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História Fish - Tubarão virou tainha no coral das trutas


Escrita por: Renata_Maila

Notas do Autor


Annyeong gafanhotos

Sorry a demora, estou ocupada por estar fazendo a decoração do meu aniversário que acabei deixando as fics de lado... Mianhae.
Mas cá estou eu com um capítulo novinho - e espero que esteja grandinho; não sei porque estou escrevendo pelo cel.

Enfim, chega de enrolação e boa leitura!

Capítulo 5 - Tubarão virou tainha no coral das trutas


Fanfic / Fanfiction Fish - Tubarão virou tainha no coral das trutas

  

 Eun Soo precisou conter o sorriso quando Jaebum aproximou-se de si em frente aos portões da escola, pois o mesmo parecia estar um pouco desconfortável. Talvez fosse apenas algo absurdo da mente da nerd, mas esta pensava que pareciam estar tendo um encontro.

 

- Está pronta? - perguntou Jaebum, ganhando um aceno de cabeça.

 

 Ao caminharem em direção à parada de ônibus, Eun Soo teve de abaixar o rosto diversas vezes para poder esconder o sorriso bobo que dançava em seus lábios, estava realmente feliz por estar ao lado de Jaebum. Pois nunca que iria imaginar que isso fosse acontecer realmente algum dia. Se fosse um sonho, Eun Soo desejava estar em estado de coma para nunca mais acordar.

 

- Ridículo. - murmurou, repreendendo-se.

- Falou alguma coisa? - perguntou Jaebum, fazendo Eun Soo arregalar os olhos.

- N-nada.

 

  E Jaebum arqueou uma sobrancelha, sorrindo por fim.

  Chegaram à parada de ônibus e se sentaram no banco, esperando o transporte passar.

 

- Nós só vamos àquela faculdade, certo? - perguntou Jaebum.

- Sim. - confirmou Eun Soo - Por quê?

- Penso que se só ela é o suficiente… Não estava afim de ter que ir em mais algum lugar.

- Bem, o professor não disse nada, então não acho que seja desnecessário ter mais de uma fonte.

- Menos mal.

 

  O ônibus chegou. Eun Soo não soube identificar se era cavalheirismo ou apenas dúvida do momento, de qualquer forma, Jaebum deixou-lhe subir primeiro. Obviamente que Eun Soo sorriu com esse ato e ficou agradecida por Jaebum ter visto.

  Ambos sentaram quase no fundo do ônibus, Eun Soo ocupou o assento ao lado da janela, seu lugar favorito - e provavelmente de quase toda população mundial. Estava contente de poder estar na janela. Torcia que, quando fossem para a cidade entrevistar as pessoas, pudesse sentar na janela novamente.

 

  Para Eun Soo, a “viagem” durou pouco tempo, mesmo que a universidade ficasse um pouco longe de onde pegaram o transporte, o que era uma infortúnio para a nerd já que queria passar mais tempo sentado do lado do rebelde, sentindo aquele perfume inebriante.

  Desceram do ônibus e olharam para o outro lado da rua, vendo a entrada da universidade.

 

- Precisamos de alguma autorização ou algo do tipo para entrar? - indagou Jaebum.

- Não se preocupe com isso, não será necessário.

 

  Atravessaram a rua. Jaebum estava receoso por achar esse fato estranho. Como deixavam qualquer um entrar?, pensava o rebelde. No entanto, entraram tranquilamente.

 Jaebum notou que a expressão de Eun Soo mudou completamente quando estavam dentro da universidade; ela parecia totalmente deslumbrada com qualquer mínimo detalhe que via. O rebelde ficou curioso da nerd ter as mesmas reações de uma criança num parque de diversões.

 

- Aqui é enorme! Como vamos saber onde fica a biblioteca? - reclamou Jaebum.

- Não se preocupe com isso.

- Você sabe onde fica?

- Claro! Já vim aqui várias vezes.

 

 “E mesmo assim agiu como se estivesse pela primeira vez.” - pensou Jaebum.

 

 Jaebum tinha certeza que se não fosse por Eun Soo já teria se perdido em dois minutos e só conseguiria sair dali se viessem lhe resgatar; por isso, estava fascinada com a nerd que andava por aquelas ruas como se fossem as linhas de sua própria mão. Jaebum desconfiava de que ela podia andar por ali de olhos fechados.

 Jaebum deparou-se com um enorme prédio de quatro andares e com janelas enormes e espaçadas. Passaram pela porta de vidro. O rebelde não sabia muito bem pelo que esperava, talvez várias estantes intermináveis de livros, no entanto era apenas um saguão com banco, livraria, cafeteria e outras coisas, indagou-se por um instante se Eun Soo havia ido ao lugar certo.

 

- Vai vir ou não? - perguntou Eun Soo segurando outra porta de vidro.

 

  Rapidamente Jaebum a alcançou. A sua frente havia um elevador e, ao lado do mesmo, uma escadaria.

 

- Eu gosto de ir pela escada, mas já que você está aqui vamos pegar o elevador.

 

   Entraram no elevador e Eun Soo pressionou o botão de número 4. Segundos depois Jaebum se deparou com outra porta.

 

“Com certeza teria que ser resgatado se me perdesse aqui.” - pensou Jaebum.

 

  Todavia, Eun Soo seguiu o corredor - que ficava ao lado de uma enorme claraboia acima - até parar na porta 4B e foi pela qual entraram.

