História Flocos de neve - Caminhada fria

Hiccup não sabia mais de onde estava tirando forças pra andar,talvez soubesse que iria morrer,e pra encurtar esse processo,o mesmo estava caminhando pra sua própria morte pra não dar a Ela o gosto de ter que ir busca-lo...Seus passos eram engolidos pela fofa e frágil neve em seus pés, oque não ajudava em seu estado, alem de ter que fazer força que nem sentia mais,pra desenterrar seus pés da neve,também não sentia mais suas pernas devido ao frio e por elas estarem quase sendo engolidas junto de seus pés...

O vento da nevasca atingia seu corpo coberto por uma única camada de couro de seu casaco,que impedia que pedaços de neve se formassem em sua pele,porém não em seus cabelos que ja estavam tomados pela neve,não na ponta de seus nariz que pareciam não inspirar e expirar mais,não em seus cílios que parecia criar pedaços de gelo,não em suas orelhas que apenas ouviam o vento rugindo e o engolindo de forma selvagem,suas pálpebras não fechavam mais,pareciam ter ficado fixadas nas órbitas, ele apenas via o forte e denso vento que carregava consigo pedaços de neve,porém na sua visão oque ele via de verdade era um monstro se formando pelos ventos e pedaços de neve que o mesmo carregava,ele via uma boca que continha dentes afiados e olhos que o encaravam de forma sedenta,como se ja não fosse bom o bastante ele estar no estado em que estava...E pensar em como ele chegou nessa situação deplorável...E pensar que algumas horas atrás ele estava voando em cima de Banguela apenas fazendo uma checagem de novas terras...Porém o frio assim como a queda,o pegou de surpresa

FLASHBAK ON

pegar suprimentos nunca havia deixado se fato de ser algo entediante e repetitivo,era de forma resumida,chato,quem gosta de ficar checando se há algo faltando?De ficar procurar aquelas coisas?E aindas maia de organiza-las na mochila?Hiccup com certeza não,porém o seu tédio de arrumar a mochila,competia com sua precaução em excesso,mesmo que achasse aquilo entediante,não conseguia deixar de verificar tudo oque faltava,pensar e colocar oque precisava,pensar em diversas possibilidades,sua paranóia criava diversas situações em sua mente,que,acredite,apenas ele entendia

↣Binóculo, diário, lápis, carvão, pedra pra fricção e fazer a fogueira,salmão pra comida e etc,etc,etc...-- hiccup contabilizava seus suprimentos,tendo pela milésima vez a certeza de que nada lhe faltava,e que podia ir sabendo que não esqueceu nada,pelo menos não que lembrasse de algo a mais,e não que quisesse,de fato,lembrar...Tendo certeza absoluta que não lhe faltava nada,o mesmo pegou sua mochila pela alça e a jogo por cima do ombro passando um dos braços por ela,e logo após o outra,sentindo o peso da mesma bater em suas costas pra estar balançando um pouco - mais pesada do que eu pensei que seria - disse buscando um pouco de ar nos pulmões pela batida Da mochila - ok acho que estou pronto,me falta algo Banguela? - o mesmo disse se virando pro seu dragão que comia um salmão distraido,pelo fato de estar brincando com seus restos,logo que ouviu seu nome ser chamado o escamasso amigo se sentou como um cachorro obediente e o encarou por alguns segundos,fungou o nariz duas vezes e balançou a cabeça positivamente - você sentiu o cheiro do salmão,esse é o único motivo por estar concordando - hiccup disse parecendo emburrado,porém soltou um riso arrastado e se aproximou do amigo de escamas pretas,acariciou sua cabeça e logo passou as mãos atrás de suas orelhas deu um leve aperto,fazendo o dragão que antes batia o pé no chão,causando um estrondo considerável, caísse de barriga virada pra cima e com a lingua pra fora de forma infantil e satisfeita,logo deu uma risada mais solta e livre,quase como uam gargalhada,um truque que descobriu anos atrás e que nao sabia como o amigo ainda caía, porém sempre iria cair...Era o Banguela afinal,deixando aqueles pensamentos de lado,o mesmo se dirigiu as escadas e a passos lentos desceu as mesmas...Mesmo que aquele incidente inevitável ja houvesse passado,ainda nao conseguia encarar bem o fato de estar sozinho em casa,desde o falecimento de seu pai,estóico, hiccup sentia dificuldades em pisar no primeiro andar da casa,onde as lembranças de seu pai falecido,ainda estavam bem vivas,colocando esses pensamentos no baú imaginário que o mesmo criou pra essas situações, hiccup saiu pela porta sento recebido por um olhar carente de Banguela,que estava sentado em frente a porta de forma paciente,esperando ser montado,hiccup sorriu com o gesto obediente e gentil de seu companheiro, e sem mais demandas montou em cima dele,verificando todas as amarras e conexões antes de partir,pra nao ter problemas durante o vôo...Olhou em volta vendo sua vila imersa no sono e na escuridão,e logo apos olhou pra cima vendo a lua cheia e sorrindo com tamanha beleza que ela expunha pra ele,tinha um bom pressentimento sobre a expedição, o mesmo gostava de sair a noite,por nao ser bom c despedidas,mesmo que ja saísse em expedições milhares de vezes,nao gostava de dar preocupações a ninguém,e a também negar pedidos pra vir consigo...Então nao temendo nada,com o pensamento positivo,e um amigo confiável ao seu lado,hiccup abriu vôo e se permitiu sumir nas nuvens, pronto pro que der e vier

