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História Flor de Lótus - Capítulo XIV


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


☞ Sⓤnflⓞwⓔr ☜
Olá, pessoas! ●‿●

O capítulo anterior foi pequenininho, não? Pois bem, como expliquei em um comentário do capítulo anterior, aquele foi um capítulo de introdução ao vilão, aos conflitos da Seireitei e da treta no geral. Por isso o tamanho tão ridículo. Porém, a rainha da zorra toda em forma de ser humano — quase deusa —, minha amada Chappy, resolveu que deveríamos compensar vocês com um capítulo adiantado! ~ Yay ~

(#spoiler: Não sei, contudo, onde está o consolo porque nesse só tem desgraça.)

Boa leitura, meus pãezinhos de mel!

Capítulo 16 - Capítulo XIV


O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.

— Abraham Lincoln.

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O mundo humano era um paraíso de segredos. O que os mortais tinham de especialmente mágico e bom, a Soul Society espreitava os perigos dos rancores de vidas miseráveis em busca de justiça, e inclusive, vingança. Uma matança livre e sem regras.

Fugir era a solução para os sobreviventes. No entanto, isso não deixava de ser uma utopia. Toda a presa que não enfrentasse o predador, era devorada. Hueco Mundo não havia sentimentos, por isso resumia-se a uma vida sedentária sentimentalmente. Lutas eram o passatempo dos ocos. Os ceifadores da morte eram distintos, os seus buracos encontravam-se na essência amorosa. Não existia companheirismo nem lealdade para as almas ambulantes em Rukongai. Eram apenas espíritos que estavam desamparados no local, ou simplesmente morriam de fome.

Os céus nublados perderam a elegância mística perante a fumaça que circulava por Seireitei. O sol ainda não tinha preenchido o local com sua luz quando a rebelião atingiu os shinigamis. Os muros foram dizimados por esferas mágicas de uma reiatsu não identificada porém poderosa. O descuido em tempo de guerra foi fatalmente benéfico para os adversários que empunham zanpakutous roubadas contra os espadachins experientes contudo estes não estavam preparados para um confronto.

Os capitães por ordem do Comandante, acompanhados por seus tenentes, encaminharam-se para as extremidades de Seireitei, pelejando com os adversários e em busca de reconstruir os muros utilizando seu próprio poder espiritual.

Karin queria ter acompanhado seu capitão, inclusive encontrar Toushirou. Contudo, ao sentir a brisa gélida, arrepiando seu corpo, que fluía pelos céus escondidos da Sociedade das Almas, tranquilizou-se. Enquanto o frio enterrasse os inimigos em gelo, criando cemitérios de cristais pelas ruas atribuladas, Toushirou estaria bem.

Focou-se nos seus próprios adversários, nas lutas à sua volta. Colocando em prática o que aprendera naquela semana. Pronunciava encantamentos num tom suave para não despertar a atenção dos inimigos, auxiliando os oficiais.

No entanto suas rápidas e precisas ajudas atraem a atenção de Ren, conhecido como o lírio de água entre os rebeldes. Sua presença silenciosa e fatal, era ofuscada pelas folhas das árvores. Sorrindo em direção da Kurosaki. Em alguns minutos, compreendeu a fraqueza da shinigami de cabelos negros que conquistara o interesse de seu chefe. Tinha uma reiatsu apetitosa, habilidades físicas e um domínio invejável de seu poder… Controlava a arma como uma verdadeira espadachim de vestes negras, mas, não possuía shikai. Talvez -na melhor das hipóteses- ela enfrentasse um oponente forte e sobrevivesse.

Disposto a prosseguir com sua experiência, desembainhou sua zanpakutou, jatos de água em formatos de lírios acertaram os pontos vitais de Karin, agachando-se de dor. Os olhos ónix depararam-se com a água em formato de flor que perdem sua tonalidade natural, cobrindo-se de um manto vermelho.

Não entendia como estava enfraquecendo… Os ferimentos eram ligeiros, mesmo atingindo pontos vitais, eram pouco profundos.

— Pobre shinigami, não consegue reconhecer a morte quando esta se aproxima? — Karin observou o espírito encaminhar-se junto de si, constatando suas ridículas vestes exóticas.

— Um idiota? Nem neste mundo me livro de espíritos chatos. — Karin estalou a língua, enquanto remexia suas pernas tentando recuperar suas forças.

Subitamente, seus cabelos negros são puxados com violência fazendo com que seu rosto fosse golpeado com grosseria. A recruta do sexto bantai apenas conseguiu entreabrir as pálpebras ganhando tons arroxeados, constatando o olhar culminante esverdeado sobre si.

— A arrogância dos shinigamis será a sua ruína. Pensa que pode-me derrotar, mulher? Esses lírios não retiram apenas seu sangue, sugam todo o poder espiritual. — Karin sentiu o nervosismo fluir por seu corpo. Demonstrando sua fraca preparação para um duelo real.  — Morra, sozinha, abandonada como se fosse ninguém. Essa é a vida de qualquer um nos distritos.

