História Flawless - Katherine

Meu rosto estava queimando em brasa. Aquele babaca me fez cair no jogo dele. Era óbvio que ele ficara feliz – pela primeira vez usara o cérebro pra algo útil.

Agora, eu teria que ajudar aquele idiota só pra provar que eu conseguiria ajudá-lo, mesmo que acéfalo. E o pior de tudo, fez isso na frente de Joshua.

Ainda bem que ele não percebeu nada.

Depois de dispensá-lo, saí com Joshua em direção ao lugar em que sempre íamos quando ele vinha para Chicago. Cumprimentei os amigos dele que estavam numa rodinha e nós fomos para o gramado que havia perto do prédio onde estávamos.

Joshua segurava o copo de tequila com uma mão, e envolvia meu corpo no seu com a outra. Nós estávamos conversando – eu tentando fazer a raiva passar e não agir feito uma completa maluca. Tomei um gole da tequila e senti logo a queimação na garganta. Ignorei-a, me aproximando do lugar que estávamos indo e sentando na grama.

E então, estávamos lá, no lugar onde nos conhecemos pela primeira vez. Eu estava lá com algumas amigas, e ele apareceu com alguns amigos. Não sei se ele pensou isso ou foi só coincidência, mas lembro-me muito bem que todas terminamos acompanhadas naquela noite.

- Então, como tem passado? – ele perguntou. - Estudando? – ele disse e nós rimos. Ele sempre fazia a mesma pergunta, porque sabia que eu responderia a mesma coisa. Era isso que eu mais gostava em minha relação com Joshua. Nós nos conhecíamos tão bem, e há tanto tempo, que tínhamos coisas em comum. Ele sabia como eu era, do que eu gostava. Não me chamava de “Kate” e, tínhamos mais intimidade do que eu poderia lhe descrever.

- Com certeza. A diferença é que, além de estudar, eu entendo mais agora de basquete do que nunca – falei. – Jenny me arrastou pra praticamente todos os treinos.

Ele riu, parecendo nervoso. Molhou os lábios e me encarou.

Continuamos conversando por mais algum tempo – ele me dizendo o que fizera desde a última primavera, e eu ansiosa ouvindo tudo. Gostava de ouvi-lo falar, pois, diferente da maioria das pessoas que eu conhecia, ele também gostava de me ouvir.

- Eu sempre te disse, Katherine. Se você assistisse apenas aos jogos... Iria, entender como funciona – ele falou. De repente, me lançou um olhar que me fez achar que ele não estava mais prestando atenção no que estava dizendo, assim como eu não estava mais ouvindo. Ele me beijou, seus lábios me puxando pra perto, segurando meu rosto com uma mão, enquanto eu acariciava seus cabelos cacheados. Percebi o quanto sentia sua falta, e o quanto ele sentia a minha.

[...]

Quando disse que Chelsea dormiria no dormitório de Jenny, porque ela provavelmente dormiria no dormitório de Kian, nós fomos direto para o meu. A parada para sairmos do gramado em direção ao meu dormitório foi uma tortura alucinante. Os corredores estavam vazios – o que agradeci internamente, porque a sensação do escondido era a melhor. Ele beijava meu pescoço por trás enquanto eu tentava, desesperadamente encontrar a chave. Inseri-a na fechadura e girei. Ele parecia tão desesperado quanto eu, o que era quase engraçado senão torturante. Empurrei a porta com o pé e nós entramos, nos beijando sem parar para respirar, e então tranquei a porta.

Joshua me puxou pela cintura, seus dedos deslizando sobre a minha pele, seu rosto a centímetros do meu. Ele me beijou intensamente, seus lábios macios dos quais eu tanto senti falta, enquanto eu segurava seu rosto como se não quisesse deixá-lo escapar.

Ele começou a beijar meu pescoço e eu deslizei minha mão por seu corpo, livrando-o da camisa que usava. Finalmente descobri porque basquete era tão estimado em meu colégio. O corpo de jogador de basquete que permanecia na minha frente era algo tão desesperadamente incrível.

Suas mãos buscavam o zíper do meu vestido, que rapidamente caiu ao chão. Ele encarou meu corpo por alguns segundos, mordendo os lábios, me causando arrepios, então, de súbito, ajudei-o a tirar suas calças. Ele voltou para o meu rosto e me beijou com tanta vontade que eu já estava delirando. Suas mãos seguravam firme a minha cintura, com força, enquanto ele beijava todo meu corpo. Eu arranhava suas costas, fazendo-o morder os lábios ainda mais.

- Katherine... Como eu senti sua falta – ele disse. Atacou minha boca novamente Estávamos ofegantes. Esse era o ponto alto de nos conhecermos tão bem. Sabíamos exatamente o que fazer – e melhor ainda, como fazer.

Seus dedos procuravam avidamente pelo fecho do meu sutiã. E, quando o encontrou, me lançou um olhar de desejo tão faminto que parecia que não nos encontrávamos há séculos.

- Talvez eu devesse... Me mudar pra Nova York com você – falei,e nós demos risada. Deitamos na cama de baixo. Ele quase bate a cabeça no beliche de cima. – Calma, Joshua. Eu não estou indo a lugar algum – E não estava mesmo, já que, naquela noite, com certeza mataríamos as saudades.

[...]

Eu estava cansada. Mas não o suficiente.

Estávamos deitados em minha cama, sua mão esquerda segurando minha cintura possessivamente, me puxando cada vez mais para perto de si. Meus braços enlaçavam seu pescoço, meus dedos desfazendo os nós de seu cabelo cheio de cachos.

Joshua colou seus lábios nos meus, dessa vez sem pressa. Senti o gosto de tequila em sua boca, e era maravilhoso. Tudo nele era maravilhoso.

- Esses são os momentos, Katherine, em que você faz eu me arrepender de jogar aqui. Porque eu não posso simplesmente ir embora depois disso – ele disse. Sorriu e observou meu corpo mais uma vez, de cima a baixo. – Nenhuma garota, nunca fez eu me sentir assim como quando eu tô com você.

- Eu também nunca me senti assim – afirmei. Ele então, voltou a beijar meu pescoço, dando pequenas mordidas na minha orelha, aumentando a pressão que seus dedos faziam na minha pele. Trocamos de lado, e eu o olhei maliciosamente, apertando os lábios.

- Um dia eu ainda acabo desistindo de tudo, sabia? – ele sussurrou em meu ouvido.

- Talvez eu faça isso antes – respondi.