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História Fix You - Eu Odeio A Maldita Granger Sabe-Tudo


Escrita por: Beladantas

Notas do Autor


Bem, este capítulo é no POV da Pansy Parkinson, acredito que vocês terão muitas revelações e eu estou super ansiosa para saber a reação de vocês!!
^.^

Capítulo 42 - Eu Odeio A Maldita Granger Sabe-Tudo


Pansy POV’S


 

    Eu estava nervosa, é claro que eu estava… Qualquer outra pessoa em minha situação estaria, no entanto, o garoto loiro ao meu lado, estava ainda mais, e, com certeza, não era pelos mesmos motivos que eu, já que ele, ao invés de olhar a poção, passou os últimos cinco minutos observando a porta.

 

    Logo, o sinal tocaria, os alunos voltariam para as suas salas de aulas, e Draco estaria livre para sair do quarto desde que tomasse extremo cuidado para que não fosse visto.

 

    Eu sabia disso. E sabia que esse era o motivo pelo qual Draco permanecia inquieto ao meu lado. Eu o conhecia bem demais para saber que mesmo depois do sermão da Granger ele não conseguiria ficar quieto por muito mais tempo. Draco era intuitivo. E dificilmente ignorava seu ‘sexto sentido’ como tentava fazer agora.

 

    Olhei para Granger, ela não desviava os olhos do livro, como se simplesmente não se afetasse com aquilo. Isso me irritava, e muito. Mais ainda do que quando ela decidia dar uma de ‘sabe-tudo’ e simplesmente não calava a boca falando sobre sabe-se-o-que-lá-ela-leu-em-algum-livro e... Blá, blá, blá…

 

    O clima estava tenso e altamente desconfortável, eu estava quase mandando Draco ir atrás do Potter e dando um sacudão na Granger para que ela desse uma de sabe tudo de novo e começasse de novo com a falação das plantas sanguessugas e desfragmentação do DNA quando finalmente o sinal tocou e o zum-zum-zum dos alunos percorreu o lado de fora do silencioso quarto. E Draco, obviamente, levantou-se de sobressalto, andando de um lado a outro até que o castelo voltasse a sua usual ‘calmaria’ e ele resmungasse um “—Preciso ir….” e me deixasse novamente sozinha com a desconfortável presença de Granger, que, depois de muito tempo, levantou os olhos do livro para me analisar criticamente, e eu não posso nem dizer que fiquei desconfortável com aquele olhar, pois já estava suficientemente aliviada por Draco ter saído do quarto, levando consigo boa parte da minha apreensão.

 

    — Finalmente… — Granger falou baixo me fitando fixamente e me deixando levemente apreensiva. — Achei que ele ia ter um treco ali se não fosse atrás do Harry…

 

    — Pois é… — Concordei resignada. — Agora que você decidiu falar alguma coisa, poderia me dizer se essa coloração laranja é realmente o DNA do Zambini ou a droga da poção me enganando? — Falei, direta.

 

    Ela sorriu, enigmática demais para o meu gosto.

 

    — Isso depende… O que você quer?

 

    — O que eu quero o que Granger? Para de enrolação e me responde logo! Eu. Preciso. De. Uma. Resposta. — Falei pausadamente e mais grossa do que pretendia. — O MEU filho é ou não do bastardo do Blásio?

 

    — Você quer que seja? — Perguntou ela de novo, me fazendo revirar os olhos. Aquilo já estava ficando repetitivo. — Ou não? Por isso você estava tão tensa com a presença do Malfoy aqui?

 

    Eu a fitei irritada. Ok, ela estava me ajudando, mas tinha a necessidade de ser tão enxerida? Quem era ela para me dizer se eu estava ou não tensa com Draco aqui?

 

    Mas evitei amaldiçoá-la. Eu precisava dela afinal…

 

    Hormônios. Malditos hormônios que me deixavam ainda mais instável e irritada.

 

    — Eu não sei, Granger, me diga você. Eu quero? Já que você parece ser tão boa em prever os outros…

    — Não me trate assim, só quero a sua opinião para que eu saiba qual é o resultado…

 

    — Que droga a minha opinião tem a ver com tudo isso? Vamos trabalhar com fatos Granger. Fatos. — Frisei.

