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História Flashback - Capítulo Único


Escrita por: KuchikiTai

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Flashback - Capítulo Único

“Eu te odeio” disse a ele que apenas sorriu e voltou a me beijar “Yi, é sério, eu te odeio”disse em outra pausa

“Hm” ele ficou sério “Mas é tipo um odiar de… ter nojo de mim?”

Ri fraco e disse: “É um odiar tipo:há dois meses atrás eu queria de jogar no Tietê e agora eu quero te beijar, e você me deixa indeciso e com umas mudanças de humor estranha, por isso eu quero te matar” e ele riu.

Há dois meses…

***

“Eu odeio ele, Mei, sério “ desabafava “Quando eu olho para a cara dele tenho vontade de afogar no rio Tietê”

“Que… mal, cara” disse desinteressada e talvez com uma pitada de medo de eu virar psicótico.

“Ajudou muito isso.” bufei e bebi meu café, estávamos numa cafeteria que tentava imitar o Central Perk de FRIENDS, mas acho que o dono não assistia muito a série. “Você não vai dar nenhum conselho?” perguntei gesticulando demais

Ela apoiou os braços sobre a mesa e me olhou. “Huang Zitao, quer um conselho? “ meneei positivamente a cabeça “Esquece Yifan. Esquece Yifan, esquece o video, esquece tudo. Porque você não foca nas pessoas que ama? Tipo… eu. Ou… você já pensou em amar ao invés de odiar? Porque, serio, você odeia todo mundo! Tá, Yifan te humilhou publicamente, mas ele foi o único, no entanto você odeia a todos.” foi o que ela disse

“... Era para você dizer que Yifan é um grande canalha e que eu tinha razão!” disse nada surpreso

“Foi mal ter dito a verdade para você, querido Taozi” deu de ombros e comeu o castelo de waffles que fizera. “Eu devia ter afogado o castelo com caramelo antes.”

“Devia” foi o que respondi e voltei a comer.

***

“Tao…” ele sorria “Apesar de expressar tanto ódio por mim, eu adoro você” distribuiu beijos em meu rosto “adoro, adoro, adoro, adoro!”

Eu ri e ficamos nos olhando por boa parte dos cinco minutos que tínhamos.

“Eu acho que… preciso ir a aula” falei e ele desfez o sorriso “Ah, não fica assim, Gigi, a gente se vê… sei lá quando”

“Mas eu não aguento ficar longe de você” fez bico

“Use sua mão, Yi” ri “Eu vou usar a minha, se quer saber” fiz uma cara maliciosa e ele sorriu também com malicia

“Eu vou adorar pensar no que sua mão vai fazer.”  colocou as mãos na minha cintura e puxou um pouco “Mas eu adoraria, ao invés de pensar..”

“Yi, nem comece, a gente já conversou sobre isso.” empurrei-o fraco

“Porque você não consegue confiar em mim? Eu mudei, Tao, mudei por você” fez uma cara de cachorro pedindo algo.

“Você pode ter mudado, mas não muda o que você fez comigo naqueles tempos” falei me lembrando do ocorrido.

*-*

Cheguei na escola cheio de ódio no coração, como sempre. Nem notei no começo, mas quando ia pelo corredor, as pessoas olhavam rindo, algumas até com dó (?) ou decepção -no caso dos professores e o pessoal da turma de matemática. Não entendi nada até parar na frente da minha sala. Havia uma carteira lá toda rabiscada. Vários alunos estavam lá rindo da minha cara. Olhei para dentro da sala e estava faltando uma carteira. Advinha de quem? A minha. Sai e os alunos me empurraram até a carteira.

Eu não estava entendendo porque aquela demonstração de ódio. (Acho ódio normal e não faz tão mal, desde que não demonstrado, tipo o meu)

Então você sabe a cena. Me jogaram farinha, ovos podres, me xingaram, me empurraram, me humilharam. Fizeram tudo que eu não faria nem com a pessoa que mais odiava nesse mundo. Aquilo só acabou quando um professor chegou, mandou os alunos sairem do caminho e me levou até a enfermaria. Nenhum daqueles alunos foi punido, sequer levaram uma bronca.

Eu sai da enfermaria ainda sem entender e dei de cara com Mei, que havia acabado de chegar correndo.

“Eu soube o que fizeram…” estava ofegando por causa da corrida.

“Eu ainda não entendi” fui direto“o que eu fiz?”

Ela me olhou como que com pena e disse: “ Não se trata do que você fez, se trata do que Yifan quis”

Yifan.

Sabia que tinha dedo dele nisto.

Eu havia travando uma guerra com Yifan desde o incidente da excursão. Ele estava rindo de uma amiga minha e eu interferi. Começamos uma briga verbal que quase se tornou física. Eu sabia que não devia ter dito aquelas palavras, mas não ia deixar ele inferiorizar alguém, mesmo se não conhecesse, ou se tivesse feito algo abominável. Gente que inferioriza as outras para se sentir maior me da náuseas.

*-*

“Eu sofro com isso até hoje!”  continuei “Se você acha que todas as cicatrizes somem com cicatricure gel, Yifan, está enganado. Nem mesmo as do corpo cicatrizaram, quanto mais as do coração”

“Eu te fiz muito mal, não foi?” ele fez uma expressão de arrependimento “E tudo porque você defendeu alguém e disse umas verdades na minha cara”

“É”  tentei matar o assunto “Você era mal, Yi. Mais mal do que vilão de filme da Barbie.”

