História Flowers - Era uma vez...

[...]

—Muda essa cara meu amor, você finalmente conseguiu tudo o queria.

—Consegui não é —sorri— Mas eu tive que magoar muita gente para conseguir.

—Não começa, Lisa.

—Mãe, eu vou sair, preciso resolver uma coisa.

—Não vai me perder o horário do vôo pelo amor de Deus.

Peguei meu casaco e sai de casa entrando no primeiro táxi. Se eu quero seguir com a minha vida tenho que pedir perdão para todas as pessoas que eu magoei, se não, não irei conseguir ser feliz novamente. E vamos começar por toda essa história começou. White cake bakery. O taxi parou, paguei e entrei, fui até a bancada.

—Amy, estão pedindo um expresso duplo com bastante granulado na mesa dois.

Ela levantou o olhar e sorriu ao me ver.

—Lisa, eu nunca pensei que diria isso, mas que saudades que eu estava de você menina —me abraçou—

—Eu também estava Amy, de todo esse lugar —sorri— Eu vim me despedir.

—Vai viajar?

—Sim, e parece que é definitivo.

—Você não pode largar nova York, Lisa.

—É para trabalho, Amy, você está olhando para nova presidente das empresas Bieber's no Japão.

—Japão? —Ela falou animada— Está poderosa.

—So um pouquinho.

—E o Justin? Nunca pensei que ficaram juntos.

—Eu o magoei, Amy e me arrependo profundamente disso.

—Então vai atrás dele, boba.

—Ja fui Amy, ele não me quer.

—Ele que sai perdendo, manda noticias viu menina —ela me abraçou— Julieta —Chamou a atenção de uma menina— Você é idiota, garota? —Ela disse—

Olhei para a garota e me vi no lugar dela, servindo mesas, limpando chão, fechando o caixa.

—Adeus White cake bakery —sorri—

Coloquei as mãos dentro do meu casaco e entrei no segundo táxi, está na hora de me desculpar com uma pessoa. Rachel Stone.

Enquanto o taxi andava eu olhava para as ruas de Nova York, eu vou sentir tanta falta dessa cidade.

O taxi parou, paguei ele e entrei no hospital indo até a recepção.

—Bom dia —sorri— Eu vim para ver a paciente Rachel Stone.

—Nome completo por favor?

—Lisa Leia Smoak.

Ela me deu um papel para colar na roupa.

—Quarto 301.

Segui até o elevador e apertei o botão do terceiro andar, a porta se abriu e procurei o quarto batendo na porta.

—Pode entrar —ela disse—

—Licença —entrei—

—Olha quem veio me visitar.

Eu nem precisava dizer como ela estava, pálida, magra e com uma faixa na cabeça sentada numa cadeira com uma coberta.

—Veio rir de mim? —fechei a porta—

—Jamais —me aproximei—

—Então o que veio fazer aqui?

Olhei para o teto tentando segurar as lágrimas.

—Lisa, você está bem?

—Eu vim aqui... —a lágrima desceu— Eu vim aqui para pedir perdão.

—Pelo o que?

—Por tudo. Por roubar o Justin de você, por acabar com a sua esperança de vida. Me perdoa.

—Eu não posso te perdoar —olhei para o chão— Porque você não deve pedir perdão.

—Rachel —me ajoelhei no chão— Eu devo sim, o filho que eu poderia estar esperando poderia salvar sua vida.

—Não é culpa sua, foi o destino, o destino quis assim, e olha para mim, já estou 50% recuperada.

—Eu estou indo viajar. E eu sei que eu não tenho direito nenhum de pedir qualquer favor, mas eu só de peço um —peguei em sua mão—

—Pode dizer.

—Cuida...Cuida do Justin pra mim, eu sei que você ama ele ainda, assim como eu amo.

—Eu vou cuidar dele, eu prometo.

—Será que —Como eu vou pedir isso?— Será que pode me dar um abraço?

Ela esticou os braços para mim e me abraçou.

—Licença —o médico entrou— Preciso levar essa moça para a quimioterapia.

—Tudo bem —limpei as lágrimas—

Sorri para ela e sai do quarto.

—Lisa —voltei— Obrigada por cuidar da minha princesinha.

—De nada. Cuida do amor da minha vida, por favor.