 

    — E nós estamos trabalhando com fatos. O fato de você querer ou não saber quem é o pai. Você querer ou não ter um filho.Você querer ou não Blásio Zambine ou Theodore Nott envolvidos nisso. Você querer seus pais envolvidos na sua traição. Você querer ou não fugir da guerra.... Do casamento que você sabe que vai ter de ser arranjado daqui alguns meses e do provável coitado que você vai ter de enganar não é mesmo?

 

    Abri e fechei minha boca sem saber o que falar… Como ela…? Argh, Droga Granger! Eu odeio o fato de você ser tão esperta…

 

    — Não me pergunte como eu sei de tudo isso, apenas me responda o que você quer. — Ela me cortou antes que eu tivesse sequer a oportunidade de pensar no que falar.

 

    Senti meus olhos marejarem com o pânico que começava a crescer dentro de mim. Merda! Merda! Merda! Porque eu estava agindo assim? Porque eu não conseguia me controlar? Ela descobriu tudo, mas e daí?! É a Granger ela não me prejudicaria… Eu acho… Oh, eu odeio esses hormônios!

 

    — Não chore… — Me consolou suavemente. — Apenas me diga a verdade, eu não posso te ajudar se eu não souber de tudo…

 

    — E quem disse que eu preciso da sua ajuda Granger? — Solucei, sabendo que o que eu falava era uma grande mentira. — Eu não preciso da sua ajuda. Não preciso da ajuda de ninguém.

 

    Ela me fitou como se olhasse para uma criança de cinco anos contando uma mentira e não eu ali.

 

    Pansy Parkinson! Se controle! Pare de chorar! Você não tem mais cinco anos! Murmurei mentalmente para mim mesma.

 

    — Você quer a verdade Granger? Pois bem, eis a verdade! Eu estou ferrada okay? Eu cavei a droga da minha própria cova e já me ferrei o suficiente então dispense o sermão tá bom?

 

    — Como você fez isso?

 

    Suspirei… Porque tudo tinha de ser tão complicado?

 

    — Começou ano passado… — Funguei passando as mãos pelo rosto molhado. — Eu… Eu e o Blásio ainda estávamos namorando e… Bem… Eu o amava muito ou pelo menos eu achava que eu o amava mais do que era suficiente se amar alguém, eu estava tão apaixonada que eu não notava os sinais que já começava a acontecer… Ele… Ele estava mudando, e eu não sabia explicar, mas ele andava diferente, os pequenos sinais sei lá… E ao mesmo tempo, a minha mãe e meu pai já começavam a querer me fazer encontrar pretendentes. Você sabe, todos os membros do círculo íntimo do Lord das Trevas tem aqueles ideais um pouco perturbados sobre tradições bruxas e supremacia mágica, casamentos arranjados para garantir o poder tanto mágico como econômico de uma família, e que os noivos precisam ser férteis para que hajam herdeiros e que a linhagem seja continuada. Traições são condenáveis, os bruxos perfeitos necessitam serem monogâmicos e ter a sua primeira relação com o cônjuge… Uma besteira na minha opinião… Mas enfim… Os “amigos” dos meus pais estavam fazendo pressão para que eles encontrassem o noivo ideal para mim e que todo o ciclo não fosse quebrado, já que, se eu perdesse a virgindade e eles viessem a saber, eu não poderia me casar e essa seria a ruína da minha família já que eu sou filha única. Meus pais queriam um menino, mas eles nunca conseguiram, ou seja, eu não poderia ser uma decepção, já que eu iria perder o nome da família.