“Eu era” ele colocou a cabeça na curva do pescoço com o ombro “Nossos cinco minutos vão acabar”

“Vão” e o silêncio pairou nos últimos dez segundos.

Segurei sua mão e saímos daquele quartinho que ficava no teto da escola em que trabalhávamos. Yifan era professor de educação física e eu de matemática, havíamos começado a trabalhar lá neste ano, e eu quase desistira ao saber que ia ter de conviver com Yifan, mas Mei não deixou. Enquanto descia as escadas sozinho, porque a sala de Yifan era no ultimo andar, voltei a pensar naquilo.

*-*

Eu devia ter revidado. Devia ter gritado, agredido, mas eu só fiz ficar calado. O que não foi um erro, já iam me humilhar ainda mais se eu o fizesse.

Eu sabia que tinha era que chegar em Yifan, aqueles covardes apenas obedeciam as ordens do seu ‘mestre’. Então, assim que Mei contou sobre Yifan nessa história, corri até o teto, onde ele e seus amiguinhos ficavam.

“Huang Zitao” bateu palmas “Você por aqui?”

E novamente não devia ter dito aquelas palavras, mas eu disse, eu disse e como se não bastasse eu dei um soco na cara nojenta dele. Mas foi um soco forte. Um soco forte no nariz, que quebrou. E consequentemente decretei minha pena de morte. O nariz dele sangrou. No outro dia soube que havia quebrado. Naquele momento só pude foi sair correndo, eu sabia que os capangas dele iriam me arrebentar. Corri como um impala fogindo do leopardo. Corri até chegar na minha bicicleta, nem peguei minhas coisas, apenas fugi para casa. De noite, Mei havia trago minhas coisas e ficou gritando/perguntando porque diabos eu era tão inconseqüente e qual era meu problema.

Eu me perguntava a mesma coisa, eu realmente não entendia porque não conseguia ficar parado e aceitar. As merdas seria cada vez pior, e no dia seguinte, eu sabia que ia morrer. E eu digo literalmente, porque cada vez que ficasse pior para mim, ia ficar pior para Yifan, e pior ainda para mim. A guerra estava decretada.

*-*

Fui para a sala dos professores pegar o material da aula e logo me dirigi a sala de aula do primeiro ano.

“Bom dia” disse ao chegar. O que eles responderam com outro bom dia.

Peguei as provas que havia corrigido e sorri lembrando da quantidade de notas péssimas. Eu ia adorar reprovar a maioria deles. Ah, como eu gostava de ver a desgraça daquelas pestes.

“Antes de tudo, eu vou entregar as provas. E eu não estou nada surpreso com as notas, não fazem o que mando, dá nisso. Ficam conversando alto ao ponto de eu quase ficar surdo e dá nisso. Eu espero que seus pais os deixem de castigo eternamente” falei deixando claro que eles se ferraram.

*-*

Estava terminando a prova de segunda chamada de matemática. Não pude fazer no dia porque fiquei com medo dr Yifan e faltei as aulas, o professor e a diretora entenderam isto. Mas eu sabia que não ia escapar dr hoje, era a ultima prova, eu vinha apenas para fazer a prova e saia acompanhado de meu pai logo que terminava. Mas hoje não deu, eu ia ficar até o final da aula por a) motivos óbvios de Mei estar me chamando de covarde , b) eu estava sendo covarde, c) Yifan estava me achando covarde e d) não ia dar esse gostinho a ele.

Voltei a sala de aula. As poucas pessoas do corredor riam da minha cara como da última vez, mas Yifan não ia repetir o acontecido, ele ia fazer pior. A aula passou tão normal que até estranhei ninguém ter dito nada sobre/de mim.

Aquilo estava normal demais, e era óbvio que o pior estava por vir.

Não, eu estava indo até ele.

Eu não devia ter saido daquela sala, eu não devia ter pensado em ir embora. Mas eu pensei. E no momento em que pus os pés para fora daquele prédio eu vi minha morte se aproximar. Eu realmente quase morri.

Eu não queria dar mais nenhum passo, mas alguém atrás de mim deu um empurrãozinho. Havia um corredor de pessoas aberto apenas para mim. Eu tive que passar por aquilo, alguém me continuava me empurrando. Engoli em seco, o corredor fazia uma curva, e eu a virei por livre e espontânea vontade. Faltava pouco para o final do corredor humano, eu nem ligava muito para os xingamentos e risos daquela plateia, eu só pude ver o que pegava fogo. Minha bicicleta. E não era só isso. Eles não só me humilharam e me xingaram. Eles me agrediram e, não fosse aquele professor novamente, teriam colocado fogo em mim,por sorte jogaram só a gasolina.

A gasolina ardia meus ferimentos, eu estava sendo levado ao hospital mais próximo, a enfermaria não ia adiantar muito, eram muitos cortes, e ainda com gasolina neles. Como aqueles alunos conseguiam fazer isso? Eles não tinham medo? Nem mesmo coração? Estavam dispostos a MATAR alguém por causa, simplesmente, da raiva do mestre?

*-*

Passei a mão por uma das cicatrizes. A do meu pulso. Era a que mais me doía. Como um dia eu fui tão covarde? Eu podia ser o mais fraco, mas aquilo me tornaria um perdedor. Tirar a minha vida por causa de um bully canalha não fazia sentido.

