Eu estava sentada na cama de baixo, junto com Jenny, e Chelsea permanecia deitada na cama de cima. Quando as duas chegaram, Jenny disparara em palavras contando tudo sobre seu “encontro” com Kian. Embora, eu e todo mundo que estava na festa sabíamos exatamente como fora.
Mas, quando ela finalmente percebeu que o encontro de Chelsea com Johnny era mais importante, ficou quieta e passamos a ouvir Chelsea.
- Ah, sei lá, gente. Eu tava na festa, ele se aproximou, começamos a conversar e aí... Acabou rolando, ué – ela disse. Ela era tão ruim em descrever esse tipo de coisa como era boa em descrever paisagens em redações. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Jenny me cortou, reclamando:
- Ah, pelo Amor de Deus, Chelsea. Eu quero detalhes, sórdidos, crus, o pré-sal da sua noite. Tudo. Não me esconda nada – falou ela, rindo em seguida. Doida.
Então, não pude deixar de imaginá-la corada como um pimentão em cima do beliche, quando ela começou a contar. Disse que Johnny chegou com o papo de conhecê-la por conta de mim e Logan, e me perguntou se eu gostava de basquete...
- Tudo bem, Chels. Eu entendi, você se confundiu, quando eu disse detalhes...
- Deixa ela continuar, cacete – falei, dando risada.
E então, ela continuou. Disse que eles acabaram se beijando e dormiram juntos. Mas eu sabia que tinha algo mais. Conhecia Chelsea, mas ela não falaria na frente de Jenny. Chelsea não era do tipo que dormiria com um cara só por dormir, porém, não gostava de bancar “a tímida”. Mesmo que essa fosse a verdade. Depois disso, foi a minha vez de contar a minha noite, e guardei o máximo de informações para mim, claro.
- Vocês me irritam – reclamou Jenny, revirando os olhos. Rimos.
[...]
Dois dias se passaram desde A Festa. Nesse meio tempo, por vezes, Joshua e seu time vinham jogar algumas partidas amistosas, como forma de treino, suponho. Nos encontramos às escondidas várias vezes – na verdade, todas. Entretanto, uma nova missão que não fosse fugir do reitor surgira. Eu tinha que ajudar Logan.
Na primeira vez que nos encontramos, foi depois do café-da-manhã, quando ele me disse que precisávamos começar o quanto antes.
- Claro. Imaginei isso – respondi.
No fim das aulas, seguimos em direção à biblioteca para que o silêncio ajudasse os mínimos neurônios da cabeça funcionar. Antes, eu tive que explicar a Joshua o porquê de estar indo para biblioteca com o elemento.
- Ele está precisando de ajuda – falei, reprimindo toda a raiva da manipulação barata que ele usara. – Se não, não vai conseguir jogar, o idiota.
- Então, você está ajudando o meu adversário? – ele perguntou, sério. E então sorriu. – Tudo bem, eu não me importo.
- Sério? –falei impressionada. Não éramos “exclusivos”, claro, mas, quando ele vinha para Chicago as coisas se tornavam diferentes.
- Contanto que você tenha a noite livre – ele disse em meu ouvido.
Joshua era simplesmente incrível. Bonito, inteligente, não-babaca (isso ultimamente virara um novo adjetivo), e ainda não era ciumento. Não que precisasse, óbvio. Mas não são todos os caras que não se importariam em ver sua “namorada” com outro jogador de basquete. Mesmo que fosse o Logan.
No momento em que cheguei à biblioteca, ele já estava sentado em uma das mesas, com um único lápis na mão, brincando de bateria com ele.
- Que fofo, você tem o cérebro de uma criança de seis anos – comentei. Ele revirou os olhos, antes de dizer:
- E você tem o humor de uma mulher de 80 anos.
- Vai se f...
- A gente vai começar ou não? – ele falou.
Comentei que era mais fácil começar com Biologia – das matérias que ele estava afundado, essa era a mais fácil de ser absorvida.
Peguei meu livro e o caderno.
- Você não tem material? Um cara rico como você não pode comprar nem mesmo os livros?
- Poder eu até posso, mas tenho mais o que fazer do que devorar livros que falam sobre “biologia”. Eu já conheço todos os seres vivos, de qualquer forma.
- Claro. E quanto de nota você precisa mesmo?
Ele me mostrou o dedo do meio, que sofisticado.
Quando comecei a ler o parágrafo, uma cena que me fez arquear as sobrancelhas aconteceu diante de nossos olhos. Chelsea e Johnny entraram na biblioteca, rindo e conversando.
- Pelo menos alguém está se dando bem – comentou ele, em voz baixa.
Dei um chute em sua perna por baixo da mesa.
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