1. Spirit Fanfics >
  2. FitzSimmons Tales >
  3. 4 O Presente

História FitzSimmons Tales - 4 O Presente


Escrita por: DrixySB

Notas do Autor


Mais uma one-shot fluffy ;)
Esta é centrada no início da relação deles, pós-3x18.

Capítulo 4 - 4 O Presente


Sorrateiramente, ela abandonou a cama de Fitz naquela manhã com um pequeno, mas sincero sorriso no rosto. Na ponta dos pés, tomando absoluto cuidado para não fazer nenhum ruído, ela se dirigiu à porta, lançando um último olhar para ele por cima do ombro antes de sair. Aquele olhar demorou mais do que o esperado. Ele dormia profunda e adoravelmente. E Jemma atribuiu aquele longo instante de apreciação ao fato de que, um dia, pensou que jamais o veria novamente. Apenas quem atravessou o agoniante momento de quase perder quem se ama, conseguiria entender o quão precioso era, para ela, simplesmente observá-lo dormir.

O relógio digital na cabeceira da cama de Fitz marcava três da madrugada quando ela acordou. Eles haviam sido menos impetuosos naquela noite do que foram naquele quarto de hotel em Budapeste e nas outras três noites que sucederam a consumação de seu relacionamento. Os cantos dos lábios de Jemma se curvaram em um sorriso malicioso enquanto ela caminhava pelo corredor da base até seu quarto, lembrando-se do que vinha vivendo com Fitz nos últimos dias. Mais precisamente desde aquele beijo no quarto do engenheiro que serviu como ponto de partida para seu relacionamento.

Eles, enfim, se deram uma chance de tentar buscar a felicidade ao lado um do outro. Deram voz e vazão aos seus sentimentos. E decidiram experimentar. Permitiram-se conhecer melhor um ao outro fisicamente, ultrapassando a linha que transformava os melhores amigos em amantes. Como dissera o próprio Fitz, aludindo à singularidade no transhumanismo: haviam cruzado o horizonte de eventos...

E Jemma nunca havia se sentido tão plena.

Pelo menos, ela não se recordava de, um dia, ter se sentido assim no passado. Ela estava segura e confortável consigo mesma, com suas escolhas, suas decisões, seu relacionamento, sua vida amorosa, sua sexualidade...

O rubor tomou conta de sua face subitamente, sem que ela conseguisse evitar. Ainda era estranho cruzar aquela linha com um amigo que ela conhecia há tantos anos. Mas seus instintos afloravam naturalmente com ele na cama. Havia tanta precisão nos toques, tanto sincronismo em seus movimentos, tanta consonância em seus desejos, que não havia como negar a química que existia entre eles.

Eles já haviam negado por tempo suficiente. Temerosos em perder o que já haviam construído ao longo dos anos. Mas agora, enfim, haviam se permitido florescer.

A bioquímica entrou em seu quarto indefinidamente desabitado. Havia dias que ela não desfazia a própria cama e nem dormia por lá. O quarto de Fitz agora era um pouco seu. Os braços dele eram o único lar que ela conhecia desde aquela noite em Budapeste. Ela caminhou até o guarda-roupa e fez algo que há um bom tempo não fazia e do qual, percebeu naquele momento, sentiu extrema falta: passar um tempo escolhendo roupas. Tentando encontrar a combinação perfeita de peças. Desta vez, ela deixou as cores escuras de lado, optando por matizes mais claros para compor seu visual, dando um adeus definitivo ao estilo carregado que vinha dando o tom aos seus looks nos últimos tempos. Depois, escovou e cacheou os cabelos e, por fim, se maquiou com paciência. Realmente se divertindo enquanto se arrumava. Definitivamente com vontade de se arrumar. Uma vontade que ela não sentia há meses, mas parecia mesmo que não sentia há anos (sua estadia em outro planeta pareceu durar décadas, afinal)...

Mas não era nisso que ela queria pensar. Era o início de uma nova fase em sua vida.

Não que ela viesse descuidando demais de seu visual. No entanto, ela sentia como se estivesse apenas tentando esconder sua angústia, sua dor, sua culpa... Especialmente quando se maquiava. Era como se procurasse disfarçar seu sofrimento colocando um pouco de cor em seu rosto.

Ela deu uma boa olhada em seu reflexo no espelho, gostando sinceramente do que via. Sua aparência transparecia júbilo e plenitude. Por certo, ela estava exultante, sentindo-se mais bonita, mais feliz.

Apaixonada.

Jemma cerrou os olhos, sorrindo, jogando a cabeça para trás e suspirando profundamente. Era tão bom se sentir assim... Era o que Fitz a fazia sentir. Com ele, seu mundo estava completo.