Voltei a explicar a matéria para os poucos alunos que prestavam atenção. Mas não é possível que mesmo com aquelas péssimas notas eles não tenham aprendido nada. Eu devia ter virado ator, isso sim, ou modelo, sei lá, cantor, mas professor? Que deu na minha cabeça para escolher esta profissão?

Acabaram todas as aulas e fui para casa, não estava afim de encontrar Yifan naquele momento. Então apenas entrei no carro e dirigi até em casa.

Era muito estranho para mim namorar o cara que me fez cogitar tirar minha própria vida. O pior é que eu realmente havia me apaixonado.

***

“Espera” Mei disse depois de cuspir o café da boca na caneca “o que?!”

“Eu sei! Eu odeio ele, sério” respondi “Mas eu não resisti, ele tem um corpo maravilhoso”

“Mas vocês…” perguntou ocultando a última parte

“Não, eu me dei conta do que acontecia na hora e matei uns que poderiam ser os futuros filhos dele” respondi entendendo a pergunta.

“Você devia ter mostrado…” deu um gole “Devia ter mostrado pra ele tudo que ele causou. Todas as cicatrizes.”

*-*

Eu estava em casa me recuperando do ocorrido. Doía até para ficar naquela mesma posição, que o médico obrigou ficar, o dia todo. Só não doía para falar porque eu não tinha nada para falar e não fazia questão.

Só fui falar quando Mei chegou calada

“Menina, abre essa boca, veio aqui para ficar me olhando?” perguntei meio impaciente

“É que…” fez uma expressão preocupada “Yifan não descansou nem com isso”

“Que? O que ele fez?” estava incrédulo.

Mei sacou o notebook da bolsa e procurou algo, alguns segundos e ela me entregou o aparelho.

Oh

My

God

Será possível que nem depois do que passei -por culpa dele- ele me deixe em paz? Onde ele havia conseguido aquilo? Como haviam filmado aquilo? Como ele descobriu aquilo?!

“E-eu… o-o-onde ele… co-como?” minha boca fez um O e continuou por um bom tempo

“Tao, eu…” eu nunca vi Mei com tanta pena antes “Eu já pedi para o Namjoom deletar o video de todos os lugares possíveis”

“Como se… fosse adiantar…” já estava chorando

Eu nunca me senti tão violado na minha vida. Podia ser só um video. Não, podia ser só um video comigo me masturbando. Mas era algo pessoal, algo íntimo, e, droga! Aquilo era eu. Sabe aquelas histórias de garotas que tem o nude vazado? Pois é, sabe como elas sofrem? Eu nunca imaginei que seria tão ruim.

“Tao…” Mei limpou minhas lágrimas “Você não esta podendo sair daí e já arranjou problemas demais, eu resolvo isso, tá?”

Eu chorei até dormir, e quando acordei chorei de novo, então eu dormia de novo, e acordava chorando de novo. Até eu resolver me mexer. Doía muito cada movimento. Mas eu já não aguentava mais aquilo, ficar deitado sofrendo o dia todo não era muito eu. Esperei me acostumar com aquela posição e com as dores. Demorou, mas eu consegui.

Peguei o notebook ao meu lado e fui olhar meus e-mails. Eu sabia que não devia ter feito isso, eu sabia que ia piorar tudo. Mas eu fiz.

E como se não bastasse apenas olhar para aquele monte de mensagens juntas, uma embaixo da outra, com aqueles títulos/assuntos ofensivos, eu resolvi abrir um dos e-mails.

*-*

Meu celular tocou no bolso, estava num congestionamento, então não vi problema em atender.

“Annyeong Haseyo” disse ao atender sem olhar quem era o indivíduo

“Taooo” disse manhoso, pela voz era Yifan “Você não pode deixar seu Yi abandonado”

“Yi…” ia responder, mas fui interrompido

“Não! Não fala nada, você disse que ia me esperar todos os dias, era para sairmos juntos”  falou e pude ouvir burburinhos dos alunos

“Yi, para disso, larga do meu pé, eu preciso de espaço.” ele não respondeu “E se você ficar colado o tempo todo em mim, a gente vai se enjoar rapidinho.”

“É que…” ele não terminou a frase

“Yi, eu te amo, mas vamos ficar menos colados, OK?” propus

“V-você…” ele parecia surpreso “Você disse que me ama!”

“É” meu Deus, eu disse isso? “Menos colados, OK?” perguntei novamente, mas só ouvi o tu tu tu, Yi desligou na minha cara.

O congestionamento andou e consegui fugir dele

*-*

Eu já conseguia ficar sentado. “Iá” não era a palavra certa. Haviam se passado duas semanas desde o dia em que Mei mostrou aquele vídeo. Minha mãe nem queria olhar na minha cara nos primeiros dias, mas o video era o de menos, não é? Minha mãe já sabia que eu era gay, então ela já estava acostumada a se decepcionar (não que ela fosse homofóbica, mas ela queria netos, e eu sendo filho único). Meu pai nem pensou em tocar no assunto, para ele é aquela coisa: se você ignorar, o problema não existe.

