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História Flor de Lótus - Especial


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


► cнαρρү ◄
Queridos leitores de FL, eu e a Water deixamos para vocês o nosso presente de Natal. Como podem notar este capítulo é uma quebra de tempo, um acontecimento do passado. Por quê? Porque nesta data, independentemente de serem ou não religiosos, o foco é o amor. Portanto, nós as duas decidimos que devíamos retratar um capítulo sobre isso mesmo. Amor e família.
Desejamos que tenham um rico e abençoado Natal, repleto de doces e prendas junto da árvore de Natal. Que ganhem quilos e muitos beijinhos. E que renovam as forças nesta época de paz e carinho. Porque para o próximo ano começam as lutas, a primeira será: perder todo o peso extra. Eheheh.
Obrigada pelo carinho em comentar os nossos capítulos. Acreditam, nos emocionam com isso! E claro, ficamos muito contentes por cada favorito já conquistado! #Beijinhos

☞ Wⓐtⓔr ☜
É fato que hoje é uma noite calorosa, não? Não me refiro ao clima, e sim ao calor dos corações humanos que se reúnem para estarem juntos hoje. Algumas vezes isso acontece só nesta data, o que a torna ainda mais especial. O que torna o Natal ainda mais belo.
Que, independente de crenças e descrenças, vocês aproveitem a família, os amigos e vocês mesmo. Que vocês desfrutem de felicidade, amor e muitas outras virtudes. Que tenham abundância de presentes, beijos, mimos, guloseimas e muitos abraços.
Chappy e eu agradecemos o carinho para com FL, a paciência e a empolgação com que sempre recebem um capítulo novo, sempre deixando favoritos e comentários. Obrigada, do fundo de nossos corações.
Bom Natal! Que ele seja tão bom quanto o ano que virá!
Mil beijos e mil abraços!

Capítulo 5 - Especial


“A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.”

— Leon Tolstoi.

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As lembranças daquela época eram assustadoras. Num turbilhão temporal, confundindo-a entre o passado e o presente. Será que Toshirou também recordar-se-ia daqueles momentos…?

“— Até quando vai-me seguir, Kurosaki?” — O capitão do décimo bantai interrompe seu percurso, encarando pelo ombro a jovem que o seguia, sorridente, não se importando com o tom ríspido do mesmo. Suspirou em frustração.

“— O que o trouxe aqui? São aqueles monstros de novo? Ichi-nii precisa de ajuda?”

“— Isso não lhe diz respeito. Uma humana não deve se intrometer nos assuntos dos shinigamis.” — Frio. Afinal, mesmo ele podendo controlar sua reaitsu elementar, sua frieza era algo impossível de resolver. Porém, o que mais surpreendia Toushirou era que Karin parecia ser imune a esse aspecto.

“— Tanto trabalho para uma criança deve ser estressante.” — Karin notou uma pequena névoa acompanhando sua respiração, fazendo-a gargalhar. Não seria algo estranho haver gelo e flocos de neve em Karakura, se não fosse em pleno Verão.

Antes de o shinigami de cabelos brancos poder reagir ou responder ao comentário jocoso da Kurosaki, seu braço foi puxado. Um pequeno rubor sobre seu nariz, abafou o frio do campo onde se encontravam, os dedos de Karin entrelaçaram-se em seu pulso, guiando-o. Eles estavam correndo, apesar de aquela velocidade ser ínfima para ele, não mudou a situação. Por vezes, era bom abrandar, tirando uns dias de folga.

O céu espelhava o brilho solar através das variações do azul celeste, como uma pintura. Como seria lindo um floco de neve, brilhante, surgir naquele céu iluminado. Como seria ter neve no Verão? Reluzindo com os raios solares. Um ‘inverão’. Talvez idiota, mas uma oposição encantadora… mesmo que utópica.

“— Ah! Karin-chan trouxe de novo o namorado!” — A receção Kurosaki não mudou ao longo dos anos, como, interiormente, Hitsugaya desejava. O patriarca da família estava numa viagem para auxiliar um paciente com seu novo tratamento, enquanto Ichigo assistia algo descontraído no sofá, ignorando toda a confusão que a histeria de Yuzu causava. Karin tinha os olhos cerrados, ignorando sua irmã gêmea. “— Será que… Ah! Karin-chan está grávida!”

