozinha por aí.

- Acha que Choi está a espreita?

- É o mínimo que eu possa fazer por você depois da minha “estupidez”.

 

    Eun Soo assentiu, suprindo um pequeno sorriso. Sabia que estava se iludindo, mas ao ver esses pequenos detalhes de preocupação, fazia o coração da nerd acelerar. Na verdade, o ritmo agitado já era de costume, estranho seria se ele estivesse calmo na presença do rebelde.

     De fato, Eun Soo se sentia realmente feliz por estar caminhando ao lado de Jaebum, ainda mais de depois ter conhecido sua casa e sua família. Sentia que as chances de aproximação aumentaram, mesmo que negasse interminavelmente dentro de si que gostava dele. Na verdade, Eun Soo gostava de pensar que era apenas uma admiradora da beleza. Sabia apreciar as feições belas do punk, até mesmo de seu perfume delicioso que desprendia de sua pele morena - a ideia absurda de vício passou-lhe pela cabeça.

 

- Você ouviu o que eu disse? - perguntou Jaebum.

- O-o quê?

- Em quem você estava pensando? - indagou o punk com uma expressão brincalhona - Estava pensando em mim, por acaso?

 

   Eun Soo desviou o olhar, sentindo suas bochechas queimarem.

 

- Que absurdo. - murmurou indignada, sem força de contornar essa situação.

- Espero que não tenha caído de amores por mim depois de ter lhe defendido.

 

   A nerd olhou-o repentinamente, tomando consciência de que ele havia brigado com Choi por sua causa. Jaebum notou o que ela  havia percebido e pôs as mãos nos bolsos da calça, olhando ao redor como se não fosse nada.

 

- Amanhã iremos à faculdade? - perguntou Jaebum.

- Sim… Discorda de algo?

- Não, não.

- Iremos depois da aula?

- Acho que é melhor.

 

    A situação havia ficado um pouco estranha durante o percurso até a parada de ônibus, mas Eun Soo - claramente - não se importou.

 

- Bem… Obrigada. - agradeceu Eun Soo.

- Vê se não sofra nenhum acidente, não quero ter que terminar o trabalho sozinho. Já fiz o suficiente quando você tirou suas “férias”. - disse Jaebum um tanto rude, com uma expressão de pouco se importa.

 

    Eun Soo queria ter dito alguma resposta inteligente ou algo que fosse engraçado, mas aquele fundo de preocupação enrustida coberta pela camada grossa de ironia fez com que o seu tolo coração disparasse pela milésima vez no dia.

     O ônibus chegou e antes de entrar no mesmo, Eun Soo lançou um olhar para Jaebum querendo gravá-lo mais um pouco em sua mente. De propósito, sentou na janela do lado da parada, podendo vê-lo melhor. Fingiu não ser nada demais, mas sentia falhar miseravelmente; a verdade é que Eun Soo não queria ficar longe do punk. No entanto, o ônibus partiu como o navio pesqueiro que lhe retirava do mar, distanciando-lhe de seu príncipe tritão.


Notas Finais


E aí? O que acharam?

Well, o que tenho para explicar é que Exodus e Fish vão ficar um pouquinho de hiatus porque estou sem net em casa. Daí só terei acesso a ela se estiver na facul - que é à noite, terça e quarta - ou quando vir para o escritório - que é o caso agora -, mas isso é raro...
Sorry... vou continuar escrevendo, mas as postagens...
Quando der,, apareço por aí ;)
xoxo


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