Mas o problema existia. E eu já não aguentava. Se eu abria meu notebook era para jogar paciência, freecell, copas ou campo minado. Porque se eu acessasse qualquer coisa na internet, ou eu me via ou eu via mensagens de ódio e ofensivas. Meu único contato com o mundo era pessoal. Os telefones haviam sido desativados, pois todo segundo um indivíduo anônimo ligava para o mesmo fim das mensagens. E nem assim adiantava. Porque sempre ouvia da janela alguem gritando de fora aquelas coisas,e logo ouvia meu pai os mandando embora. As cortinas passaram a ficar fechadas, e meus pais cogitaram contratar seguranças, pois uma vez me deixaram sozinhos e invadiram a casa apenas para pichar as paredes de casa, revirar toda a casa e jogar em mim leite e fermento (“para ver se meu pequeno cresce” ,segundo eles.), a solução foi sempre um deles ficar em casa, já que me opus a ideia de ter seguranças em volta da minha casa.

Foram os piores sete meses da minha vida, nem me mudar adiantou. Eu me odiava por isso. Eu fugi. Fugi de tudo. E tive que fugir ainda mais, como se não bastasse mudar de escola ou endereço, eu tive que mudar novamente, porque naquele outro colégio eu também não era bem vindo. Eu tive que me mudar para o interior.

Eu mudei toda a minha vida. E mesmo assim, eles me achavam. Foi quando eu resolvi mudar de país. Eu conversei com uns familiares antes de falar com meus país, descobri que tinha uma tia rica que morava na Coréia do Sul, mais especificamente, em Jeju. Eu só tinha certeza que lá eles não me reconheceriam e não haviam sido envenenados por Wu Yifan. Eu conversei com essa tia e soube que ela vinha para a China por causa do trabalho, eu sabia que meus pais não deixariam assim eu simplesmente ir morar com ela. Eu já tinha dado sorte dela estar disposta a me ajudar (na minha situação também, não é?), dar sorte de meus pais deixarem seria sorte demais. Que eu merecia, pelo que passei -, não é, Deus?.

*-*

Estava chegando em casa quando, no banco do passageiro, meu celular toca novamente. Peguei-o e atendi enquanto estacionava.

“Anny…” mal falei e já me interrompeu esse Yi

“Você já chegou em casa?” perguntou meio desesperadamente

“Ah, acabei de chegar, porque?” perguntei sem entender.

“Eu te amo,  Taozi. E não estou só falando, estou sentindo” disse e percebi alguém falando perto algo sobre diamantes

“Hum, tá.” respondi simples

“Era para responder que me ama” disse meio bravo

“Você precisa de alguém para dizer que te ama ou alguém que te ame?”

“Eu preciso de você” não respondi. “E preciso ter certeza que você também me ama”

“Talvez eu te ame” sorri “Ou com certeza, quem sabe?”

Pude ouvir um risinho do outro lado da linha seguido de suas palavras: “Então, boa noite”

“Ainda é tarde” respondi olhando as horas, cinco e meia

“Mas você ainda vai ter uma boa noite. Talvez ótima” e desligou

Fiquei meio confuso, Yifan ia fazer alguma coisa. Eu esperava que fosse boa.

*-*

Estava descolorindo meu cabelo na casa da Mei, ia passar o fim de semana lá, já que ia para a Coréia na quarta de manhã. As pessoas até tinham descansado um pouco, mas alguns alunos daquele colégio que encontrei na rua pareciam não ter esquecido. Ao já estava até meio acostumado, doía e eu não devia deixar, mas que mais eu poderia fazer.

A irmã da Mei foi dormir na casa de uma amiga pelo simples motivo que ela foi uma das causadoras do meu mal. Os pais dela aproveitaram para viajar e fazer o tchaca tchaca na butchaca que não faziam há anos.

A gente tirou de lá tudo que mantinha contato com o mundo fora da casa, não sem antes ligar para o Yixing e o Luhan odernando-os/pedindo para eles virem imediatamente para a casa de Mei. Luhan disse prontamente que estava vindo. Lay antes perguntou “vai ter docinho, salgadinho, essas coisas?” não, mas dissemos que sim.

Enquanto descoloria meus cabelos, Mei ficava cantando Super Junior frente a TV que passava um show de que Mei tinha o DVD.

“Dá pra imaginar? Você vai pra onde eles vivem, você pode encontrar um deles na rua!” iludida

“Ah, se fosse tão fácil, Mei.” respondi e começamos a cantar loucamente e logo que ela terminou de passar o troço no meu cabelo começamos a dançar e cantar ainda mais loucamente derrubando tudo ao redor. Até virmos Lay e Lu entrarem sem bater.

“Sabe aquele interruptor ao lado da porta?” Mei perguntou parando de dançar “Você deve apertar ele e esperar alguém te atender antes de sair entrando na casa dos outros”

“Sair entrando?” Lu perguntou “Até as coisas do Lay fala fazem mais sentido”

“Cortou o cabelo?” Lay perguntou olhando meu cabelo

“Não, a Mei cortou” respondi voltando a dançar

“Que isso? Super Junior, ui, adoro os korea, esses gostosos” Luhan falou

“É?” perguntei incrédulo, gostosos não era a palavra certa para eles.

“É” ele respondeu simplesmente

“Uma vez peguei um cara coreano que tocava flauta” Lay disse desnecessariamente

“Ah, é?” Mei perguntou desinteressada

“Ele tocou sua flautinha, é?” Luhan fez a cara maliciosa.

“Eu não tenho flauta.”  Lay não entendeu

“Ai, esse Layzado” revirei os olhos.