   De ambos os lados havia armários com chaves próprias para guardar os pertences. Eun Soo tirou sua mochila de suas costas e pôs dentro de um armário, guardando a chave no bolso de seu uniforme; Jaebum fez o mesmo.

     Passando dos armários havia uma comprida, mas estreita recepção, tendo no final da mesma, de cada lado, estantes; Eun Soo dobrou a direita. Atravessando a primeira estante, Jaebum deparou-se estar em meio a um corredor com intermináveis estantes de livros. Admitiu internamente que aquilo tudo era realmente impressionante.

 

- Não acredito que você saiba por onde ir. - murmurou Jaebum já que estavam numa biblioteca.

- Eu já vim aqui várias vezes e esses dias eu perguntei onde ficavam os registros… Agora só temos que ver as placas.

 

  Para a ironia de ambos, os registros ficavam no fim do corredor.

 

- Clichê. - murmurou Jaebum, fazendo Eun Soo desviar o olhar.

- Quantos registros você acha que serão suficientes? - perguntou Eun Soo mudando de assunto.

- Hum… Boa pergunta…

- O prof. Kang sugeriu de 30 a 40.

- Pessoalmente acho que seja muito apenas para nós dois.

- Mas seria interessante saber diferentes histórias.

- Continua sendo muito. E eu não vou ficar decorando história de trocentos, já fiz a minha carga horária extra quando você tirou suas férias. Além disso, suponho que você não queira ultrapassar a sua cota.

 

  E Eun Soo desviou o olhar porque Jaebum tinha razão. A nerd pigarreou.

 

- Quantos você que seriam necessários?

- No máximo, 20.

- 20?!

- Eu diria 16, mas estou sendo generoso consigo.

- Mas 20 é pouco! E se não for o suficiente para tirarmos uma boa nota?

- E se for muitos iremos nos perder e o trabalho ficará horrível. Será mil vezes pior! É isso o que você quer?

- M-mas…

- 20. - repetiu Jaebum - Estou sendo generoso ao pensar em você sobre isso.

- Espera, vamos pensar mais sobre isso.

- Não temos tempo para isso.

 

  Eun Soo abriu a boca para contestar, mas não sabia o que argumentar.

 

- Dou-lhe uma… - e começou a erguer os dedos - dou-lhe duas… - e fitou-a com certa arrogância - dou-lhe três! Ok! Leilão encerrado. Serão 20. Você vai ver que eu tenho razão e que, no final de tudo, perceberá que 20 são mais do que suficiente para o nosso trabalho. Confie em mim.

 

  E por incrível que pareça, Eun Soo confiava.

 

  Cada um pegou uma quantidade enorme de livros de várias prateleiras e se sentaram. Pegaram seus cadernos e passaram a fazer anotações, tirando fotos de algumas informações.

 

- Nós ainda temos que selecionar dentre todos eles qual iremos, de fato, entrevistar. - disse Eun Soo ao olhar para a sua enorme lista no papel.

- Os dez primeiros serão os entrevistados.
- Jaebum! - repreendeu Eun Soo.
- Só estou sendo simplista. - e levantou as mãos em sinal de redenção.
- Parece que você não está nem aí com a história deles... Isso que foi você que sugeriu esse tema.

  E Jaebum revirou os olhos.

- E você tem um sistema melhor para escolhê-los?

  Eun Soo fingiu distrair-se com sua lista.

- Mas eu não quero fazer pouco caso... Imagina o que cada um deles passou?
- Eu lhe entendo... Mas vamos fazer por ordem, caso nesses dez primeiros algum não estiver disponível, nós vamos avançando na lista... O que acha?
- Tudo bem. Acho que assim será melhor para nos organizarmos. Vamos fazer fichas para cada família. O que acha?
- Sabe de uma coisa? Acho que não conseguiremos entrevistar as 20 pessoas em uma tarde só.
- Mas quem disse que será a tarde? Nós vamos ficar o dia inteiro em Paju! Sairemos bem cedinho daqui e voltaremos só quando tivermos concluído.

  Jaebum assoviou.

- Você já planejou tudo! Meu Deus! Não sabe fazer algo que não esteja na agenda? Há algo que você não planejou ainda?
- Planejar me trás a sensação das coisas que posso fazer e quanto tempo tenho sobrando.
- Ah, eu enlouqueceria se vivesse assim.
- Claro, você é assim. Óbvio que não conseguiria.

  E Jaebum fitou-a, fazendo Eun Soo ruborizar e desviar o olhar.

- O que vamos fazer agora? Já temos as listas prontas? - Eun Soo mudou de assunto.
- Que tal tomarmos sorvete?
- Sorvete? Ainda temos que fazer a lista, procurar seus endereços... Talvez devêssemos ligar também. Avisar de que vamos visitá-los. Acha que devemos comprar algo para eles? Penso que é rude irmos de mãos vazias e...

  Eun Soo arregalou os olhos ao perceber a mão de Jaebum cobrindo a sua boca; o rebelde apenas sorriu suavemente.

- Sabia que você fala demais? Eu me pergunto como sua língua não dá nó em si mesma. Não se preocupe com isso, veremos isso amanhã, que tal? Agora vamos tomar sorvete, huh?
- Mas... Mas..
- Qual o seu sorvete favorito?
- Flocos.
- Eu pago. Você não vai recusar isso, vai?

  Eun Soo suspirou e abriu um pequeno sorriso.

