História Flecha Bumerangue - Jikook - Quem tem um Jin, tem tudo

Amor. Paixão. Atração. O simples gostar.

Eu sempre achei essas palavras coisas totalmente diferentes; então por que as pessoas tratam como se fossem iguais?

No primeiro ano do ensino médio, fiz um texto que falava exatamente disso; daqueles “eu te amo”, falados da boca para fora, como quem dizia: “vamos tomar sorvete”. Lembro que todos os casais escutavam atentos e pensativos, porém eu, mesmo que falasse com convicção, nunca sequer tinha tido uma grande paixão.  Jeon JungKook mudou tudo.

O que eu sentia por ele?

Talvez o tempo diria, mas agora, o beijando nessa cozinha, eu só peço para que isso não acabe nunca. Nem sempre a gente tem o que quer.

Era um beijo engraçado, lento, e sem pressa nenhuma, que começou com pequenos selinhos e foi se intensificando. Era diferente dos beijos do Yoongi, Jeon fazia acelerar meu coração de uma forma única, seu beijo, não era diferente. Ele mal encostava em minha cintura, suas mãos faziam cócegas, não consegui conter o impulso de sorrir no meio do beijo, e sem querer, para-lo.

Ele me soltou, quase em um empurrão, se afastando de mim com passos longos para trás.

-Não Jimin, não dá! -JungKook estava... chorando. -Nunca mais ouse fazer isso! Seja esperto alguma vez na vida, e se afaste de mim, e de Yoongi, por favor! 

-JungKook, eu... eu... estou apaixonado por você, eu sinto muito, mas eu nunca senti essa droga de sentimento por alguém e...

-Não! –Lágrimas que eu não entendia caía sobre seu rosto. -Jimin. Escute, eu não vou ficar com você. Me esqueça, ok? 

-Mas.. JungKook... –Tentei debater.

-Amanhã vou te levar para sua casa. –Disse seco, secando as lágrimas. -Vê se dorme e apaga tudo que aconteceu dês de que me conheceu da sua mente.

Ele foi novamente para o quarto, ele foi forte para me dar as costas dessa forma, mas eu não, congelei na cozinha, sentando no cantinho, do lado armário, e chorando de novo pela pessoa de sempre. Porque eu sentia que dessa vez, foi para valer.

...

Duas semanas se passaram, os meus amigos se revezavam para me levar para casa, ainda sim, eu tinha certeza que JungKook me seguia todo dia, mas ele sequer falou comigo, e eu também não corri atrás, tentei fingir que ele não me fazia falta, mas só eu sabia como ele fez.

Hoje foi Jin-hyung que me trouxe em casa, ele está bem mal nos últimos tempos, pior do que estava antes, então pedi para que ele passasse a tarde comigo, e ele o fez.

-Hyung, o que está acontecendo? –Decidi perguntar.

-Sabe o amigo do Jeon? –Jin disse o nome do mais novo com cuidado.

-O Yoongi? –Esse também eu não falava dês do dia do sequestro.

-Não, criatura. O Namjoon. – Suspirou. –Você não lembra, mas eu te contei que ficamos no meu aniversário.

-Ah, o “bichinha”. –Ri de lembrar do que Jin fez com ele.

-É, ele mesmo. – Mexeu com os dedos nervosamente. –A gente saiu mais algumas vezes...

-Pera. Por que não me contou? –Indaguei. Nós não tínhamos segredos. Eu acho.

-Ele me pediu segredo. E acredite, eu não saí com ele de bandeja, embora eu quisesse, fiz ele se humilhar primeiro, até acho que peguei pesado... – Começou. – A gente saia, e eu sabia que era só diversão, e no fundo eu só queria mostrar para ele o quão gay ele era, só que eu... eu comecei a... gostar dele.

-Oh Jin, isso não é um problema... –Sorri compreensivo.

-Jiminie, você não está entendendo. Eu gosto dele de verdade, mas para ele eu sou só uma distração, que ele custa admitir que gosta! Entende? – Abaixei a cabeça afirmando, Jin sabia que eu compreendia. –E o pior que eu acho que gosta. –Riu nasalado. –Ele me trata como se eu fosse algo de quebrar e ele fosse o cara mais desastrado do mundo, não que ele não seja. –Ele dizia tudo com um sorriso enorme no rosto. –É o tipo de pessoa que abre a porta do carro, ou me ajuda a levantar da mesa, mãos sutis e delicadas, que tem até medo de me tocar, mas que sempre estão postas para me ajudar... Seus olhos brilham quando me vê e eu fico: “isso só pode ser coisa da minha cabeça! ”, ele até ria das minhas piadas sem graça! E que sorriso lindo...

-Então qual o problema? Vocês se gostam! É o fato de ele dizer que é hétero? –Perguntei, achando fofo o que meu amigo acabou de dizer.