“Vocês trouxeram comida?” Mei perguntou

“Deixamos na cozinha. Sim, a gente foi na cozinha e vocês nem viram.” Luhan disse começando a dançar

A gente fingiu que era nossa ultima noite juntos no mundo. Mas era apenas nossa ultima noite juntos antes de eu ir para Jeju e viver aqueles anos incríveis, mas não perfeitos como já foi aqui.

*-*

Joguei a chave do carro na mesa de pebolim e subi para o banheiro. Deixei a banheira encher e tirei a roupa para ficar andando pelado pela casa, uma das vantagens de morar sozinho e numa casa grande é isso, poder ficar nú o dia todo, ainda mais que eu não recebia visitas nunca. Fiz umas coisinhas secretas (,mas que muita gente me viu fazendo naquele video) e no exato momento em que me acomodo na banheira a campainha toca. Enrolei uma toalha na cintura e desci para ver quem era.

“Oh, Deus” Yi disse quando abri a porta “Obrigada” olhou para o céu e depois voltou a me comer com os olhos. “Você não costuma atender as visitas assim, né?”

“Nunca tem visita, e você já conhece minhas cicatrizes, você as causou” respondi

“Eu só as vi hoje, alias, só notei agora que você falou” olhou para o chão meio arrependido pelo que fez

“De qualquer modo, entra” dei passagem e ele me obedeceu “Que você está fazendo aqui?”

“Se você não fosse assim todos os dias eu pensaria que esta na TPM” tirou o casaco e deixou no sofá

“Yi, eu não tenho TPM,infelizmente, eu nasci homem” respondi

“Se você tivesse nascido mulher eu não ia te amar desse jeito”  sorriu

“Se eu tivesse nascido mulher você ia arranjar um boy qualquer e eu ia virar sua melhor amiga de gay”  bufei “Que você veio fazer aqui?”

“Termina seu banho que vai saber. Pode demorar”

“Eu ia de qualquer modo” ia subindo as escadas

“Vou pedir uma pizza” sacou o celular do bolso.

Entrei no banheiro para tomar um daqueles banhos bem demorados.

*-*

Entrei naquele avião para aquele vôo que não seria tão demorado, mas meu coração parecia não entender isto. Era como se eu fosse se afastar para sempre das pessoas que amo. Não era para sempre, alguns anos, mas doía.

Olhei pela janela do avião e aquilo tudo que um dia foi meu lar. Apenas deixei que as lágrimas cairem, relaxei a cabeça e adormeci. Não ficou tudo bem, mas melhor do que antes.

Aquilo foi quase o fim do meu sofrimento.

*-*

Termineie meu banho bem demorado e coloquei uma roupa qualquer e desci. A pizza havia acabado de chegar, Yi estava pagando o mino, que por acaso era Lu. Ele me olhou maliciosamente

“Que isso, Lu?”  perguntei

“Alguém vai soprar flauta hoje, né?”  fiz dedo e ele riu e foi embora

“Soprar flauta?” Yi perguntou logo que fechou a porta

“É um lance nosso.” disse abrindo a pizza “Não podia ser de calabresa, não?”.

“Calabresa é horrível, Tao” reclamou

Até que estava boa, mesmo sendo a pizzaria dos tios do Lu, e a comida deles era horrível. Horrível mesmo.

** (um ano atrás)

“Tao, anda logo!” disse Minseok me puxando para fora do restaurante

“Mas está frio ai fora” ia contra ele tentando não ser puxado para aquele monte de neve e mais neve.

“Claro que esta frio! É inverno e estamos na Cordilheira dos Andes, seria estranho estar 30 graus celsius com um sol que acrescenta mais 20.” ele soltou meu braço e eu quase caí

“... O que foi?” perguntei estranhando a quietude repentina dele.

“A gente não combina nem nisso, era para ser quase uma lua de mel” disse cabisbaixo

“Oh, Xiu” levantei e o abracei “Não fica assim, é só que eu prefiro o calor, mas isso não vai estragar nossa viagem”

“É…. Deus sabe quantos órgãos tive que vender”  ri

“É, eu que estava endividado então”  olhei em seus olhos “Seria uma boa ideia a gente voltar para o hotel, pedir uma pizza de quatro queijos e “

“Passar a noite abraçadinhos assistindo filmes de romance?” completou e eu meneei positivamente a cabeça “É, seria” ele deu uma risadinha “É, sempre fazemos isso, mas é legal”

“É quase um clássico” iamos saindo para o hotel

“Falando em clássico, você prefere Titanic ou O Magico de Oz?” perguntou

“Não curto Titanic e já vi Oz trocentas vezes” falei “As branquelas”

“Hehe, okay né. Nossa concepção de romance está meio estranha, não acha?”

“Quem sabe, a gente devia assistir aquele de comédia… como é mesmo? O chamado!” falei, aquele filme era realmente engraçado para nós

**

“O chamado 2, Yi? Sério?” tanto filme no mundo e ele escolhe logo esse

“Eu nunca vi este, queriam ver, ué” fez uma expressão que seria fofa, se não fosse ele tentando a fazer

“Okay, pode dar play enquanto faço pipoca, já assisti mesmo” levantei, estávamos sentados no chão frente ao sofá.

“Não! Vai me deixar sozinho?”  abraçou minhas pernas “Não tem graça assistir sozinho!”