 

    ‘ Enfim… Eu não liguei muito, nunca fui responsável, muito menos a filha exemplar que eles queriam, já havia perdido a virgindade há tempos com o Blásio e não estava afim de ter um casamento arranjado. Eu amava Zambini, insanamente, foi aí que nós dois tivemos uma idéia, se eu engravidasse… Nós poderíamos nos casar, já que os meus pais nunca aceitariam a nossa união, uma vez que a família Zambini não é lá a mais chegada aos ideais do Lorde das trevas. E nós tentamos… Algumas vezes… Não deu certo é claro, e eu agradeço muito por não ter dado, para falar a verdade, eu não queria muito ficar grávida, então na maioria das vezes eu usei feitiços de proteção. Eu estava enrolando, eu dizia para os meus pais esperarem mais, que não estava pronta para casar e dizia para Blásio que tudo daria certo e nós nos casaríamos sem perder a probabilidade de uma gravidez… Até que eu descobri… Zambini estava me traindo. Eu fiquei com muita, muita raiva. Ódio. Profundo intricado no meu ser, maior ainda do que o amor que eu senti, senão, que ao menos igual. Eu precisava me vingar. Por dor que ele me fez sentir. Todo o sofrimento. Se eu não me vingasse, não seria feliz...’

 

    — Foi aí que você o traiu?

 

    — Oh não, minha vingança não seria uma simples traiçãozinha, eu precisava de algo maior… Tudo estava tenso, eu não podia deixar que ele soubesse que eu sabia, mas mesmo assim, eu tinha um pé atrás, eu tinha a impressão que ele sabia e sustentava a situação apenas para me torturar. Foi aí que eu me aproximei de Theo, ele me ajudaria na vingança. Theo não tinha escrúpulos, ele faria o que eu quisesse que ele fizesse pois ele simplesmente não se importava, estava sendo treinado pelos pais a ser um comensal, era um treinamento duro e acho que por conta disso ele ficou tão amargo. Ainda lembro, como se fosse ontem, a primeira vez que nos vimos…

 

    ‘Ele era um garotinho tão doce com os seus onze anos, mas com o tempo ele foi ficando recluso solitário, nós nos afastamos e ele simplesmente se tornou uma pessoa amarga, cruel e rancorosa, ele culpava o mundo por tudo que já sofrera e eu não o culpo por ser assim… Ele tinha seus motivos… Mas voltando ao assunto… Eu tive as minhas pequenas vinganças também, com os laxantes no chocolate de dia dos namorados ou do furúnculo que nasceu em suas pernas no dia anterior a ele sair com ELA, eu me sentia satisfeita, é claro, e por mais próximos que eu e Draco fossemos, eu nunca diria nada disso a ele, ele não aprovaria e se sentiria magoado comigo e eu precisava protegê-lo....

 

    — Ele nunca soube? — Ele perguntou surpresa.

 

    — Não. Nunca. — Sorri amarga. — Ainda não sabe… — Suspirei. — Mas… Continuando… Theo até que era charmoso, e de alguma forma, ele era tudo aquilo que Blaise não era… E então… Meus pais começaram a me pressionar de novo, dessa vez por um motivo totalmente diferente, eles queriam que eu tomasse uma posição, eles queriam que eu fosse para a guerra, que eu entrasse para o círculo de comensais e foi aí que a realidade me atingiu, e eu precisava tomar uma decisão… Não havia tempo para uma grande vingança… — Neste momento, o meu pranto se agravou, não conseguia colocar em palavras  que sentia era muito forte, muito intenso, minha voz hesitou antes que eu continuasse, eu precisava por para fora, precisava confiar em alguém. Mesmo que esse alguém fosse a Granger. — Eu me descobri grávida e usei isso como uma escapatória, eu não queria um filho, eu queria fugir, queria ir embora, queria me livrar dos meus pais, do casamento, do Lord das Trevas, queria me livrar de Zambini, de Theo, das mentiras que contava para Draco, de tudo, então eu armei tudo, armei para que Blásio me visse na cama com Theo, para que ele ficasse com raiva, para por um ponto final, acabar com tudo, depois, eu tinha que falar com Draco, falar da minha necessidade de fugir, da gravidez, não contei o plano, não contei tudo, apenas o que ele precisava saber… Mas daí ele veio com o plano, de mudar de lado, de falar com Dumbledore em busca de proteção, isso seria melhor do que fugir, eu não queria ter de me afastar de Draco, ele foi meu único amigo verdadeiro durante todos estes anos que não se afastou… Mas havia uma condição, isso só seria possível se o filho fosse de Theo e não de Blaise… Eu inventei para ele que meus pais poderiam nos casar de o filho fosse de Blásio, mas eu não fazia idéia, eles poderiam muito bem pedir que eu me casasse com qualquer outro pretendente e fazer com que parece que o filho fosse dele, depois de casados pela ligação, seria difícil uma separação sem danos maiores na minha ou na saúde de quem quer que fosse a outra pessoa…