Adeus Rachel.

(...)

—Oi mãe —atendi meu celular—

—Ja estou indo para o aeroporto deixar suas malas, já está vindo?

—Eu só tenho que ir a um lugar, eu já vou.

—Tudo bem. Estava chorando?

—É que eu vi um vídeo fofo de cachorros.

—Tá, Lisa. Beijos.

Esse já era meu terceiro táxi e era o taxi que mudaria a minha vida ou não.

Entrei naquela casa que eu já conhecia de longe e fui direto para o escritório dele, hoje é sábado, ele não trabalha.

—Lisa —ele me olhou— O que faz aqui?

—Desculpa. Sim, eu já começo pedindo desculpas com a tal palavrinha proibida. Desculpa, eu sei que eu errei, eu não tinha o direito de te machucar como eu machuquei. Me desculpa nunca ter conseguido ser a mulher certa para estar ao seu lado. Desculpa minha infantilidade, meu drama exagerado, minha falta de cuidado. Eu gostaria que você tivesse chegado antes, antes de eu ter me tornado esse a iceberg, antes de eu ser tão desacreditada no amor, como sou agora. Você encontrou o que sobrou de mim, uma flor sem cheiro, um dia sem sol, uma noite sem estrelas, alguém incapaz de dar e receber amor. Alguém incompleta, um ser solitário e frio. Eu não queria ser essa criatura que eu sou hoje, eu juro que eu faria de tudo pra voltar a ser a mesma menina sonhadora e amorosa de antes, só que infelizmente é impossivel voltar atrás, escolhas foram feitas, pessoas foram embora, e a vida teve que seguir a diante, mas comigo já destruída e completamente diferente do que eu costumava ser. Eu sei que eu te feri, te machuquei, te decepcionei. Sinto muito pelo transtorno. Você não merecia nada disso, e isso acaba comigo e me machuca muito mais. Juro que eu tentei me entregar, tentei te amar como você merecia ser amado, só que eu não consegui, e não me perdou por isso.

—Não era você que não gostava de frases de efeito? —ele riu—

—Eu estou aqui, Justin, para dizer que, se você me pedir para ficar eu fico, eu esqueço a idéia de um dia ter cogitado em ir para o Japão. A escolha é sua, Justin.

Ele se levantou e parou na minha frente.

—Lisa, fica por favor, eu te amo.

—Lisa, abre os olhos —ele chamou minha atenção—

Foi o que eu queria ouvir.

—Me desculpa.

—Preciso te deixar ir agora,vai ser feliz, não quero mais te atrasar e te fazer sofrer… Adeus.

Deixei as lágrimas saírem.

(...)

Eu não entendendo o meu vôo é 18:00 e minha mãe me faz ficar três horas sentada nesse aeroporto esperando. Depois da conversa com o Justin eu me senti mais leve, claro que eu queria que ele pedisse para eu ficar, mas acho melhor eu ir. Justin está certo.

—Tia Lisa.

Meu coração derreteu, eu nunca pensei que iria escutar essa voz novamente, me virei para trás.

—Oi minha princesa —corri até Maggie—

—Não acredito que iria embora sem se despedir de mim.

—Me desculpa meu anjo.

—Ela quis vim te ver de qualquer jeito —Justin disse—

—Isso é pra você —me entregou um urso—

—O urso que você dorme, meu anjo, não precisa.

—Precisa sim, para você nunca se esquecer de mim.

—Eu nunca vou me esquecer de você, você pode me ligar qualquer dia, qualquer hora. Tudo bem?

—Tudo bem. Eu vou te ligar sempre quando estiver chegando meu aniversário.

—Tudo bem, aí a gente canta parabéns juntas —a abracei— Eu te amo muito Mag

—Eu também te amo, mamãe Lisa.

—Vôo 874 para Japão embarque imediato.

—É a minha hora.

Dei um beijo na Maggie e parei na frente dele.

—Lisa...

—Justin...

Ele me puxou para um abraço e sorri em seu peito enquanto ele fazia carinho no topo da minha cabeça.

—Eu te amo, Justin.

—Eu te amo, Lisa.

Peguei minha mala e fui até o desembarque. Olhei para trás e vi Maggie no colo do Justin chorando.

—Adeus Justin.

[...]