“Está com medo, é?” sorri

“Não…” mentiu sem soltar minhas pernas.

“Uhum, sei. Eu vou fazer a pipoca do mesmo jeito, sai” tentei me livrar de suas pernas, mas apenas acabei caindo em cima dele.

Fiquei uns dois segundos naquela posição até tentar sair, ia levantar,  mas neste momento Yifan resolveu inverter as posições e quem ficou por baixo foi eu.

Ele ficou me olhando sorridente e eu retribuía com uma cara daquelas minas dos filmes de romance.

Então eu olhei para aqueles olhos e pensei que nenhum deles os tinha. Minseok não tinha aqueles olhos, Chanyeol não tinha aquele sorriso,Junmyeon não me olhava com tanto amor, e o sorriso de Baekhyun era tão falso quanto filme pirata. Eles não eram Yifan.

Eles eram apenas meus ex-namorados, que nunca voltariam.

Nem Minseok, o mais caloroso, aconchegante e duradouro de meus amores -antes de Yifan- conseguiria esquentar meu coração como o que já me causou o holocausto conseguia.

‘Eu te amo’ pensei, não conseguia falar aquilo, mas de algum jeito ele entendeu.

“Eu também te amo” falou sem mexer um músculo

**

“Tao… isso é…” Minseok dizia com a mão na boca “Como alguém pode fazer isso?”

A este ponto nossa primeira noite juntos já estava esquecida por ele, eu devia ter apagado as luzes. Devia ter falado sobre isto antes com ele, apesar de que Minseok era a última pessoa que pensei que pudesse ficar com nojo de mim. Porque era isso que ele estava sentindo, estava na cara, agora eu era só um “defeituoso”. Deus do céu, o que há de errado em ter algumas -muitas- cicatrizes, nem saia pus, não é como se ele fosse toca-las e fosse jorrar um jato de sangue.

“Meu celular está vibrando” fingiu e foi ‘atender’ o celular fora do quarto

Era óbvio que ele ia fugir de mim, como eu fazia com todos os meus namorados, dessa vez quem fugia era ele. Meu maior medo acontecera. Fui abandonado por causa de sinples marcas na pele.

Xiumin voltou só no outro dia, sentamos numa mesa de bar frente um ao outro. Sabia o que aconteceria agora. Eu sabia que uma hora ou outra aconteceria, e era a hora, fugi tanto disso para dar nisso.

**

Eu sorri o olhando nos olhos.

“Você ainda quer pipoca?” perguntei ainda com aquela expressão

“Eu nunca quis…” ao contrario de mim, o sorriso dele se desfez “Eu queria que você não tivesse abrido essa merda de boca, Tao”

“Quem quebrou o clima foi você, a pergunta não foi nada”  respondi ainda sorrindo.

Ele levantou e logo me puxou me levantando.

**

Sai daquele avião de óculos escuros para esconder meus olhos inchados e chorosos. Havia adiantado a volta, de que adiantaria ficar lá. Eu odeio frio, odeio viagem, odeio hotéis, e agora odeio Kim Minseok. Eu ia apenas voltar para casa, dormir e ligar para Solji, mandar uma mensagem para Meu explicando o ocorrido e iria abrir a porta para Solji para que ela me consolasse. E quando ela saísse Mei me ligaria e mandava eu engolir as lágrimas e mandar ele pro inferno. Ia ser isto. Ia.

Ao invés disso, deitei em minha cama e apenas dormi. Não acordei até o dia seguinte, quando o gato do visinho começou a lamber meu rosto com sua língua áspera.

Então levantei, comi um pacote de Baconzitos (que me fazia lembrar de meu ex namorado, Byun Baekhyun, o Bacon falsificado) e liguei o Xbox logo colocando na Netflix e coloquei Friends. Voltei no episódio do segundo casamento do Ross, aqueles eram meus episódios favoritos pelo simples fato de que eram. Fiquei a noite toda assistindo a série que já assisti completa umas cinco vezes.

A semana se passou assim. Cama, comida, Netflix, cama, comida,Netflix, cama, comida… Mei me ligou 53 vezes, mas eu não atendi. Ela estava ligando tanto que lembrei de quando a ex amiga da Phoebes não parava de ligar para ela, então ela viu uma panela perto, colocou o celular nela e colocou a panela no forno. Tive a brilhante ideia de fazer um cozido de celular. Coloquei água e alguns legumes numa panela de pressão e meu celular, deixei no fogo um tempo. Não foi uma boa ideia, entende?

**

Estava fazendo pipoca enquanto o Yifan dançava Lion Heart frente ao notebook.

“Taozi,” veio até mim com um sorriso fofo “vem logo!”

“Já estou indo, Yifan”  ele foi colocar o filme e eu coloquei a panela na pia  limpar o fogão (eu mais óleo não é uma boa combinação, ainda não entendo como as pessoas conseguem fazer fritura sem sujar a cozinha toda).

Sentei ao lado no sofá, ele deu play e deitou a cabeça no meu ombro. Quase ia ter mais um flashback do meu último namoro, mas Yi não deixou.

“Tao, eu já disse que te amo?” perguntou

“Já” respondi simples

“Vou dizer de novo, então.” me olhou com aqueles olhos de quem ama (ou esta muito apaixonado) “Eu te amo demais, Huang Zitao”

“Eu sei” eu não ia dizer eu te amo de novo. Ah, não mesmo! “Yi…”

“O que?”

