A felicidade não é algo que eu possa almejar, meu tudo, meu mundo destruídos em um instante. A culpa foi nossa, eu assumirei por nós dois. Apenas se permita sonhar novamente, pois eu nunca o farei. Não espero que sejamos capazes de nos perdoar, eu nunca voltarei a sorrir, mas talvez você ainda possa...longe de mim.
*
Então eu o olhei mais uma vez antes de sair, eu queria poder dizer que era mentira, queria poder dizer que nos perdoaríamos e que não acabaríamos ali, queria voltar e enxugar suas lagrimas, mas a vida não é um conto de fadas, os erros nem sempre serão perdoados e mesmo eu o amando tive que deixa-lo ali, desmoronando enquanto me via partir.
- Não vai Yoongi... - Ele pediu enquanto chorava compulsivamente jogado no chão daquela que agora, não seria mais a nossa sala, aquilo doía, mas nada doeria mais do que o que havíamos perdido, eu não poderia continuar, não conseguiria encara-lo todos os dias e esperar que a dor cicatrizasse.
- Acho que é um adeus. - Sorri fraco secando algumas lagrimas, olhei uma ultima vez para os quadros que enfeitavam a sala, sorrisos e lembranças que eu gostaria que já não fizessem mais parte de mim.
- Eu te amarei para sempre. - Ele disse me olhando ainda do chão.
- Para sempre é muito tempo Hoseok. - Falei saindo, de vez daquela casa, antes que perdesse a pouca coragem que havia reunido em mim.
Nada doeria mais do que deixa-lo para trás naquele momento em que deveríamos cuidar um do outro; eu me forçaria a esquecer tudo que havíamos vivido, as promessas doces na nossa adolescência, o carinho virando paixão e logo depois amor. Nada poderia ser mais doloroso para mim, sabia que ele sofreria, mas não poderíamos nos dar o direito de superar, eu de certa forma me recusei a ter motivos para sorrir, a partir de hoje eu me recusaria a tentar ser feliz.
Nosso filho se foi e nada nesse mundo mudaria o fato dele ter morrido, nos culpávamos e culpávamos um ao outro, todas as lembranças vivas demais em minha mente, se eu não tivesse pedido para que saíssemos aquela noite, se o nosso pequeno Taemin não chorasse tanto enquanto seus pais idiotas discutiam por algo sem sentido, se aquele carro descontrolado não tivesse atravessado na nossa frente bem no momento em que eu soltava nosso bebe da cadeirinha para que pudesse pega-lo no colo... "e se?", era tudo que eu me perguntava enquanto entrava naquele taxi disposto a deixar para trás tudo que havia vivido até ali, a infinidade de possibilidades contidas naquelas três letras era assustadora demais.
Chorei inconformado, enquanto o taxista me olhava desconcertado pelo retrovisor, chorava por ter sido poupado naquele acidente, pois agora eu me sentia morto a cada segundo que passava e esse suicídio a conta-gotas era doloroso demais, eu merecia sofrer e assumiria isso até o fim. Eu faria qualquer coisa para ter o meu pequeno nos braços novamente enquanto Hoseok sorria feito o bobo que era, mas infelizmente não se pode mudar o passado e eu desejo do fundo da minha alma que, pelo menos, Hoseok seja capaz de um dia encontrar a felicidade longe de mim.
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