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História Flor de Lótus - Capítulo XII


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


► cнαρρү ◄
Mais um capítulo para matar a saudade, por momentos pensei que não iria conseguir postá-lo... Claro, a Sun-chan sempre resolveria caso o meu computador decidisse entrar já em greve de fanfics, eheh.
Nós não temos postado capítulos tão grandes como gostaríamos, nem tantos especiais, muitas ocupações roubam nosso tempo, mas não nosso amor e empenho para com a Flor de Lótus. É das histórias que mais gosto em escrever. Acreditem, nós não vamos abandoná-la. E daremos nosso melhor para manter sempre o máximo de qualidade, agradecemos sinceramente todo o apoio que temos recebido!

Capítulo 14 - Capítulo XII


Encontra um lugar interior onde haja alegria, porque a alegria apagará a tua dor.

— Joseph Campbell.

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Durante um sonho bonito e calmo, Karin passeava em seu mundo interior com Toyotama na forma de dragão, deslizando pelo ar. Os seus pés encontravam-se húmidos pela espuma do mar, e pequenos grãos de areia colavam-se entre seus dedos. Até que ao pisar na areia, algo queimou seu calcanhar. Nada doloroso, apenas se surpreendeu pela sensação inesperada. Agachou-se curiosa, notando que eram pequenos flocos de gelo.

Por que havia gelo em seu mundo?

— Toyo-kun, por que…— o dragão não se voltou, limitou-se a grunhir continuando seu vôo, desaparecendo lentamente juntamente de todo o conjunto de imagens da praia nocturna.

 Matte! — O seu corpo impulsionou-se quando ela tentou alcançar sua zanpakutou, acabando por cair da cama. — Seu…! Maldito lagarto!

Uma borboleta infernal pousou no joelho flexionado da Kurosaki, informando-lhe que seu taicho a esperava no salão de treinamentos. Ficou um tanto confusa já que não tinham combinado nada, porém ignorou a situação e limitou-se a obedecer.

Devidamente arranjada, com um certo toque desajeitado que refinava sua elegância peculiar, deparou-se com Byakuya ao abrir a porta de seu quarto.

— Taicho!?

— Está atrasada. — Não estava irritado, deu para notar pelo tom fino de sua voz. Suspirou de alívio por esse facto, começando a rir nervosa, coçando a nuca.

— Perdão, perdão taicho. Estava com Toyotama.

Kuchiki Byakuya era de facto de poucas palavras. A conversa foi encerrada com a última resposta de Karin que se limitou a seguir o nobre em silêncio. Por astúcia em escusar-se de fazer perguntas óbvias, os diálogos terminavam tão prontamente quanto começavam. Não que reclamasse, seu capitão conseguia ser bem intimidante.

Como um meio de distração e divertimento, no seu trajecto observava os traços refinados do sexto bantai. Aparentemente era como qualquer outro, porém notava-se que a madeira e restantes materiais decorativos eram muito mais valiosos, apesar de discretos. Cada detalhe demonstrava a riqueza presente do clã Kuchiki.

— Kurosaki Karin.

— H-hai? — Tremeu nervosa, notando que o capitão tinha parado a encarando sobre o ombro. Provavelmente, notando que ela estava entediada.

— Por que desejou desenvolver seus poderes inatos e tornar-se shinigami como seu pai e irmão?

— Ahn? Bem… eu…

Aquela pergunta, com certeza, não fora previsível. Nunca supôs que justo o capitão quieto e nobre se interessasse por seus motivos. O que deveria dizer? Byakuya perceberia imediatamente se mentisse. Então, bastava dizer a verdade, certo? Porém, isso iria criar o boato que ela e Toushirou eram mais que amigos, algo que não eram. Talvez, uma meia verdade fosse a melhor solução.

— … Uma promessa. —Karin desviou o olhar ligeiramente rubra, perdendo a oportunidade de ver seu capitão arregalar os olhos negros. —Vim obrigar um idiota a cumprir sua promessa.

— Invadiu o Gotei 13 por uma promessa?

— Promessa é promessa! —Exclamou furiosa.—Quando uma pessoa dá sua palavra deve cumpri-la! É uma questão de honra!

Era cansativo e enjoativo que sempre repetissem o mesmo conselho: que uma promessa era um motivo fraco para aventurar-se contra os shinigamis. Possivelmente, se fosse uma pessoa qualquer ela não iria exigir o cumprimento dela, mas era importante e muito… Não só para ela, como para a Haru-baa-chan. Ela prometeu que o levaria de volta ao Mundo Real, para visitá-la, e iria cumprir.

O Kuchiki encontrou a mesma determinação no olhar ônix, que outrora enxergara no substituto de shinigami. Valentia, coragem e amor. Estavam dispostos a sacrificar-se por algo ou alguém em que acreditavam. Foi quase imperceptível e pequeno, ainda assim era um sorriso. Um gesto que Karin nunca acreditou que veria na face daquele homem austero, perdendo instantaneamente sua raiva.