Ao retornar ao quarto dele, ela se surpreendeu momentaneamente ao não encontrá-lo mais na cama. Da entrada do quarto, Jemma encarou os lençóis desarrumados por um segundo, antes de sentir a mão de Fitz tocando seu braço, sobressaltando-a. O engenheiro estava logo atrás da porta.

- Fitz, me assustou – ela o recriminou, sem estar irritada de fato.

- Me desculpe... Achou mesmo que ia sair da minha cama sem que eu percebesse? – disse com certa ousadia.

A bioquímica riu. Então, um instante de silêncio vagamente constrangedor se fez presente. Era como se um estivesse esperando que o outro se aproximasse para um beijo de bom dia – embora fosse apenas três e meia da madrugada.

Ainda que eles estivessem seguros de seus sentimentos, correspondendo a eles, intimamente conectados e declaradamente apaixonados um pelo outro, ambos ainda ficavam um tanto sem jeito diante de sua nova situação, do status de seu relacionamento, sem saber como agir em determinados momentos.

- Sabe... – ela começou a falar depois de um tempo em silêncio – você pode se aproximar – disse, chegando mais perto dele – e me beijar sem precisar pensar muito a respeito ou que eu verbalize meu consentimento... Você o tem.

Fitz deu um sorriso singelo, também se aproximando e posando suas mãos na cintura dela.

- Eu sei. É só que... Tudo isso é muito novo entre a gente. Ainda não me acostumei.

Internamente, ela concordou. Realmente, se tratava de algo muito novo.

- Ao mesmo tempo é estranho... Digo, parecer que estamos pisando em ovos quando dormimos juntos todas as noites e somos tão íntimos – ela comentou – não temos problemas com isso quando estamos... Bem, você sabe – o rosto de Jemma se tingiu de um visível tom de vermelho e ela abaixou a cabeça, evitando olhar pra ele que ria em silêncio do comentário – mas temos dificuldades com toques casuais. Isso é curioso.

Fitz deu de ombros.

- Vamos melhorar com o tempo – tornou ele, ao mesmo tempo em que tocava uma mecha do cabelo dela, reparando que ela o havia cacheado. Ela estava irrevogavelmente, voltando a ser a Jemma de sempre – eu tenho algo pra você.

O engenheiro se afastou somente para abrir a gaveta de um criado-mudo e tomar entre as mãos uma pequena caixinha em um modesto embrulho de presente. O coração da bioquímica falhou uma batida ao avistar o pequeno presente. O choque do momento a fez pensar que se tratava de um anel. E ainda era muito cedo para Fitz lhe dar um desses...

Ao notar o semblante assustado de Jemma, Fitz tratou de tranquilizá-la.

- Oh, não! Não se preocupe. Não é o que está pensando. Seria demais até pra mim, um romântico inveterado.

Simmons respirou fundo, mais calma.

- Tome! – ele ofereceu a caixinha a ela, que a abriu sem demora devido à curiosidade que a assaltou, deparando-se subitamente com um conjunto simples, mas belo de brincos e corrente – eu sei que nem chega perto de se equiparar àquela que sua avó lhe deu e que... Simplesmente se perdeu na tempestade de areia em Maveth...

Jemma engoliu em seco àquela menção, ainda analisando as joias na palma de sua mão.

- Aquela tinha um valor sentimental imensurável pra você, eu sei. Mas espero que esta se torne tão especial quanto. Eu não sou um perito em joias, mas me lembrei de você no momento em que os vi.

Um sorriso foi se formando gradativamente no rosto de Jemma ao tentar delinear em sua imaginação a imagem de Fitz lhe comprando joias de presente, procurando o que mais tivesse a ver com ela.

- São lindos – ela disse, os olhos faiscando devido à emoção – obrigada!

Ela não demorou a colocar os brincos, pedindo para que Fitz a ajudasse com a corrente. Jemma virou-se novamente na direção dele, envolvendo os braços no pescoço do engenheiro e se aproximando para um beijo terno e afável.

Um beijo em seu namorado.

Seu coração ainda acelerava ao lembrar que este era o papel que Fitz agora desempenhava em sua vida.

- Eu te amo! – ela disse.

E foi bom ouvir. A primeira vez que ela havia dito foi em Budapeste, logo após a primeira vez deles. O engenheiro acreditava que aquele, talvez, fosse um impulso por conta da euforia do momento. Mas não. Agora ela estava dizendo, pela segunda vez, com os braços em torno de seu pescoço, com sua testa colada na dele.

- Eu também te amo – respondeu, com sinceridade.

A certeza, no entanto, estava além das palavras. O afeto, além do presente. Estes se tratavam apenas de um bônus. A força do sentimento era palpável, tangível. Estava expressa em seus gestos, em seus toques, em seus beijos.

Era incontestável. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.

Até a próxima! ;)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...