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História Flawless - Katherine


Escrita por: AryaStarkdeWint

Capítulo 21 - Katherine


Logan e eu continuávamos nos encontrando na biblioteca, pouco antes de seus treinos de basquete. Eu continuava tentando convencê-lo a estudar em casa, mas ele não parecia se importar com isso. Depois disso, eu seguia em direção à quadra de basquete para assistir Joshua – o que se tornara, em muito pouco tempo, o ponto alto do meu dia. Minha mãe, nada controladora, continuava me mandando mensagens e me perguntando sobre o meu “desempenho na escola”; se eu estava estudando, se eu fazia lições, se eu saía demais. Toda vez que ela usava essas palavras, eu me irritava cada vez mais, porque parecia que eu era uma delinqüente que precisava de disciplina. O que convenhamos, era notável que eu não era.

Embora eu me enfurecesse muito rapidamente com Logan, ninguém conseguia tirar a minha paciência mais rápida e eficientemente do que a Martha Hoffmann.

Nós estávamos sentados, com o material misturado e jogado pela mesa terminando a última matéria do dia: Física. A única coisa que aliviava aquelas “aulas”, eram as expressões de confusão de Logan. Eu poderia fazer aquilo de graça.

- Que porra é essa aqui?  - perguntou ele.

- É o comprimento x – respondi.

- Se você diz.

Quando terminamos tudo, na verdade enquanto recolhíamos o material, tentei mais uma vez:

- Eu realmente acho que você deveria estudar em casa, Logan. Só aqui não vai funcionar. Obviamente.

- E eu já disse que lugar de estudar é na escola. V...

- Mas nem na escola você faz isso – comentei, sarcástica.

Ignorando meu comentário, falou:

- É a mesma coisa sobre dormir. Você já me viu dormindo na escola?

- Algumas vezes, na verdade, Já.

- Você entendeu, Hoffmann.

Ergui os olhos por um único segundo. Finalmente, parara de me chamar de Kate. Era assim que minha mãe me chamava quando criança. Não que ela tenha feito muito isso, claro.

- Mesmo assim, eu não vou conseguir estudar sozinho. Não tenho força de vontade suficiente pra isso – ele disse, rindo logo em seguida.

- Bem, isso é problema seu.

- Ah, qual é, Hoffmann. Estou falando sério. Você não pode... Sei lá – ele disse, coçando a nuca numa expressão preocupada com o que iria dizer – ir à minha casa? Você me ajuda a estudar e, não sei, depois eu peço pro meu motorista te levar pra casa.

- Eu também tenho um motorista, Sr.Milionário – falei, rindo junto com ele. – De qualquer forma, eu não vou. Você se vira – continuei, dessa vez, séria. Foi tão súbito que deu vontade de rir de novo. Mas não o fiz.

- Por favor. É sério. Até porque... Por um milagre de Alá, Jeová, Jesus, vai que Kian rezou pra mim, eu tô finalmente conseguindo entender. Alguma coisa.

- Alguma coisa mesmo, pelo que eu percebi. – Suspirei. – Ah, tá, tá. Eu vou. Mas só agora.

Ele então anotou seu endereço num dos meus cadernos.

[...]

Encontrei-me com Jenny e Chelsea em meu dormitório enquanto guardava o material. As duas pareciam ansiosas.

- Vamos logo, Katherine – disse Jenny. – O treino já vai começar.

Meu Deus, o que Kian está fazendo com essa garota? Ela não era assim. Não por tanto tempo.

Enquanto saíamos em direção à quadra, percebi que até mesmo Chelsea estava diferente. Se eu não a conhecesse tão bem, diria que ela está apaixonada. Talvez esteja, de verdade, embora isso não aconteça desde Mark. Ela realmente o amava – e diferente de Jenny, que não era de se apaixonar, e de mim que... Bem, de qualquer maneira, ela não sabia como lidar com esse tipo de coisa. Mas isso parecia estar no passado. Num passado sem Johnny.

No instante em que chegamos, um apito soou forte, e soubemos que o jogo começara. Joshua me olhara de relance, sorrindo de lado. Fiz o mesmo, enquanto escolhia um lugar para sentar.

O time dele jogava do lado esquerdo da quadra, enquanto o de Logan jogava do lado direito – o que, ironicamente, era mais perto do lado em que eu estava. Culpa de Jenny, e de Chelsea.

Ele parecia focado. Joshua. Ele e Logan aparentavam interagir mais do que o normal – não que eu entendesse muito de basquete.

[...]

O jogo transcorrera quase num empate. Assim que um fazia cesta, o outro também fazia. No final, o time de Joshua ganhara. Chelsea e Jenny prontamente levantaram quando Johnny e Kian saíram da quadra. Enquanto me levantava, tentando dispensar minha mãe nas mensagens, Logan apareceu e cravou suas mãos na grade, encostando também o rosto molhado de suor:

- Então, você vai à minha casa esse final de semana mesmo, não é Hoffmann? – ele perguntou.

- Já disse que sim.

- Ok.

Ele se voltou para o resto do time, e eu segui de encontro a Joshua.

...

Ele havia secado o rosto, e se despedido dos outros colegas de time, e naquele momento estávamos seguindo em direção ao meu dormitório. Sua regata branca estava encharcada, colada a seu corpo. Seus cabelos cacheados, também se uniam em sua testa. Apertei os lábios.

- E então,  você vai à casa do Logan por quê? – ele perguntou, direto e curioso.

- Hã..., ele precisa de ajuda demais. Aquele monte de dinheiro não compra um cérebro não é mesmo? – falei, rindo e parando em seguida. – É só nesse sábado.

- Ahn.

Continuamos conversando sobre assuntos aleatórios, como as chances de seu time de ganhar a final, como as coisas estavam indo com as futuras provas, esse tipo de coisa.

Olhei para ele mais uma vez. Puta merda, ô garoto pra ser bonito. Eu não era do tipo que ficava “apaixonadinha” por nenhum cara, mas ele era uma exceção. Percebi que ele estava pensativo, avoado, quando decidi perguntar:

- No que está pensando? – perguntei. Ele de repente parecia sério.

- Nada. É só... Na gente, acho.

- Como assim?

- Sei lá, Katherine, é só... Eu andei pensando se, as coisas ainda funcionam pra nós.

- É claro que funcionam. Sempre funcionaram... Não?

- Só tô dizendo que eu acho que gosto de você mais do que você de mim. E eu não estou dizendo que é culpa sua, claro que não, mas... Essa coisa de a gente só ficar junto quando eu venho pra cá, e, isso me confunde demais, entende?

- Bom, mas, você também decidiu isso, lembra? Quando a gente se conheceu. Funcionava e...

- Bem, funcionava. Mas acho que não funciona mais. Eu nunca te disse isso, Katherine, porque eu tinha quase certeza que não ouviria de volta, mas eu te amo. De verdade. E ficar com outras garotas em Nova York lembrando que eu poderia estar com você é deprimente. Porque eu sei que... Você não se importa com isso, não é? – falou, levantando os olhos. Mordeu o lábio inferior, como se esperasse que eu confirmasse isso para que ele tivesse certeza. Suspirou.

Cocei meu queixo, sem saber o que dizê-lo. Se eu realmente parasse pra pensar, ele tinha razão. O problema é que eu nunca fazia isso.

Ele pôs a mão em meu rosto, e me beijou de leve, suavemente. Pela última vez. E sem dizer mais nada, ele saiu da minha visão, me deixando no corredor sem saber o que fazer. Foi um daqueles momentos em que eu sabia o quanto as pessoas com labirintite sofriam, porque me senti tonta como uma barata.

 



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