- Sabia que não.

  Pegaram as mochilas nos armários e saíram da biblioteca, caminhando pelo campus.
  Jaebum e Eun Soo pararam numa espécie de lanchonete. Num canto, perto do caixa, havia um freezer de sorvetes. Eun Soo olhou através do vidro os sorvetes e em seguida, olhou para a placa de preços.

- Pega o que quiser. - disse Jaebum olhando para um quadro na parede com as mãos no bolso e a língua passando de leve pelo piercing.
- Mas...

   Jaebum segurou um suspiro de impaciência e abriu o freezer, pegando um sorvete de flocos.

- É esse aqui? - indagou, presumindo que fosse esse o favorito da garota devido ao valor.

   Eun Soo não olhou para si, apenas assentiu minimamente. Jaebum pegou seu sabor - um de baunilha - e foi ao caixa pagar.

- Aqui está. - disse ao entregar o sorvete para a nerd quando estavam saindo do estabelecimento.

  Andaram até encontrar um banco - o que mais tinha na universidade - e se sentaram.

   Jaebum notou que Eun Soo estava distraída olhando para o campus, com uma expressão de tranquilidade e satisfação, como se estivesse em casa.

 

- Por quê você quer entrar na faculdade?
- Porque sim. - respondeu Eun Soo.
- Isso não foi muito inteligente.
- Não é óbvio? Quero me especializar.
- Mas por que aqui?

   E Eun Soo deu de ombros, mordendo a ponta do sorvete.

- Além de possuir um ótimo ensino, eu gosto daqui... E você?
- Não sei... Acho que só não quero me transformar num completo fracasso.
- E o que você quer fazer?
- Não sei.
- Mas no que você é bom?
- Hum... Em bater nas pessoas.
- Isso não é uma coisa boa.
- Você perguntou no que eu era bom, não especificou se deveria ser bem visto aos olhos da sociedade.
- E o que você pretende fazer?
- Não sei... - e olhou para Eun Soo, lambendo o sorvete que havia ficado no piercing - O que você acha que combina comigo?
- Hum... Médico...?
- Por quê?
- Você cuida bem das pessoas... Como a sua avó... E a mim, com a minha saúde, mesmo que não demonstre muito.
- Para quem é tímida, a língua corre frouxa às vezes.

    E Eun Soo olhou para os próprios pés, sentindo seu rosto esquentar; os segundos que se procederam em silêncio foram aterrorizadores para a nerd.

 

- Não sei se me encaixo em ser um médico… - murmurou Jaebum, pensativo.

- Não consegue se ver num jaleco branco e sendo cordial com qualquer pessoa?

- Talvez… Bem, farei o que a minha avó quiser que eu faça.

- Você não se importa com esse tipo de coisa?

- Como assim?

- Fazer a vontade dos outros… Não a sua própria. Não tem ambição?  

- Acho que a minha ambição é fazer a minha avó feliz. Além do mais, já que não tenho planos futuros… Por que não?

- Se ela quisesse que você fosse um bombeiro, aceitaria?

- Claro.

- Piloto?

- Também.

- Policial? Advogado? Jornalista? Professor?

- O que ela quisesse. - respondeu simplesmente.

- Uau. Gostaria de ser como você. Eu enlouqueceria se tivesse que fazer o que os meus pais quisessem. Será que todo rebelde é assim? - e levou o sorvete à boca.

- Quero que me responda uma coisa.

- O quê? - perguntou Eun Soo sem desviar sua atenção de seu sorvete.

- Lembra-se daquele dia que eu briguei com o Choi enquanto íamos para a casa da minha avó?

- Como poderia me esquecer? - replicou com a testa levemente franzida, ainda um pouco indignada com o ocorrido.

- Você havia me dito que eu não teria como me tornar “civilizado” porque nasci rebelde e deu a entender que seria ruim se me tornasse normal… Por quê?

- Pessoas como você nasceram com a dádiva.

- Dádiva?

 

    E Eun Soo assentiu.

 

- Dádiva que pessoas como eu torcem para ter.

- Não entendi.

- Você enfrenta qualquer coisa sem se preocupar com o depois, sem ter medo das consequências. Você é determinado e nada, nem ninguém, lhe faz mudar de ideia.

- Isso pode ser ruim, às vezes.

- Eu não acho. Gostaria de ser assim… Corajosa, determinada. Dar a outra face para baterem também. Não ter medo…

- Mas todo mundo tem medo, até mesmo eu.

- Eu sei disso, mas você é aquele tipo de pessoa que não se deixa abater, mesmo temendo não desiste. - e Eun Soo suspirou - Por isso que você não deve reprimir isso, seria como se alguém estivesse jogando fora o bilhete premiado da loteria.

- Não sabia que você pensava assim.

 

 E Eun Soo deu de ombros.      

 

- Posso lhe fazer uma pergunta também?

- Você já fez. - disse Jaebum sorrindo enquanto Eun Soo lhe deu um olhar meio desconcertado e enviesado - Mas lhe dou mais uma pergunta já que parece que gostou tanto do sorvete.

- Você brigou com o Choi por causa de mim?

- Porque você pensa isso? - e embora Jaebum tenha feito a pergunta simplesmente por curiosidade, Eun Soo ficou lívida de acanhamento.

- Antes de irmos, você deu a entender que não queria que eu entrasse na sua casa, mas depois da briga você mudou de ideia.