HICCUP POV

apos atravessar as nuvens e chegar ao meu lugar favorito, eu apenas me deixei apreciar a paisagem,mesmo a noite,o mar de nuvens continua lindo visto de cima,a vista de nuvens que pareciam ondas do mar,que formavam as mais duversas formas,e que devido a noite estavam escuras,porem refletindo a luz da lua,as tornando ainda mais bela,essa imagem ficaria gravada em minha cabeça, mesmo que ja tenha a visto, por um bom tempo,alem de que,se eu ainda olhasse pra cima,poderia ver perfeitamente a posição das estrelas,que enfeitavam o céu com suas conjunções,chamadas constelações...Essas pequenas vistas e paisagens,eram oque faziam meus olhos brilharem e ate mesmo lacrimejarem vez ou outra,pela tamanha do céu..

balanço a cabeça e me concentro agora em guiar Banguela,mesmo que o mesmo estivesse tao impressionado com aquela vista quanto eu,dei dois tapinhas leves em seu pescoço e balancei minha "perna" mecânica mudando a direção do vôo,especificamente pra sul,onde eu ainda nao havia explorado e nem visitado,era uma área completamente nova e que enchia meu peito de ansiedade,curiosidade e um pouco de medo do que eu poderia encontra lá,a única informação que eu tinha sobre o sul,era que tinha uma temperatura tao baixa quanto aqui,exceto que no inverno, as temperaturas desciam igualmente,com a variavel diferença de 10°C de lá,pra cá,enfim,tinha medo de levar o banguela pot ele ser sangue frio,se a temperatura de seu corpo baixasse demais,ele corria serios riscos de hibernar sem que queira, ignorando esses pensamentos que poderiam me fazer desistir,eu segui meu cruso com toda coragem que tinha...

e foi tudo muito rápido, depois de uma hora de vôo, eu avistei ao longe,algumas nuvens negras,porem que ainda se juntavam,possibilitando uma possivel nevasca,se aumentasse meu ritmo,poderia passar por ela antes que se formasse,e com sorte,nao ser atingido por nada alem de Uma enorme satisfação por fazer a melhor escolha...Porém,Oque me atingiu, não foi a satisfação que eu esperava ter...No momento,eu tentava enxergar um palmo a minha frente,a mesma e que bamguela fazia sem sucesso,infelizmente,as nuvens nos engoliram antes que pudéssemos atravessa-las,mergulhamos na escuridão e agora mergulhavamos num forte vento com pedaços de neve que nos atingiam como pedras,tentavam controlar banguela da melhor forma possível,porem eu não via nem o chão,como controlaria ela direito?outro fato é que o corpo de Banguela começou a amolecer,suas asas pararam de bater de forma lenta,e seus olhos começaram a se fechar,como eu temia,a temperatura de banguela havia caido,mesmo que resistisse,ela iria hibernar,e como eu estava certo sobre pelo menos isso,em alguns segundo eu senti nosso impacto contra a neve fofa porem densa,Banguela fez um rastro devido a sua caida arrastada contra a neve,apenas nao fui arremessado pelo feixo que me prendia a ela,porem,fiquei agarrado pelo pé durante a caida e tambem senti meu impacto contra a neve,eu cai de costas fazendo minha mochila,devido ao peso,ser engolida pela neve,assim prendendo meu corpo contra aquela superficie extremamente gelada que parecia que iria congelar meu corpo em segundos, vendo que a mochila seria apenas um problema a mais,a larguei e levantei,sentindo minhas juntas quase minhas travadas,fiquei de pé e de imediato abracei meu proprio corpo e esfreguei as mãos em meus braços,numa tentativa inutil de fazer calor,senti aquele vento gelado e feroz,atingir meu corpo de forma bruta,fazendo alem de baixar mais minha temperatura,jogar meu corpo pro lado sem dificuldade,minhas pernas estavam bambas e mal me obedeciam, eu senti perder a sensibilidade delas em minutos,meu corpo tremia involuntariamente,olhei em volta e me assustei,nao via nada alem de uma superficie de neve deformada e irregular propositalmente, perdi Banguela,minha mochila,tudo,nem direção eu tinha mais,oque eu faria?Eu iria morrer assim?Então...Ao invés de eu ficar parado e lamentar meu triste fim,eu juntei as forças que me restavam e abracei minha unica opção... caminhar,e enquanto eu caminhava,mantinha minha mente branca como a neve,numa tentiva de não enlouquecer ou chorar

 FLASHBACKOFF

e aqui eu estava,caminhando em direção a minha morte,eu sei que nessas situações, eu deveria estar em desespero,aos prantos,rezando pra todos os deuses ou tendo um mínimo de esperança, porém do que isso adiantaria?Analise meu estado,eu nao sinto nao pernas,meu rosto esta quase congelando,minhas juntas corporais estao travadas,meus musculos estão cedendo ao frio,a única coisa que me mantinha vivo,era minha mente,a qual eu tentava nao pensar em nada,permanecer ela branca,como a neve que engolia meus pés, mesmo os pensamentos felizes,poderiam me fazer desabar,eu estava num estado tao fragil,a ponto de um pingo a felicidade, me fazer desabar por completo,e eu sabia disso,eu sabia das minhas chances, sabia oque estava passando,e sabia meu destino....Tudo oque fiz,foi deixar meu corcambalear pela última vez,e senti meu corpo bater contra a superficie gelada e fofa abaixo de mim,eu vou morrer...E nao há nada que mude isso