— Está certa. Afinal, você sempre é digna de ser aceite como minha aluna, Kurosaki Karin. — O sorriso alargou-se por seu rosto, empolgada.

Ignorando de todo a situação constrangedora de segundos anteriores, o nobre retornou ao caminho do salão de treinamento.

— O clã Kuchiki tem uma história longa e bem-sucedida, não é por pertencermos à realeza ou um poder de deus inato. Um combate é um desporto, como tal, tem técnicas. Se as conhecer e dominar, você vence. É uma questão de treino e perspicácia. Está preparada para começar?

Posicionou-se no centro da divisão, acomodando seu haori, enquanto se volteava à frente da morena que acenou convicta.

— A primeira lição é sobre a natureza de shinigami. Ser um ceifador é um trabalho árduo.— Karin observou-o com o indicador no queixo, confirmando o que escutava ao relembrar as inúmeras lições primárias de sua zanpakutou, que não eram propriamente fáceis, mesmo sendo uma total inexperiente.

— Para aprender a ser um shinigami, você tem que estar disposta a estudar e trabalhar duro. É verdade que você pode, como seu irmão, possuir a capacidade de sem grande recolha de informação anterior, acabar desenvolvendo um novo poder. Mas só porque você pode fazer isso, não significa que você deve.

Karin entendia e consentia a maioria de todas as afirmações, apesar de leves interrogações pairarem sobre sua mente.

— Mas se posso desenvolver meus poderes primeiro e aprender depois, porque não devo seguir essa ordem? — Byakuya acenou, satisfeito e paciente.

— Se seguir uma ordem aleatória, pode originar determinadas falhas que serão prejudiciais em missões. Incapaz de distinguir reiatsu de shingami e poderes quincy, ganhar shikai antes de sequer saber que existe a bankai, e mesmo após adquirir a bankai, por falta de conhecimento resulta que esta surja incompleta ou que o portador não saiba manusear todo o seu poder.

A morena mordeu o lábio ao perceber que seu irmão fracassara em cada situação apontada, sentindo vontade de rir.

— Evite essas armadilhas, Kurosaki Karin. Na minha primeira lição, eu vou te ensinar a tratar o seu poder interior como algo que você deve nutrir e praticar.

— Certo! — Estava entusiasmada, sempre odiou ser protegida mas agora estava a ter a chance de cuidar de seus amigos.

As nuvens baixaram, espalhando a humidade pela Seireitei na manhã nublada. Uma condição que favoreceu a Kurosaki em controlar seu poder espiritual. Em posição de lótus, encaminhava-se até Toyotama, contudo sentia as vibrações próximas de seu corpo. O capitão, ocasionalmente, elevava sua reiatsu como um sinal de perigo em que ela deve voltar imediatamente. Um treino em que ela possa ir e regressar quando queira, que apesar de ser aparentemente simples, era extremamente desgastante.

Em determinada altura, um oficial veio até Byakuya, informando-lhe de uma reunião privada com nobres que exigiam sua presença na mansão Kuchiki. Inconformado, lamentou o sucedido e abandonou o recinto. No entanto, Karin prosseguiu com o treinamento.

Deslocando-se até um dos jardins, acomodou-se perto de uma árvore, camuflada pelo nevoeiro denso. Intrigada, aventurou-se com o nível de sua reaitsu, indo para além do treinamento. Tentando materializar seu poder aproveitando-se da humidade.

Contudo, sua inexperiência ruiu com as suas intenções. Utilizando uma percentagem demasiado alta, água saiu pelas suas mãos num jato, em direção de um shinigami que andava calmamente pelo corredor, carregando toalhas.

— Cuidado! — Gritou desesperada.

No entanto, sua voz não alcançou a tempo de evitar o acidente. Inesperadamente, a água que se converteu num reluzente cristal, rompendo em seguida pelo ar.

Os cristais esvoaçaram até o rosto da Kurosaki e foi quando esta notara as queimaduras em sua pele, de frio.

— Gelo?

Um vulto consideravelmente mais alto que ela, estava praticamente colado a suas costas. Karin sabia quem era apenas por reconhecer seu poder espiritual, na verdade, reconheceu-o antes, somente pelo elemento que invadira seu treino.

Virando-se lentamente, a Kurosaki pode contemplar as íris turquesas com os pequenos flocos de neve voando entre eles.

Talvez, naquele momento entendesse o significado da presença do gelo em seu mundo… Um mundo sem o misterioso cristal, sem Toushirou, mesmo que fosse seu interior seria terrivelmente vazio.

Afinal, o gelo seria sempre água, e a água sempre se converteria em gelo.



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