 

    Ela me olhou complacente e sorriu, me fazendo por para fora tudo o que precisava ser dito.

 

    — Eu… — Gaguejei — Eu sinto muito, eu me sinto tão culpada… Tão culpada que é difícil até olhar para Draco durante estes dias desde que você disse ter descoberto a poção… E eu me sinto principalmente culpada com ele… — Disse colocando a mão no ventre. — Eu me sinto culpada pois eu não o queria, eu estava o usando como uma arma e não o vendo como um filho… Eu queria ficar grávida apenas pelos meus fins egoístas e não via que era realmente sabe… Uma vida, um bebê, um filho com o meu próprio sangue e que eventualmente traria consequências, que sentiria fome, dor e medo comigo quando eu me fosse… E se você quer a verdade eu só reparei isso há algum tempo, quando eu coloquei a mão sobre a minha barriga e senti que havia algo ali, se mexendo, uma parte de mim… Eu não me importo realmente sobre quem é pai do meu filho, para ser honesta eu nem ao menos quero saber. — Disse apontando para a poção que agora tinha uma coloração verde musgo. — Por mim, você jogaria esse frasco no lixo, mas eu sei que não posso fazer isso por Draco, ele precisa saber disso, ele precisa de uma confirmação, ele quer me salvar e eu sei que talvez eu não mereça ser salva, ele pensa que eu serei redimida se a poção ficar vermelha ou sabe-se lá que outra cor… Mas eu não preciso de redenção, eu preciso ir embora para longe e nunca mais voltar, criar meu bebê sozinha, e talvez, daqui alguns anos, voltar ao mundo bruxo e dizer, olha querido, foi aqui que eu nasci… Eu realmente queria a proteção do Dumbledore, mas agora me questiono se a mentira vale a pena… Eu estou tão cansada de passar a minha vida inteira mentindo… E eu sei que esse seria um segredo que eu levaria até o túmulo para evitar que Draco se decepcione comigo, porque apesar de tudo, ele também está passando por um momento difícil e por mais egoísta que eu seja, eu consigo reconhecer que Draco não merece mais uma mágoa para que a minha consciência seja limpa… Ele não vai entender… — Suspirei, um pouco irônica. — E pensando que eu, fiz de tudo para evitar um casamento pois o mesmo só traria ruína, enquanto que Draco, faz de tudo para se casar pois este só traz luz… Bem acho que aí está a diferença entre nós dois, Draco respira amor… E eu, por mais romântica que eu seja, não amo, não sei amar ninguém além de mim mesma…

 

    Olhei para Granger, fitando-a intensamente, esperando dela alguma reação. Quando a mesma se levantou pegando o frasquinho de poção e jogando-o na pia do banheiro me deixando abismada.

 

    — Qualquer coisa, a poção ficou azul… — Respondeu. — Mas você sabe que a verdade está em suas mãos agora… Não concordo com o que disse sobre Draco, afinal, como você mesma citou, ele e Harry respiram amor, ele irá te perdoar eventualmente, mas tudo isso depende de você… Afinal, se a poção a estava meio azul ou meio laranja não tem muita importância, não é mesmo?

 

    Sorri para a garota, parabenizando-a por sua genialidade, e logo em seguida pulando para abraçá-la, um obrigado contido nas entrelinhas daquele abraço desajeitado. Granger sabia mesmo como resolver uma situação… Agora tudo o que faltava era Draco, mas pensando melhor meu coração se sentia um pouquinho mais leve ao constatar uma coisa.


    Draco Malfoy respirava amor.



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