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História Flor de Lótus - Capítulo X


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


☞ Sⓤnflⓞwⓔr ☜
Olá, seres vivos! Vocês já até se acostumaram com essa criatura ausente que sou, não? (. ゚ー゚) Bem, pessoal, eu realmente tomo chá de sumiço e mereço umas boas broncas, eu sei. Mas a metade imbecil do cérebro conjunto que escreve este lindo conto fanon de Bleach pede desculpas de coração e espera que apreciem ler este capítulo tanto quanto nós apreciamos escrevê-lo!

Eu e Chappy agradecemos a presença de vocês! Boa leitura! ♡♡

Capítulo 12 - Capítulo X


As ondas do mar mesmo quebrando contra os obstáculos, encontram força para… recomeçar.

— S. Bambarèn.

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As ondas vêm e vão, num inconstante movimento. Em dias chuvosos, a voracidade aumenta, porém não modifica. A dança da água mantinha sempre os mesmos passos, até quando o ritmo fosse alterado.

Porventura, a água nunca permanecia estática no mesmo local. Violenta, embatia contra rochedos, avançava pela areia… aumentando sua interferência. Durante os dias, acalmava e recuava, reunindo forças para a noite alargar seu ambiente. Não era desistir, não havia um fim… Era um eterno recomeço. Todos os dias havia um novo início, novos obstáculos, novas derrotas, novas vitórias.

Durante a noite lunar que cobriu toda a Sociedade das Almas, o capitão da décima divisão não despertou quando a sua tenente trapalhona colocou uma manta lilás em suas costas, o abrigando do frio impiedoso.

Ela poderia tê-lo acordado, porém previa que após redobrar a consciência não conseguisse pregar mais os olhos, ansioso. Rangiku entendia que ele queria vê-la, de novo. Fazer as coisas da maneira certa desta vez. Nada como umas horas de sono para recompor as energias, mesmo com as costas dolorosas na manhã seguinte.

Sorriu imaginando como ele ficaria mal disposto quando fossem preencher os relatórios. Finalmente, o décimo bantai tinha retornado à normalidade.

Como uma adivinhação jocosa, quando o sol adentrou pelas brechas do compartimento onde encontrava-se o albino, os músculos nas costas contraíram-se em convulsões agressivas. Gemeu baixo quando entreabriu as íris turquesas, reparando na luminosidade no seu esquadrão. Ele dormiu, e muito.

Seu sono estava regularizado despertando pela madrugada, ainda ausente pela presença solar. Recuperar os sentidos quando todos estavam trabalhando usualmente era estranho, apesar do conforto que sentia, era como se tivesse dormido por todos os anos que não encontrara descanso.

Não sentiu a coberta rósea escorregar pelos seus ombros, nem no lanche preparado por Hinamori em sua secretária. Seus pensamentos e corpo estavam unicamente voltados para a humana que invadira Rukongai. Não queria nem colocar em hipótese de não ter sido Byakuya a encontrá-la e de a trazer como prisioneira, se não fosse essa circunstância, ela estaria morta.

Se ele ao menos tivesse cumprido sua promessa…

Se tivesse tido esse pensamento, no dia anterior, o arrasaria espiritualmente. Porém, estava egoisticamente feliz. Sempre tinha visitado a Kurosaki, mas fora desta vez ela quem o fizera, que o surpreendera. Mesmo ele não esperando por ela, Karin veio.

Estavam juntos no mundo a que ele pertencia. Era uma experiência diferente.

A felicidade não murchou quando encarou o símbolo peculiar do sexto bantai, no entanto, parte de seu optimismo diminuiu. Dissuadir um Kurosaki não era tarefa de subestimar.  Adentrando pelos portões, muitos serviçais o cumprimentavam respeitosamente pelo haori que envergava.

Diferente do primeiro dia, o sol raiava sem qualquer ameaça de uma gota d'água cair do céu, assim como não conseguira detectar o poder espiritual de Karin. Pelos vários corredores, buscava sua presença visualmente, imaginando que ela estaria num local mais isolado, longe da acumulação de shinigamis coscuvilheiros e curiosos.