- Eu ia demorar.

- Você disse que o Choi poderia aparecer.

 

    Jaebum deu um sorriso de canto.

 

- Ok, você tem razão. Briguei com ele por causa de você.

- Por quê?

- Quando você ficou fora da escola durante aquelas três semanas, Choi falou tolices sobre você. Achei um absurdo, ainda mais que estava estressado com o problema de pressão da minha avó.

- Mas o que ele conhece de mim?

- Realmente você não pode ser tão inocente, não é?

 

    As bochechas de Eun Soo ficaram mais róseas.

 

- A minha ideia inicial era deixar-lhe na escola, pois não ia demorar, até seria mais fácil para nós, mas notei que Choi estava de olho em você, por isso mudei de ideia. E depois ele nos seguiu…

- Eu não sabia disso…

- Acho que ainda temos muitas coisas que não sabemos um do outro.

 

    E Eun Soo desviou o olhar penetrante de Jaebum, pois sabia que ele se referia ao seu problema de saúde.

 

- Sei que não nos conhecemos muito - começou Jaebum -, mas se você tiver tendo essa doença de novo…

- Não se preocupe, eu lhe avisarei.

 

  Após isso não trocaram mais nenhuma palavra. Terminaram os sorvetes silenciosamente e colocaram as embalagens na lixeira. Até mesmo ao concordarem de ir embora não trocaram mais do que meia dúzia de palavras cada.

   Foram para a parada de ônibus e esperaram até o transporte chegar, sentando-se perto da entrada.

 

- E o resto das coisas? - começou Eun Soo - Os endereços, arrumar as listas, fazer um mapa para não nos perdermos…

- Podemos fazer no decorrer da semana.

- Mas não podemos nos demorar muito… ainda temos que arrumar tudo isso.

- Não se preocupe, Eun Soo, vai dar tudo certo.

 

  Eun Soo fitou Jaebum, sentindo aquela segurança que ele emanava naturalmente; assentiu, concordando.

 

- Que tal sábado que vem irmos para Paju fazer as entrevistas? - sugeriu Jaebum.

- Ótima ideia. - e sorriu.

 

   Jaebum ainda estava intrigado com o problema de saúde que a nerd tinha, sentindo-se um pouco angustiado ao cogitar a possibilidade de que seria algo grave. O rebelde sentia uma necessidade tremenda para desvendar este mistério e de protegê-la.

     O ônibus parou e Eun Soo saiu, Jaebum atrás de si. A nerd franziu o cenho quando o viu na calçada consigo ao invés de estar no transporte que já dobrava a esquina.

 

- Você não deveria estar no ônibus? - indagou Eun Soo.

- Ah, bem… - e coçou a cabeça, pensando em o que responder como desculpa de seus devaneios - Eu ainda tenho que passar em outro lugar no caminho, mais fácil ir a pé.

 

  E Eun Soo assentiu, não sabendo sobre o que pensar sobre isso.

 

- Você vai passar em algum lugar também? - perguntou o rebelde.

- Não, vou direto para casa.

- Bem, já que está tarde, vou lhe acompanhar até lá.

- Não precisa.

- Eu não posso lhe deixar vagar sozinha por aí.

 

  Eun Soo não contestou. Estaria mentindo se realmente não quisesse que seu crush não lhe acompanhasse até em casa, como um perfeito cavalheiro. Todavia, não era isso que lhe preocupava. Sua mãe já havia lhe importunado ao saber que não faria outro trabalho sozinha, deixando de ser “mexilhão”, e estar fazendo trabalho com um “gato”, segundo sua mãe. Não que Eun Soo discordasse disso, mas sua mãe falando assim de alguém que era mais de 20 anos mais novo que si e que nunca o tinha visto era estranho. Além de que seu pai parecia de certa forma animado, mas provavelmente era por ter deixado de ser um mexilhão; a nerd tinha certeza que ele odiaria ao ver Jaebum com piercings, o casaco de couro puído e com aquela aparência de rebelde-imprudente. Além disso, Eun Soo sentia-se um pouco mal porque sua casa era maior e com um pouco mais de luxo comparado a casa do Jaebum, temia fazer o mesmo sentir-se inferior.

 

- Bem… é aqui. - disse Eun Soo parando em frente à casa de dois andares e o carro C3 exposto; Eun Soo teve que conter um suspiro de frustração ao ver a garagem aberta.

 

  Jaebum olhou para a casa, Eun Soo queria cobrir os olhos dele e se enterrar na areia depois.

 

- Já que está aqui.. Vou indo. - disse Jaebum com as mãos nos bolsos.

- Ah, chegou agora?

 

  Eun Soo congelou, fechou os olhos, tentando não se descontrolar. Virou e deu um pequeno sorriso para sua mãe que voltava do mercado com duas sacolas de compras.

 

- Sim, mãe.

- E quem é o seu amigo?

- Im Jaebum. - apresentou-se, curvando-se.

- É você que está fazendo aquele trabalho com minha filha?

- Sim, senhora.

- Tsc, não precise de tanta formalidade, ainda não cheguei a esse ponto. Pode me chamar de Naha. Por que não entra?

- Ele tem coisas para fazer, mãe.

- Bobagem. Não recusaria ramen, não é? Aposto que devem estar famintos. Entre, entre!

 

  E a mãe de Eun Soo passou a sacola para o outro braço, enganchando o livre no do rebelde, guiando-o para dentro de casa. A nerd respirou profundamente, tentando se preparar para a vergonha futura.