“Eu também te amo” ah, eu disse… mão posso confiar nem em mim mesmo. “Eu não ia dizer isso, mas minha língua não consegue me obedecer”

“Adoro sua língua” riu “Aliás…” se aproximou e seu celular tocou. Fez uma cara de “droga!”  e atendeu-o “Annyeong haseyo… aha… ah, isso é problema seu… o que?!... Eu não vou… vai se explodir… não vou te ajudar…. Está querendo me ferrar com a

…. Não vou fazer isso!... Lim, eu já…. Tá! Me dá só uns minutos que estou… não tem garota nenhuma… eu disse que não tem garota nenhum, Lim…. Se você falar um A… Lim, eu vou contar pro papai sobre aquilo…”

“Yi, eu vou no banheiro…” acho que a tal de Lim ouviu

“... Sim, é um cara… não é um namoro, quer dizer, ainda não… Lim, cala a boca!” ia saindo, mas Yifan segurou meu braço “Eu vou fazer algo para minha irmã, eu volto…” voltou a falar ao telefone “OK OK … estou te fazendo um favor, sua ingrata!... Calada” ele desligou e levantou, parou na minha frente, deu um beijo na minha testa e o levei até a porta.

Parei na cozinha me sentindo sozinho, o filme ainda estava rodando. Fui até lá e troquei para Barbie e o Castelo de Diamante, assisti comendo a pipoca, mas sem comer e sem assistir. Estava só fazendo. Sem nem sentir que estava fazendo. O maximo que sentia era quando cantava as músicas do filme.

Quando o filme acabou desliguei tudo e subi para o quarto, deitei e adormeci meio aos pensamentos sobre a baixa qualidade de Barbie atualmente.

Off

Tao estava dormindo tão lindamente que nem fiz questão de acorda-lo para ver que eu havia voltado. Nem imaginei que havia demorado tanto, Lim ia me pagar caro. Sentei a cama e não precisei fazer esforço para admirar aquela expressão serena. Passei a mão em seus cabelos levemente, mas foi suficiente para acorda-lo. Ele não precisou abrir os olhos para saber que era eu.

“Deixei a porta aberta?” perguntou sem abrir os olhos

“É…”  respondi

“Tranca pra mim…”

“Tá, tchau” ia me levantando mas ele segurou minha mão bem fraco e abriu uma pequena fresta para me enxergar

“Tchau? Você vai embora?”  perguntou, eu sabia que ele não ia pedir verbalmente para mim ficar, mesmo que quisesse

“Quer que eu fique?” disse o que ele queria que eu dissesse apenas para responder que talvez fingindo que não liga muito pra mim.

“Talvez”  respondeu simples e fechou os olhos novamente

***

“Talvez devêssemos parar” disse a WooBin e SooMan

Eles riram e mandaram ru parar com essas piadas horríveis. Como eu andei com eles até hoje?

“É sério!” peguei uma cadeira e sentei “Tentaram colocar fogo nele, não conseguíram e resolveram então postar aquele vídeo?”

“Ah, sim” Soo Man riu “Aquilo do video foi foda, porque você tinha isso?”

“Não é para rir!” gritei me levantando

“Calma, cara. Isso é porque pegamos seu celular?” Woo Bin parecia não entender

Olhei para os dois incrédulo.

“Não! Não é isso! Você não entendem?! Quase mataram ele, e pelo simples fato de que brigamos. Eu disse só: joguem ovos e farinha nele, assim está bom. E eles mandaram o menino para a UTI !!!!!”

“Ele merece” Soo Man realmente era horrível

“Que deu em você, cara? Resolveu ficar do lado do viadinho?” levantou e ficou frente a mim e uns segundos depois começou a rir “Ah, estou entendendo agora.” começou a rir sem parar e fiquei pensando no que ele havia imaginado, ele olhou para SooMan que entendeu o olhar e com e ou a rir juntamente.

Woo Bin parou e o logo SooMan repetiu o ato (SooMan era o pau mandado daquela droga toda). Bin ficou sério.

“Entendi tudo. Você ficou apaixonadinho pelo bolsista, ai virou bixa e ficou arrependidinho”  disse finalmente caçoando “Você sabe o que acontece agora, né, Amorzinho?”

SooMan levantou pegando o taco de beisebol e um pedaço de pau que usavamos como arma. Jogou o taco para Woo e os dois sorriram maliciosos.

“Acho que vamos ter que nos divorciar”  sim, divórcio. Eles me espacariam até quando quisessem e eu nunca mais faria parte daquilo, se eles vissem minha cara novamente corria sério risco de morte. “Você desonrou nossa gangue, seu gayzinho de merda”

SooMan inferiu o primeiro golpe nas pernas com o sinal de Woo, logo cai.

“Eu fico com a parte de cima” Woo Bin disse já golpeando minha cabeça que tentei proteger com os braços.

***

“Vou trancar a porta e já volto” parei na porta porque ele falou

“Da última vez que disse isso você demorou tanto que eu adormeci”  eu dei um risinho e desci.