Uma rajada de vento fresca bateu no seu rosto, obrigando a voltear o corpo, encontrando por um mero acaso quem buscava, com os cabelos negros soltos elevando-se com o vento. Percebeu esta arrepiar as costas quando se aproximara, no entanto, não sabia se essa reação fora provocada pela sua presença ou pela frescura do ar.

— Você lutou bem ontem.

— Arigato. — O tom cortante dela fez com que suas mãos suassem ainda mais de nervosismo. Inconscientemente, o clima esfriou.

— Kurosaki, eu… Percebo que esteja chateada. — Ela manteve a cara voltada, não permitindo Toushirou ver sua expressão, porém, a ausência de uma resposta era um sintoma positivo, transmitia que ela estava disposta a escutá-lo. — Eu tentei, durante sete anos, ir ao Mundo Real… Mas sempre surgia algo.

Brevemente, acreditou ter sido um soluço que rasgou a garganta da humana de costas para si. A possibilidade de ser o causador daquela dor, abriu seu peito numa ferida que estava familiarizado, contudo, numa intensidade descomunal. Ter falhado com Hinamori e Matsumoto era doloroso, mas com Karin era simplesmente… imperdoável.

Fugindo da prisão de gelo a que seus sentimentos e personalidade acostumaram-se, procurou ser gentil. Demonstrar minimamente o que pensava, por palavras.

— Quebrei minha promessa e isso não tem perdão. Mas quero que saiba que nunca esqueci você, Kurosaki. Nem a Haru-baa-chan. Estou feliz que esteja aqui.

Volteou sua atenção para o albino, revelando as esferas ónix pela primeira vez naquele diálogo. Seu gesto era para ser sorrateiro e discreto, no entanto a surpresa não colaborou com suas intenções. Seu humor melhorou, rindo, notando que Toushirou desviara imediatamente seu rosto levemente corado. Por um momento, ela reviu-se no passado, nas visitas rotineiras do pequeno capitão ao seu mundo. Aquela era uma boa oportunidade para recomeçarem.

— Haii, também estou contente por te ver, Toushirou. — Um sorriso discreto insinuou a face rosada oculta pelas madeixas negras.

A pronúncia suave do seu nome pelos lábios de Karin, acompanhado pela sua risada, atormentou sua mente de várias imagens nostálgicas, e uma alegria imensa. Os dois encaravam-se, como se o olhar pudesse sorrir entre o brilho que transmitiam.

— Quantas vezes tenho de dizer… É Hitsugaya-taicho.

Com pétalas de cerejeira pousando em seus ombros, o portador de Senbonzakura observava um tanto intrigado a relação do capitão prodígio com a sua subordinada mais recente. Pelos risos entendeu que poderia aproximar-se do casal, sem interromper a conversa num ponto crítico. Contudo, mesmo não pretendendo ser discreto, nenhum dos dois notara sua presença.

— Kurosaki Karin. Hitsugaya-taicho.

Uma variedade de colorações perfurou os dois rostos, que voltaram-se para o nobre. Hitsugaya fora aquele que agira mais nervosamente, tendo conhecimento das habilidades de Kuchiki, saberia que este poderia ter escutado toda a conversa e ele não ter detectado  sua reiatsu. Rubro, tapou superficialmente o rosto pelo cachecol verde.

— Taicho!? Está na hora do treinamento? — Karin ria nervosa, tentando fugir de um assunto que conduzisse à origem da presença de Toushirou, ao seu lado.

— Antes disso, quem lhe deu a katana que possui Kurosaki?

Toushirou, de repente, mudara sua feição carrancuda para um tanto mais séria, compreendendo a veracidade sobre a observação do capitão do sexto esquadrão. Mantivera ofuscado com outros assuntos a respeito da mesma, que ignorara um detalhe igualmente relevante. Se ela não era uma shinigami oficial, e se nunca usara uma espada, então como ela conseguira uma? E principalmente, quem a ensinara? Alguém tivera de lhe dar orientação para ela manusear uma katana, num duelo com um dos capitães mais fortes do Gotei. E seja quem fosse essa identidade misteriosa, não era qualquer um…

A Kurosaki deu outra risadinha sem graça, lembrando-se dia em que havia conseguido a espada. Fora uma situação certamente cômica.

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Loja do Urahara, antes da chegada de Karin à Soul Society:

“Toyotama, eu estou dando voltas nesta porcaria de loja há horas!”