 

- Querido! Temos visita!

 

  Eun Soo revirou os olhos, odiava quando sua mãe usava aquele tom exacerbado de simpatia que encobria a vontade profunda de fofocar.

 

- Este é Jaebum, amigo da Soo. - apresentou Naha ao marido que havia saído da cozinha com luvas de cozinha.

 

   A nerd queria ter enfiado a cabeça dentro do vaso de folhagem no hall. Seu pai analisou o garoto; Eun Soo esperava que os biscoitos haviam dado certos porque uma coisa era certa: o humor de seu pai era de acordo com o desempenho de suas receitas.

  Em seus olhos, Eun Soo viu que ele analisava o uniforme encoberto pelo casaco de couro, os cabelos para cima e o piercing - removível - na boca. Tudo o que a garota amava no rebelde era ao contrário de tudo o que seus pais cultivavam e gostavam.

   Jaebum curvou-se em educação, parecendo brando. Eun Soo via um leão tentando domar-se.

 

- Prazer, senhor. - disse Jaebum sem desviar os olhos.

 

   “Uma vez predador, sempre predador.” - pensou Eun Soo, mordendo os lábios para não sorrir.

 

- Pode me chamar de Jongho. Gosta de cookies? Esta fornada está quase terminando e terá mais outra. Será rápido. - pegou a sacola que Naha lhe alcançava e voltou para a cozinha.

- Venha. - disse Naha para Jaebum, o que foi desnecessário já que ela estava enganchada nele, levando-o para a sala.

 

  Eun Soo seguiu-os, sentindo que estava fazendo o papel de sombra.

   Naha fez Jaebum sentar-se no sofá de dois lugares, sentando-se ao lado do mesmo em uma das poltronas.

 

- Sente-se ao lado de seu amigo, Soo. - disse Naha, impedindo que sua filha se sentasse na poltrona ao seu lado.

 

   Eun Soo não pode evitar de engolir em seco e trocar um segundo de olhar com Jaebum. Queria pedir a ele desculpas por tudo isso, mas sabia que este não era o momento certo. Por fim, sentou-se ao lado dele de modo desconfortável, não por causa dele, pois já estava acostumada - mesmo que seu coraçãozinho batesse descontrolavelmente -, mas sim devido ao olhar ávido de sua mãe.

 

- Vocês não estudavam juntos, não é? Esta é a primeira vez que fazem trabalhos juntos. - começou Naha, olhando fixamente para Jaebum, como se fosse devorá-lo vivo só para conseguir as informações mais rápido.

- Não. Eu fui para a turma dela um pouco antes do primeiro semestre acabar.

- E por que mudou de turma?

 

   Se Eun Soo tivesse a ousadia que desejava ter, teria respondido: “não, mãe, ele não trocou de turma por minha causa.”

 

- Por causa de um pequeno desentendimento com um colega meu.

 

    Eun Soo gostaria ter podido rir, pois lembrava do olho roxo de Choi. No entanto, essa vontade sumiu ao ver sua mãe assentir com um leve tom de decepção, a nerd estava certa ao pensar o que sua mãe havia cogitado.

 

- Você conhece esse colega, Soo?

- Não, mãe. - mentiu Eun Soo, prevendo que sua mãe pensava que sua própria filha estava vivendo um triângulo amoroso, mas era um frienzone, na verdade - Você sabe que eu não conheço o pessoal.

- Mas Jaebum deve ter muitos amigos, não?

 

  “Seria mais fácil se tivesse perguntado se possuía muitos inimigos.” - pensou Eun Soo.

 

- Não muitos. - respondeu Jaebum evasivamente.

-  Melhor ter poucos do que muitos falsos, não é mesmo?

 

   Eun Soo tinha certeza sobre o que sua mãe estava pensando. Provavelmente estava com uma lista na cabeça, pronta há algum tempo, para quando chegasse um momento semelhante a este, pudesse perguntar tudo o que queria e fazer um perfil a la FBI.

 

- E os seus pais? Como estão?

- Mãe, está trabalhando para a CIA, por acaso? - interveio Eun Soo não querendo que sua mãe deixasse Jaebum mais desconfortável do que já estava.

 

  “E se ele se enfurecer?” - pensou a nerd, mas ao invés de se sentir aterrorizada, sentiu-se animada, de certa forma.

 

- Não, Soo, só estou fazendo perguntas simples.

- Não, você está sendo impertinente e antiética.

- Está tudo bem. - disse Jaebum, fazendo Eun Soo calar-se e arregalar os olhos.

 

    Enquanto ambas discutiam, o rebelde percebeu que a nerd sabia de sua história e que estava quase lutando com unhas e dentes contra sua própria mãe; ele não queria causar mais discórdias.

    Naha notou a troca de olhares de, praticamente, milésimos de segundos, da mesma forma que o Prof. Kang notou. Era algo um tanto surreal para quem apenas se conheceu para um simples trabalho escolar.

 

- Meus pais faleceram quando eu era criança. - respondeu Jaebum. Eun Soo olhou severamente como se assim fizesse a própria mãe sentir-se culpada e arrependida do que havia feito.

- Oh, minhas condolências.

- Tudo bem. Minha avó sempre diz que faz tempo que aconteceu para ficar sentindo muito, e ela tem razão.  

