História Flowers - Penúltimo

[...]

—Não quero festa, Jade —Bebi meu café—

—É claro que quer —ela disse— Sua última semana em New York.

—Para início de conversa, eu nem deveria estar aqui.

Olhei ao redor e todos me olharam cochichando e rindo, já se passou uma semana, será que nao tem como eles esquecerem?

—Todos me odeiam —encolhi o corpo—

—Isso é inveja.

—Inveja de que, Jade? Eu abandonei um dos homens mais ricos no altar.

—Ele não é tão rico assim.

Revirei os olhos rindo.

—Ele está na sala?

—Não, foi para uma reunião, não volta nem tão cedo.

—Então ótimo, eu tenho que deixar uma coisa para ele, me dá cobertura.

Coloquei o dinheiro em Cima da mesa e peguei minha bolsa indo até o elevador, quando entrei vi um garoto, mas ou menos da idade do Justin.

—Boa tarde.

—Boa tarde —sorri—

—Lisa não é? —me virei—

—Sim. Como sabe? —parei pra pensar— Ah, os boatos.

—Não, é que eu ouvi falar que você vai para o Japão para comandar uma das empresas Bieber's.

—Sim.

—Jeremy também me contratou.

—Olha, pelo menos vou ter companhia —o elevador parou—

—Meu nome é Christian.

—Até mais Christian —sai do elevador—

Abri a porta do escritório do Justin e peguei o envelope na minha bolsa colocando em cima da mesa, olhei para um porta retrato e vi a foto que eu, Justin e Maggie tiramos na Disney, ele ainda guarda, sorri.

—O que faz aqui? —deixei o porta retrato cair—

—Ju...Justin —me abaixei para pegar o porta retrato— Me desculpa.

—O que faz aqui?

—Eu vim deixar uma coisa, mas eu já estava de saída.

Ele foi até a mesa e começou a revirar os papéis a procura de alguma coisa.

—Está procurando alguma coisa?

—O que acha? —começou a andar pelo escritório—

—Posso ajudar?

—O contrato que você me deu para assinar, estava dentro de um envelope roxo.

—Eu sempre colocava num envelope roxo porque eu sabia que era sua cor preferida —ele me olhou— Segunda gaveta a direita.

—Obrigado.

—Sabe, a Jade está organizando uma festa de despedida para mim nesse final de semana, deveria ir.

Sai da sala dele e encostei na parede respirando fundo.

—Que burra Lisa, sua idiota, estúpida.

[...]

—Quem são essas pessoas, Jade?—Gritei por causa do som alto—

—Eu não sei —ela começou a rir—

Ryan cedeu a casa dele para Jade fazer a festa, e aquilo nem parecia festa para início de conversa, eu não estava me sentindo confortável.

—Se diverte amiga, é a sua última noite em New York —ela disse alegre—

Essa daí já está bêbada, fui até a cozinha e peguei um copo vermelho com alguma bebida desconhecida e fui para o jardim.

—Lisa.

Meu coração parou, pensam numa cena de filme, onde a mocinha está no jardim quando o amor da sua vida a chama e ela se vira o olhando se sentindo uma idiota, fui isso que acabou de acontecer.

—Justin —sorri— Que bom que você veio.

—Eu não vou demorar, eu só vim para te entregar isso —me entregou o envelope— Eu não preciso do seu dinheiro.

—Eu só queria ajudar com o prejuízo do casamento.

—Não é preciso, até porque o dinheiro foi doado.

—Que bom —sorri— Você quer uma bebida?

Você tem algum tipo de problema mental Lisa? Ele está magoado.

—Não, eu deixei Maggie com os empregados preciso voltar.

—Tudo bem.

Andei de volta para a casa entrando no meio da multidão quando sente alguém me segurando.

—Me solta —olhei para o cara—

—Então você é a famosa, Lisa Smoak.

—Não sou famosa, por favor me solta.

Ele pegou meu outro braço e me virou para ele.

—Cara me solta —tentei me soltar—

—Eu quero saber o que o Justin Bieber viu em você, você é bonita!

—Hum, tá bom, agradeço o elogio agora me solta —tentei me soltar—

Olhei para frente e vi Justin entrando na casa e olhando em volta quando nossos olhares se cruzaram eu pedi por ajuda e ele saiu.

—Não Justin —meus olhos se enxeram de água—

—Ele não está aqui boneca.

—Por favor me solta.

—Solta ela cara!

—E você quem é? —ele perguntou—

—O cara que pode acabar com a sua vida se você não soltar minha namorada.

"Minha namorada" eu pensei que nunca mais iria escutar ele dizendo isso novamente.

O cara me soltou, mas dessa vez quem me puxou foi Justin pelo braço me fazendo subir as escadas quase caindo.

—Você está me machucando.

—Cala a boca! —curto e grosso—

Entramos em qualquer quarto e ele me soltou olhei para os meus braços e estavam doloridos.

—Com água gelada melhora —ele disse—

—Obrigada por me ajuda com aquele cara —me sentei na cama—

—Não fiz mais que a minha obrigação.

—Então —me aproximei— "Minha namorada" não é mesmo? —segurei sua gravata—

Você não está bêbada Lisa e você não é sexy, acorda pra vida. Pelo menos eu tenho que tentar.

—Você bebeu? —ele saiu de perto de mim—

Não, mas vamos fingir que sim.

—So um pouquinho.

—Você não bebe.

—E quem é você para regular se eu posso beber ou não? Não somos namorados lembra?

Ele revirou os olhos e pegou o celular ligando para alguém, pensa Lisa, pensa. Corri até ele e peguei o celular dele saindo de perto dele.

—Me devolve isso Lisa —ele veio até mim—

—Nope —subi na cama—

—Você está parecendo uma criança, nem a Maggie age assim.

—Saudades da minha pequena —olhei pro nada— Mas eu não vou de dar, só com uma condição —comecei a andar pela cama—

—Que condição?

—Me dá um beijo?

—Não, você está ficando maluca Lisa.

—Então eu quero fazer um pedido.

—Eu estou perdendo a paciência, Lisa.

—É meu último dia em Nova York, passa a noite comigo —ele arregalou os olhos— Não desse jeito bobinho —sentei na cama— Como a gente fazia.

—Porque eu deveria fazer isso?

—Porque será a última vez que você irá me ver e eu não quero ir embora tendo uma visão horrível de você. Por favor —fiz cara fofa—

—Não faz essa cara —continuei fazendo— Tá bom, se sentou na cama, você não vai abusar de mim, não é? —me olhou—

—Não respondo por meus atos, me dá a sua camisa.

—Porque?

—Você quer que durma de vestido?

Ele revirou os olhos e tirou a camisa me dando, fui até o banheiro me troquei e voltei vendo ele já deitado olhando para o teto, peguei o celular dele e o devolve me deitando do seu lado.

Ele poderia simplesmente ir embora e meu plano daria errado, mas não, ele escolheu ficar, me virei fechando os olhos com força para o choro não descer até que senti um braço envolta da minha cintura.

—Como nos velhos tempos.

[...]

Quando eu acordei eu passei a mão pela cama e não senti nada e ninguém, sentei rapidamente e coloquei as mãos no rosto.

—Foi um sonho?

Olhei para as minhas roupas

—Não, não foi um sonho —abracei meu corpo— Você não pode chorar, Lisa.

Deitei de novo na cama e me cobri deixando as lágrimas saírem.

—Eu fui abandonada, assim como eu o abandonei.

[...]