Karin grunhiu, movimentando-se pelos corredores da Urahara’s Shop, seguindo a direção do dragão — que ela descobrira ser péssima.

“— A culpa não é minha se aqui têm mil passarelas que levam a mil lugares diferentes!”

Com raiva, Karin chutou uma das portas, bufando de frustração. Sério que ela iria ficar presa ali? Tão perto de cumprir seu objetivo e o único empecilho era a porcaria de uma loja. Tão absorta em pensamentos, a Kurosaki reparara tardiamente que seu chute abrira visão para uma sala com, — sem exageros —, dezenas de espadas iguais.

Adentrou o cômodo, examinando-o. Toyotama fazia alguns sons pensativos, notoriamente ponderando se deveria falar ou ficar quieto. E no entanto, se ele optasse pelo silêncio, Karin o faria abrir a boca, mesmo que forçadamente.

“— Karin, pegue uma dessas espadas e prossiga em sua busca.”

“Como assim, Toyotama?”, perguntou em espanto.

“— Essas espadas são Asauchis, são as espadas que antecedem as Zanpakutou. Elas têm o potencial de abrigarem os espíritos como eu, e possuírem nome. Em seu estado atual, é só uma espada, sem nome nem forma.”

Antes mesmo do dragão terminar sua fala, a morena agarrou uma das espadas. Esquadrinhou-a e tirou-a da bainha. De fato, a espada era como que morta. Era diferente das outras, como a Zanpakutou de Toushirou, Hyourinmaru, que exalava a essência do dragão de gelo.

Sem demorar mais, saiu da sala, seguindo na direção que previamente Toyotama indicara.

“Para seu próprio bem, Toyotama, é melhor que esta seja a direção certa. E se não for… Essa Asauchi vai parar num lugar deveras desagradável!”

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A Kurosaki deu uma gargalhada genuína ao lembrar que aquela também era a direção errada e que havia gritado com Toyotama até acharem a direção certa.

Todavia, a única pessoa que sabia disso era ela, já que os dois capitães a encararam com estranheza, ainda em busca de uma resposta. Karin se empertigou, se livrando dos vestígios de riso de sua face.

— Acabei esbarrando numas Asauchis pelos confins da loja do Urahara. — Contou, não entrando em maiores detalhes. — Só não diz pra ele não, tá?

Byakuya assentiu, em dúvida se não deveria contatar o Soutaichou para revelar que Urahara Kisuke tinha um depósito de Asauchis ou fazer vista grossa. Decidiu optar pela segunda opção, já que, afinal, a ilegalidade do loiro tivesse acarretado em algo, — até agora —, bom…

— E quem ensinou-lhe? — Hitsugaya não se dera por satisfeito com a resposta da Kurosaki.

— Toyotama.

— Quem?

A morena lhe lançara um olhar irritado, deixando bem visível que não daria mais informações. Aquilo enervou levemente Toushirou. Quanto mais se soubesse sobre Karin, menos perigo ela corria ali dentro! Entretanto, a teimosia dos Kurosaki parecia se sobrepor até mesmo o senso de riscos.

Mas você não quer que Karin seja plenamente descoberta, não é, mestre? Quanto egoísmo… Desejá-la só para si.

“ — Cala-te agora, Hyourinmaru!

Toushirou sentiu o rubor quente se espalhar pelas bochechas. Realmente… O dragão andava recebendo influência demasiada de Matsumoto. Sem sequer perceber, afundou o rosto nas mãos, embaraçado. Contudo, nada poderia apagar a felicidade que dominara seu corpo. Parecia que um enorme peso havia sido tirado de suas costas. Sabia que ainda tinha uma longa estrada para percorrer, mas nada iria pará-lo.

Despediu-se brevemente dos dois morenos, voltando para seu esquadrão. Afinal, por mais que sua vontade fosse ficar com Karin, a papelada não seria feita sozinha — e com certeza Matsumoto não era nenhuma Nanao.

O passado não poderia ser apagado. E nem o que foi feito, desfeito. Porém, o futuro é indefinido e sem forma. Pronto para ser alterado rapidamente, como um céu outonal. O estrago foi feito, mas sempre há modos consertar os danos. Mesmo que de gota em gota…



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