- Você foi criado por sua avó? - e Jaebum assentiu - Bom para você - e sorriu compreensiva -, infelizmente, Soo não possui avós.

 

  Jaebum olhou rapidamente para Eun Soo, a mesma não olhava para si, sentia-se embaraçada demais e olhava para os próprios joelhos, sentindo o olhar do outro em cima de si.

 

- Querida, por que não troca de roupa?

- Depois quando sair do banho, mãe. - respondeu Eun Soo rapidamente; estava decidida a não deixar Jaebum a sós com Naha.

- Então poderia fechar as janelas? Acho que as deixei abertas.

 

  Eun Soo mordeu a língua para não responder. Tinha certeza que sua mãe não havia esquecido de nada e só estava tentando arranjar uma desculpa para poder ficar a sós com Jaebum para fazer o interrogatório oficial.

 

- Tem certeza que deixou aberta? Absoluta? - indagou, tentando deixar nítido em seu tom de voz e olhar para que a mãe desistisse de fazer isso.

- Não sei, por isso estou lhe pedindo para verificar… por favor? Seu amigo não vai fugir, não é mesmo, Jaebum?

 

   Eun Soo segurou um grande suspiro e levantou, subindo as escadas. Mal havia terminado e correu para todos os cantos para verificar as janelas.

    Enquanto isso, Jaebum engoliu em seco. Sentia-se desconfortável sob o olhar ávido de Naha, talvez pudesse entender um pouco como Eun Soo se sentia.

 

- Sabe - começou Naha; Jaebum estava tentando se preparar para as 1001 perguntas - fico feliz que seja amigo da Soo. Eu e Jongho sempre estivemos preocupados com ela por ser tão sozinha e enfurnada nos livros. Não que isso seja ruim, mas… Você entende, não? - Jaebum assentiu, querendo saber mais o que ela havia para lhe falar - Sei que em termos de personalidade, ela é muito diferente de nós dois e não sabemos como lidar com ela… Parece que estamos pisando em ovos, sabe? - desabafou - Não sabemos se ela é assim por causa da timidez dela própria ou pelo que já passou. Não sei se você sabe, mas ela sofreu muito bullying quando era mais nova por causa de sua doença. Não que seja algo anormal, mas crianças sabem ser maldosas quando querem. Acho que, ao amadurecer, evitou o contato com outras pessoas para não se machucar ainda… Não sei se você sabe, mas ela tem…

- Pronto. - interrompeu Eun Soo, descendo as escadas rapidamente - Não havia nenhuma janela aberta.

- Ótimo, Soo. Não tinha certeza se havia fechado tudo. Por que não vai ajudar o seu pai a trazer as coisas para cá?

 

   Eun Soo engoliu uma resposta que estava na ponta de sua língua e foi para a cozinha, com os ouvidos atentos para a conversa que sucederia na sala.

 

- Mas sabe - continuou Naha - Fico contente por você ser próximo da Soo. Sinto que ultimamente ela está diferente… Confesso que não foi quem eu e Jongho havíamos imaginado, tanto pelos nossos gostos quanto pelo estilo de Soo, no entanto… ficaria feliz se você viesse para cá sempre que quisesse.

 

   Jaebum concordou não entendendo muito bem o que a Naha quis dizer: não sabia se essa era aceitação de uma amizade sem se barrar pelos limites sociais ou uma aprovação indireta de um namoro. De qualquer forma, o rebelde queria saber qual a doença que Eun Soo possuía. Quando estava preparado para soltar a pergunta, a nerd e seu pai apareceram na sala com uma grande vasilha cheia de biscoitos e uma pequena bandeja com xícaras e um bule.

 

- Nós não usamos, mas se você quiser açúcar para pôr no chá... - disse Jongho.

- Não será necessário, obrigado.

 

   Eun Soo sentou-se apreensiva ao lado de Jaebum. Sua mãe parecia mais calma agora, fazendo Eun Soo temer e imaginar quais tipos de perguntas e falatórios que sua mãe havia feito ao outro.

 Sentia-se incomodada e curiosa por Jaebum estar ali, tão quieto e educado… Tão normal. O rebelde não era assim, sempre foi uma bomba prestes a explodir, um leão pronto para atacar, um tubarão que ia abocanhar, mas parecia um tainha no aquário.

 

  “Será que ele está fazendo isso por mim? Tolice.” - pensou Eun Soo, no entanto, não achou nenhuma outra explicação lógica para a maneira de como ele estava agindo.

   Todavia, ela sabia que o interrogatório não havia terminado.

 

- Você está no mesmo ano que a Soo? - indagou Jongho olhando para Jaebum um tanto sério.

- Estamos fazendo um trabalho juntos, pai. - respondeu Eun Soo, tentando não soar o óbvio, mas Jaebum entendia onde o pai da nerd iria chegar.

- Você trabalha?

- Trabalhava, numa farmácia perto de casa. - e Eun Soo lembrou de Jaebum chamando aquela garota de noona - Mas tive que sair para cuidar da minha avó. Às vezes, ajudo na farmácia.

- O que tem a halmeoni? - perguntou Eun Soo preocupada; Naha e Jongho se espantaram ao notarem o nível de proximidade que os dois estavam, não sabiam que sua filha já conhecia a família do garoto.

- Agora ela está melhor, ela só tem problema de pressão alta. Sempre compro remédios para ela e a levo para o hospital para suas consultas, além de que faço suas entregas de bolo quando consigo convencê-la de não fazer. Ela é teimosa.