“— O … quê? Yuzu!” — Karin, pela primeira vez, enrubesceu com a teoria sem fundamento de sua irmã. Toushirou, não conseguia dizer nada. Limitava-se a tossir, engasgando-se com a própria saliva.

Ichigo riu de canto, e como da primeira vez que o capitão visitou a casa dos Kurosaki, o substituto de shinigami fingira o ciúme de irmão mais velho. Contudo, desviando o olhar para os dois, seu rosto empalideceu…

“— Toushirou… O que pensa que está fazendo?” — Toushirou encarou-o, com a sobrancelha erguida, irritado. Ele esperava que caísse de novo nessa encenação? Porém, a elevação descontrolada de seu poder espiritual, alarmou-o para alguma eventual diferença.

“— Ichi-nii?” — Tal como o albino, Karin estranhou o comportamento de seu irmão. Acompanhou o percurso visual das íris avelãs, gritando de vergonha quando compreendeu as circunstâncias: nem ela, nem Toushirou, notaram que ainda estavam de mãos dadas. “— Ichi-nii não é o que parece… eu posso explicar…”

“— Seu moleque pervertido! Está querendo abusar da minha irmã!?” — Yuzu correu até a cozinha, sentindo o cheiro a queimado invadindo a sala. Contudo, Karin continuava a entreolhar seu irmão e Toushirou, receosa.

“— Não diga disparates Kurosaki!” — Como um capitão do Gotei 13, Hiysugaya jamais se ofenderia por uma crise de ciúmes de um irmão mais velho. Sua sensatez lhe dizia que tudo aquilo era ridículo, mas a forma como chegou com Karin em casa da mesma, criando aquele mal-entendido… o obrigava a querer justificar-se. Negando; queria negar que houvesse alguma coisa. Ou pudesse haver. Afinal, Ichigo estava certo. Ela era uma humana, ele um shinigami. Ela estava viva, e ele morto. Era uma relação impossível.

“— Apesar de parecer uma criança com seu tamanho, não pense que vou deixá-lo namorar com Karin!” — Karin quase gelou quando escutou seu irmão comentar o atributo proibido de Toushirou. Encarou-o de relance, e observou-o com um meio sorriso sádico em sua face.

As duas reaitsus elevaram-se drasticamente. Chamas negras sugam a pequena luminosidade do espaço, enquanto uma cobertura de gelo trepava pelas paredes da casa. Karin agindo instintivamente, coloca-se entre os dois shinigamis, obrigando-os parar. Porém não se deixavam de encarar. Yuzu, ignorando toda a situação que ocorria na sala, gritava do outro cômodo que o almoço estava pronto. Porém, Tosuhirou e Ichigo não pretendiam parar de fitar-se, arranjando alguma brecha para prosseguir com a conversa pouco amigável.

“— Ichi-nii, Toushirou-kun… Vamos parar de brigar. Se não o comer fica frio.” — Uma pressão anormal horrorizou os três presentes que encararam uma Yuzu meiga porém com uma expressão de puro sadismo e terror. Karin engoliu em seco, constatando um dos raros momentos que Yuzu se irritava, e sobretudo, se parecia com a sua okaa-san.

“— H-hai.” — Responderam os três em uníssono, bizarramente, obedientes.

De uma forma anormal, o resto da refeição, decorreu em normalidade.

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O caloroso tom âmbar e laranja do entardecer agraciava os céus, refletido pelos grandiosos prédios espelhados da cidade. Toushirou secretamente — ou talvez não tão secretamente — adorava ver o pôr do Sol refletido nas construções humanas.

Ao seu lado, Karin assobiava despreocupada, enquanto rumavam em silêncio até a casa da vovó Haru.  Porém, algo não estava certo. Karin encarava pensativa o céu, com a esperança silenciosa de ver alguma coisa que ele sequer conseguiria imaginar.

Mas, de qualquer maneira, ele não perguntaria. E o silêncio entre eles era consideravelmente raro nestas tardes que sempre costumavam inspirar os olhos e, consequentemente, a língua de Karin.

— Nee, Toushirou?

Ou talvez não fosse uma tarde tão incomum assim.

Grunhiu suavemente, dando atenção à Kurosaki, observando-a minuciosamente.