Tranquei a porta e vi a pequena bagunça que Tao havia feito. Pipoca para todo lado, refrigerante derramado no tapete, almofadas pra todo lado. Não aguentei e arrumei aquilo. Coloquei uma solução na parte com refrigerante do tapete e voltei. Eu havia demorado no máximo quinze minutos, mas Tao insistiu que eu demorei uma eternidade

“Nem quinze minutos, Taozi, nem quinze minutos”  sentei-me novamente ao seu lado

“Não vai tirar essa jaqueta? Esta quente” percebeu que eu ainda estava com aquilo.

“Hmm, não” porque não, Yifan? Eis porque: eu estava com medo de perder aquela coisa ao tirar a jaqueta ou deixa-la de lado.

Tao me olhou estranho

“Não vou te estuprar, não se preocupe” sentou

“Nenhum estuprador vai falar que vai me estuprar, né?” respondi

“Você ia considerar estupro?” cruzou os braços semi cerrando os olhos

“Que? Não. Mas é que eu costumo ser o ativo. Digo, eu ia querer fazer amor com você, obviamente”  não sei como ele conseguiu pensar que eu poderia não querer, eu era todo e somente dele e ele sabia disso.

“Fazer amor?” ele perguntou meio surpreso “Fazer amor é algo sério, Yi”

“Você não ia querer fazer amor comigo” aquela possibilidade realmente me veio a cabeça

“Ninguém nunca quis fazer amor comigo, como eu ia acreditar que VOCÊ ia querer fazer amor comigo” aquelas duas palavras já estavam com aquele tom estranho de tanto ser dita

“Tao, eu te amo, e você sabe disso” disse tentando não surtar por ele não confiar em mim, afinal ele tinha razão, eu ferrei com a vida dele.

“Minseok também, aliás, o Chen disse o mesmo, Byun Baekhyun então” respondeu sem acreditar em minhas palavras

“Baekhyun a puta falsiane que trabalha na Zhuhai?” ele me olhou indicando que não era para mudar de assunto “Ah, é, porque você confiaria no cara que acabou com sua vida no momento em que disse “joguem ovos e farinha nele, assim ta bom” , e se arrependeu e ainda pagou por se arrepender!? Porque você acreditaria em mim?” sabia que estava falando bobagem, Tao passou por coisa muito pior, mas não deixei de falar

“Está falando bobagem, Yi” ele sabia que eu não queria dizer aquilo “Eu sei que eu não sei o que você passou, mas eu sei que pelas suas oito palavras eu tive minha vida quase tirada de minhas mãos”

“Eu sei! Eu já estou pagando por isso!” respondi tentando acabar com aquilo “Me desculpa, eu não quero brigar, então vamos simplesmente fingir que nada aconteceu. E eu não sou teus ex namorados!”

Ele me olhou tipo “tá” e voltou o assunto da jaqueta.

“Está quente, tira isso” tentou tirar minha jaqueta

“Porque você deixa o aquecedor aquecer tanto, eu sei que você prefere um clima tropical, mas está muito alto”  falei segurando forte minha jaqueta para ele não tira-la

“Hmm” ele fez que ia deixar para lá mas de repente se virou e tentou tirar a jaqueta “Yi,isso está me dando calor!”

Aquilo virou praticamente um brincadeira cujo objetivo era ele tirar minha jaqueta, óbviamente. Eu corria dele, mas ele sempre me alcançava. Subia na minhas costa tentando puxar aquela coisa e eu segurava. Ia acabar rasgando. Eu o tirava de cima de mim e corria de novo e era pego novamente. Riamos e logo diziq que me pegar (“eu vou te pegar, seu desgraçado “)

Até que eu tropecei em algo cai e aquilo caiu do meu bolso. Havia caido de cara no chão.

“Você está bem?” perguntava enquanto tirava e logo viu a caixinha de veludo “Que é isso?” pegou a caixinha e eu levantei

“Não abre” tarde demais, ele abriu e ficou olhando para aquelas alianças, que apesar de serem só para pedi-lo em namoro, foram bem caras

“Vai pedir alguém em casamento?...” fechou a caixinha “Eu sou seu amante?”  me olhou meio confuso e meio decepcionado.

“O que? Não! Isso era… eu ia te pedir em namoro” acho que ele não acreditou, porque estava já lacrimejando “Você nunca acredita em mim”

“Eu sou o outro”  suas lagrimas caíram e eu tratei de abraça-lo, e claro que ele tentou me empurrar

“Tem seu nome numa delas” disse pegando a caixinha de sua mão e tratando logo de mostrar que estava escrito Taozi

“Você tem alguém com um nome parecido com o meu?” ri e ele riu também “Namoro? Você fez isso para me pedir em namoro? Deve ter saído caro” colocou a aliança no dedo e olhou “caro” repetiu e eu ri

“Vai namorar comigo?” ele não respondeu “Caro” repeti

“Sim” disse prontamente

“Interesseiro” o beijei “eu vou ficar com elas se termirnarmos”

“Que diferença vai fazer, o que perder uma aliança perto da perca de um cara grudento” disse e parecia bem sincero.

“Eu te amo” repeti aquilo novamente, quantas vezes havia repetido aquilo? Porque eu ia repetir o triplo só naquela hora.

“Eu sei… e você também sabe que eu te amo” ele disse sem me olhar nos olhos “Agora eu quero dormir”

Andou até a cama e se jogou nela logo se cobrindo.

“Isso é um convite!” gritou e eu corri até lá, deitei-me e adormeci enquanto olhava e tocava o rosto de meu namorado.

Meu namorado.

É bom falar isto. Meu namorado.


F

I

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N

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