 

   Eun Soo assentiu, demonstrando estar aliviada. Jongho pigarreou, fazendo ambos olharem para si. A nerd abaixou o rosto, sentindo-se envergonhada por tomar consciência de que havia excluído totalmente seus pais da conversa.

 

- E você sabe o que você vai fazer depois da escola?

- Não sei. O que minha avó quiser que eu faça, farei.

- E se ela não quiser?

- Tudo bem para mim.

 

  Jongho e Naha trocaram olhares indagadores, Eun Soo sentiu-se orgulhosa de Jaebum.

 

- Mas você irá trabalhar, não?

- Claro. E ainda comprarei novos utensílios para os bolos de minha vó. - acrescentou, pegando mais um biscoito.

- Realmente você não tem nenhuma ideia ou algo que alguma vez desejou ser?

- Hum… Não. - respondeu simplista.

 

  Eun Soo sentiu-se vingada, de certa forma, pois isso mostrava a seus pais que havia pessoas que viviam fora da cerca da sociedade.

 

- E você é bom em alguma coisa? - perguntou Naha, tentando abrandar o tom interrogatório, no entanto, acabou deixando pior.

- Ele é bom em cuidar dos outros. - respondeu Eun Soo, temendo que Jaebum desse a mesma resposta que havia dado a si.

- É o que você diz. - murmurou Jaebum.

- Pode ser médico! - exclamou Naha, olhando para Jongho.

 

   E foi a troca de olhares de seus pais que Eun Soo se enfureceu ao ponto de chorar. Fez a nerd perceber que esse era um dos motivos de não ter amigos: para que os seus pais não os influenciassem.

   Jaebum viu o olhar triste e furioso da garota ao seu lado, notou que ela tentava abrandar isso enfiando biscoitos em sua boca. Pensou que seria melhor se fosse embora.

 

- Bem, acho melhor eu ir. - disse o rebelde, tentando não dar na cara que observava as reações de Eun Soo.

- Já?! Mas ainda há muitos biscoitos! - exclamou Naha.

- Desculpe, mas realmente preciso ir. Minha avó… prometi que iria ajudá-la. Já me demorei demais aqui. - e se levantou. A todo instante, lançava olhares para Eun Soo; não conseguia saber se ela estava aliviada ou tensa.

- Eu lhe acompanho. - murmurou a nerd.

 

   Jaebum curvou-se para Naha e Jongho, que continuavam sentados, e seguiu Eun Soo. Ao saírem pelo portão, o rebelde virou-se para a nerd.

 

- Eu fiz alguma coisa de errado? - perguntou.

 

   Eun Soo arregalou os olhos, surpresa, chocada por ele achar que havia feito algo de errado enquanto, na verdade, foram os seus pais.

 

- Não! Óbvio que não! Eu que peço desculpas pelo modo de como meus pais agiram.

- Tudo bem, pais são assim mesmo.

 

   E Eun Soo negou com a cabeça veementemente.

 

- Os outros pais não querem controlar os amigos de seus filhos para que se encaixem em seus padrões ideais.

- Como…?

- Você não os conhece como eu. Já que você não possui nenhuma ambição e que faria o que sua avó quiser, acham que podem lhe influenciar a fazer uma profissão que seja digna aos olhos deles. Aposto que estão planejando um almoço ou algo do tipo para que você e sua avó venham aqui, assim eles poderão fazer a cabeça dela só para que você faça o que eles querem.

- E por que querem fazer isso comigo?

 

   Jaebum sabia que havia feito uma pergunta estúpida e o desvio de olhar e o rubro nas bochechas de Eun Soo lhe confirmaram isso: era óbvio que achavam que seriam um casal. A ideia não pareceu tão estranha para Jaebum quanto ele achava que seria.

 

- Por isso que você ficou assim? - e Eun Soo ia levar as mãos às bochechas, fazendo Jaebum sorrir minimamente - Estou falando da sua raiva. - acrescentou provocativo. Eun Soo interrompeu as mãos no caminho, ficando ainda mais rubra.

 

   Eun Soo assentiu.

 

- Há alguma coisa que eu possa fazer por você?

- Não… Acho que não… Não se preocupe com isso. Não é como se eu não estivesse acostumada. É só… Decepção mesmo.

 

   Jaebum pegou sua mochila e abriu, retirando uma caneta. Ofereceu sua mão para Eun Soo, com a palma para cima, indicando para ela, com olhos, para pôr a mão na dele.

   A nerd engoliu em seco, sentindo seu tolo coração disparar. Olhou para a palma aberta do rebelde e em seguida para os seus olhos, sentindo seu cérebro travar. Se não fosse os gestos simples e óbvios do Jaebum, ela não saberia o que fazer. Por fim, colocou sua mão pequena em cima da palma do rebelde.

   Jaebum sorriu ao ver a diferença de tamanhos. Segurou a mão de Eun Soo e a virou, escrevendo em sua palma com a caneta. A nerd viu que eram números.

 

- Se quiser falar comigo depois, pode me enviar uma mensagem ou me ligar.

 

   Jaebum sorriu vagamente, não de deboche ou de soberba - já que eram os únicos sorrisos que ele dava -, mas sim de compreensão, solidariedade.

   O rebelde deu uma piscadela e afastou-se, indo embora.