-Namjoon é alguém perigoso, Jimin. – Engoli seco. – Está óbvio que ele, JungKook e Yoongi trabalham juntos, e eu fiquei até um pouco assustado; são armas, apetrechos estranhos, ligações suspeitas... E ele dês do dia do seu sequestro não quer mais me ver, diz que não é seguro para mim, não atende meus telefonemas... eu estou péssimo, Jimin!

-Você não pode deixar assim, tem que descobrir no que ele se meteu! –Exclamei.

-E o que JungKook também, não é, Jimin? Por que não admite que é isso que quer fazer? – Ele me conhecia melhor do que eu.

-Eu já tentei, hyung! JungKook não diz nada e só me enrola. –Admiti com um suspiro.

-Jimin, olhe para mim. –O olhei. –Eu tenho cara de quem consegue ser enrolado? –Ele levantou do sofá, pegando a chave da minha casa e do carro, na mesinha de centro.

-Você vai embora?

-Nós vamos descobrir o que esses garotos são, hoje mesmo. –Disse confiante me puxando para fora de minha casa.

-Vamos para a casa do Namjoon? – Indaguei entrando no carro.

-Não sei aonde ele mora, mas você sabe onde JungKook mora, certo? –Disse arrancando com o carro.

-Você deveria esperar o carro esquentar. –Ele revirou os olhos. – Ele não vai me deixar entrar.

-Você não disse que ele mora no prédio enorme que tem do lado da sorveteria? –Perguntou com seu sorriso número 3: “eu tenho um plano.”

...

-Jin, você pode me explicar como conhece o porteiro? –Perguntei pela vigésima vez quando estávamos na frente do prédio de Jeon.

-Ele é primo de um amigo aí... –Deu de ombros.

-Eu te conheço dês de pequeno e não sei como você tem tanto amigo que eu não conheço... você tem algum tipo de vida noturna? –Tagarelei.

-Jimin, foca. O plano é o seguinte...

-Você está parecendo o Taehyung. –O cortei.

-Deixa eu falar! –Respirou fundo. –Então, eu convenço ele deixar você subir, você sobe, intimida o Jeon, o obrigue a me deixar subir que eu faço o resto, ok?

-Tá’, né... –Disse meio descrente de que isso iria dar certo.

Então entramos na portaria, e Seokjin começou a falar com o porteiro, que parecia ter um pouco menos de 30 anos.

-Taeyang! Não acredito que está aqui hoje! –Sorriu provavelmente jogando um charme para o mais velho.

-Jin, Jin... há muito tempo que não vem aqui, senti sua falta. Como anda a vida? –Respondeu o tal de Taeyang.

-A vida vai indo, não é? Eu vim aqui hoje para ajudar meu amigo a fazer uma surpresa para o namorado dele, e aproveitei para te ver. –Sorriu e eu fiquei vermelho com a palavra “namorado”.

-Eu conheço ele! –O porteiro exclamou, apontando para mim. –É namorado do Sr.Jeon, não é? Já o vi entrando aqui algumas vezes. –Sorriu para mim, enquanto Jin me beliscou para que eu assentisse. –Ele disse que o Sr. Soe iria visita-lo e que eu já podia deixar subir, que a porta estaria aberta. O Senhor se chama Soe, não?

-Claro! –Menti. –Bem, eu vou subindo, e deixar vocês dois conversando.

Corri até o elevador e subi até o andar do moreno.

Quando cheguei na frente de sua porta, pude escutar uma barulheira dentro do apartamento; hesitei, mas a abri, e o que eu vi me deixou de boca aberta.

Yoongi estava brigando com JungKook, e Namjoon tentava afastá-los. Ambos Yoongi e Namjoon estavam cobertos de sangue, como se tivessem matado alguém.

-O que você está fazendo aqui?! –Exclamou Jeon me vendo no recinto e largando Yoongi.

Os outros dois homens pararam perplexos.

-Que merda está acontecendo aqui? –Perguntei um pouco assustado, fechando a porta vagarosamente.

-Vão para meu quarto. –Jeon disse à Kim e Min.

Namjoon arrastou Yoongi, que começou a murmurar vários “desculpa”, pelo caminho.

Jeon se virou para mim.

-Como te deixaram entrar? –Ele parecia irritado.

-Não queira saber, agora sente porque você vai me explicar direitinho o que vocês três escondem. –Disse firme, e minha voz ficou até mais grossa.

-Eles vão me matar, mas acho que não dá mais para esconder, certo? Me indigna você não ter entendido ainda. –Sentou-se e bateu no lugar ao seu lado. –Sente-se também, você vai precisar, e por favor, sei que me afastar de você foi errado, e que você já deve estar me odiando, mas não me odeie ainda mais.