— Será que a neve refletiria o entardecer como a água? Ou somente ficaria alva como nos dias comuns de inverno? — Perguntou, arrancando uma indagação implícita do grisalho. De onde a Kurosaki havia tirado a ideia de nevar no verão.

— É uma pergunta sem fundamento, Kurosaki. — Respondeu, arqueando de leve uma das sobrancelhas. — Como bem sabe, no verão não neva.

Karin o encarou de cara feia, antes de ignorar sua resposta e voltar ao seu silêncio.

A casa da amigável senhora se fez presente em suas visões, enquanto a mesma estava parada na porta, sorridente. Com certeza, já ciente e habituada com as visitas do capitão e da morena.

— Karin-chan, Hitsugaya-kun! — A senhora acenou para eles, contente em ver seus amigos lhe visitarem mais uma vez.

— Por que está aqui fora, Haru-baa-chan? — Karin questionou-a, enquanto Haru aproximava-se deles, obviamente pronta para sair.

— Que tal me acompanharem para tomar um sorvete? — Convidou-os, surpreendendo tanto Hitsugaya quanto a mais jovem entre eles.

— Eu topo! — Karin respondeu sorridente, não dando chances para Toushirou responder, agarrando-o antes que rejeitasse o convite.

O Hitsugaya limitou-se a encarar as madeixas dançantes de sua amiga humana sob o olhar cálido da vovó Haru. Ele sentiu-se tentado a lembrar a Kurosaki que sua  folga acabava em algumas horas e que deveria voltar o quanto antes, todavia as palavras se perderam em seus lábios quando a risada indiscreta de Karin atingiu seus ouvidos. A morena estava rindo de um garotinho que havia caído na grama numa posição bem… desagradável.

As íris turquesa se prenderam no rosto jovial da Kurosaki, e, internamente, ele decidiu aproveitar um pouco mais. Karin e Haru-baa-chan valiam todas as horas de papelada atrasada que teria de preencher. Elas eram importantes para si; um refúgio para seus problemas. Poderia se aquecer um pouco mais ao Sol antes de ser arremessado contra as rochas com o mundo sobre seus ombros.

Ao chegar na simples sorveteria de fachada branca e ao realizar os seus pedidos, o trio se sentou num banco, encarando o céu.

— Fala sério, Toushirou, você não sabe que existe outros sabores além de melancia? — A Kurosaki provocou o Shinigami, enquanto levava outra colherada de seu sorvete de chiclete ao lábios gélidos e esquisitamente rosados. — Parece até um homem velho!

— Kurosaki desocupada! Cuide do seu sorvete! — O albino gritou, com um capilar estourado na cabeça. A risada das companhias femininas de Hitsugaya ecoaram pela sorveteria vazia, arrancando somente um sorriso perdido da assistente.

Assim que a morena de sorriso malicioso abriu a boca para mais uma provocação, o telefone de Hitsugaya tocou incessantemente, assustando os três.

O capitão se levantou, murmurando desculpas apressadas para a senhora que o encarava preocupada. Jogou com rapidez o pote plástico e colorido no lixo, dando uma última conferida em suas amigas que lhe sorriam acostumadas.

Virou-se, com sua mente já trabalhando no que poderia ter acontecido e quais recursos seriam necessários para findar qualquer problema. Inconscientemente, o vapor gélido escapou de seus lábios e esfriou seu rosto, como um floco de neve subindo pelo céu. Toushirou parou onde estava, finalmente entendendo a fonte das perguntas de Karin.

Bem, olhando de esguelha para a garota que se levantava para pegar outro sorvete, Toushirou decidiu que, para compensar o bem que a morena lhe fazia sem esforço, valia a pena responder sua pergunta.

— Kurosaki! — Gritou ao longe, chamando a atenção de uma Karin extremamente surpresa. — Veja por si mesma!

O taichou não ficou para ver, mas o rubor que pintou-se na face da Kurosaki ao ver os delicados e elaboradas flocos de neve que se deitavam sob a terra em pleno verão foi o suficiente para fazê-la constatar algo que havia incessantemente tentando esconder.

Sob o muxoxo de espanto dos humanos ali presentes, Kurosaki Karin percebeu que, naquele momento, seu coração oficialmente deixara de ser única e exclusivamente seu.

— Inverão maldito."



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