 

- Jaebum! - exclamou Eun Soo quase gritando devido à distância; o rebelde virou para si - Você não quer o meu também? Como saberá que será eu...

- Não se preocupe. De qualquer maneira, já tenho. - e atravessou a rua, dobrando a esquina e sumindo de vista.

 

   Eun Soo estava confusa por Jaebum saber o seu número, todavia, sorriu ao ver a tinta em sua mão. Iria passar o mais rápido para sua agenda no celular antes que o suor de suas mãos apagassem.

    Voltou correndo para dentro de casa.

 

- Soo, Soo! - chamou Naha, fazendo Eun Soo parar no meio da escada e voltar para a sala.

-  Sim?

- Eu e seu pai estávamos pensando em convidar seu amigo e a avó dele para um jantar aqui, o que acha?

 

    Se fosse em outra circunstância, Eun Soo teria concordado sem pestanejar. Que sonho seria os seus próprios pais convidando seu amor platônico para jantar em sua casa! No entanto, ela sabia qual era a intenção deles, fazendo-a sorrir desanimada.

    Eun Soo queria dizer que não e falar tudo o que haviam feito de errado e o que planejaram era algo horrível, que tinha vergonha e tinha se decepcionado com eles. No entanto, apenas respondeu:

 

- Façam o que quiserem…

 

    E subiu as escadas para o seu quarto.

 

&

 

   Eun Soo saiu do banheiro terminando de vestir o seu pijama, apagou a luz de seu quarto, deixando apenas a do abajur acesa. Todavia, ao invés de pegar o livro que estava no criado-mudo, decidiu pegar o seu celular. Abriu a agenda e ali estava o número salvo, denominado como “Rebelde”; respirou profundamente e selecionou a opção de mensagem.

   Seus dedos levemente suados, resvalavam pelas teclas digitais, tendo que redigir várias vezes para conseguir digitar a frase corretamente; e com mais um fôlego de coragem e com o coração acelerado, enviou.

 

“Você ainda está acordado?”

“Estou. Quer conversar?”

 

    O coração de Eun Soo batia tão rápido que ela teve que se sentar. A nerd não imaginava que o rebelde teria respondido tão rápido.

 

“Sim… Não sei bem… Desculpa, não deveria estar lhe incomodando por nada.”

“Nem toda conversa precisa de fato ter um assunto importante.”

“Mas é tarde…”

“Isso não significa nada. Além de que eu achei mesmo que você fosse me enviar mensagem.”

“Como?” - e Eun Soo arregalou os olhos.

“Intuição.”

 

   Eun Soo podia imaginar aquele sorriso presunçoso de que conhecia tudo e todos, sorriso o qual a nerd gostava.

 

“E como foi o resto do seu dia?” - perguntou Jaebum novamente.

“Fiquei no quarto. Não conseguia ficar no mesmo ambiente que eles.”

“Por quê? Eles fizeram mais alguma coisa?”

“Sim. Eles fizeram o que havia pensado.”

“O quê?”

“Que eles querem fazer um jantar para vocês dois aqui em casa para influenciar a halmeoni.”

“Hum… Bem que você havia dito… Consegue prever que nota vou tirar?”

 

   Eun Soo podia visualizar em sua mente aquele sorrisinho de quando ele fazia alguma brincadeira.

 

“0!”

“Má!”

 

     E a nerd riu, tendo que cobrir sua boca com a mão para não fazer barulho, assim não teria perigo de seus pais, isto é, Naha para lhe incomodar.

 

“Eu… peço desculpas mais uma vez pelos meus pais.” - enviou Eun Soo.

“Não se preocupe com isso. E em falar nisso… o que você falou quando eles lhe disseram sobre o jantar?”

“Disse para eles fazerem o que quiserem.”

“Não era isso que você queria dizer, não é?”

“Não…”

“Você tem que ter coragem para dizer as coisas.”

“É… Você tem razão.”

“Não fique assim…”

 

   Eun Soo suspirou.

 

- Para ele é fácil, já nasceu livre. - murmurou.

 

“Não se preocupe, ficarei bem. Você verá amanhã.”

“Tudo bem.”

“Amanhã vamos combinar os detalhes da entrevista?”

“Claro, como quiser. Temos que resolver tudo de uma vez, já que temos que ter tempo de sobra para montá-lo.”

“Verdade…”

“Bem, mas vamos falar disso amanhã. Está tarde para falarmos sobre trabalho escolar. Até amanhã.”

“Até.”

 

   Eun Soo largou o celular no criado-mudo e deitou-se novamente. Sentia-se triste e feliz ao mesmo tempo; triste pela conversa ter acabado, alegre por ter conversado com Jaebum a essa hora da noite, por mensagens. Nem em seus sonhos mais loucos teria imaginado que teria conhecido onde seu crush mora, que ele conhecesse sua casa e família e que trocariam mensagens quase meia-noite.

   Na calada da noite, a nerd decidiu não negar o que sentia, aceitou que estava cega e perdidamente apaixonada por Im Jaebum.


Notas Finais


Hum... Próximos demais para quem se "odiava", não?
Agora vocês conhecem um pouco mais da Eun Soo. O que será que o próximo capítulo espera? Aconselho a prepararem os corações, hein! Muahahaha

Enfim, até o próximo capítulo!
Xoxo

PS.: acho que a formatação bugou numa parte, sorry
Obs.: a biblioteca inspirei na mesma que tem na minha faculdade, por caráter de curiosidade


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