A guerra não tinha um lado bom. Todos tinham seus motivos, uns mais válidos que outros. Ser derrotada por alguém carregava um ódio acumulado por anos, é humilhante. Como estava ainda tão fraca? Como ela protegeria seu irmão? Toushirou…? Como o poderia levar de volta se ela mal conseguia estender sua mão para arrancar os lírios que consumiam sua vida?

Perdendo os sentidos, Toyotama manifestou-se em seu mundo interior. Removendo o poder espiritual maligno que abundava na água que constituia as flores, estas desfizeram-se em incontáveis gotas de água usuais e puras. Como uma flor de lótus que, finalmente, desabrochara.

Ren recuou, observando sua obra-prima ser destruída. Aquela pentelha deveria já estar morta! Mirou em descrença óbvia enquanto a morena erguia-se penosamente, embora um estranho tipo de esplendor lhe enfeitasse o corpo ensanguentado e ferido. Talvez a determinação lhe deixasse tão bela quando deveria estar tão feia…

Karin arfou, ela não sabia o que de fato estava acontecendo, mas sabia que só estava de pé graças a Toyotama. A espada em sua mão pareceu ganhar vida própria, pulsando com um poder que Karin sabia ser inteiramente desconhecido, entretanto possuindo um ‘quê’ familiar.

“— Karin, — O barítono do dragão ecoou em sua mente. — você precisa confiar em mim.”

A Kurosaki abriu um sorriso, apenas para desmancha-lo devido a dor de seus lábios cortados. A nostalgia de seu primeiro encontro foi tomando conta de sua consciência, enquanto lutava para manter seus dedos firmes ao redor do punho da espada.

Toyo-kun, seu bobo…”, riu uma última vez, “Você é parte de mim, e eu sou parte de você. Somos um.

E embora dentro de seu corpo sua alma desligou-se de seus sentidos, o deus da água assumiu o controle. Dentro de si uma fúria crescia acalorada, afinal, aquela alma inconsequente havia machucado sua protegida e mestra… E pagaria por isso.

O braço pálido e com veias aparente de Karin ergueu-se, brandindo a zanpakutou com maestria. As gotas de água que estiveram sob o controlo de Ren agruparam-se, formando uma singular, embora não menos imponente, onda cristalina e revolta — uma pequena parcela de um mar em dia de tempestade.

Os olhos esmeraldinos da alma arregalaram-se, enquanto soltava uma exclamação muda. O medo lhe paralisara o corpo, enquanto assistia aquela onda cinzenta erguer-se como um demônio atrás da garota que tanto debochara, prestes a lhe esmagar com a pressão e o poder do mar.

O braço de Karin por fim abaixara-se, enquanto a mesma sequer movera-se quando a onda desviou de si e atacou a Ren impiedosamente, como um animal faminto. E antes da água, que tanto pregara lhe obedecer, tirar-lhe a vida, Ren jurou ter ouvido um rugido bestial escapar dos lábios azulados da garota.

Desconhecido para eles, no Mundo Humano, uma monumental onda formara-se há quilômetros do continente, urrando em fúria e atingindo criaturas marítimas e navios. Para então, em sintonia com a shinigami de cabelos negros, desmantelar-se com a gravidade.

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Byakuya Kuchiki sentia o coração bater forte contra suas costelas, enquanto sua face impassível não demonstrava mais do que sua habitual seriedade.

Durante uma luta que estava travando a reiatsu de sua pupila elevara-se alarmantemente, ao ponto de fazer até mesmo o sempre ignorante Kurosaki Ichigo distrair-se em surpresa. A reiatsu então esmagadora desapareceu subitamente, como se a Kurosaki sequer houvesse existido.

Ele não queria admitir, mas havia de certa forma criado um vínculo com a garota, enxergando-a duma maneira semelhante a qual enxergava Rukia. E a possibilidade da morte ter ceifado a vida da filha de Shiba Isshin mexia consigo de maneira perturbadora.

Quando seus pés atingiram uma poça d’água, soube estar no lugar certo. Seus olhos negros observaram em apreensão as árvores derrubadas e os vários corpos inflados por água e tão roxos que uma leve gastura lhe atingiu. Estava tão concentrado em admirar a destruição que quase nem a notou, caída.

O capitão da sexta divisão correu até sua nova recruta, sentindo o sangue correr gelado no corpo. Karin estava com estranhos cortes no corpo, vertendo sangue. Parecia estar lá há tempos, já que seus lábios e olhos estavam carregados com sangue, as veias que irrigavam seu corpo desconcertantemente destacadas sobre a pele cinzenta.

Pegou-a no colo com delicadeza, junto de sua zanpakutou, e então, utilizando o shunpo, correu como há anos não o fazia.

Enquanto observava a face outrora vívida de Karin, ele esperou que não fosse tarde demais.



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